1372 - JOSÉ MENDES

Ao subir a sénior na temporada de 1965/66, José Mendes, tendo em atenção a qualidade do plantel onde acabaria inserido, revelaria bastantes dificuldades em impor o seu futebol. Num Vitória Futebol Clube orientado por Fernando Vaz e que, para a posição de defesa-central, contava com nomes como os experientes Carlos Cardoso, Torpes ou Herculano, as oportunidades conquistadas pelo jovem praticante seriam quase nulas. Nesse sentido, durante os primeiros 5 anos da carreira, o defesa manter-se-ia na sombra de outros companheiros de balneário. No entanto, a campanha de 1970/71 revelaria um atleta já mais preparado para os desafios competitivos e, daí em diante, o jogador passaria a ser um dos titulares do conjunto sadino.
Já treinado por José Maria Pedroto, José Mendes passaria a ser um dos nomes habituais no alinhamento do sector mais recuado do Vitória Futebol Clube. Seria nessa condição que o defesa-central, pela primeira vez na carreira, acabaria chamado à disputa da final da Taça de Portugal. No Estádio Nacional do Jamor, na derradeira partida da edição de 1972/73 da apelidada “Prova Rainha”, o jogador acabaria escalonado para o “onze” do conjunto setubalense. Todavia, o desafio frente ao Sporting não correria de feição aos “Sadinos” e o troféu terminaria nos escaparates de Alvalade.
Também nas demais competições, José Mendes contribuiria para as boas prestações da agremiação sediada na cidade de Setúbal. Para além de ter sido titular no Campeonato Nacional de 1971/72, durante o qual o conjunto do listado vertical verde e branco conseguiria ser vice-campeão, outros bons exemplos chegariam com as campanhas nas provas continentais. No referido contexto competitivo, sempre com o defesa em plano de destaque, há que relembrar as 3 ocasiões em que o emblema setubalense, primeiro na Taça das Cidades com Feira e depois na Taça UEFA, atingiria os quartos-de-final.
Claro está que o maior prémio para o jogador chegaria com as chamadas aos trabalhos sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Para além de contar com 3 partidas disputadas pelos “esperanças”, José Mendes também acabaria integrado na principal selecção lusa. Com a estreia a acontecer a 3 de Abril de 1974, a peleja, orientada por José Maria Pedroto, frente a Inglaterra, serviria de arranque a uma caminhada que terminaria com o defesa a acumular no currículo um total 8 internacionalizações “A”.
Depois surgiria no seu trajecto o Sporting. Em Alvalade a partir de 1975/76, treinado por Juca, o atleta, ao manter-se como um elemento forte nas marcações individuais e bom na interpretação táctica do jogo, rapidamente assumiria um papel de relevo no eixo da defesa leonina. No entanto, apesar do plano de destaque merecido durante o par de temporadas realizadas pelos “Leões”, a verdade é que a época de 1977/78 marcaria o seu regresso a Setúbal. De volta ao Vitória Futebol Clube, José Mendes ainda realizaria outras 3 campanhas de alto gabarito. Já naquela que viria a tornar-se na última passagem primodivisionária do jogador, ainda emergiria o plantel de 1980/81 do Amora. Finalmente, na derradeira experiência como futebolista, a camisola do Comércio e Indústria assinalaria o fim da sua carreira como desportista.
Após “pendurar as chuteiras”, José Mendes manter-se-ia ligado à modalidade, mas, dando continuidade às tarefas abraçadas durante o tempo despendido na Medideira. Já a tempo inteiro no papel técnico, primeiro como adjunto do Vitória e, alguns anos mais tarde, como treinador-principal, o antigo defesa, sempre nos escalões secundários, orientaria emblemas como o União de Almeirim, o Cova da Piedade ou “O Elvas”.

Sem comentários: