1500 - MIRANDA

Com o percurso formativo terminado ao serviço do Varzim, António Miranda subiria à equipa principal dos poveiros na temporada de 1983/84. Orientado pelo “magriço” José Torres na época da sua estreia pelos seniores, a participação do clube na 1ª divisão e a presença no plantel de atletas mais experientes impediriam o médio-ofensivo, que podia posicionar-se à direita ou ao centro, de alcançar mais oportunidades. Porém, o virtuosismo apresentado pelo jovem atleta, logo na campanha seguinte, começaria a destapar outros voos. Progressivamente, a confirmação do jogador como um elemento merecedor de um lugar no “onze” levá-lo-ia, ao aproveitar a curta passagem da colectividade nortenha pelo escalão secundário, a assumir-se como uma das principais figuras dos “Lobos-do-mar”. Já o regresso ao convívio com os “grandes” na campanha de 1986/87, serviria apenas para confirmá-lo como um das maiores promessas a actuar nas provas lusas e as chamadas aos trabalhos da Federação Portuguesa de Futebol viria a provar todo o seu valor desportivo.
Ao alinhar no “onze” orientado por António Oliveira, a partida forasteira disputada, a 22 de Setembro de 1987, frente à Suécia, serviria de arranque a uma caminhada que, no escalão sub-21, daria ao médio-ofensivo um total de 3 internacionalizações. A acompanhar essas partidas com a camisola de Portugal, o melhor emergiria com o desenrolar da campanha de 1987/88, com o jogador, muito mais do que titular no conjunto sob a alçada de Henrique Calisto, a pautar-se como um dos melhores intérpretes do Varzim. As boas exibições conseguidas serviriam de base para o capítulo seguinte na sua carreira. Com a transferência para o Benfica, Miranda passaria a envergar um emblema com ambições condizentes com as suas habilidades. No entanto, a entrada no Estádio da Luz não traria ao atleta os resultados esperados e as poucas oportunidades alcançadas durante a temporada de 1988/89 não iriam garantir a continuidade do jogador no grupo de trabalho das “Águias”.
Ao deixar os “Encarnados”, Miranda, com a vitória no Campeonato Nacional a colorir-lhe o currículo, encetaria um périplo caracterizado pelas mudanças anuais de colectividade. Desportivo de Chaves, Estrela da Amadora, Beira-Mar, Paços de Ferreira e Sporting de Espinho fariam parte desse trecho da sua carreira. Com todas as passagens, à excepção da ligação com os “Tigres da Costa Verde”, a caracterizarem-se por experiências primodivisionárias, há, mesmo assim, a destacar a época de 1990/91, vivida na Reboleira. Com os “Tricolores”, em estreias para o clube e para o atleta, surgiria primeiro a disputa da Supertaça e, em seguida, emergiriam as competições de cariz continental. No troféu a opor a sua equipa ao FC Porto, apesar da derrota, há a registar o golo marcado pelo médio-ofensivo. Já na disputa da Taça dos Vencedores das Taças, o jogador entraria em campo nas eliminatórias frente aos suíços do Neuchâtel Xamax e aos belgas do RFC Liège, sublinhando-se como um dos participantes nesse episódio de enorme importância histórica para a agremiação da Linha de Sintra.
Seguir-se-ia o regresso ao Varzim. De volta, na campanha de 1994/95, ao emblema onde tinha concluído o percurso formativo, Miranda apanharia os “Lobos-do-mar” nas contendas da 2ª divisão “B”. Pautando-se como um pêndulo nas exibições do conjunto poveiro, o médio-ofensivo tornar-se-ia num dos pilares do regresso da equipa ao convívio com os “grandes”. Essa temporada de 1997/98 marcaria a sua despedida do colectivo mais representativo do seu percurso enquanto futebolista. Paralelamente, a referida época transformar-se-ia, numa caminhada competitiva preenchida por 10 anos primodivisionários, na última do jogador no patamar máximo do futebol luso.
Apesar de estar a avançar, a passos largos, para o final da carreira, Miranda teria ainda tempo, dividida essa campanha de 1998/99 entre o Leixões e o Santa Clara, para disputar mais uma temporada. Depois viria a carreira de treinador, a qual levaria o antigo atleta a diversas experiências no Médio Oriente, nomeadamente no Kuwait e Bahrain.

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