1433 - ALFREDO QUARESMA

Ao emergir das “escolas” do Belenenses, Alfredo Quaresma, ainda durante a caminhada formativa, daria fortes indicações de ser um praticante com qualidades distintas. A prová-lo surgiriam as chamadas para as jovens equipas à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado no trabalho dos agora conhecidos como sub-18, o defesa-central acabaria por fazer parte do grupo que seria convocado a disputar a edição de 1962 do Torneio Internacional de Juniores da UEFA. Ao lado de nomes como Gervásio, Guerreiro, Rui Rodrigues ou Godinho, o jogador, a 20 de Abril de 1962, estrear-se-ia com a “camisola das quinas”, numa partida frente à República Federal Alemã. Anos mais tarde, já como um futebolista conceituado, a sua caminhada desembocaria na principal selecção de Portugal. Nesse contexto competitivo, a primeira aparição, pela mão de José Augusto, dar-se-ia a 3 de Março de 1973, num jogo de preparação frente à França e terminaria com o currículo do atleta colorido por 3 internacionalizações “A”.
No que concerne ao percurso clubístico, o início da caminhada sénior de Alfredo Quaresma é, pelo menos para mim, um pequeno mistério. A fonte que faz referência a uma data mais antiga, é o jornal “Record”, no qual podemos ler que “Em 1960 estreou-se nos seniores, com apenas 17 anos, frente ao Sporting”*. Da leitura de outras publicações, podemos chegar à conclusão que o defesa terá chegado a sénior na temporada de 1962/63**. Já o que parece ser unanime são os passos iniciais do jogador no que diz respeito à 1ª divisão, ou seja, a época de 1963/64. Nessa campanha, o central seria chamado, por Mariano Amaro, a entrar em campo na 20ª jornada daquela que é a prova de maior monta no calendário futebolístico português. Daí em diante, quase sempre como titular dos “Azuis”, o atleta somaria 323 jogos, o que faria dele o elemento da “Cruz de Cristo” com mais desafios cumpridos no patamar maior do Campeonato Nacional.
Nesses anos em que jogaria pela categoria principal do Belenenses, o defesa, que também chegaria a posicionar-se no meio-campo, viveria muitos momentos dignos de registo. Sempre a disputar a 1ª divisão, o futebolista seria um dos esteios do plantel que, na temporada de 1972/73 e sob a alçada de Alejandro Scopelli, terminaria o Campeonato na 2ª posição da tabela classificativa. Há também que mencionar as suas participações nas provas continentais. Na Taça UEFA de 1973/74, entraria em ambas as mãos na eliminatória perdida frente aos ingleses do Wolverhampton Wanderers. Porém, seria na edição de 1976/77 da competição ainda agora aludida que o atleta mereceria os maiores louvores. Com o FC Barcelona a calhar em sorte à equipa “alfacinha”, Alfredo Quaresma participaria na partida agendada para Lisboa, como na peleja da Catalunha. Contudo, o jogo que ficaria na memória dos adeptos dos “Azuis”, seria o disputado no Estádio do Restelo e que, para além do empate conseguido, daria a oportunidade ao jogador de marcar um golo.
Apesar da longa ligação ao Belenenses que, entre os anos passados nas “escolas” e a equipa principal, duraria 18 anos consecutivos, a união entre o clube e o atleta acabaria por conhecer o fim. Com a última época passada ao serviço do Belenenses a acontecer com o decorrer das provas agendadas para a campanha de 1976/77, Alfredo Quaresma, por diversas vezes nomeado capitão de equipa, deixaria o Restelo para ainda representar outras colectividades. No Norte do país, o defesa encetaria a derradeira fase da sua senda enquanto praticante e o Vila Real e o Avintes dariam cor a uma carreira que terminaria em 1979.

*retirado do artigo publicado em www.record.pt, a 31/03/2007
**”Equipas e Jogadores da 1ª divisão do Campeonato Nacional de Futebol de 1967/68” (caderneta de cromos), Agência Portuguesa de Revistas, Março de 1968

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