1616 - EDSON

Nascido em Angola, Edson de Jesus Nobre, por razão da mudança da família, chegaria a Portugal com 6 anos de idade. Tempos mais tarde, apaixonado pelo futebol, começaria por representar as camadas de formação do Anadia. No entanto, a passagem para o patamar sénior, numa altura em que ainda era obrigado a conciliar o desporto com o trabalho, levá-lo-ia, na temporada de 1999/00, a envergar as cores do Mealhada – “Desde os dezoito anos que sempre trabalhei. Comecei na construção civil, como trolha, estive depois no atendimento numa loja de tintas, mas as coisas correm mal, tive de sair, e foi o presidente do Oliveira do Bairro que me arranjou emprego na fábrica dele de louças e sanitários. Trabalhava na secção de banheiras”*.
O Mealhada, o regresso ao Anadia e a entrada no já mencionado Oliveira do Hospital, com 2 épocas cumpridas em cada uma das colectividades, transformar-se-iam nos primeiros 6 anos da carreira sénior do extremo. Até aí a militar nos escalões secundários, Edson, aferido pela estonteante velocidade e por uma técnica bem acima da média, haveria de despertar os sentidos a outros emblemas. Contratado pelo Paços de Ferreira e orientado por José Mota, a campanha de 2005/06 acabaria por oferecer ao atacante a estreia no escalão máximo luso. Pouco amedrontado pelo salto dado, o atacante rapidamente conseguiria alcançar a titularidade e como uma referência no sector ofensivo da agremiação sediada na “Cidade dos Móveis”, o jogador começaria a apontar a outros horizontes.
Ao revelar-se como um dos nomes habituais no “onze” do Paços de Ferreira, Edson veria o seleccionador angolano a interessar-se pelas suas habilidades. Convocado por Luís Gonçalves para a disputa, a 16 de Novembro de 2005, de um “amigável” frente ao Japão, o extremo acabaria igualmente incluído no grupo chamado a disputar a CAN de 2006. Ainda nesse ano, muito para além do torneio disputado na África do Sul, o grande destaque na caminhada do avançado surgiria com o Campeonato do Mundo. No certame organizado na Alemanha, numa equipa com inúmeras figuras bem conhecidas do futebol luso, casos de Mantorras, João Ricardo, Akwá, Kali, Rui Marques, Marco Airosa, Figueiredo, André Macanga, Marco Abreu, Mendonça, Mateus ou Zé Kalanga, o extremo entraria em campo por uma vez e logo na partida, a contar para a Fase de Grupos, frente a Portugal.
Seria ainda como atleta do Paços de Ferreira que Edson, com a chamada à edição de 2008 da CAN, disputaria o 3º grande torneio pelos “Palancas Negros”. No que concerne ao panorama clubístico, o extremo, durante os 4 anos a vestir as cores dos “Castores”, manter-se-ia como um dos melhores intérpretes a jogar em casa no Estádio da Mata. Seguir-se-iam, a experiência no plantel de 2009/10 do Ethnikos Achnas e o regresso, cumpridos poucos meses no Chipre, ao país natal, para representar o Recreativo do Libolo treinado por Mariano Barreto. De volta a Portugal e já a aproximar-se do final de carreira, o extremo, nas disputas dos escalões secundários, ainda vestiria as camisolas do Arouca e do Aliados do Lordelo.

*retirado do artigo de Sérgio Pereira, publicado a 3/10/2005, em https://maisfutebol.iol.pt

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