171 - ELIAS

Se houve algo que, na temporada que ainda agora começou, faltou aos primeiros desafios do Sporting, foi um meio-campo um pouco mais acutilante. Terá sido com o intuito de dar força ao sector intermédio leonino, que os responsáveis pelo clube fizeram, naquele que é o maior esforço financeiro da história do clube, uma derradeira investida no mercado das contratações.
Vindo do Atlético Madrid, onde o excesso de extracomunitários acabou por facilitar a transferência, Elias chegou a Alvalade directamente para o “onze” titular. O internacional brasileiro, que pareceu não ter tido dificuldades em adaptar-se ao jogo idealizado pelo técnico Domingos Paciência, mostrou de imediato que os cerca de 8 milhões de euros investidos não foram em vão. Desde os primeiros instantes, viu-se claramente que, para além da consistência defensiva que o médio trouxe à equipa, também no apoio ao ataque passou a ser peça fundamental. Em resumo, podemos dizer que o centrocampista é um jogador que recupera bolas, que comanda e apoia as ofensivas dos companheiros e que, tal como aconteceu na sua estreia em Paços de Ferreira, consegue marcar um ou outro golo.
Ainda assim, “não há bela, sem senão”! Por ter, pelos “Colchoneros”, jogado na Liga Europa desta temporada, não vai, para já, poder participar na dita competição europeia, com as cores do Sporting.

170 - DEFOUR

Desde que tenho memória, e já lá vai uma boa série de anos, o FC Porto, mais do que qualquer outro emblema do espectro nacional, tem conseguido fazer uma gestão tal dos seus planteis que raros são os episódios em que um jogador acabado de contratar tem, de pronto, a necessidade de entrar no onze inicial “azul e branco”.
Este ano, falando especificamente de Defour, aconteceu o mesmo. O internacional belga que durante o Verão, a par de Mangala, chegou do Standard Liège, apesar de utilizado, tem passado maior parte dos desafios no banco de suplentes. No entanto, não podemos pensar que tal é sinonimo de falta de qualidade. Muito pelo contrário. O antigo “capitão” do emblema belga, até pelo que já revelou, é um intérprete inteligente, com boa visão de jogo, dono de uma técnica apurada e com enorme qualidade de passe. Com certeza que bastará o necessário período de adaptação, tempo que o FC Porto tão bem cede aos novos atletas, para que o médio, visto como um dos novos prodígios da Bélgica, revele toda a habilidade.
Com segurança, todos os adeptos portistas podem apostar que não tardará muito tempo para que vejam o jogador como a próxima “estrela” a brilhar de “Dragão” ao peito.

169 - BOJINOV

Pode dizer-se que Bojinov, no que à carreira concerne, já tem algumas histórias interessantes para contar. A primeira, por ter ido morar para Malta com a mãe, basquetebolista profissional no pequeno país do Mediterrâneo, prende-se com o facto de ter passado pelas camadas jovens do Pietà Hotspurs. A segunda curiosidade, já ao serviço do Lecce, destaca o mérito de ter conseguido debutar na Serie A com apenas 15 anos, o que, ainda hoje, confere ao atleta o título de “estrangeiro mais novo de sempre” a actuar na principal divisão italiana.
Apesar das narrativas engraçadas, Bojinov também teve experiências nada agradáveis. Nesse sentido, uma das marcas do internacional búlgaro têm sido as graves lesões. É verdade que como as que sofreu enquanto jogador do Manchester City – ligamentos de um joelho e outra num tendão de Aquiles – não as repetiu. Todavia, o afastamento no início da pré-temporada do Sporting, chegou para fazer pensar em antigas mazelas. Felizmente e como informou o Departamento Médico leonino, a sua ausência dos treinos, que ainda durou cerca de um mês, deveu-se apenas a um desequilíbrio muscular, resultado de uma lombalgia de esforço.
Aliviados por saberem que o avançado não chegou a Alvalade irremediavelmente condicionado, os adeptos sportinguistas esperam agora que Bojinov chegue à melhor condição física e que, com golos, ajude o "Leão" a conseguir as tão almejadas vitórias.

