1099 - JAIME ALVES

Depois de um empréstimo em 1982/83 ao Cortegaça, emblema onde faria a estreia como sénior, Jaime Alves acabaria por voltar ao clube onde tinha terminado o percurso formativo. Após a cedência de um ano, o regresso ao Sporting de Espinho permitiria ao atleta cumprir os primeiros jogos no escalão máximo do futebol português. Ainda que pouco utilizado, essas partidas possibilitariam ao jovem praticante perfilar-se como um elemento válido para um futuro próximo. Tal aconteceria logo na época seguinte e com a descida dos “Tigres” à 2ª divisão, o jogador passaria a ocupar um lugar no “onze” inicial.
Ainda que longe dos principais escaparates, bastaria uma temporada para que os serviços de Jaime Alves fossem requisitados por um emblema de outra monta. Mesmo sem grande traquejo primodivisionário, os responsáveis do Boavista tomariam a decisão de juntá-lo ao plantel “axadrezado”. A aferir a qualidade da contratação, ao contrário do esperado num atleta recém-chegado, logo à partida o jogador conquistaria a titularidade. Porém, com a saída do treinador João Alves no final dessa campanha de 1985/86, a sua condição alterar-se-ia substancialmente e o atleta deixaria de jogar com tanta regularidade.
Perdido o lugar no “onze”, demoraria algum tempo até conseguir voltar a ser um dos indiscutíveis na ficha de jogo. Tal aconteceria em 1988/89. Como reflexo dessa afirmação, também da Federação Portuguesa de Futebol surgiria o aval para a sua integração nos trabalhos da selecção principal. Após ter vestido a camisola dos sub-21 e com as cores de Portugal ter participado na edição de 1986 do Torneio Internacional de Toulon, o dia 16 de Novembro de 1988 marcaria a estreia de Jaime Alves pelo conjunto “A”. Numa partida disputada no Estádio do Bessa, Juca escolheria o lateral para entrar de início na peleja a contar para a fase de apuramento do Mundial de 1990. Depois desse jogo com o Luxemburgo, seguir-se-iam mais algumas chamadas. Nesses “amigáveis”, marcados já na 2ª metade da temporada de 1988/89, o defesa, frente a Angola e ao Brasil, conquistaria outras 2 internacionalizações que, num cômputo de 3 partidas, abrilhantariam a sua carreira.
Depois das convocatórias pela selecção portuguesa, Jaime Alves continuaria a mostrar a sua importância no seio do plantel boavisteiro. Fosse no sector mais recuado ou no meio-campo, os anos seguintes serviriam para sublinhá-lo como um dos pilares da estratégia montada pelos diversos treinadores. No Bessa voltaria também a trabalhar com João Alves e desse “rendez-vous”, sairia uma das poucas excepções à sua caminhada com as “Panteras”. Ao seguir na peugada do referido treinador, o jogador passaria a temporada de 1991/92 com as cores do Vitória Sport Clube. Porém, a experiência em Guimarães demoraria pouco tempo e com um ano volvido sobre a partida para o Minho, o defesa tornaria a envergar a camisola do Boavista.
No regresso ao emblema da “Cidade Invicta”, Jaime Alves encontraria Manuel José no comando técnico do grupo. Mesmo ao perder alguma da preponderância conquistada antes da saída, o jogador nunca deixaria de ser importante para o equilíbrio do grupo. Todavia, essa perda acabaria por acarretar algumas frustrações na sua caminhada. Sem marcar presença em várias provas, o seu nome ficaria excluído do rol de atletas vencedores das Supertaças de 1992/93 e 1997/98 e da Taça de Portugal de 1996/97. Ainda assim, é impossível falar do defesa sem incluí-lo na lista de históricos do Boavista. As 12 épocas passadas no Bessa dar-lhe-iam, só com a camisola “axadrezada”, 221 jogos na 1ª divisão. Tal número empurrá-lo-ia para o “Top 10” dos atletas com mais partidas disputadas pelas “Panteras”, no escalão máximo.

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