1501 - PERES BANDEIRA

José Augusto Peres Bandeira, num longo trajecto, transformar-se-ia num dos nomes fortemente associado ao futebol português. Com a carreira ligada a vários emblemas, seria a sua relação com três deles que maior destaque mereceria. Bem, talvez esteja a ser um pouco impreciso nesta minha pequena nota introdutória. Em abono da verdade, seria o Atlético Clube Portugal a colectividade onde haveria de merecer os primeiros louvores dignos de registo. Nesse sentido, a temporada de 1968/69 marcaria a estreia do técnico à frente da equipa principal do emblema sediado no bairro de Alcântara. Depois dessa aparição inicial no escalão máximo, assombrada pela descida de divisão, a campanha de 1971/72 dar-lhe-ia nova oportunidade no convívio entre os “grandes”. Porém, tal como na ocasião anterior, o treinador, outra vez aos comandos da referida agremiação lisboeta, não teria muito sucesso e, depois da 14ª ronda do Campeonato Nacional, acabaria substituído por Ted Smith.
Apesar dos aludidos desaires, a sua reputação não sofreria grande impacto. Pouco tempo depois da saída do Atlético, ele que, em paralelo, também mantinha um laço contratual com a Federação Portuguesa de Futebol, encetaria a sua relação com o Belenenses. A partir da 24ª ronda do Campeonato Nacional, convidado por Alejandro Scopelli, Peres Bandeira passaria a desempenhar o papel de treinador de campo dos “Azuis”. Durante várias temporadas, com destaque para o 2º lugar alcançado com o termo da época de 1972/73, o técnico, ao lado do “manager” argentino, formaria uma dupla de sucesso. Igualmente elogiado pelo trabalho realizado com os juniores, os êxitos conseguidos levá-lo-iam, em 1974/75, a assumir as rédeas da equipa sénior. Como treinador-principal do conjunto a jogar em casa no Estádio do Restelo, os grandes destaques iriam para a campanha de 1975/76, onde, para além da vitória na Taça Intertoto, asseguraria o 3º posto na 1ª divisão.
Como mencionado no parágrafo anterior, o labor de Peres Bandeira também ficaria relacionado às pelejas agendadas pela Federação Portuguesa de Futebol. Com prestações meritórias à frente das jovens equipas lusas, o treinador trabalharia em diversos escalões, nomeadamente nos actualmente conhecidos como sub-16, sub-18 e sub-20. Pelo meio de tantas participações, um par de certames mereceria honras de maior importância. Uma das duas competições seria o Torneio Internacional de Juniores da UEFA de 1971, onde os rapazes a envergar a “camisola das quinas”, casos de Jordão, Shéu, Vítor Pereira, Eurico Caires, Ibraim Silva, Franque, Gregório Freixo ou Rodolfo, alcançariam um dignificante 2º lugar. Alguns anos depois, em 1979, emergiria a primeira participação de Portugal num Campeonato do Mundo sub-20. No Japão, mais uma vez à frente de um enorme agregado de futuros craques, como Zé Beto, Alberto Bastos Lopes, Artur Fonte, Eliseu Pinto, Tomás, Adão, Justino, Diamantino, Nascimento, Parente ou João Gouveia, o treinador conduziria o grupo entregue às suas responsabilidades até aos quartos-de-final.
Falta fazer menção, sem esquecer as duas passagens primodivisionárias pelo Vitória Futebol Clube, àquela que viria a tornar-se na sua maior ligação enquanto homem do desporto. Com cerca de 3 décadas despendidas ao serviço do Benfica, onde também chegaria a desempenhar as funções de treinador-adjunto, Peres Bandeira destacar-se-ia como membro do Departamento de Prospecção, no qual seria responsável pela descoberta de estrelas como Vítor Paneira ou Luisão.
 
PS: Apesar de não ter grandes dados sobre a carreira de futebolista de Peres Bandeira,  encontrei algumas informações a dar-me conta da sua transferência, na temporada de 1948/49, do Benfica, onde nunca terá jogado na equipa principal, para o Torreense.

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