168 - CAPDEVILA

Apesar de contar 33 anos, Joan Capdevila continua ser, inquestionavelmente, um bom reforço para qualquer plantel. Bem, “para qualquer” é capaz de ser um pouco de exagero meu, pois, ao que parece, o espanhol, que foi campeão pela sua selecção na última edição do Mundial e do Europeu, não foi feito para entrar nas contas de Jorge Jesus!
É certo que o currículo, por si só, não deve assegurar um lugar no “onze”. Sabendo que o antigo defesa do Villarreal iniciou a temporada numa forma física débil e que, para a posição de lateral-esquerdo foi também contratado o brasileiro Emerson, então parece que até há razões para pôr em causa a vaticinada titularidade do defesa espanhol. Todavia, como especulado, a preferência do técnico benfiquista não se prende somente com meritocracia. Como foi dado a ler pela imprensa diária desportiva, a contratação de Capdevila não terá tido a indicação de Jorge Jesus. Supondo que a informação é verdadeira, e de que o técnico não é imbecil ao ponto de ver em Emerson alguém capaz de cumprir, apenas de forma suficiente, as tarefas pedidas a alguém daquela posição, podemos desconfiar que estamos perante um caso de pura e simples casmurrice!
Para espanto de todos, Capdevila ficou fora dos atletas arrolados para a disputa da "Champions"! Por isso, não fiquem também admirados se, no "Mercado de Inverno", virmos o lateral deixar a "Luz". É que, entretanto, já começou a ser falado que a Juventus está de olho naquela que poderá ser mais uma asneirada dos "Encarnados"!

167 - BERNI

Foi com frases como, “Tenho uma fome de jogar e provar o meu valor”* ou “Quero é ir para o relvado e provar a toda a gente que venho para aqui para jogar”*, que o novo guarda-redes bracarense revelou a sua vontade aos associados. É bem fácil compreender essa ansiedade, pois qualquer elemento gosta de poder dar o seu contributo em campo. Até aqui tudo bem. Ainda assim, se analisarmos o que tem sido a carreira de Tommaso Berni, então, o seu estado de espírito torna-se ainda mais compreensível.
Vejamos. Depois de terminar a formação no Inter de Milão, onde nunca chegou a "calçar as luvas", passou a representar o moribundo Wimbledon. Nem o estado deplorável em que encontrou o emblema britânico, fez com que conseguisse uma única chamada ao “onze” e, ao fim de dois anos, acabou por regressar a Itália. De volta ao país natal decidiu apostar no Ternana, clube da "Serie B" do "Calcio". Aí, finda a primeira época, quando já estava certo da sua sorte de suplente, finalmente conseguiu conquistar a titularidade. Com tal brilharete, pouco mais de 80 jogos no campeonato, a Lazio contratou-o. Para sua infelicidade, esse resgate do emblema primodivisionário tornou-se numa ambição desmedida e, nas 5 épocas em Roma, poucas foram as oportunidades que agarrou.
Agora em Braga, a fazer fé nas suas declarações, o intuito é o de recuperar a alegria de jogar. A verdade é que um regressado Quim não tem dado ao italiano muitas chances para sorrir e o guardião, que até foi várias vezes internacional pelas camadas jovens da "Squadra Azzurra", continua a "aquecer o banco"!

*retirado do artigo de Bruno Filipe Monteiro, publicado a 30/06/2011, em www.ojogo.pt

166 - EDUARDO

É certo que ter no plantel pelo menos dois guarda-redes de gabarito, de uma tal qualidade que assegurem a inviolabilidade da baliza na maioria dos lances, é o desejo de qualquer clube e treinador. No Benfica de Jorge Jesus, com a necessidade de colmatar a imagem deixada pelos elementos que faziam parte desse núcleo na temporada transacta, não terá sido diferente.
Foi com esse desígnio que, a título de empréstimo, a transferência do Genoa para o Benfica acabou concretizada. Para que fosse criado um maior equilíbrio no sector que estava mais depauperado, Eduardo mudou-se de Itália para a “Luz”. Até aqui tudo bem! O que ninguém estava à espera, nem mesmo o internacional português, era de um Artur Moraes forte e consistente ao ponto de arredar, quase por completo, a hipótese do guardião luso ter lugar no “onze” benfiquista. Perguntarão, e bem: que mal poderá isso trazer? A resposta é fácil. Para as "Águias", até porque a disputa por qualquer posição é de salutar, nenhum. Já para a selecção…
Para já, agora que entrámos na etapa crucial do apuramento para o Euro 2012, Eduardo, apesar de perdida a titularidade para Rui Patrício, continua a fazer parte das convocatórias de Paulo Bento. Esperemos que, com o aproximar da fase final, não deixe de ser uma opção válida para o seleccionador e que, com isso, percamos aquele que foi considerado um dos melhores no Mundial da África do Sul.

