1257 - HUMBERTO FERNANDES

Saído dos escalões formativos do Sport Lisboa e Benfica, Humberto Fernandes transitaria para o patamar sénior na temporada de 1957/58. Tido como um defesa seguro e dotado de uma técnica não tão usual para os futebolistas da sua posição, o atleta, inicialmente inserido na equipa de “reservas”, chegaria ao conjunto principal das “Águias”, lançado pelo treinador Otto Glória, na campanha de 1958/59.
Essa partida a contar para o Campeonato Nacional acabaria por não ter continuidade. Aliás, a sua carreira, aferida aos olhos de hoje, erguer-se-ia numa caminhada bem peculiar. Apesar de, como sénior, ter cumprido mais de uma década de “Águia” ao peito, a verdade é que Humberto Fernandes raramente sairia da sombra de outros colegas. Mesmo tendo em conta um total de partidas oficiais disputadas pelo Benfica pouco condizente com o já referido número de temporadas passadas na “Luz”, também não é menos certo dizer-se que tamanha dedicação traria ao palmarés do jogador um importantíssimo rol de títulos.
Com 6 Campeonatos Nacionais e 4 Taças de Portugal a embelezarem o seu currículo, a ajuda dada em ambas as mãos da eliminatória frente ao Áustria de Viena, dar-lhe-ia a honra de figurar na lista de vencedores da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1961/62. Todavia, para além das distinções relatadas no início deste parágrafo, o atleta participaria ainda em diversos momentos de monta. Mesmo não tendo conseguido auxiliar o clube na conquista de nenhuma das edições, Humberto Fernandes entraria em campo nas duas participações do Benfica na Taça Intercontinental. Já esses jogos frente ao Peñarol e ao Santos, não seriam as únicas finais disputadas pelo jogador. No contexto de desafios decisivos, mais uma vez assombrados os momentos pelas derrotas dos “Encarnados”, o defesa também seria chamado à ficha de jogo contra o Inter de Milão e o Manchester United, respectivamente nas participações do emblema português nas derradeiras partidas da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1962/63 e de 1967/68.
Sem nunca ter marcado um único golo em jogos oficiais pelas “Águias”, as 88 partidas feitas nesses preceitos, também seriam um parco número para quem tanto tempo dedicou ao mesmo clube. Ainda assim, é incontornável continuar a frisar que Humberto Fernandes teve a capacidade de, anos a fio, alimentar um lugar em diferentes grupos de trabalho que, ao disputarem as maiores provas a nível mundial, escreveram com letras de ouro as mais importantes páginas da história desportiva do futebol benfiquista.
Reconhecida sua entrega e tido como um grande exemplo para todos os colegas, o atleta acabaria por envergar no seu braço a faixa de “capitão”. Com tudo o que já foi dito, ainda assim, a sua ligação ao Benfica também haveria de conhecer o fim. Ao deixar os “Encarnados” com o terminar da temporada de 1969/70, Humberto ainda prolongaria a caminhada futebolística por mais uns anos. Para além da passagem pelo Estrela de Portalegre, onde voltaria a trabalhar ao lado de Mário Coluna, há registos que veiculam, sem que tenha conseguido confirmar fidedignamente as fontes, a sua posterior ligação ao Sport Lisboa e Cartaxo.

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