1447 - MANOEL

Nascido no seio de uma família onde o irmão, Darci Maravilha, também escolheria o futebol como a modalidade de eleição, Manoel da Silva Costa encetaria o seu trajecto, em 1968, no Atlético Lansul Futebol Clube, equipa desportiva ligada à empresa de lanifícios para onde, ainda adolescente, iria trabalhar.
Cotado como um praticante com índices físicos muito acima da média, nomeadamente a força e a velocidade, o ponta-de-lança também conseguiria destacar-se pela inteligência com que aparecia em zonas de finalização. Tais predicados levá-lo-iam a uma das mais importantes colectividades sediadas no Estado do Rio Grande do Sul e, a partir de 1971, o avançado passaria a envergar a camisola do Internacional. No emblema de Porto Alegre, os seus desempenhos fariam com que os responsáveis técnicos da Confederação Brasileira de Futebol começassem a olhar para si como um bom elemento para os jovens conjuntos da “Canarinha”. Pelo seu país, ao lado de nomes como Falcão, Roberto Dinamite, Dirceu ou Abel Braga, Manoel seria chamado por Antoninho a participar nos Jogos Olímpicos de 1972 e, com o certame disputado em Munique, o avançado acabaria por somar 14 internacionalizações na referida categoria.
Apesar das convocatórias para a selecção brasileira, Manoel nunca conseguiria, de forma categórica, afirmar-se como um dos titulares do Internacional de Porto Alegre. Por essa razão, em 1974, seria emprestado ao América. Já ao serviço da agremiação do Rio de Janeiro, o traquejo ganho despertaria a atenção de outros emblemas. Com o Sporting à procura de um atleta capaz de colmatar a saída de Yazalde, Manoel surgiria como uma boa solução e com as negociações concluídas, o possante avançado-centro viajaria até ao outro lado do Oceano Atlântico para rubricar um contrato com os “Leões”.
Com a entrada em Alvalade a acontecer na metade final da temporada de 1975/76, a estreia de avançado nas provas portuguesas dar-se-ia pela mão de Juca. No entanto, seria na segunda campanha de “verde e branco”, dessa feita já sob as instruções do inglês Jimmy Hagan, que Manoel surgiria como um elemento preponderante no “onze” leonino. Porém, apesar de ser um jogador com uma boa utilização, a verdade é que o ponta-de-lança seria aferido como um atleta algo irregular. Ao formar grandes trios ofensivos com Manuel Fernandes, Keita e, mais tarde, com Jordão, os números apresentados de “leão” ao peito de longe seriam motivo para qualquer vergonha. Com 156 jogos oficiais disputados e 58 golos concretizados ao serviço do Sporting, o atacante deixaria a sua marca na passagem pelo emblema “alfacinha” e as vitórias na Taça de Portugal de 1977/78 e no Campeonato Nacional de 1979/80 seriam razões mais do que suficientes para que ficasse na memória dos adeptos leoninos, como um bom futebolista.
De forma algo surpreendente, Manoel acabaria dispensado pelo Sporting. Aparentemente sem espaço no grupo de trabalho dos “Leões”, a carreira do ponta-de-lança prosseguiria, nas edições de 1981/82 e 1982/83 da 1ª divisão, respectivamente com as cores do Portimonense e do Sporting de Braga. Porém, as épocas passadas no Algarve e no Minho mostrariam um atleta distante dos índices exibicionais revelados em Alvalade. Talvez por essa razão, numa caminhada que continuaria a fazer-se em emblemas lusos, o avançado acabaria por apostar em colectividades a militar nos escalões secundários. Depois do Académico de Viseu, surgiria, no seu trajecto, o Amora. Por fim, numa senda que conheceria o fim com o termo da campanha de 1990/91, tempo ainda para o atleta representar o Almancilense, o Loures e o Odivelas.

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