165 - MANGALA

Quando começou a correr boato que poderiam estar em marcha algumas tentativas para tirar Rolando do "Dragão" e levá-lo em direcção a Itália ou a Inglaterra, o FC Porto tratou logo de arranjar alguém que pudesse fazer face a uma tal hipotética transferência. Nesse sentido, qual a melhor maneira para contratar um novo jogador? A resposta é fácil: “Roubá-lo” ao rival Benfica!
Segundo os pasquins desportivos nacionais, aquele que chegou a estar na lista de possíveis contratações das “Águias”, como tem sido habitual nos últimos defesos, aterrou antes na "Cidade Invicta". Sem rodeios, há que dizer que esta jovem promessa do futebol francês assenta que nem uma luva na tradição portista de defesas-centrais. A prova foi dada no último encontro entre as selecções sub-21 gaulesa e portuguesa, onde, aos 65 minutos de jogo e após uma entrada duríssima sobre o benfiquista David Simão, um cartão vermelho directo obrigou o jovem atleta regressar aos balneários.
Fora de brincadeiras, é fácil reconhecer um enorme potencial no jogador que ainda agora chegou do Standard Liège. Com certeza que, depois de amainar um pouco o ímpeto típico de quem é inexperiente e de quem tem, também, muita vontade de mostrar as suas qualidades, Mangala acabará por revelar-se como um elemento de extrema utilidade à manobra defensiva dos "azuis e brancos".

164 - SCHAARS

Com o começo da nova época, um dos maiores desafios para o "Leão" tem sido o de conseguir apagar da memória a imagem de uma equipa preguiçosa. A contratação de Schaars serviu para sublinhar isso mesmo, para mostrar uma vontade enorme em mudar de rumo e, no novo caminho, poder contar com jogadores voluntariosos.
Schaars é sacrifício. Essa vontade fez com que o médio acreditasse ser possível debelar a grave lesão que, durante ano e meio, afectou o seu tornozelo. Foi também esse querer que, em boa hora, trouxe o jogador de volta aos relvados e mesmo a tempo de, em 2008/09, com 29 partidas disputadas, ajudar o AZ Alkmaar a sagrar-se campeão. Dito isto, não quero que pensem nele como um intérprete capaz de encarar o jogo de forma puramente destrutiva. O holandês é um futebolista que gosta de ter a bola nos pés, que joga de cabeça levantada e que, em toda a sua essência, oferece ao colectivo qualidade de passe e uma boa distribuição do jogo.
É certo que, até ao momento, a imagem que temos dele é a de alguma inocuidade. Contudo, acredito que após um curto período de adaptação, vai mostrar-se um jogador inteligente, capaz de, no papel de "box to box", fazer circular a bola rapidamente e ainda, num livre-directo de pé esquerdo, marcar algum golo.
Para além do já dito, o Sporting até ganhou alguma coisa com a sua contratação. Venceu, surpreendendo a imprensa desportiva neerlandesa, que o dava como garantido no PSV, uma corrida à equipa de Eindhoven!

163 - SAUCEDO

Ao cumprir quase toda a carreira na Bolívia, onde também venceu dois campeonatos – San José, em 2007; Oriente Petrolero, em 2010 – Mauricio Saucedo, aproveitou esta oportunidade para conseguir uma segunda experiência do lado de cá do Atlântico. Depois de em 2010 ter, entre Fevereiro e Agosto, passado 6 meses nos ucranianos do Chornomorets Odessa, chegou este Verão a Portugal para representar o Vitória de Guimarães.
Escolha pessoal do já despedido Manuel Machado, o extremo-esquerdo e internacional boliviano tem fama de ser rápido e de drible fácil. Essas características permitem-lhe subir pelas alas do relvado, onde, ao chegar ao último terço do campo, tem por hábito flectir em diagonal para, no interior das defesas contrárias e já dentro da grande-área, aplicar um remate potente e certeiro. Por outro lado, imagem bem típica dos futebolistas sul-americanos, é apontado por abusar da capacidade técnica, de não libertar a bola na altura mais correcta e, com isso, desperdiçar boas jogadas.
Em abono da verdade, basta-lhe um pouco mais de tempo para que ganhe a assertividade do futebol europeu. Limadas essas arestas, por certo irá moldar-se da melhor maneira ao jogo do Vitória Sport Clube. Talvez seja por razão dessa necessidade de adaptação que, decorridas quatro das trinta jornadas da Liga portuguesa, ainda não tenha mostrado muito de si. Esperemos que Rui Vitória, como o homem ao leme vimaranense, consiga tirar tudo aquilo que o seu antecessor viu e que faça de Saucedo, indiscutível nas convocatórias para a selecção do seu país, um jogador de sucesso.

