1386 - ANTÓNIO BORGES

Formado no Desportivo de Chaves, António Borges surgiria na equipa sénior flaviense na mudança para a segunda metade da década de 1970. Com o emblema transmontano a militar no segundo escalão nacional, a aposta do extremo noutra colectividade, por certo, terá tido como objectivo maior a procura por um novo caminho para atingir o patamar máximo do futebol português. Contudo, a mudança para o plantel de 1976/77 do Famalicão manteria o atacante na disputa da mesma divisão. Ainda assim, a sua passagem pela agremiação minhota, num grupo com nomes sonantes, como Reinaldo, Jacques ou Vítor Oliveira, traria ao seu currículo, na campanha da sua chegada, os quartos-de-final da Taça de Portugal e, já na segunda temporada, a almejada promoção.
Mesmo com o Famalicão a assegurar a subida, a verdade é que António Borges seguiria outro caminho. Dentro do mesmo concelho, o avançado escolheria o Riopele para prosseguir a carreira. Mantendo-se como um jogador rápido e dono de uma técnica bem acima da média, as duas épocas passadas na equipa da famosa empresa de têxteis, serviriam, com nova transferência, para catapultá-lo para outros voos. Integrado no plantel do Varzim na campanha de 1980/81, o atleta, finalmente, haveria de estrear-se na 1ª divisão. Porém, aquele que poderia ter sido um passo decisivo para que conseguisse estabelecer-se entre os “grandes”, terminaria com a despromoção dos “Lobos-do-Mar” e, mesmo ao ser um dos titulares do “onze” orientado por José Carlos, o extremo não conseguiria manter-se no patamar máximo.
A descida, relatada no final do parágrafo anterior, levaria António Borges a decidir-se pelo retorno ao Desportivo de Chaves. Mais uma vez a competir no escalão secundário, o atacante assumir-se-ia como um dos mais ilustres elementos do grupo de trabalho flaviense. Com o regresso a acontecer em 1981/82, a época de 1984/85 tornar-se-ia numa das mais importantes da sua caminhada profissional. Ao capitanear o colectivo sediado em Trás-Os-Montes, o extremo seria peça fulcral na subida de divisão e, por conseguinte, participaria naquela que viria a tornar-se na estreia primodivisionária do clube nortenho.
A temporada de 1985/86, com os desempenhos do Desportivo de Chaves a surpreender positivamente, serviria para destacar António Borges como um dos grandes intérpretes a militar nas competições lusas. O estatuto alcançado pelas boas exibições não passaria despercebido ao seleccionador José Torres. Em ano de Mundial, o extremo acabaria incluído na lista de pré-convocados para a disputa do torneio organizado no México. Mesmo tendo sido excluído do grupo final, nada viria a abalar a fama alcançada pelo jogador, que acabaria transferido para o Sporting de Braga.
Na “Cidade dos Arcebispos”, apesar dos bons desempenhos, António Borges apenas passaria a temporada de 1986/87. Com a mudança talvez justificada pela veterania do avançado, um ano volvido sobre a chegada e o jogador deixaria o Sporting de Braga para ingressar no Sporting da Covilhã. Nos “Leões da Serra” o atacante viveria a derradeira campanha primodivisionária e entraria na última fase da caminhada competitiva. Seguir-se-iam Felgueiras e Mirandela e no emblema transmontano, com a transição a acontecer em 1990, o futebolista encetaria o seu trajecto enquanto treinador.
Curiosamente, o "site" da Federação Portuguesa de Futebol dá o antigo atleta, na temporada de 1992/93 como jogador da AA UTAD. Já como técnico, numa longa carreira, António Borges vogaria exclusivamente pelos escalões secundários. Ainda assim, o ex-avançado orientaria emblemas de longa tradição no futebol português, tais como o Desportivo de Chaves, o Tirsense ou o Académico de Viseu..

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