312 - LUCIANO


Nascido no seio de uma família pobre de Olhão, um dos principais objectivos de Luciano ao querer singrar no mundo do futebol, foi o de ajudar os parentes mais próximos a conseguir uma vida mais desafogada. Nesse intuito ingressou no clube da sua terra e aí completou a formação.
Como um atleta promissor e com algumas chamadas às selecções jovens portuguesas, o defesa-central rapidamente caiu nas graças de outros emblemas. Nesse sentido, o Benfica transformou-se no passo seguinte da sua carreira. No entanto, apesar de todo o talento revelado e a justificar plenamente a aposta feita em si, a sua vida na "Luz" não foi fácil. Nomes como o de Germano fizeram-lhe frente no trajecto para a titularidade. Mesmo assim, aos poucos conquistou o seu espaço e, com os sinais que dava em cada oportunidade conquistada, muitos projectaram-no como o natural substituto do colega que impedia a sua promoção ao “onze” das “Águias”.
Infelizmente, o destino pregou-lhe uma tremenda partida! Na ressaca do Mundial de 1966, quando o futebol português andava nas bocas de todos os amantes da modalidade, uma notícia abalou o estado de graça trazido de Inglaterra. Durante uma sessão de hidromassagem vários atletas do Benfica partilhavam a banheira montada para o efeito. Sem que nada fizesse prever, o mau funcionamento do sistema eléctrico do equipamento provocou uma enorme descarga, fulminando de imediato Luciano. A tragédia só não foi maior, pois a pronta interversão de Jaime Graça, que antes do futebol tinha aprendido o ofício de electricista, desligou prontamente a fonte de energia. Escaparam do acidente Cavém, Eusébio e Malta da Silva, mas o mundo do desporto, em ambiente de grande transtorno, perdeu um dos mais promissores intérpretes, contava apenas 26 anos de idade.

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