1623 - MORAIS

Cumpridas as etapas formativas com as cores da Associação Atlética Portuguesa, seria em 1959 que José Morais Rodrigues viria a rubricar o primeiro contrato profissional. Como é hábito em muitas das carreiras de atletas brasileiros, o avançado, ou médio-ofensivo, começaria no Auto Esporte Clube um percurso caracterizado, por razão das várias mudanças de emblema, pela errância. Nesse sentido, seguir-se-ia no seu trajecto a entrada no plantel de 1961 do Campinense Clube. Ao serviço da “Raposa”, logo no ano de chegada à colectividade e também na temporada seguinte, emergeriam as vitórias no “Estadual” de Paraíba. Por fim viria o interesse da Portuguesa dos Desportos comandada por Otto Glória e a mudança para São Paulo.
Integrado na “Lusa” por empréstimo do seu antigo clube, Morais, já na campanha de 1963, para além do técnico aludido no final do parágrafo anterior, acabaria a trabalhar sob as ordens de outro conhecido do futebol português, o treinador Aymoré Moreira. Com a estreia a dar-lhe ao currículo um golo frente ao Santos, as exibições conseguidas ao longo da temporada valer-lhe-iam a transferência para o Fluminense. Poucos seriam os meses passados no Rio de Janeiro, pois, nesse ano de 1964, o médio-ofensivo ainda envergaria a camisola do América (falta saber em qual das agremiações com essa designação) e o equipamento do Sport Recife. No emblema sediado no Estado de Pernambuco, o jogador continuaria a alimentar a sua cotação e acabaria por ver a cobiça de colectividades europeias a levá-lo até ao outro lado do oceano.
Ao plantel de 1965/66 do Vitória Sport Clube, Morais chegaria acompanhado de outro colega vindo Sport Recife, o avançado Djalma. Numa equipa comandada pelo gaulês Jean Luciano e onde brilhavam nomes como Peres, Gualter, Daniel Barreto, Manuel Pinto, Joaquim Jorge ou Mendes, o destaque merecido pelas suas exibições, não só ajudariam ao 4º lugar atingido na tabela classificativa com o final do Campeonato Nacional da 1ª divisão, como cevaria o interesse de emblemas de monta maior. Porém, a mudança para um Sporting campeão pelas mãos de Otto Glória complicar-se-ia por razão de alguns problemas burocráticos e a passagem pelo Treze de Campina Grande desemaranharia a mudança para Alvalade.
À entrada para o emblema lisboeta, Morais já não encontraria o mencionado treinador seu conterrâneo. Nos “Leões”, tendo a estreia pelo Sporting acontecido à 15ª jornada de 1966/67, só por duas rondas trabalharia com o espanhol Fernando Argila. Seguir-se-ia Armando Ferreira. No entanto, o atleta, que no primeiro jogo pelos “Verde e Brancos” concretizaria dois golos frente ao FC Porto, veria o azar a bater-lhe à porta após meia dúzia de partidas realizadas. Com uma grave lesão a afastá-lo da competição durante um largo período, o regresso aos relvados, dar-se-ia somente no começo da época seguinte. De volta à competição, talvez afectado por alguma mazela, a verdade é que não conseguiria convencer Fernando Caiado a dar-lhe, de forma indiscutível, um lugar no “onze”. A titularidade alcançá-la-ia na temporada de 1968/69 e ao realçar-se como um excelente médio-centro. Já no que diz respeito à campanha de maior proveito, o destaque iria para 1969/70, período durante qual inscreveria o seu nome no rol dos pupilos que, sob as ordens de Fernando Vaz, ganhariam o Campeonato Nacional.
Como uma dupla surpresa, primeiro surgiria a sua transferência para o Vitória Futebol Clube de 1970/71 e, em segundo lugar, erguer-se-ia uma época que, num grupo orientado por José Maria Pedroto, não traria qualquer partida à sendo desportiva de Morais. A suceder ao desaire vivido em Setúbal, assomar-se-ia o Marinhense e a experiência, na edição de 1972 da North American Soccer League, com as cores dos Toronto Metros. Por fim, de volta a Portugal, o médio ainda teria tempo para envergar as divisas d’ “Os Nazarenos” e do Vila Real. Já de regresso ao Brasil, ressurgiria o desejo de retornar aos estudos e a conclusão do curso de Direito.

Nota: por favor, tenham alguma reserva nas datas apresentadas, pois as mesmas referem-se às fontes que considerei mais fidedignas, sem, contudo, serem totalmente fiáveis.

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