1430 - FONSECA


Com a curiosidade de ter, durante os anos de formação, mudado de emblema a cada temporada, Fonseca viria a representar as “escolas” do SL Olivais, Sporting, Oriental, Torralta e Benfica. Porém, ao contrário do que tanta alternância poderia deixar adivinhar, as avaliações feitas a António Fonseca dariam o lateral-esquerdo como uma das grandes promessas do futebol luso. A provar essa apreciação, surgiriam as chamadas às jovens equipas da Federação Portuguesa de Futebol. Com a primeira aparição com a “camisola das quinas” a acontecer a 9 de Abril de 1982, a partida dos sub-16 frente à Checoslováquia, com a orientação de José Augusto, levá-lo-ia a uma caminhada por vários escalões. Já no conjunto principal de Portugal, o jogador estrear-se-ia pela mão de Juca e esse particular frente a Angola, agendado a 29 de Março de 1989, lançaria o atleta numa senda que terminaria com 4 internacionalizações A.
Apesar de ser aferido como um jogador de enorme potencial, a verdade é que a sua estreia no patamar sénior dar-se-ia longe do Estádio da Luz e na disputa da 2ª divisão de 1983/84. Depois do plantel do Cova da Piedade, a época sequente traria ao seu trajecto o Ginásio de Alcobaça, para na campanha de 1985/86, sem escapar ao escalão secundário, passar a representar o Tirsense. Com 2 campanhas cumpridas ao serviço dos ”Jesuítas”, a Fonseca ser-lhe-ia dada a oportunidade de competir no degrau maior do futebol luso. Com algum espanto, o convite surgiria por parte dos responsáveis do Benfica e a transferência do lateral-esquerdo dar-se-ia para a temporada de 1987/88.
O regresso à Luz, num plantel inicialmente às ordens do dinamarquês Ebbe Skovdahl, apresentar-lhe-ia como concorrentes Álvaro Magalhães e António Veloso. Tão forte competição faria com que o jovem atleta pouco jogasse. Ainda assim, a destacar-se, surgiria a sua participação na Taça dos Clubes Campeões Europeus que, na temporada a marcar o regresso de Fonseca a Lisboa, levaria o Benfica até à final da prova. Já a época seguinte, com Toni no comando técnico, mostraria o defesa como um dos titulares das “Águias” e um dos pilares da conquista do Campeonato Nacional. Surpreendentemente, a campanha de 1989/90 devolveria o jogador ao rol de escolhas secundárias. Mesmo sem ser grande opção para Sven-Göran Eriksson, ao lateral seria dada a oportunidade de participar, mais uma vez, na principal prova de clubes organizada pela UEFA e, com a sua presença na eliminatória frente ao Derry City, auxiliaria à chegada dos “Encarnados” ao derradeiro desafio da competição.
Ao perder espaço no Benfica, a aposta do jogador recairia no Vitória Sport Clube. Em Guimarães, o defesa, apesar de números satisfatórios, nunca conseguiria agarrar a titularidade de forma inequívoca. Ao fim de duas épocas, o esquerdino deixaria o Minho para ingressar no plantel de 1992/93 do Estrela da Amadora. Nos “Tricolores”, apesar da campanha inicial no 2º escalão, as restantes passá-las-ia no convívio com os “grandes”. Ao recuperar o estatuto de titular, Fonseca contribuiria, de forma bem vincada, para uma sucessão de 6 anos da colectividade da Reboleira na 1ª divisão e cujo 7º posto conseguido com o termo da temporada de 1997/98, constituiria um recorde para a agremiação da Linha de Sintra.
Em 1999, na derradeira fase do seu itinerário enquanto futebolista, Fonseca deixaria Portugal e viajaria até ao Canadá. Nos Vancouver Whitecaps, o defesa-esquerdo acabaria por “pendurar as chuteiras”, para encetar a sua carreira como técnico. Nas novas funções, o maior destaque viria com a sua ligação à Canadian Soccer Association, na qual ocuparia a posição de adjunto da selecção principal, de treinador dos sub-23 e onde, embora de forma interina, também chegaria a assumir o cargo de seleccionador da equipa “A”.

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