1085 - JACINTO

Surgiria na equipa principal do Leixões no início da década de 1960 e a tempo de participar num dos episódios históricos do conjunto de Matosinhos. Apesar de pouco ter jogado nessa época de 1960/61, a sua evolução levaria o treinador Filpo Nuñez a arrolá-lo como titular na final da Taça de Portugal. No Estádio das Antas, Jacinto surgiria como uma das surpresas do “onze” inicial. Porém, o espanto maior surgiria com o desenrolar da partida e contra o favoritismo do FC Porto, os de vermelho e branco sairiam vencedores.
No seguimento desse feito, surgiria a participação na Taça dos Vencedores das Taças. Já como um dos pilares da equipa, o defesa voltaria a ser essencial na progressão colectiva. Ao participar em todas as 6 partidas, Jacinto ajudaria o Leixões a atingir os quartos-de-final da prova. Na sequência de tamanha glória, o atleta começaria a ser visto, por equipas de outra monta, como um bom reforço. O Benfica, posicionando-se à frente de outros concorrentes, acabaria por contratar o jovem futebolista na temporada de 1962/63. Contudo, numa equipa que tinha acabado de consagrar-se bicampeã europeia, a concorrência seria feroz. Tal facto, levaria o jogador a ser visto como uma solução de segunda linha e, durante alguns anos, manter-se-ia na sombra de nomes como Cavém, Germano, Cruz, Ângelo ou Luciano.
Ao passar 9 anos de “Águia” ao peito, a última metade desse período, revelaria Jacinto como um elemento de bastante preponderância no seio do grupo “encarnado”. Nesse crescimento, apesar de ter participado nas campanhas que levariam o Benfica à final de 2 edições da Taça dos Clubes Campeões Europeus, só em 1968 é que Jacinto lograria participar na derradeira peleja da prova. Apesar do título perdido frente ao Manchester United, troféus não faltariam ao atleta e no Benfica, o defesa enriqueceria o palmarés pessoal com mais 7 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal.
Também com as cores da selecção portuguesa, Jacinto trilharia o seu caminho. Não tendo tantas chamadas como muitos dos contemporâneos colegas de equipa, ainda assim, o defesa conseguiria chegar à principal selecção lusa. Tendo também participado nos elencos da equipa “b” e sub-21, a primeira chamada “A” surgiria já no rescaldo da participação dos “Magriços” no Campeonato do Mundo. Convocado por Manuel da Luz Afonso e orientado por Otto Glória, a sua estreia com a “camisola das quinas” aconteceria em Novembro de 1966, numa partida frente à Suécia. Passar-se-iam quase 2 anos até conseguir nova oportunidade e, na campanha de apuramento para o Mundial de 1970, registaria as outras 4 internacionalizações.
Depois de ter deixado o Benfica em 1971, Jacinto, ao dividir a campanha seguinte em duas partes, ainda faria mais uma temporada. Curiosamente, depois do regresso ao Leixões, o defesa, já no decorrer da época de 1971/72, abandonaria o emblema em que tinha sido formado, para, com as cores do FC Porto, dar por findo um percurso de 12 anos que, como futebolista, só conheceu a 1ª divisão.

2 comentários:

formiga disse...

Vi jogar este jogador no Benfica , era eu um jovem e gostava muito do seu estilo e do seu penteado .Poucos já se lembram dele mas eu lembro bem , tal como lembro do Germano, Francisco ferreira (que morava perto da minha casa. e outros como Angelo, Cavem, Coluna e tantos outros que foram grandes campeões. Que fique em paz.

cromosemcaderneta@gmail.com disse...

Belo testemunho. Muito obrigado pela sua contribuição.
Abraço