1497 - CARLOS PEREIRA

Lateral-direito formado no Benfica, Carlos Eduardo de Deus Pereira, começaria a destacar-se como praticante das “escolas” do emblema lisboeta. Com as suas exibições a chamar a atenção dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol, o defesa seria chamado aos trabalhos das jovens equipas lusas, com a primeira internacionalização a acontecer, no âmbito das contendas dos agora denominados sub-16, a 14 de Abril de 1979. A partida frente à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, onde, sob a alçada de Peres Bandeira, entraria em campo ao lado de nomes como Fernando Cruz, Jaime Magalhães, Coelho, Bandeirinha ou Sobrinho, serviria de arranque a um trajecto que, entre o escalão já referido, os sub-18 e os sub-21, daria, ao atleta, um total de 18 partidas disputadas com a “camisola das quinas” e, treinado por Jesualdo Ferreira, a presença na edição de 1980 do Torneio Internacional de Juniores da UEFA.
Apesar do estatuto de internacional, a verdade é que Carlos Pereira, após subir a sénior na temporada de 1981/82, não conseguiria ganhar um lugar no “onze” benfiquista. Com a época de estreia, cumprida na intendência do húngaro Lajos Baróti, a traduzir-se por uma única presença em campo, as campanhas seguintes também não trariam ao currículo do atleta números mais auspiciosos. Nesse sentido, tapado por Veloso e por Pietra, ao lateral pouco mais restaria do que a cedência a outro emblema. Com o objectivo de jogar com maior frequência, o defesa-direito, na temporada de 1986/87, partiria em direcção ao Algarve e, ao serviço do Farense, o jogador faria uma época digna de registo, a qual, findo o empréstimo, daria azo ao seu regresso à Luz.
A temporada de 1987/88 terá sido, provavelmente, a melhor campanha da sua carreira. A jogar amiúde, Carlos Pereira, ao entrar em campo frente ao Partizan de Tirana, partida a contar para a 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus, contribuiria para a chegada do Benfica ao derradeiro jogo da mais importante competição de clubes organizada pela UEFA. Apesar da final perdida frente ao PSV Eindhoven e de, na campanha referida no início do parágrafo, não ter acrescentado qualquer título a um palmarés que já contava com a “dobradinha” de 1982/83, os números apresentados dar-lhe-iam justificadas expectativas de puder continuar de “águia” ao peito. No entanto, tal não viria a verificar-se e a época de 1988/89 marcaria novo ingresso no Farense.
De volta ao Sotavento, o defesa manter-se-ia na disputa do patamar máximo do futebol luso. Porém, no final da campanha o emblema algarvio acabaria empurrado para a descida de escalão. Ainda assim, mesmo na disputa da 2ª divisão, Carlos Pereira teria a oportunidade de inscrever o seu nome num dos momentos mais importantes da história dos “Leões de Faro”. Ao ajudar a galgar as diferentes eliminatórias da Taça de Portugal, o defesa, num plantel às ordens do catalão Paco Fortes, seria chamado ao Jamor. Na final, como na finalíssima da apelidada “Prova Rainha”, o atleta marcaria presença no “onze” do emblema sulista. No entanto, mais uma vez, a sorte não sorriria para os seus e o almejado troféu sairia do Estádio Nacional em direcção aos escaparates do Estrela da Amadora.
Na sequência das mazelas de uma lesão antiga, Carlos Pereira decidiria retirar-se, depois de uma campanha com as cores do Olhanense, com o termo da temporada de 1990/91. De seguida, passaria a abraçar “mil e uma” tarefas, das quais merecem ser destacadas as funções relacionadas com as actividades de advogado, docente universitário, político filiado no PSD ou os encargos de dirigente desportivo com exercícios ligados ao Farense, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, à Associação de Boxe do Algarve, à Federação Portuguesa de Petanca, ao Ginásio Clube Naval de Faro e à Associação Regional de Vela do Sul.

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