1504 - CELSO PITA


Ao terminar o percurso formativo ao serviço do Boavista, seria também no Bessa que Celso Pita, na temporada de 1972/73, faria a estreia no Campeonato Nacional da 1ª divisão. Porém, mesmo tido como uma das boa promessas saída das “escolas” do emblema sediado na “Cidade Invicta”, o jovem jogador, nas escolhas do treinador brasileiro Aimoré Moreira, ver-se-ia ultrapassado por outros colegas, casos de Moura e de Salvador. No ano seguinte, a mesma sorte acabaria por não trazer ao seu percurso grandes oportunidades e, sem conseguir conquistar um lugar no sector mais ofensivo das “Panteras”, o ponta-de-lança ver-se-ia empurrado para a cedência a outras colectividades.
O primeiro dos empréstimos na carreira do avançado levá-lo-ia até ao plantel de 1974/75 do Varzim. Ao trabalhar com Joaquim Meirim, treinador que havia passado pelo comando da equipa principal do Boavista nos tempos de júnior de Celso Pita, o jogador utilizaria o segundo patamar do futebol português para ganhar maior traquejo. Nessa senda, a época seguinte, ainda a título de cedência e mantendo-se o atleta na 2ª divisão, seria disputada com as cores do Salgueiros. A campanha passada em Paranhos, onde voltaria a ser orientado pelo técnico aludido no começo deste parágrafo, serviria, de vez, para justificar o retorno do atacante aos “Axadrezados” e, por conseguinte, cimentar a sua afirmação como um intérprete de qualidade superior.
De volta ao Boavista e aos palcos primodivisionários, a época de 1976/77 seria de enorme valorização para Celso Pita. Ajudado pelos resultados colectivos das “Panteras”, o ponta-de-lança, como o melhor marcador do grupo de trabalho sob a alçada de Mário Wilson, destacar-se-ia do restante plantel. Tanto nas provas de índole continental, onde entraria em campo em todas as partidas disputadas pelo seu clube na Taça dos Vencedores das Taças, ou nas competições internas, nas quais os golos por si concretizados ajudariam o emblema portuense a finalizar a temporada na 4ª posição da tabela classificativa do Campeonato Nacional, o atleta seria alvo dos mais rasgados elogios.
Tão boas aferições, onde o potente remate e a boa condução da bola eram as suas melhores valências, fariam com que emblemas de outra monta começassem a olhar para si como um potencial reforço. Quem decidiria apostar na sua contratação acabaria por ser o Benfica. A mudança para a Luz na campanha de 1977/78, levaria o avançado a enfrentar uma forte concorrência, nomeadamente de Nené e também de Vítor Baptista. Ainda assim, Celso Pita, que muito mais do que a exclusividade numa posição central, também revelaria habilidade para jogar a extremo, seria muitas vezes chamado a entrar em campo pelo inglês John Mortimore. Mormente como suplente utilizado, os números alcançados pelo atleta agoirariam um futuro próspero. No entanto, o infortúnio de um grave acidente, a 20 de Julho de 1978, mudar-lhe-ia radicalmente o rumo da vida. Ao conduzir o seu veículo em direcção a Lisboa, um furo num dos pneus obrigá-lo-ia a parar na berma da auto-estrada. Depois de sair do carro com o intuito de reparar o dano, outro automobilista, ao volante de uma camioneta, colheria o jogador, deixando-o à beira da morte. Celso Pita sobreviveria. Contudo, as enfermidades deixadas pelo terrível desastre, nomeadamente as mazelas do foro neurológico, obrigá-lo-iam a abandonar a carreira de futebolista.

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