1570 - ALMEIDA

Tendo dividido o percurso formativo entre as “escolas” do Varzim e as do FC Porto, João Luís Pinto de Almeida subiria a sénior na temporada de 1962/63. Tapado por colegas mais experientes, caso de Miguel Arcanjo, o jovem defesa-central poucas oportunidades conseguiria sob a alçada do técnico Janos Kalmar. Todavia, na época seguinte à da sua chamada aos trabalhos do plantel principal, seria a lesão do colega ainda agora referido a abrir-lhe as portas da titularidade. Inicialmente a trabalhar com Artur Baeta, para, após a 4ª ronda do Campeonato Nacional, passar a ser treinado por Otto Glória, o jogador afirmar-se-ia como um dos esteios dos “Azuis e Brancos”. Daí em diante, raras seriam as vezes em que sairia dos planos dos diferentes timoneiros à frente da colectividade sediada na “Cidade Invicta” e o seu nome começaria a ser pensado no contexto de cogitações bem mais faustosas.
A regularidade apresentada nas primeiras épocas da carreira faria com que da Federação Portuguesa de Futebol começassem a pensar em si como um possível reforço nas pelejas agendadas para a “camisola das quinas”. Uma dessas hipóteses emergiria com a veiculação da lista de 40 pré-convocados, elaborada por Manuel da Luz Afonso, para o Mundial de 1966. Contudo, não tendo sido chamado para o certame realizado em Inglaterra, seria pelos “BB”, sem esquecer a participação na selecção militar, que o defesa-central teria oportunidade de auxiliar Portugal. Nessa senda, o jogador seria convocado à contenda marcada para o Estádio do Bonfim. Em Setúbal, a 11 de Junho 1966, Almeida entraria em campo ao lado de Custódio Pinto, camarada no FC Porto, e dessa maneira selaria 1 internacionalização com as cores lusas.
Apesar de ainda ter mantido a titularidade no FC Porto durante a temporada de 1966/67, a situação do jogador, nas campanhas seguintes, alterar-se-ia de forma bem vincada. A perda de preponderância fá-lo-ia dar um novo rumo à carreira, encontrando no FC Barreirense a nova morada. No emblema sediado na Margem Sul, o atleta passaria a integrar uma colectividade a atravessar uma fase áurea da sua história. Num plantel comandado por Manuel Oliveira e composto por nomes como Bento, Bandeira, Valter, João Carlos ou Mira, o defesa-central, logo na campanha de 1969/70, contribuiria para a melhor classificação de sempre da agremiação, o 4º posto no Campeonato Nacional da 1ª divisão, e consequente apuramento e estreia nas provas de índole continental. Nesse cenário competitivo, inserido na edição de 1970/71 da Taça das Cidades com Feira, aos homens do listado alvirrubro, calharia em sorte jogarem com os jugoslavos do Dinamo Zagreb. Porém, com Almeida escalonado para o “onze” em ambas as partidas e apesar da vitória caseira por 2-0, uma copiosa derrota na 2ª mão empurraria para fora da prova o conjunto luso.
Seguir-se-ia, em 1971/72, o seu ingresso no Farense. Assumindo-se como titular no centro do sector mais recuado, Almeida passaria a ser tido como um dos pilares do esquema táctico idealizado por Manuel Oliveira. Ao acompanhar a equipa no patamar máximo, quase sempre como membro do “onze” inicial, o defesa-central acrescentaria ao currículo outras 5 campanhas primodivisionárias. Aliás, seria na agremiação do Sotavento que o jogador completaria o percurso de 13 temporadas no 1º escalão. Depois, antes do termo da sua caminhada enquanto futebolista, viriam ainda o Famalicão e o Mirandela. Seria igualmente em Trás-os-Montes e em Mirandela que encetaria a carreira como treinador, a qual também passaria pelo Desportivo das Aves e pelas camadas jovens do Rio Ave.

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