162 - GARAY

Finalmente, e só com meia temporada de atraso, chegou ao Benfica o jogador capaz de recompor o seu centro da defesa. Depois da saída de David Luiz para o Chelsea, nenhuma das soluções apresentadas para o substituir, conseguiram, em altura alguma, fazê-lo da forma mais consistente. Contudo, com a aposta no internacional argentino, que chega incluído no negócio da venda de Fábio Coentrão, tudo parece agora estar mais seguro para os lados da "Luz". Mas afinal, com que é podem contar os adeptos benfiquistas? Para já, podem esperar um futebolista capaz de acrescentar jogo aéreo e, principalmente, força física ao seu sector mais recuado.
É certo que nos dois últimos anos, ambos passados no Real Madrid, poucas foram as vezes em que Garay apareceu nos relvados. Com certeza, ao argumentar isso mesmo, haverá quem levante algumas questões quanto à sua habilidade. Para ser sincero, duvido muito que, por ter estado um pouco arredado da titularidade, tenha esquecido tudo aquilo que aprendeu nas quatro temporadas ao serviço do Racing Santander. Há que concordar, alguma coisa terá feito bem para que os "Merengues" voltassem a apostar nele. A prova dessa valia tem-se visto nos jogos que já fez pelo Benfica. Assim, arrisco-me a dizer que é um atleta fiável e, juntamente com o “capitão” Luisão, capaz de formar uma dupla que sirva de base para novas conquistas.

161 - DIEGO CAPEL

A reacção que tive ao saber do anúncio da chegada de Diego Capel a Alvalade, foi a de tentar entender como é que tinha sido possível a sua contratação! Ficaram igualmente admirados?! Vamos pensar melhor. Mesmo não sendo um titular indiscutível, o que leva um dos atletas mais utilizados do plantel, trocar o Sevilla, emblema onde completou a formação e onde sempre jogou, pelo Sporting Clube de Portugal? A verdade talvez nunca venha à tona, mas o que interessa, para já, é que os "Leões" conseguiram persuadir um bom jogador a trocar a "La Liga" pela nossa "Zon Sagres"!
Com a transferência, o Sporting ganhou um extremo à moda antiga; ganhou um daqueles intérpretes cuja obsessão é ultrapassar os defesas contrários e, ao chegar à linha de fundo, centrar para os colegas do ataque. Todavia, aquilo que aparenta ser uma imagem animadora, no estilo de jogo que Domingos Paciência tem vindo a implementar, parece-me, ao invés de ajudar, atrapalhar um pouco a dinâmica ofensiva do colectivo. Pelo que tenho aferido, o estilo de Diego Capel tem ajudado os centrais adversários. Na ausência de um ponta-de-lança com boa capacidade aérea, as ofensivas do avançado tem facilitado a vida dos oponentes.
Claro está que essa situação requer apenas uns pequenos ajustes. Sem dúvida que o internacional espanhol, ele que tanto admira e que tantas vezes foi comparado a Paulo Futre, é uma mais-valia para o plantel leonino. Por certo, assim que conseguir adaptar-se às ideias do técnico, passará a dar muitas alegrias à massa adepta "verde e branca".

160 - RODRIGO DEFENDI

Rodrigo Defendi é um bom exemplo de como é curta a distância entre o estrelato e o fracasso. Com apenas 16 anos de idade viu o antigo internacional dinamarquês, Frank Arnesen, interessar-se por ele. O bom jogo de cabeça terá levado o, à altura, director do Tottenham Hotspur a ver nele um potencial bom defesa. A transferência, impossibilitada pela condição de menor do atleta, viria apenas a concretizar-se uns anos mais tarde, já o jogador representava o Cruzeiro. No clube londrino a partir de 2004, a sua vida nem começou muito mal. O recém-chegado brasileiro convenceu os treinadores e, ainda que nas equipas secundárias, até ganhou o seu lugar. O pior veio na altura de provar o valor na equipa principal. Ao não cair nas boas graças do técnico, foi-lhe dada a indicação para procurar um outro clube. Falhado o regresso ao Brasil, a solução apareceu em Itália. Seguiram-se, por empréstimo, a Udinese, a Roma e, já desvinculado do emblema britânico, o Avellino e a Serie B.
Para mal do seu crescimento, a passagem pelo “Calcio” não trouxe ao defesa grande proveito. Sem conseguir encontrar o seu espaço e com tão poucas partidas disputadas, o sucesso prometido à carreira de Defendi começou a assemelhar-se a um logro. A procura de um novo rumo fê-lo, em 2010, voltar ao Brasil. Se o início desse passo também não foi muito animador, com o jogador a não sair da equipa “B” do Palmeiras, a ida para o Paraná, finalmente, trouxe-lhe a titularidade. Já em final de contrato, com grande surpresa, a renovação nunca avançou. Segundo parece, terá prevalecido a vontade do jogador em representar o Vitória de Guimarães, onde, até ver, o melhor que conquistou foi um lugar no banco de suplentes!

