1441 - PEDRO MIGUEL

Ao cumprir grande parte do percurso formativo no emblema da sua terra natal, seria já como atleta do FC Porto que o defesa viria a terminar essa etapa. Porém, Pedro Miguel Ferreira, por altura de subir ao escalão sénior, veria a gigantesca concorrência por um lugar no sector mais recuado dos “Dragões” a afastá-lo da equipa principal. Seguir-se-ia, como resultado da falta de espaço nas Antas, o regresso à UD Oliveirense e a disputa, na temporada de 1986/87, do Campeonato Nacional da 3ª divisão.
Apesar de afastado dos principais holofotes, as suas qualidades depressa dariam a entender que o lugar que Pedro Miguel merecia estava mais acima. Passada apenas uma temporada sobre o retorno a Oliveira de Azeméis, o defesa-central receberia um novo convite e acabaria a mudar-se, sem sair do distrito de Aveiro, para o Feirense. Ao subir um degrau competitivo, passaria, no Estádio Marcolino de Castro, a participar nas pelejas do 2º escalão. Já sob a batuta do treinador Henrique Nunes, o jogador integraria o grupo de trabalho que, na campanha de 1989/90, devolveria os “Fogaceiros” ao convívio com os “grandes”. Num plantel com nomes bem conhecidos do futebol português, casos de Pedro Martins, Resende, Valido ou Morgado, o atleta faria a sua estreia na 1ª divisão. Contudo, e apesar da boa utilização, os desempenhos colectivos seriam insuficientes para evitar a despromoção e o regresso ao patamar secundário, com o fim da última temporada mencionada, emergiria com uma inevitabilidade.
Meia-dúzia de anos a representar o Feirense, a juntar, na época de 1993/94, a mais uma passagem pela UD Oliveirense, dariam ao jogador traquejo suficiente para ser visto, por outros emblemas, como uma boa aposta. Nesse sentido, seria o Beira-Mar a apresentá-lo como um dos reforços para a temporada de 1994/95. Tendo à frente da equipa técnica Rodolfo Reis, seu treinador nos juniores do FC Porto, esse reencontro, muito mais do que devolver Pedro Miguel às contendas da prova maior do calendário futebolístico português, serviria para sublinhar o defesa-central como um praticante de gabarito primodivisionário. Mesmo com o emblema sediado na cidade de Aveiro, com termo da campanha aludida no início do parágrafo, a descer de divisão, as suas prestações serviriam para dar continuidade ao bom trajecto no escalão máximo luso. Pela primeira vez na sua caminhada sénior, o passo seguinte seria dado fora do distrito que, até então, tinha apadrinhado a sua carreira profissional e o atleta viajaria até ao Sul do país para envergar a camisola do Farense.
No emblema algarvio a partir da temporada de 1995/96, Pedro Miguel, ao serviço dos “Leões de Faro” viveria, na minha singela opinião, os anos mais consistentes da sua carreira como desportista de alta-competição. A trabalhar sob a alçada de Paco Fortes, a entrada do jogador no Estádio São Luís coincidiria com primeira participação da colectividade do Sotavento nas provas de contexto continental. Com o sorteio correspondente à 1ª eliminatória da Taça UEFA a indicar o Olympique Lyonnais como o adversário do conjunto português, o defesa-central acabaria chamado pelo técnico catalão à 2ª mão da mencionada ronda, da qual a agremiação gaulesa emergiria como vencedora.
Os dois anos seguintes mostrá-lo-iam como um dos esteios do alinhamento táctico do Farense. Pior surgiria no par de temporadas seguintes, em que o atleta acabaria por perder a preponderância revelada anteriormente e que culminaria, com o termo da campanha de 1999/00, com o fim da sua carreira como praticante. Curioso é também o registo patente no “site” oficial da Federação Portuguesa de Futebol e que o dá, numa altura em que o antigo defesa até já havia encetado a sua caminhada como treinador, como elemento do plantel de 2001/02 da UD Oliveirense. Pondo de parte tal curiosidade, tem sido como técnico que Pedro Miguel vem mantendo a ligação à modalidade. Já com uma longa carreira, mas sem que da 1ª divisão surgisse qualquer oportunidade, o grande destaque dessa caminhada, para além das passagens pelo comando do Feirense, Leixões ou Varzim, terá de ir, sem sombra de dúvida, para os muitos anos cumpridos à frente da UD Oliveirense.

Sem comentários: