1457 - PRAIA

Formado nas “escolas” do Leixões, Clemente Rodrigues Crista, popularizado no mundo do futebol por Praia, veria José Maria Pedroto, muito à custa do seu aspecto franzino, a recusá-lo no conjunto principal da equipa sediada em Matosinhos. A nega levaria o jovem praticante, através de um empréstimo, a estrear-se como sénior ao serviço do plantel de 1965/66 do Esmoriz. Curiosamente, seria num amigável entre as duas formações que Manuel Oliveira, maravilhado com o desempenho do jogador, exigiria o seu regresso. De volta ao Estádio do Mar, a temporada de 1966/67, talvez pela estreia na 1ª divisão, seria erguida em números modestos. Porém, a campanha seguinte daria azo à explosão do pequeno extremo e a sua técnica apurada e estonteante velocidade levá-lo-iam a ser cobiçado por um dos “grandes” em Portugal.
Com a transferência acertada, o atacante seria apresentado como reforço do Benfica de 1968/69. Recebido por Otto Glória, o jovem atacante ver-se-ia afrontado pela enorme concorrência para o sector ofensivo, onde, para além de uma colossal série de glórias, como Simões ou José Augusto, havia uma série de jovens, como Nené ou Raul Águas, a despontar e a merecer a atenção do aludido treinador brasileiro. Mesmo tendo em conta a enorme concorrência, Praia, na temporada de estreia na Luz, ainda conseguiria um bom quinhão, no que respeita às chamadas a jogo. A frequência das suas aparições fá-lo-ia a ser chamado aos trabalhos sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado nos “esperanças”, o avançado, a 28 de Maio de 1969, seria titular e marcaria o golo que garantiria o empate a uma bola frente a Inglaterra. Contudo, mesmo a auferir do estatuto de internacional, as campanhas seguintes, no contexto competitivo dos “Encarnados”, seriam ainda mais ingratas para o jogador e, mesmo com a conquista de 2 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 1Taça Ribeiro dos Reis, a escassez de partidas disputadas levá-lo-ia a outro destino.
Incluído no negócio a trazer Vítor Batista para o Benfica, Praia, por razão da exigência de José Maria Pedroto e ao lado de José Torres e Matine, deixaria as “Águias” para passar a envergar a camisola do Vitória Futebol Clube. Na cidade de Setúbal a partir da campanha de 1971/72, o extremo viveria uma época de estreia de alto gabarito, na qual contribuiria para o 2º lugar no Campeonato Nacional e para a participação dos “Sadinos” na Taça UEFA. De forma imprevista, a segunda época do avançado no Estádio do Bonfim correria em sentido completamente oposto à anterior, com o atleta a eclipsar-se. Daí em diante, apesar de muitas aparições no escalão máximo do futebol luso, a sua carreira tomaria os contornos de uma senda errante e ao retornar à “Luz”, após o empréstimo, apenas encontraria lugar nas “reservas”.
Seguir-se-ia ainda na temporada de 1973/74 a sua primeira passagem pelo FC Barreirense. Depois, com José Maria Pedroto mais uma vez responsável pela transferência, surgiria, intercalada pela experiência ao serviço do Varzim, a ligação de 2 anos ao Boavista. O Montijo e o regresso ao Estádio Dom Manuel de Mello para, na temporada de 1978/79, disputar a derradeira época na 1ª divisão, precederiam o fim da sua carreira, já ao serviço do plantel de 1982/83 do Palmelense.

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