984 - ZAHOVIC

Representava o Kovinar Maribor quando Milko Djurovski, a cumprir o serviço militar na região, o descobre. Zlatko Zahovic, depois da observação feita pelo atleta do Partizan, é convidado a juntar-se ao emblema de Belgrado. Chega à capital da antiga Jugoslávia na temporada de 1989/90, para entrar num balneário que, entre outros internacionais, contava com Predrag Mijatovic. A presença de vários craques faz com a afirmação do jovem jogador tome um caminho mais tortuoso. Na época seguinte acaba cedido aos também primodivisionários do Proleter Zrenjanin. Passa a jogar com maior regularidade e, dando sinais positivos, começa a dar razão a quem nele tinha apostado.
No regresso ao Partizan, Zahovic começa a gozar de outra preponderância. Esse destaque, em Novembro de 1992, leva-o à estreia na selecção principal da Eslovénia. Contudo, o desenrolar da guerra dos Balcãs, e o êxodo daí resultante, faz com que o médio comece a ver com bons olhos a mudança para outro país. Em 1993, e já com 1 Campeonato e 1 Taça no currículo, aceita o convite do Vitória de Guimarães e dá início a uma longa ligação com Portugal.
No Minho, em toda a sua plenitude, mostra as qualidades que tinham feito dele uma grande promessa. Uma técnica singular, com um drible e uma capacidade de passe sublimes, aliada a uma soberba visão de jogo, fazem de Zahovic um dos melhores “10” a actuar no nosso Campeonato. O desempenho colectivo do Vitória de Guimarães, onde pontuavam jogadores como Dimas, Paulo Bento, Pedro Barbosa, José Carlos, Ziad, Pedro Martins, Vítor Paneira ou Capucho, seria também um factor decisivo para o acréscimo de valor na sua carreira. A sua evolução, auxiliada por um percurso internacional em crescendo, leva-lo a entrar no “radar” de emblemas de outra monta. Quem ganha a corrida acaba por ser o FC Porto e, com a mudança para o Estádio das Antas, o seu percurso profissional ganha um novo ímpeto.
Com o “Penta” a entrar no 3º capítulo, Zahovic estreia-se com a camisola “azul e branca”. António Oliveira, como timoneiro do conjunto portuense, lança o esloveno no “onze” inicial. A sua qualidade impõe-se de imediato e o médio passa a ser um dos grandes estrategas da equipa. As exibições por si conseguidas, muito mais do que um tónico para o grupo, transformam-se num dos pilares para as futuras conquistas. Com os agentes do futebol de olhos no FC Porto, os melhores intérpretes desse ciclo de 5 vitórias consecutivas começam a ser cobiçados. Para o médio surgem nas Antas diversas propostas e no Verão de 1999 dá-se a sua partida.
Apesar da vontade do atleta não estar em sintonia com a do clube, o negócio da sua transferência leva-o ao Olympiakos. Tanto na Grécia, como já ao serviço do Valência, o desempenho do médio, em termos de protagonismo, acaba por ser ultrapassado pelas diversas polémicas vividas com os treinadores. Primeiro em Pireus, e depois em Espanha, Zahovic passa mais tempo a discutir a sua utilização do que a jogar. Salva-se o Euro 2000. O médio é chamado àquele que, à altura, passa a ser o primeiro grande torneio disputado pelo seu país. No certame organizado entre a Bélgica e a Holanda, o atleta destaca-se. Boas exibições e 3 golos em 3 partidas, seriam suficientes para manter o seu valor bem alto.
Após a passagem pela “La Liga”, num negócio que envolve a ida de Marchena para Valência, Zahovic regressa a Portugal. Para jogar com as cores do Benfica, o médio chega a Lisboa numa altura em que as “Águias” já estavam na fase de transição entre os “anos negros” de Vale e Azevedo e o recobro planeado por Luís Filipe Vieira. A mudança directiva permite ao clube voltar a sonhar com títulos. O desempenho do médio esloveno, ainda que longe dos anos no FC Porto, toma um papel importante na recuperação e nos troféus conquistados. Porém, e antes das vitórias, mais uma polémica com um treinador. Com Katanec no lugar de seleccionador, a ida da Eslovénia ao Mundial de 2002 resulta em mais uma contenda. Ao discordar da táctica utilizada, o atleta, pouco utilizado, vem a público criticar as opções do treinador.
Já as vitórias no Benfica coincidem com os 2 últimos anos de Zahovic como atleta profissional. A Taça de Portugal de 2003/04 e a conquista da Liga de 2004/05 fecham “com chave d’ouro” a sua caminhada desportiva. Não muito tempo depois vêm o início das funções como dirigente. De volta ao país natal, o antigo internacional enceta um novo capítulo na vida. No NK Maribor, onde entra em 2007, dá os primeiros passos como Director Desportivo. No entanto, não pensem que tais tarefas o afastam dos campos. Com saudades dos relvados, aceita o convite do Limbus Pekre e passa a actuar nos “regionais” da Eslovénia.

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