159 - ONYEWU

Se há um ano atrás, a Paulo Sérgio tivessem apresentado Onyewu, com certeza ouviríamos o treinador dizer que, finalmente, já tinha à sua disposição o tão requisitado "pinheirinho"! Todavia, o que tem transparecido na pré-época é que, tal como os seus congéneres do mundo vegetal, o defesa norte-americano parece ser muito sossegadinho!
"Rijo de rins", começa a ser habitual, para desespero dos adeptos leoninos, ver o central ser ultrapassado pelos avançados adversários. Até um certo ponto seria espectável que um jogador com a sua fisionomia não fosse muito propenso a velozes correrias. Por outro lado, se tivermos em conta os 29 anos de idade e as 9 temporadas a jogar na Europa, é inaceitável a sua incapacidade para desenvolver mecanismos capazes de colmatar essa desvantagem física.
Onyewu, que ganhou notoriedade ao serviço dos belgas do Standard Liège e, como resultado das boas exibições, acabou contratado pelo AC Milan, tem vivido no Sporting alguns momentos mais difíceis. Ao não conseguir convencer a massa associativa nem, e isso é bem pior, o treinador Domingos Paciência, o central, aos poucos, está a ser relegado para um plano que ninguém apostaria aquando da sua contratação. Parece-me que o atleta, supostamente escolhido pelo dirigente sportinguista Carlos Freitas, tem vindo a esgotar, depressa demais, o estado de graça. É desejável que o mau começo de época, tenha justificação numa passageira baixa de forma. Caso contrário, o internacional norte-americano arrisca-se a continuar ser a quarta opção para o eixo da defesa leonina!

158 - WITSEL

Este jovem, que chegou neste novo defeso ao Estádio da "Luz", está a beira de ser, se não o é já, a melhor contratação do Benfica para a temporada que ainda há pouco começou. Vindo do Standard Liège, onde completou a formação e onde, por duas vezes, foi campeão, o médio não assenta as suas jogadas em vistosas acrobacias. Talvez por isso não seja tido como um craque. Muito pelo contrário, são os seus métodos simples e, contudo, plenos de técnica e sentido táctico, que fazem com que seja exímio a abrir espaços, a efectuar passes decisivos e, igualmente, a recuperar e reter muitas bolas.
Sem quase cometer erros, afirmou-se como um verdadeiro pêndulo no meio-campo “encarnado”. Importante nas acções defensivas, ajudando, ao lado de Javi Garcia, a conter o jogo adversário, também nas manobras ofensivas, seja no auxílio a Pablo Aimar ou a posicionar-se em zonas de finalização, o belga é o elemento que equilibra toda a estratégia das "Águias". Na Eusébio Cup, frente ao Arsenal, como nas partidas das eliminatórias preliminares da Liga dos Campeões, foi a sua versatilidade, enquadrada na nova disposição táctica gizada por Jorge Jesus, que permitiu ao Benfica preencher da melhor maneira todos os espaços. É por isso que Witsel parece ser o homem capaz de devolver ao jogo benfiquista o "rolo compressor" que, com a saída de Ramirez, parecia desaparecido. Uma coisa é certa, a esta hora ninguém deu por mal empregue os milhões investidos na sua contratação e nem mesmo o acréscimo de 500 mil euros que, pela entrada na Fase de Grupos da "Champions", o Benfica terá de pagar ao antigo emblema do atleta, é comparável àquilo que o médio promete oferecer.

REFORÇOS 2011

Com o fecho a 31 de Agosto daquele que foi, pelo o que recordo, um dos mais concorridos defesos em Portugal, o leque de "cromos" para aqui apresentarmos aumentou exponencialmente em relação a anos anteriores. Os principais culpados, numa  versão de pré-época do já mítico "Campeonato da 2ª Circular", foram Benfica e Sporting. Cada um dos emblemas, ao operar uma verdadeira revolução no plantel, conseguiu animar adeptos e vendas de jornais. Como para estes últimos, aqui no "Cromo sem caderneta", muita tinta vai correr com os "Reforços 2011"!