1509 - BOTELHO


Formado no Benfica, seria nos Leões de Santarém que António Botelho, na edição de 1965/66 da 2ª divisão, faria a estreia como sénior. Porém, as suas exibições logo haveriam de pôr o jovem intérprete a caminho do mais importante escalão do futebol português e na campanha seguinte à referida no começo deste parágrafo, o jogador seria integrado no plantel primodivisionário do Atlético. Comandado por Angel Oñoro, o guarda-redes rapidamente ultrapassaria, nas opções do mencionado técnico, os seus colegas de posição, nomeadamente o experiente Orlando Ramin. Ainda assim, as prestações colectivas não permitiriam que o jogador cimentasse a carreira no patamar máximo e os anos seguintes seriam cumpridos entre os dois maiores degraus lusos.
Curiosamente, seria numa das épocas em que, pelo emblema de Alcântara, estaria a disputar a 2ª divisão que a sua caminhada competitiva começaria a mudar. Inicialmente, a 12 de Outubro de 1969, emergiria a primeira internacionalização da sua carreira. Essa chamada aos “esperanças”, cumprida numa partida frente a França, como que serviria de estímulo para o que viria a acontecer no começo da temporada subsequente. Já com um estatuto bem alicerçado nas exibições feitas pelo Atlético, o guarda-redes veria o Sporting a interessar-se na sua contratação. A mudança concretizar-se-ia no início de 1970/71, mas a verdade é que a presença, no plantel à guarda de Fernando Vaz, de Vítor Damas e ainda de Carvalho, empurrariam o guardião para as “reservas”. Sem fugir a tal senda, os anos seguintes pautar-se-iam exactamente por um idêntico ocaso e com o termo das provas agendadas para 1973/74, uma nova mudança ocorreria no trajecto do atleta.
Com o palmarés enriquecido pela “dobradinha” conquistada no último ano de “leão” ao peito, Botelho seria apresentado como reforço do plantel de 1974/75 do Boavista. A trabalhar sob a intendência de José Maria Pedroto, o guarda-redes, com a entrada no Bessa, encetaria provavelmente a melhor fase da carreira. Em termos de títulos, com o guardião a marcar presença na final de ambas as edições, há a destacar as 2 Taças de Portugal vencidas logo nas duas primeiras temporadas nos “Axadrezados”. Reflexo também dessas boas campanhas, viriam as internacionalizações “A”. Nesse campo, com a primeira partida a acontecer a 3 de Dezembro de 1975, o jogador estrear-se-ia, pela mão do seu treinador nas “Panteras”, numa jornada a contar para a Fase de Apuramento do Euro 76. Depois desse embate frente ao Chipre, o atleta ainda teria a oportunidade de voltar a vestir as cores de Portugal e desse modo somaria ao currículo 2 jogos com a principal “camisola das quinas”.
Dando continuidade aos 3 anos de grande competência passados ao serviço do conjunto portuense, Botelho voltaria a Alvalade em 1977/78. Novamente no Sporting, o guardião conseguiria manter-se como titular e na época de regresso a Lisboa, chamado por Rodrigues Dias à final, ajudaria a vencer a Taça de Portugal. Porém, mesmo sendo um dos preferidos dos diferentes treinadores contratados para orientar os “Leões”, a verdade é que o atleta, numa polémica contenda entre os rivais da 2ª circular, decidiria, ao lado de Laranjeira e no sentido contrário de Fidalgo e de Eurico, apresentar-se como novo reforço do Benfica. Na Luz a partir de 1979/80, a verdade é que a troca não iria ser muito favorável para si e nas 3 temporadas cumpridas com os “Encarnados”, mesmo ao dar ao palmarés 1 Taça de Portugal e 1 Supertaça, o guarda-redes nunca haveria de sair da sombra de Manuel Bento.
Com o termo da ligação ao Benfica, o resto da sua carreira teria início, ainda na 1ª divisão, ao serviço do Amora. Daí em diante, numa caminhada caracterizada pela errância, teria passagem por diversos emblemas. A Sanjoanense, segundo o “site” da Federação Portuguesa de Futebol, ou o Seixal, tendo em conta outras referências, precederia a época de 1985/86 ao serviço dos Pescadores da Costa da Caparica. Os anos seguintes, sem ter conseguido saber se cumpridos como sénior ou já como veterano, levá-lo-iam, num trajecto consensual em diferentes fontes, mormente a revisitar antigas agremiações, ou seja, Pescadores, Seixal, Amora e, por fim, GD Marinhais.

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