799 - VUJACIC

Apesar de ter nascido na capital Titograd (actual Podgorica), Budimir Vujacic cresceria em Petrovac na Moru, localidade banhada pelo Mar Adriático. Consequência de tal morada, os primeiros passos do seu percurso futebolístico dá-los-ia nessa antiga vila piscatória. Seria então no OFK Petrovac que o defesa, ainda na metade inicial da década de 80, disputaria as primeiras partidas no patamar sénior.
Curiosamente, as primeiras temporadas da sua carreira caracterizar-se-iam por algumas mudanças de clube. Já depois da estreia e de uma passagem, igualmente curta, pelo Obilic Beograd, a evolução que começava a mostrar dentro de campo levaria a que, da Alemanha, surgisse o interesse na sua contratação. No SC Freiburg, ainda que a disputar as divisões secundárias, o central conseguiria confirmar aquilo que dele já era sabido: Vujacic, alto e possante, fazia do jogo aéreo uma das suas grandes armas.
As suas qualidades levá-lo-iam a afirmar-se como um dos grandes esteios defensivos do emblema germânico. Ainda que longe dos grandes palcos da “Bundesliga”, a verdade é que os seus desempenhos abrir-lhe-iam novas portas. O FK Vojvodina, colectividade que se seguiria na sua carreira, seria a rampa para Vujacic atingir outros patamares. No emblema da cidade de Novi Sad, reflexo de uma excelsa caminhada por parte do clube, o defesa conseguiria as suas primeiras chamadas à principal selecção jugoslava. Praticamente na mesma altura, sagrar-se-ia campeão jugoslavo (1988/89) e esse importante título, juntamente com o estatuto de internacional, fariam dele um alvo apetecido.
A transferência para o Partizan transformá-lo-ia numa das grandes estrelas do futebol jugoslavo. As regulares convocatórias para os jogos da selecção, serviram, ainda mais, para sublinhar essa importância ganha. Nesse sentido, poucos ficariam surpreendidos quando o seu nome foi cogitado para fazer parte do grupo que iria disputar a fase final do Euro 92. No entanto, o agravar do conflito nos Balcãs, faria com que a Jugoslávia fosse afastada do torneio organizado na Suécia.
Já pelo emblema de Belgrado, Vujacic, entretanto promovido a “capitão” de equipa, conseguiria juntar alguns títulos ao seu currículo. É já com a conquista de mais 1 Taça (1991/92) e 1 Campeonato da Jugoslávia (1992/93), que o defesa chega ao Sporting. Contratado por Sousa Cintra e, segundo dizem, à revelia de Bobby Robson, os primeiros tempos em Lisboa seriam difíceis para o atleta. Com o treinador a pôr de parte o jogador, a oportunidade para que pudesse mostrar as suas qualidades só surgiria com o despedimento do inglês e a contratação de Carlos Queiroz.
Foi a partir de Fevereiro de 1994, data da sua primeira partida com a camisola dos “Leões”, que Vujacic começou a fazer parte do “onze” inicial. Mesmo tardia, a verdade é que a estreia permitiria ao defesa assegurar rapidamente um lugar na equipa. Primeiro no centro do sector mais atrasado e, com a chegada de Naybet e Marco Aurélio, a ser encostado à esquerda, o atleta passaria a ser um dos elementos mais relevantes no plantel de Alvalade. A preponderância que ganharia no seio do grupo, seria crucial para a conquista de alguns títulos. Com o Sporting já há muito arredado da vitória no Campeonato, as vitórias na Taça de Portugal de 1994/95 e Supertaça de 1995/96, desafios onde Vujacic entraria como titular, tornar-se-iam de vital importância.
Já depois de iniciada a temporada de 1996/97, a sua ligação aos “Verde e Brancos” chegaria ao fim. Um convite do Vissel Kobe, numa altura em que contava com 31 anos de idade, faria com o atleta decidisse mudar-se para o Japão. No “País do Sol Nascente”, Vujacic, em parte por culpa da lesão que o tinha afectado nos últimos tempos de “Leão” ao peito, decidiria pôr termo ao percurso como futebolista. Anos mais tarde ainda regressaria à modalidade. Desta feita como “olheiro”, e indicado por Carlos Queiroz, o antigo defesa trabalharia para o Manchester United.

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