Com os pais e irmãos ligados ao basquetebol, onde a irmã Carla Sofia viria a tornar-se numa das atletas das mais consagradas em Portugal, Rui Esteves também escolheria as actividades de cariz físico como um dos entreténs favoritos. Começaria no atletismo do Benfica e abraçaria igualmente a modalidade mais popularizada entre a família. Só depois chegaria o “jogo da bola”.
Seria já como praticante do “desporto rei” que um episódio viria a modificar a sua vida. Aquando da ida do seu pai, Manuel Esteves, para Moçambique, com o intuito de treinar o “basket” do Maxaquene, umas férias passadas no referido país africano levá-lo-ia a conviver com duas figuras do desporto português, ambas a orientar o futebol da aludida agremiação. Se o primeiro tratar-se-ia do mítico Joaquim Meirim, o segundo viria a mudar-lhe o rumo – “(…) há um dia em que faltavam jogadores para fazer um treino qualquer e o Rui Caçador pediu-me para ir treinar com a malta, para fazer número. Fui e ele pegou logo em mim «Tu não vais jogar mais basquetebol, tu vais jogar é futebol» (…).O Rui Caçador ligou para o prof. José Lemos que era treinador do Torreense e disse-lhe: «Vou-te mandar um puto daqui». Quando cheguei a Portugal fui ao Torreense, assinei contrato, fiquei lá e assim começou a minha carreira”*.
Com a estreia sénior pelo emblema do Oeste a acontecer no contexto da 2ª divisão de 1985/86, a falta de oportunidades conseguidas sob a égide de Pedro Gomes levá-lo-ia a procurar outro destino para a sua, ainda recente, caminhada no futebol, com a ocasião a surgir vinda do plantel de 1986/87 do Olhanense. Orientado por Manuel Cajuda, ainda no escalão secundário, o médio começaria a sublinhar as suas qualidades como um intérprete de cariz técnico apurado e com um entendimento do jogo bem acima da média. Daí para um Louletano a apostar fortemente numa possível subida ao patamar máximo, treinado inicialmente por Manuel Oliveira e na campanha subsequente por Manuel Cajuda, passar-se-iam dois anos. Ao manter-se no Algarve, os seus desempenhos chamariam a atenção do Farense. Porém, a mudança para a equipa comandada pelo catalão Paco Fortes não traria os frutos desejados e a passagem pelo panorama primodivisionário de 1990/91, com poucos jogos disputados, transformar-se-ia num período bem discreto.
Depois de outra época no Louletano e de um regresso ao Torreense, onde voltaria a encontrar-se com Manuel Cajuda, Rui Esteves veria as portas da 1ª divisão a abrirem-se novamente. Dessa feita, a aposta surgiria do Vitória Futebol Clube de 1993/94, onde uma brilhante época, a trabalhar sob as instruções de Raul Águas, fá-lo-ia dar o maior salto da carreira. Já com a época seguinte à da chegada a Setúbal em andamento, a proposta entregue pelo Benfica aos responsáveis pelo “Sadinos” levá-lo-ia de volta a Lisboa e, por empréstimo, ao Benfica. Porém, ao serviço daquele que é o clube do seu coração, a experiência no conjunto às ordens de Artur Jorge correria muito aquém das expectativas, com o jogador curiosamente a recusar um contrato de 3 anos com as “Águias” e ainda a experimentar um terceiro emblema na temporada de 1994/95, ou seja, o Birmingham de Pedro Paulo e José Dominguez.
Após a curta e discreta passagem por Inglaterra, Rui Esteves ainda rubricaria um contrato com o Vitória Futebol Clube, rapidamente rescindido por uma alegada entrevista dada pelo jogador. Afastado do emblema de Setúbal, seguir-se-iam o famoso Belenenses de João Alves, as duas temporadas pelos “Azuis” na 1ª divisão, a recusa à proposta do Sporting de Braga de Manuel Cajuda e a aventura no Oriente. Na Coreia do Sul assinaria pelo Daewoo Royals, onde viria a sagrar-se campeão nacional. Já na China passaria a representar o Beijing Guoan, onde haveria de lesionar-se gravemente num joelho. De seguida, no regresso a Portugal, ainda receberia o convite do Felgueiras orientado por Jorge Jesus, mas recusaria. Anos mais tarde voltaria a ligar-se futebol, como treinador. Nas funções de técnico, cumpriria a totalidade do seu percurso nos patamares inferiores. Ainda assim, teria experiências em emblemas de grande história no desporto luso, casos do Torreense, Farense ou a antiga CUF, agora Fabril.
