1600 - ZAHOVIC

Nascido na antiga Jugoslávia, Zlatko Zahovic, ainda como praticante do Kovinar, seria descoberto por Milko Gjurovski, atleta do Partizan a cumprir o Serviço Militar Obrigatório em Maribor. Por razão do enorme potencial apresentado, o jovem jogador acabaria recomendado ao colosso de Belgrado. Pouco tempo depois, na temporada de 1989/90, o médio-ofensivo viria a ser integrado no plantel dos “Alvinegros”, onde, ao longo dos anos, viria a partilhar o balneário com os ex-sportinguistas Budimir Vujacic e Ivica Kralj e ainda com Milan Djurdjevic e com Goran Stevanovic, também eles conhecidos do desporto luso. No entanto, a forte concorrência, originada por um grupo de trabalho recheado de internacionais, levá-lo-ia, na época seguinte à da sua chegada, a um empréstimo ao Proleter Zrenjanin. Já o regresso ao clube detentor do seu passe, entregá-lo-ia a uma utilização mais regular e o facto de ser visto como um intérprete cerebral e de enorme capacidade técnica abrir-lhe-ia as portas da selecção sub-21 jugoslava.
Com o desmantelamento da Jugoslávia a dar ao currículo do jogador a primeira internacionalização “A” pela Eslovénia e com o palmarés recheado pela “dobradinha” conquistada, em 1992/93, nas provas da Sérvia, a Zahovic seria dada a oportunidade de escolher o estrangeiro para prosseguir a carreira. Com a chegada a Portugal a ocorrer em 1993/94, o médio-ofensivo seria apresentado como reforço do Vitória Sport Clube. Em Guimarães, inicialmente orientado por Bernardino Pedroto, o atleta não ficaria assustado pela qualidade do plantel minhoto. Ao lado de Dimas, Paulo Bento, N’Dinga, Pedro Barbosa, Ziad, entre outros, a facilidade com que conseguiria impor-se no “onze” espantaria até os mais optimistas. Como pilar das manobras tácticas idealizadas para os “Conquistadores”, os seus passes e a excelente visão de jogo depressa iriam pô-lo no topo dos melhores intérpretes a actuar nas provas lusas e, em paralelo, como grande referência da selecção do seu país.
Pela Eslovénia, os números conseguidos ao longo dos anos haveriam de inscrever o seu nome no rol de notáveis do desporto daquela nação. Muito mais do que as 80 internacionalizações conseguidas durante o percurso profissional, registo a mantê-lo, até 2004, como o jogador com mais jogos feitos pelo país, ou para além dos 35 golos concretizados, recorde ainda hoje na sua posse, Zahovic, convocado por Srecko Katanec, faria parte das comitivas que encetariam o caminho da selecção eslovena em grandes certames. Nesse sentido, o médio-ofensivo, com Miran Pavlin como companheiro de viagem, marcaria presença no Euro 2000. Também seria chamado às pelejas do Mundial de 2002. Todavia, na prova organizada entre a Coreia do Sul e o Japão, o médio, como em outras ocasiões, envolver-se-ia numa enorme polémica com o já referido treinador e acabaria por abandonar o torneio, após disputar uma única partida.
Regressando ao seu percurso clubístico, as boas exibições conseguidas com as cores do Vitória Sport Clube abrir-lhe-iam as portas de outros emblemas. No FC Porto a partir de 1996/97, o jogador daria um enorme contributo para os 3 últimos anos da inolvidável senda do “Penta”. Titular com António Oliveira, tal como sob a alçada de Fernando Santos, o médio-ofensivo seria uma das figuras da conquista de 3 Campeonatos, 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças. A preponderância alcançada nos 3 anos a representar os “Dragões”, com a “Champions” a servir de principal escaparate, serviria para alimentar a cobiça de outros emblemas e com as transferências a envolver montantes significativos, o Olympiakos e o Valência seriam as colectividades seguintes na sua carreira.
As passagens de Zahovic pela Grécia e por Espanha, tal como destapado anteriormente, muito para além das prestações desportivas, ficariam marcadas por algumas polémicas vividas com os treinadores. No emblema helénico, as contendas com Dusan Bajevic e, depois da saída deste, com Alberto Bigon, seriam devidamente badaladas. Já em Valência, o choque acabaria por ser com Héctor Cúper. Ainda assim, apesar de tanta celeuma, há que relembrar a sua importância nos marcos alcançados por ambos os clubes e, nesses dois anos, após ajudar à vitória na Liga grega, o jogador participaria pelos “Che” na final da edição de 2000/01 da Liga dos Campeões onde, frente ao Bayern München e no desempate por grandes penalidades, falharia o remate que viria a dar a vitória ao emblema bávaro.
Depois de fracassadas as experiências relatadas no parágrafo anterior, o atleta, em 2001/02, chegaria ao Benfica. Com a colectividade lisboeta já a trabalhar sob a égide do Presidente Luís Filipe Vieira, a 3ª campanha do médio-ofensivo na “Luz” corresponderia ao regresso das “Águias” aos títulos. O troféu surgiria na disputa da Taça de Portugal de 2003/04. No Jamor, Zahovic começaria o desafio no banco de suplentes, mas no decorrer do segundo tempo seria chamado a jogo pelo treinador José António Camacho e contribuiria para o triunfo frente ao FC Porto. Nisso de conquistas, a campanha seguinte à última mencionada devolveria igualmente os “Encarnados” às vitórias no Campeonato Nacional. Contudo, mesmo ao ficar registado como um dos elementos vencedores da prova, o internacional esloveno, pouco utilizado por Giovanni Trapattoni, decidiria deixar Portugal a meio da época e, pouco tempo depois, viria a anunciar o final da carreira.
Em abono da verdade o termo da sua caminhada enquanto futebolista não aconteceria em Janeiro de 2005. Em paralelo com as funções de director para o futebol do Maribor, Zahovic voltaria a calçar as chuteiras. Na temporada de 2008/09, e na seguinte, passaria a envergar as cores do modesto NK Limbus Pekre, emblema onde o filho Luka Zahovic, actual internacional pela Eslovénia, jogava, à altura, no escalão de juniores.

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