1446 - TAVARES

Seria como atleta do Oliveira do Douro que José Tavares terminaria o percurso formativo para, na campanha de 1983/84, fazer a transição para o patamar sénior. Com os primeiros 5 anos da carreira passados na disputa dos “Regionais” e da 3ª divisão, a mudança para o Infesta iria alterar pouca coisa no cenário competitivo a que estava habituado. Porém, com o final da segunda campanha na colectividade dos arredores da “Cidade Invicta”, a surpresa surgiria e após a época de 1989/90 cumprida nas pelejas da 2ª divisão, o médio-defensivo veria o FC Porto a interessar-se pela sua contratação.
Com a entrada no Estádio das Antas a acontecer na temporada de 1990/91, o “trinco” passaria a trabalhar sob as ordens de Artur Jorge. Tapado pelo internacional André e também por Kiki, Tavares não teria muitas ocasiões para demonstrar o seu valor. Ainda assim, apesar de pouco utilizado, as oportunidades conquistadas levá-lo-iam, para além das partidas disputadas na Taça dos Clubes Campeões Europeus, a jogar e a vencer a Taça de Portugal.
Apesar da discrição da sua passagem pelo FC Porto, Tavares veria na transferência para o Boavista uma nova oportunidade para vingar no patamar máximo. Sem deixar os seus créditos por mãos alheias, o centrocampista, logo na campanha de 1991/92, tornar-se-ia numa das peças fundamentais do esquema táctico idealizado por Manuel José. Nessa época de estreia pelos “Axadrezados”, o jogador, dessa feita a garantir a presença na final marcada para o Estádio do Jamor, acrescentaria ao palmarés pessoal outra vitória na Taça de Portugal. Seguir-se-ia, na campanha subsequente, a conquista da Supertaça. Depois, viria mais uma campanha no Bessa e com as “Panteras” nas competições continentais e, em paralelo, na disputa dos lugares cimeiros da tabela classificativa do Campeonato Nacional, a cobiça de outros emblemas far-se-ia sentir.
A transferência para o Benfica na época de 1994/95, onde chegaria acompanhado por Nelo, levá-lo-ia a competir na Liga dos Campões. Novamente com Artur Jorge como técnico, Tavares seria uma das vítimas daquela que viria a transformar-se numa das piores alturas da história do Benfica. Mesmo utilizado com alguma frequência, o momento conturbado em que as “Águias” estavam a entrar, faria com que a sua passagem pela colectividade lisboeta ficasse aquém do esperado. Após uma temporada com os “Encarnados”, o médio-defensivo retornaria ao Bessa e de novo ao serviço do Boavista, muito para além de voltar a ser aferido como um intérprete influente, o atleta entraria provavelmente na melhor fase do trajecto profissional.
Com o fim da campanha de regresso ao Bessa, Tavares viveria o momento de maior monta na carreira. Depois de ter conseguido estrear-se com as cores de Portugal a 20 de Abril de 1994, esse amigável frente à Noruega, ainda com Nelo Vingada como seleccionador, marcaria o arranque de uma caminhada que, com a “camisola das quinas”, passaria também pela Fase de Qualificação para o Euro 96. Já com Portugal apurado para a Fase Final do torneio organizado em Inglaterra, o médio veria o seu nome a ser arrolado, por António Oliveira, para o conjunto de atletas a viajar até às “Terras de Sua Majestade”. Incluído no grupo apelidado como “Lusitanos”, o atleta participaria em 3 partidas e, com esses jogos, encerraria o percurso ao serviço da selecção com 8 internacionalizações.
No que diz respeito ao trajecto clubístico, Tavares estaria presente no “onze” que disputaria e acabaria por vencer a edição de 1996/97 da final da Taça de Portugal. Curiosamente, a partida disputada no Estádio Nacional transformar-se-ia na última do médio pelo Boavista. Ainda na 1ª divisão, o jogador integraria o plantel de 1997/98 da União de Leiria. Por fim, a partir da época de 1999/00, dar-se-ia o seu regresso ao Infesta e o fim da carreira com o termo da campanha de 2002/03.

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