Com o percurso formativo dividido entre o Ponte Preta e o Guarani, seria no último emblema referido que Ronaldo Guiaro faria a transição para o patamar sénior. Com a estreia na equipa principal do “Bugre” a acontecer no decorrer da temporada de 1994, o defesa-central pouco tempo demoraria a revelar boas aptidões futebolísticas. Concluída a época de arranque como profissional, durante a qual viria a ser treinado por Carlos Alberto Silva e onde partilharia o balneário com o também ex-benfiquista Clóvis, surgiria a mudança, primeiro por empréstimo, para o plantel de 1995 do Atlético Mineiro. Muito apreciado pela massa adepta da agremiação de Belo Horizonte, cevada essa paixão pela presença do colectivo na final da Copa Conmebol e pela conquista do “Estadual” Mineiro, a “compra” em definitivo do jogador concretizar-se-ia após o lançamento da bem-sucedida campanha “Fica Ronaldo”, a qual envolveria a venda de camisolas a fim de angariar o montante necessário para a realização da transferência.
A crescer de forma exponencial, Ronaldo, titular no “Galo”, passaria também a fazer parte dos planos da Confederação Brasileira de Futebol. No entanto, a sua caminhada internacional quase ficaria comprometida por um momento infeliz, a envolver uma aliança presa no gancho da baliza – “A gente estava fazendo um treinamento de recreação na Vila Olímpica antes de uma partida. Percebi que a rede estava caindo, daí eu saltei e fiquei pendurado. O Hugo, goleiro na época, me segurou. Na hora que eu saí, vi que o dedo tinha rasgado a pele toda”*. Ainda assim, apesar de retirado da convocatória frente à Croácia, a rápida recuperação daria ao jogador a oportunidade de, a 29 de Junho de 1995, ser chamado ao “particular” agendado com a Polónia. Melhor ainda surgiria com revelação da lista de atletas a participar nos Jogos Olímpicos de 1996 e ao lado de grandes nomes da “Canarinha”, casos de Aldair, Ronaldo “Fenômeno”, Dida, Roberto Carlos, Bebeto ou Rivaldo, o defesa-central, no certame de Atlanta, ajudaria à conquista da medalha de bronze.
A sua participação nas olimpíadas organizadas nos Estados Unidos da América dar-lhe-ia a visibilidade para ser cobiçado pelo Benfica orientado por Manuel José. Apresentado como reforço para a campanha de 1996/97, a época de estreia do defesa-central em Portugal seria discreta. Com poucas partidas disputadas, incluída nesse rol a final da Taça de Portugal perdida frente ao Boavista, a época subsequente, já sob a batuta de Graeme Souness, afirmá-lo-ia como um dos titulares dos “Encarnados”. Contudo, o momento conturbado vivido pelo clube à altura liderado pelo Presidente João Vale e Azevedo, não permitiria que Ronaldo conseguisse sublinhar, categoricamente, as suas habilidades. Como dono de um lugar no “onze”, o jogador, apesar das constantes mudanças de técnico, manteria a preponderância no grupo de trabalho. Todavia, as expectativas criadas com a passagem pelas “Águias” ficariam aquém das projectadas pelo atleta – “Não guardo mágoas. Procurei sempre ser o mesmo Ronaldo. Nunca criei problemas com ninguém. Sou uma pessoa muito honesta e muitas vezes até prefiro ficar calado para não arranjar confusão (…). Nunca cheguei a ser um grande jogador no Benfica (…).Naquela altura era quase impossível”**.
Com a saída do Benfica, Ronaldo transitaria para o futebol turco. Ao serviço do Besiktas a partir da temporada de 2001/02, o jogador, numa época em que a colectividade de Istambul também atingiria aos quartos-de-final da “Champions”, transformar-se-ia numa das figuras da conquista do Campeonato de 2002/03. Quatro anos volvidos após a chegada à antiga Constantinopla emergiria um curto regresso ao Brasil, onde, com as cores do Santos, Ronaldo faria parte do elenco vencedor do “Paulistão” de 2006. Seguir-se-ia a Grécia, outros dois pares de campanhas cumpridas pelo Aris de Salónica e, concluídas as provas agendadas para 2010/11, o fim da sua carreira enquanto futebolista.
