1608 - PAULO CAMPOS


Terminado o percurso formativo ao serviço do Botafogo, Paulo Marçal Campos, sem espaço no emblema “carioca”, decidir-se-ia pelo XV de Jaú para, na temporada de 1977, dar início à caminhada enquanto sénior. Seguir-se-ia, na campanha seguinte, o Anapolina e a viagem, poucos meses depois, até Portugal.
Com a chegada ao Algarve, Paulo Campo, médio-ala ou extremo com propensão para amiúde aparecer em zonas de finalização, seria apresentado como reforço do plantel de 1978/79 do Portimonense. Com a colectividade do Barlavento orientada por Mário Lino, logo começaria por conquistar um lugar entre os mais utilizados do grupo de trabalho. Com a equipa a lutar pelos lugares cimeiros da tabela classificativa da Zona Sul do patamar secundário, o atleta, com vários golos, mas principalmente com exibições portentosas, depressa viria a cimentar-se como um dos membros mais badalados e como um esteio da luta pela almejada promoção ao escalão máximo. Já alcançada a subida, o jogador ainda teria um papel importantíssimo no desfecho da campanha. Nesse sentido, na última jornada da Fase de Apuramento do Campeão, seria seu um dos remates certeiros, numa peleja frente ao Sporting de Espinho, a decidir o triunfo por 2-1 para o listado alvinegro sulista e, por conseguinte, a selar a conquista do Campeonato Nacional da 2ª divisão.
Com a estreia entre os “grandes” a acontecer na temporada de 1979/80, Paulo Campos, muito mais do que manter os índices exibicionais da campanha anterior, apresentaria um crescimento deveras excepcional. Ainda assim, mesmo tendo em conta os bons números conseguidos, seria a época de 1980/81, alicerçado como um dos principais destaques do Portimonense comandado por Manuel Oliveira e num colectivo também composto por nomes como Valter, Conhé, Joaquim Murça, Vítor Gomes, Rachão, José Rafael, entre outros intérpretes de peso no cenário futebolístico luso, a catapultá-lo definitivamente. Como resultado dessa grande evolução, o Benfica surgiria interessado na sua contratação, com a transferência para a Luz a concretizar-se na campanha de 1981/82. No entanto, apesar do potencial exibido, o ano passado ao serviço das “Águias” quedar-se-ia bem longe do esperado e sem lugar no grupo sob a intendência do magiar Lajos Baróti, o médio-ala acabaria por retornar ao Algarve.
O regresso ao Sul do país, dessa feita para jogar com as cores do Farense, representaria, em certa medida, um retrocesso na sua carreira. Na capital do Algarve a partir de 1982/83, Paulo Campos encetaria um périplo de 3 anos que, para além da vincada errância, haveria de manter o jogador pelas contendas de índole secundário. Seguir-se-iam, ainda na aludida senda, as temporadas cumpridas pelo Marítimo e pelo Recreio de Águeda. Por fim, surgiria o convite a devolvê-lo à 1ª divisão. No entanto, a passagem pelo plantel de 1985/86 do Penafiel, apesar dos números condizentes com a sua categoria, não patentearia mais do que um fugaz retorno aos palcos maiores do desporto português. Logo de seguida, surgiriam o Beira-Mar, duas épocas de novo no 2º escalão e uma 3ª campanha, ainda a envergar a camisola da agremiação aveirense, mais uma vez entre os “grandes”.
Seria a época de 1988/89, a defender os interesses da colectividade a disputar os embates caseiros no Estádio Mário Duarte, a apresentar, ao jogador, a última temporada na 1ª divisão. Seguir-se-iam, numa fase a vincar alguma veterania, as passagens pelo União de Santiago, onde chegaria a trabalhar sob a alçada de Almir Amorim, colega de balneário no Anapolina e no Portimonense, e o fim da carreira no Desportivo de Beja. Aliás, seria no emblema alentejano que faria a transição para as tarefas de treinador. Nas novas funções, a sua caminhada acabaria erguida, na quase totalidade, em emblemas algarvios. Por entre várias colectividades da região, onde podem ser incluídas o Lusitano de Vila Real de Santo António, o Silves ou o Imortal, seria no Padernense que maior destaque conseguiria obter e duas subidas consecutivas levariam o clube desde os “distritais” até à 2ª divisão “b” de 2001/02.

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