1698 - CALISTO

Cumprida a formação no Marítimo, Luís Calisto Nunes da Silva teria igualmente nos “Verde-rubros” a oportunidade de, na temporada de 1969/70, fazer a estreia no âmbito das competições seniores. No entanto, com o emblema sediado na cidade do Funchal impedido de participar nos diferentes patamares do Campeonato Nacional, as prestações do jovem médio acabariam, durante boa parte da carreira e tirando determinadas prerrogativas, restringidas às provas agendadas para o calendário futebolístico madeirense. Algumas dessas excepções emergiriam com as presenças dos “Leões do Almirante Reis” nas eliminatórias da Taça de Portugal. Na apelidada “Prova Rainha”, o jogador ajudaria o conjunto por si representado a ultrapassar diferentes adversários, chegando a agremiação insular, por um par de vezes, a atingir os oitavos-de-final da referida competição.
Já com o currículo embelezado por vários triunfos nas provas madeirenses, a época de 1973/74, durante a qual viria a ser orientado por Alberto Sachse, marcaria um ponto de viragem na carreira do centrocampista. Com o Marítimo, como o representante do arquipélago, autorizado a participar naquela que é a prova de maior relevo no cenário competitivo luso, Calisto começaria a também a marcar presença nas contendas da 2ª divisão. Ao lado de nomes míticos do emblema funchalense, casos de Ângelo Gomes, Tininho, Noémio, Eduardinho, Rui Gomes, Eduardo Luís, Olavo, Humberto ou Nélson, os anos seguintes à mencionada estreia serviriam para que o atleta conseguisse cimentar-se como um dos principais rostos da luta pelos lugares cimeiros da Zona Sul. Essa ambição, já com Pedro Gomes no comando da equipa, conheceria os seus frutos no final de 1976/77 e o patamar máximo, depois da conquista na 2ª divisão, tornar-se-ia no novo palco para o médio.
Consumada a subida de escalão, a temporada de 1977/78 daria a Calisto a ocasião de apresentar as suas qualidades entre os “grandes” do futebol português. Contudo, numa época em que, depois da saída do treinador responsável pela promoção, ainda seria orientado por Fernando Vaz, o jogador não conseguiria alcançar o protagonismo de anos anteriores. Tal facto, talvez tenha contribuído para a mudança de rumo na sua caminhada competitiva. Nesse sentido, o jogador, para a campanha de 1978/79, apresentar-se-ia como um dos reforços do União da Madeira. No novo clube, o médio passaria a disputar o 3º escalão. Porém, a grande alteração no seu trajecto desportivo surgiria com a entrada nos derradeiros capítulos da carreira e depois de 2 anos a envergar as cores do “União da Bola”, seria ao serviço do Portosantense que, no termo de 1980/81, viria a “pendurar as chuteiras”.
Paralelamente à paixão pelo futebol surgiria o seu gosto pelo jornalismo. No espaço da informação, tal como tinha conseguido no futebol, Calisto destacar-se-ia, ao longo dos anos, como uma das figuras mais respeitadas dos meios de comunicação madeirenses. Nesse campo de acção trabalharia em diferentes casas, nomeadamente na RTP Madeira, Diário de Notícias da Madeira, RDP Madeira e Tribuna da Madeira, onde, em todos os órgãos listados, chegaria ao cargo de director. Ao mesmo tempo, dedicaria o seu tempo aos livros, tendo sido o autor de diversos títulos sobre a Madeira e até sobre o Marítimo. Ainda no futebol, como um dos membros fundadores do emblema sediado na sua terra natal, seria de fulcral importância para a criação do Clube Sport Juventude de Gaula.

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