1432 - SOUSA

Com o trilho formativo a levá-lo a emblemas como o Vitória de Lisboa e o Oriental, seria no Sporting que Fernando Sousa terminaria esse primeiro capítulo como praticante. Contudo, muito distante do que os vários anos passados sob a égide de Alvalade poderiam sugerir, o médio, na altura de subir ao escalão sénior, acabaria por ir parar às “distritais”. Depois da experiência no Alverca de 1986/87 e de um ano sabático que arriscaria um termo à sua imberbe carreira, o jogador passaria a envergar a camisola do Vialonga. Já na disputa da 3ª divisão, o jovem atleta chamaria a atenção de outro emblema e a mudança para o Alto Alentejo, ainda longe de alguém adivinhar o seu destino, viria a mudar radicalmente a ligação do angolano ao futebol.
Com a entrada no plantel de 1989/90 do Campomaiorense, Sousa daria o primeiro passo para inscrever o seu nome na história da colectividade alentejana. Com o emblema raiano ainda a militar na 3ª divisão, a ambição dos seus responsáveis directivos depressa iria fazer com que o clube começasse a subir vários degraus competitivos. Com o centrocampista a assumir um papel deveras importante nos esquemas tácticos dos diversos treinadores, a temporada de 1992/93, após a consagração dos “Galgos” como campeões da 2ª divisão “b”, apresentaria o jogador à divisão de Honra. Nos patamares profissionais, o atleta manteria a sua preponderância e conservar-se-ia como um dos pilares do listado verde e branco. Depois viria a tão almejada promoção à 1ª divisão e, na campanha de 1995/96, a estreia da colectividade e do médio no convívio com os “grandes”.
A chegada ao escalão maior do futebol português não afastaria Sousa do “onze” inicial. Numa equipa inicialmente comandada por Manuel Fernandes e, depois da saída deste, orientada por Diamantino, o jogador continuaria a manter-se como uma das figuras do sector intermediário do Campomaiorense. Porém, apesar de um plantel riquíssimo em jogadores de enorme qualidade, dos quais gostaria de destacar Jimmy Hasselbaink, Paulo Torres ou Beto, as prestações colectivas não seriam suficientes para evitar a descida de patamar. Já o regresso à 1ª divisão dar-se-ia um ano depois e com o atleta a arrecadar para o palmarés pessoal o Campeonato da divisão de Honra.
Sem nunca perder o estatuto de titular, Sousa, nessa segunda incursão pelo degrau maior, acabaria por participar noutro episódio digno de registo. Muito mais do que a permanência continuada do Campomaiorense na 1ª divisão, o grande destaque emergiria com a campanha feita pela agremiação alentejana na edição de 1998/99 da Taça de Portugal. Nessa caminhada, onde os “Galgos” chegariam à derradeira partida da competição, o médio entraria em campo em diversas partidas programadas para as rondas preliminares. Já na final calendarizada para o Estádio Nacional do Jamor, o atleta, apesar de convocado pelo treinador José Pereira, acabaria por nunca sair de banco e, como suplente, veria o almejado troféu, após a derrota por 1-0, a ser erguido pelo Beira-Mar.
Antes ainda da final mencionada no parágrafo anterior, Sousa registaria outros momentos de inolvidável importância. Chamado aos trabalhos da principal equipa nacional de Angola pelo Professor Neca, após a estreia, numa partida frente ao Zimbabwe, a 23 de Fevereiro de 1997, Sousa manter-se-ia nos planos do referido treinador e acompanharia os seus camaradas até a uma das principais competições organizada para selecções. Na CAN de 1998, ao lado de conhecidos do futebol luso, como Lito, Quinzinho, Akwá, Lázaro ou Paulão, o médio participaria no torneio agendado para o Burkina Faso e apesar de ter participado nas 3 pelejas da fase de grupos, as suas prestações não seriam suficientes para empurrar os “Palancas Negros” para a fase seguinte da competição.
Voltando ao seu percurso clubístico, Sousa, a partir da presença do Campomaiorense na partida de decisão da “Prova Rainha”, perderia algum do fulgor competitivo. Sem voltar aos índices anteriormente apresentados, a temporada de 2000/01, com a abertura do “Mercado de Inverno”, traria o fim da sua ligação ao emblema alentejano. Ao partir dos “Galgos” como o atleta com mais partidas disputadas pelo clube, o médio prosseguiria a carreira não muito longe do Estádio Capitão César Correia. No “O Elvas”, o jogador entraria na derradeira fase da carreira e, para além do emblema “Azul & Ouro”, numa caminhada que terminaria em 2004, ainda envergaria as cores do Benavilense.

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