*adaptado da entrevista de Ana Brígida, publicada a 21/10/2018, em https://tribuna.expresso.pt
Seria já como praticante do “desporto rei” que um episódio viria a modificar a sua vida. Aquando da ida do seu pai, Manuel Esteves, para Moçambique, com o intuito de treinar o “basket” do Maxaquene, umas férias passadas no referido país africano levá-lo-ia a conviver com duas figuras do desporto português, ambas a orientar o futebol da aludida agremiação. Se o primeiro tratar-se-ia do mítico Joaquim Meirim, o segundo viria a mudar-lhe o rumo – “(…) há um dia em que faltavam jogadores para fazer um treino qualquer e o Rui Caçador pediu-me para ir treinar com a malta, para fazer número. Fui e ele pegou logo em mim «Tu não vais jogar mais basquetebol, tu vais jogar é futebol» (…).O Rui Caçador ligou para o prof. José Lemos que era treinador do Torreense e disse-lhe: «Vou-te mandar um puto daqui». Quando cheguei a Portugal fui ao Torreense, assinei contrato, fiquei lá e assim começou a minha carreira”*.
Com a estreia sénior pelo emblema do Oeste a acontecer no contexto da 2ª divisão de 1985/86, a falta de oportunidades conseguidas sob a égide de Pedro Gomes levá-lo-ia a procurar outro destino para a sua, ainda recente, caminhada no futebol, com a ocasião a surgir vinda do plantel de 1986/87 do Olhanense. Orientado por Manuel Cajuda, ainda no escalão secundário, o médio começaria a sublinhar as suas qualidades como um intérprete de cariz técnico apurado e com um entendimento do jogo bem acima da média. Daí para um Louletano a apostar fortemente numa possível subida ao patamar máximo, treinado inicialmente por Manuel Oliveira e na campanha subsequente por Manuel Cajuda, passar-se-iam dois anos. Ao manter-se no Algarve, os seus desempenhos chamariam a atenção do Farense. Porém, a mudança para a equipa comandada pelo catalão Paco Fortes não traria os frutos desejados e a passagem pelo panorama primodivisionário de 1990/91, com poucos jogos disputados, transformar-se-ia num período bem discreto.
Depois de outra época no Louletano e de um regresso ao Torreense, onde voltaria a encontrar-se com Manuel Cajuda, Rui Esteves veria as portas da 1ª divisão a abrirem-se novamente. Dessa feita, a aposta surgiria do Vitória Futebol Clube de 1993/94, onde uma brilhante época, a trabalhar sob as instruções de Raul Águas, fá-lo-ia dar o maior salto da carreira. Já com a época seguinte à da chegada a Setúbal em andamento, a proposta entregue pelo Benfica aos responsáveis pelo “Sadinos” levá-lo-ia de volta a Lisboa e, por empréstimo, ao Benfica. Porém, ao serviço daquele que é o clube do seu coração, a experiência no conjunto às ordens de Artur Jorge correria muito aquém das expectativas, com o jogador curiosamente a recusar um contrato de 3 anos com as “Águias” e ainda a experimentar um terceiro emblema na temporada de 1994/95, ou seja, o Birmingham de Pedro Paulo e José Dominguez.
Após a curta e discreta passagem por Inglaterra, Rui Esteves ainda rubricaria um contrato com o Vitória Futebol Clube, rapidamente rescindido por uma alegada entrevista dada pelo jogador. Afastado do emblema de Setúbal, seguir-se-iam o famoso Belenenses de João Alves, as duas temporadas pelos “Azuis” na 1ª divisão, a recusa à proposta do Sporting de Braga de Manuel Cajuda e a aventura no Oriente. Na Coreia do Sul assinaria pelo Daewoo Royals, onde viria a sagrar-se campeão nacional. Já na China passaria a representar o Beijing Guoan, onde haveria de lesionar-se gravemente num joelho. De seguida, no regresso a Portugal, ainda receberia o convite do Felgueiras orientado por Jorge Jesus, mas recusaria. Anos mais tarde voltaria a ligar-se futebol, como treinador. Nas funções de técnico, cumpriria a totalidade do seu percurso nos patamares inferiores. Ainda assim, teria experiências em emblemas de grande história no desporto luso, casos do Torreense, Farense ou a antiga CUF, agora Fabril.
*adaptado da entrevista de Ana Brígida, publicada a 21/10/2018, em https://tribuna.expresso.pt
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