415 - HAJRY

Alguns anos após subir à equipa principal do Raja Casablanca, o médio-defensivo seria eleito o melhor atleta da edição de 1987 do Torneio de Toulon. Sempre à procura de novos craques, o Benfica tomaria a decisão de apostar no jovem jogador marroquino e no início da temporada de 1987/88, Hajry daria entrada no Estádio da Luz. Contudo, num plantel cheio de craques, onde o destaque para os homens da sua posição ia para nomes como os de Elzo, Shéu ou Nunes, as oportunidades para o recém-chegado reforço não seriam muitas. Ainda assim, apesar das poucas presenças em campo durante as provas de índole interno, o jogador, com a brilhante campanha das “Águias” nas competições além-fronteiras, viria a tornar-se no primeiro futebolista do seu país, e até à data no único, a participar numa final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. A partida, de má memória para os benfiquistas, haveria de ditar a derrota do Benfica frente ao PSV. No entanto, nesse encontro de Estugarda, já no desempate por penalties, Hajry seria chamado à cobrança do “castigo máximo” e frente a van Breukelen, seria um dos homens a concretizar o remate em golo.
Depois dessa experiência única, o Benfica, com mais estrangeiros do que era permitido pelo regulamentos, decidiria emprestar Hajry. Após representar o Farense e o União da Madeira nas duas épocas a seguir à chegada a Portugal, o jogador, na temporada de 1990/91, voltaria à colectividade sediada na capital do Algarve. De novo a envergar a camisola dos “Leões de Faro”, o centrocampista encetaria aí a mais importante etapa da carreira. Nos 10 anos seguintes, sempre com o mesmo emblema, o atleta viveria alguns dos melhores momentos da sua caminhada competitiva. Um desses capítulos emergiria com a qualificação para as competições continentais e, já na campanha seguinte, com a participação na edição de 1995/96 da Taça UEFA.
Após algumas experiências como treinador, Hajry decidir-se-ia pelo regresso aos "campos da bola". Depois da temporada de 2003/04, durante a qual também vestiria a camisola do Imortal de Albufeira, o médio, à imagem de outras antigas estrelas do nosso futebol, casos de Cadete, Fernando Mendes, Pitico ou Mané, passaria a envergar as divisas do São Marcos, colectividade amadora da Associação de Futebol de Beja - "A ideia é continuar a ser treinador. Em vez de fazer os jogos de veteranos, venho fazer estes jogos, com a mesma alegria que sempre pus no futebol"*.

*retirado do artigo publicado a 27/11/2004, em www.cmjornal.pt

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