1502 - EUSÉBIO

Apesar de ter passado pelas “escolas” de vários emblemas da Madeira, seria com a camisola do Marítimo que Eusébio Malho Sousa terminaria o percurso formativo. Ao subir à equipa principal no decorrer da temporada de 1992/93, o defesa-esquerdo participaria logo numa campanha histórica para o emblema insular. Com o 5º posto no Campeonato Nacional, alcançado com o termo da campanha de estreia do lateral como sénior, os “Verde-rubro” conquistariam, pela primeira vez na existência da colectividade, o direito de participar nas competições de índole continental. Na edição de 1993/94 da Taça UEFA, aos “Leões do Almirante Reis” calharia em sorte o Royal Antwerp. O jovem jogador, chamado ao embate pelo técnico Paulo Autuori, entraria em campo no decorrer da partida referente à 1ª mão da 1ª eliminatória. Porém, para infelicidade do conjunto luso, seriam os belgas a passar a referida ronda.
Depois deste arranque inolvidável, demorariam ainda alguns anos até Eusébio conseguir afirmar-se, de forma indiscutível, como merecedor de um lugar no “onze” da agremiação funchalense. Com o sentido de ganhar alguma experiência, o primeiro empréstimo ocorreria com a campanha de 1994/95 em andamento e levá-lo-ia até ao Sporting de Espinho. A passagem pela divisão de Honra e pelos “Tigres da Costa Verde” não seria de todo negativa. No entanto, o traquejo ganho não seria suficiente para alcançar a meta da titularidade. Para tal, seria necessária outra cedência e após cumprir uma época com as cores do Camacha, o jogador regressaria ao Estádio dos Barreiros.
Já com outra preparação e de volta ao Marítimo para integrar o plantel de 1997/98, o atleta encontraria Augusto Inácio no comando técnico da equipa insular. Sob a alçada do referido treinador, o lateral canhoto assumir-se-ia como um dos grandes esteios da agremiação funchalense. Nessa época e nas duas seguintes, Eusébio ganharia e manteria a titularidade. O pior emergiria com a temporada de 2000/01, na qual uma grave lesão num dos joelhos empurraria o jogador para o calvário de uma longa recuperação. Para agravar o problema, o defesa acabaria também por falhar a final da Taça de Portugal. A verdade é que daí em diante o jogador começaria, gradualmente, a perder algum do habitual fulgor e mesmo com registos aferidos como suficientes para justificar a sua continuidade no grupo de trabalho, o lateral começaria a perder alguma importância nos desenhos tácticos do conjunto madeirense.
Curiosamente, seria numa época de bons números que Eusébio veria a sua ligação ao Marítimo terminar. Dispensado com o fim da temporada de 2004/05, o defesa despedir-se-ia do clube mais representativo da sua carreira, como um dos nomes históricos dos “Leões do Almirante Reis” – “Apaixonei-me pela bola com a camisola verde-rubra vestida. Foram 388 jogos e não foram mais porque os problemas físicos não me deixaram”*. Já a solução para o seu caminho profissional surgiria vinda do continente. No Estrela da Amadora de 2005/06, o atleta continuaria a esgrimir-se no contexto primodivisionário. No entanto, a campanha feita a trabalhar sob o comando de Toni Conceição, ficaria bem abaixo das espectativas e um ano após a chegada à Reboleira, o lateral-esquerdo decidiria ser a altura certa para “pendurar as chuteiras”.

*retirado do artigo de João Manuel Fernandes, publicado a 14/09/2018, em www.record.pt

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