1577 - BULE

Concluído o percurso formativo com as cores do Sport Lisboa e Olivais, seria no emblema lisboeta que Manuel António Caetano Bule, na temporada de 1977/78, daria os primeiros passos no escalão sénior. Com o conjunto “alfacinha” a disputar o 3º escalão, o ponta-de-lança cedo começaria a destacar-se como um intérprete dono de uma boa presença nas grande-áreas adversárias. Os golos depressa também haveriam de tornar-se num dos seus predicados. Ainda assim, o interesse de colectividades a pelejarem-se em patamares maiores demoraria a assomar-se e o surgimento do jogador na 2ª divisão dar-se-ia, após a experiência no plantel de 1979/80 do Odivelas, com as cores do União de Santarém.
Com a entrada na agremiação ribatejana a acontecer na campanha de 1980/81, Bule daria continuidade a uma caminhada que viria a caracterizar-se pela errância. Ao não permanecer mais do que uma época na maioria das suas experiências clubísticas, ainda assim o avançado-centro, resultado de uma veia goleadora bem cevada, viria a ser cobiçado por colectividades de ambições superiores. Desportivo de Chaves, Belenenses, Nacional da Madeira e Estoril Praia transformar-se-iam numa montra para o avançado e a oportunidade de partilhar o balneário com nomes que viriam a tornar-se de enorme monta no cenário futebolístico português. Nesse sentido, depois de em Trás-os-Montes ter jogado com António Borges, a passagem pelo Restelo dar-lhe-ia a oportunidade de conhecer um jovem José Mourinho. Já no Funchal teria em Oceano um dos colegas, para, na Linha de Cascais, trabalhar ao lado de Fernando Santos. Porém, apesar dos momentos inolvidáveis vividos nas colectividades já referidas, seria uma nova mudança e a chegada ao Alto Alentejo a dar ao jogador o momento mais faustoso de toda a sua senda desportiva.
Apresentado como reforço d’ “O Elvas” para a temporada de 1985/86, Bule passaria a trabalhar sob a alçada de Carlos Cardoso. Ainda que a manter-se nas contendas do degrau secundário, o ponta-de-lança, com o avançar das rondas no Campeonato Nacional começaria a aproximar-se de um objectivo nunca antes alcançado. Com o emblema raiano a lutar pelos lugares cimeiros da tabela classificativa, a subida de escalão dar-lhe-ia a honra de disputar, nas provas agendadas para 1986/87, a 1ª divisão. No entanto, no convívio com os “grandes”, o atleta, ao manter-se ao serviço dos “Azuis e Ouro”, veria as habilidades de Roberto e Juan Carrasco a serem preferidas às qualidades por si oferecidas ao sector mais ofensivo da agremiação alentejana. Nesse contexto, mesmo tendo sido um suplente com uma utilização razoável, o jogador preferiria deixar o clube e, em 1987/88, voltaria a Trás-os-Montes, dessa feita para representar o Vila Real.
Sacavenense, Beneditense, Futebol Benfica e União Arcozelo completariam uma caminhada que terminaria em 1996/97, já nos “regionais” da Associação de Futebol da Guarda e com o jogador a somar no currículo aproximadamente duas décadas de carreira sénior e 13 camisolas diferentes.

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