Alguns anos após “pendurar as chuteiras”, Ronaldo voltaria a ligar-se ao futebol. Como treinador, mormente a cumprir as funções de adjunto, o antigo defesa-central já conta com passagens por XV de Piracicaba, Velo Clube, Uberlândia, Marília e Nacional de Manaus.
*retirado do artigo de Filipe Ferreira e Felipe Santos, publicado a 27/07/2023, em https://ge.globo.com
**retirado artigo de João Tiago Figueiredo, publicado a 17/12/2014, em https://maisfutebol.iol.pt
A crescer de forma exponencial, Ronaldo, titular no “Galo”, passaria também a fazer parte dos planos da Confederação Brasileira de Futebol. No entanto, a sua caminhada internacional quase ficaria comprometida por um momento infeliz, a envolver uma aliança presa no gancho da baliza – “A gente estava fazendo um treinamento de recreação na Vila Olímpica antes de uma partida. Percebi que a rede estava caindo, daí eu saltei e fiquei pendurado. O Hugo, goleiro na época, me segurou. Na hora que eu saí, vi que o dedo tinha rasgado a pele toda”*. Ainda assim, apesar de retirado da convocatória frente à Croácia, a rápida recuperação daria ao jogador a oportunidade de, a 29 de Junho de 1995, ser chamado ao “particular” agendado com a Polónia. Melhor ainda surgiria com revelação da lista de atletas a participar nos Jogos Olímpicos de 1996 e ao lado de grandes nomes da “Canarinha”, casos de Aldair, Ronaldo “Fenômeno”, Dida, Roberto Carlos, Bebeto ou Rivaldo, o defesa-central, no certame de Atlanta, ajudaria à conquista da medalha de bronze.
A sua participação nas olimpíadas organizadas nos Estados Unidos da América dar-lhe-ia a visibilidade para ser cobiçado pelo Benfica orientado por Manuel José. Apresentado como reforço para a campanha de 1996/97, a época de estreia do defesa-central em Portugal seria discreta. Com poucas partidas disputadas, incluída nesse rol a final da Taça de Portugal perdida frente ao Boavista, a época subsequente, já sob a batuta de Graeme Souness, afirmá-lo-ia como um dos titulares dos “Encarnados”. Contudo, o momento conturbado vivido pelo clube à altura liderado pelo Presidente João Vale e Azevedo, não permitiria que Ronaldo conseguisse sublinhar, categoricamente, as suas habilidades. Como dono de um lugar no “onze”, o jogador, apesar das constantes mudanças de técnico, manteria a preponderância no grupo de trabalho. Todavia, as expectativas criadas com a passagem pelas “Águias” ficariam aquém das projectadas pelo atleta – “Não guardo mágoas. Procurei sempre ser o mesmo Ronaldo. Nunca criei problemas com ninguém. Sou uma pessoa muito honesta e muitas vezes até prefiro ficar calado para não arranjar confusão (…). Nunca cheguei a ser um grande jogador no Benfica (…).Naquela altura era quase impossível”**.
Com a saída do Benfica, Ronaldo transitaria para o futebol turco. Ao serviço do Besiktas a partir da temporada de 2001/02, o jogador, numa época em que a colectividade de Istambul também atingiria aos quartos-de-final da “Champions”, transformar-se-ia numa das figuras da conquista do Campeonato de 2002/03. Quatro anos volvidos após a chegada à antiga Constantinopla emergiria um curto regresso ao Brasil, onde, com as cores do Santos, Ronaldo faria parte do elenco vencedor do “Paulistão” de 2006. Seguir-se-ia a Grécia, outros dois pares de campanhas cumpridas pelo Aris de Salónica e, concluídas as provas agendadas para 2010/11, o fim da sua carreira enquanto futebolista.
Alguns anos após “pendurar as chuteiras”, Ronaldo voltaria a ligar-se ao futebol. Como treinador, mormente a cumprir as funções de adjunto, o antigo defesa-central já conta com passagens por XV de Piracicaba, Velo Clube, Uberlândia, Marília e Nacional de Manaus.
*retirado do artigo de Filipe Ferreira e Felipe Santos, publicado a 27/07/2023, em https://ge.globo.com
**retirado artigo de João Tiago Figueiredo, publicado a 17/12/2014, em https://maisfutebol.iol.pt
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