Com os primeiros passos na conjunto principal do Atlético Mineiro a acontecerem na época de 1993, Clayton Ferreira Cruz iniciaria na colectividade de Belo Horizonte a caminhada enquanto sénior. Com um arranque modesto, o extremo-esquerdo, que viria a partilhar o balneário com nomes bem conhecidos do futebol luso, casos de Doriva, Ronaldo, Aílton ou Valdir, aos poucos começaria a ganhar o seu espaço. Contudo, mesmo como um elemento utilizado com frequência e já com o palmarés pessoal colorido pela vitória na edição de 1995 do “Estadual”, o atacante nunca viria a consagrar-se como um dos titulares do “Galo” e tal contexto competitivo faria com que procurasse outros caminhos.
Ao tentar ganhar outra preponderância, Clayton iniciaria um pequeno périplo de empréstimos, primeiramente a levá-lo ao Guarani e depois ao América Natal. Seria por altura da última cedência que um afamado treinador português, sentado nas bancadas e com a prospecção de novos reforços em mente, haveria de reparar num par de avançados – “Estava a jogar um dérbi com o ABC e ganhámos 3-1, num jogo em que marquei dois golos e fiz uma assistência. Manuel Fernandes, que treinava o Santa Clara, estava na bancada a observar dois jogadores da equipa adversária. No dia seguinte, um empresário ligou-me para me levar para Portugal”*.
Acompanhado de George, a sua chegada aos Açores dar-se-ia no arranque da temporada de 1999/00. A estreia do extremo na divisão maior portuguesa, coincidente com a primeira campanha do colectivo insular no escalão maior, depressa revelaria o avançado como um intérprete merecedor de outros voos. Com uma técnica bem acima da média, uma velocidade estonteante e uma habilidade para o golo a superar as expectativas, Clayton veria dois dos “grandes” a interessarem-se pela sua contratação. Com o Sporting também na corrida, seria o FC Porto a conseguir convencer o atleta e alguns meses após a chegada a São Miguel, o atacante mudar-se-ia para a “Cidade Invicta”.
Nos “Azuis e Brancos”, Clayton começaria por trabalhar na alçada de Fernando Santos. Mesmo sem ser um dos indiscutíveis do “onze”, o extremo-esquerdo alcançaria números suficientes para conseguir manter a sua utilidade no grupo portista. Também no que diz respeito ao currículo, seriam os anos passados de “dragão” ao peito os mais proveitosos. Nesse sentido, para além de inscrever o seu nome na lista de vencedores de 1 Campeonato Nacional, 3 Taças de Portugal e 2 Supertaças, o avançado faria parte da equipa que, sob o comando de José Mourinho, encetaria mais uma senda de títulos além-fronteiras. O primeiro nesse rol seria a Taça UEFA de 2002/03. Na final disputada em Sevilha, frente ao Celtic, o jogador não sairia do banco de suplentes. Ainda assim, a presença nas eliminatórias anteriores e o golo marcado frente aos turcos do Denizlispor, fariam dele um justo merecedor do troféu ganho colectivamente.
Seguir-se-ia, numa troca a envolver, em sentido contrário, Ricardo Fernandes, a sua viagem para Lisboa – “Depois de ganharmos a Taça UEFA comecei a época como titular, mas tive uma lesão e fiquei afastado durante três meses. Quando voltei, a equipa estava em grande forma e não tive espaço para entrar. Estava a jogar muito pouco e o Sporting fez uma proposta”**. Porém, a sua passagem por Alvalade, onde voltaria a ser orientado por Fernando Santos, ficaria muito aquém do espectável e o avançado, finda a campanha de 2003/04, deixaria os “Leões”. De regresso ao Norte, Clayton passaria a envergar as cores do Penafiel. A entrada no novo emblema, aliciada pela presença de Manuel Fernandes no comando técnico, devolveria o atacante a números bem mais condizentes com a sua qualidade. Ainda assim, a temporada de 2004/05, para além das boas prestações do atleta, não correria sem um percalço a envolver o treinador natural de Sarilhos Pequenos – “O presidente [António Oliveira] era meio maluco, despediu-o à 3.ª jornada e não avisou ninguém. Depois veio Luís Castro, que ninguém conhecia, mas é um grande treinador e uma das melhores pessoas que conheci no futebol”*.
As boas exibições conseguidas ao serviço do Penafiel levariam o Vitória Sport Clube a apresentá-lo como reforço para a temporada de 2005/06. No entanto, a passagem por Guimarães não surtiria os resultados desejados. A partir daí, o avançado encetaria um périplo de início a conduzi-lo de volta ao Brasil. Depois do Sport Recife, Clayton ainda regressaria a Portugal e a um Penafiel a disputar a divisão de Honra de 2006/07. Seguir-se-ia a viagem para o Chipre, onde durante vários anos representaria agremiações como o Alki Larnaca, o Omonia e o AEL Limassol. Por fim, como os derradeiros capítulos do seu trajecto competitivo, emergiria o par de épocas com as cores dos baianos do Serrano.
Já depois de, em 2012, ter tomado a decisão de “pendurar as chuteiras”, Clayton afastar-se-ia do futebol, passando, ao lado da esposa, a dedicar-se a negócios relacionados com a transformação da madeira de eucaliptos.
*retirado da entrevista conduzida por David Pereira, publicada www.dn.pt, a 18/03/2018
**retirado do artigo de Luís Pedro Silva, publicado em 05/04/2020, em www.record.pt
Ao tentar ganhar outra preponderância, Clayton iniciaria um pequeno périplo de empréstimos, primeiramente a levá-lo ao Guarani e depois ao América Natal. Seria por altura da última cedência que um afamado treinador português, sentado nas bancadas e com a prospecção de novos reforços em mente, haveria de reparar num par de avançados – “Estava a jogar um dérbi com o ABC e ganhámos 3-1, num jogo em que marquei dois golos e fiz uma assistência. Manuel Fernandes, que treinava o Santa Clara, estava na bancada a observar dois jogadores da equipa adversária. No dia seguinte, um empresário ligou-me para me levar para Portugal”*.
Acompanhado de George, a sua chegada aos Açores dar-se-ia no arranque da temporada de 1999/00. A estreia do extremo na divisão maior portuguesa, coincidente com a primeira campanha do colectivo insular no escalão maior, depressa revelaria o avançado como um intérprete merecedor de outros voos. Com uma técnica bem acima da média, uma velocidade estonteante e uma habilidade para o golo a superar as expectativas, Clayton veria dois dos “grandes” a interessarem-se pela sua contratação. Com o Sporting também na corrida, seria o FC Porto a conseguir convencer o atleta e alguns meses após a chegada a São Miguel, o atacante mudar-se-ia para a “Cidade Invicta”.
Nos “Azuis e Brancos”, Clayton começaria por trabalhar na alçada de Fernando Santos. Mesmo sem ser um dos indiscutíveis do “onze”, o extremo-esquerdo alcançaria números suficientes para conseguir manter a sua utilidade no grupo portista. Também no que diz respeito ao currículo, seriam os anos passados de “dragão” ao peito os mais proveitosos. Nesse sentido, para além de inscrever o seu nome na lista de vencedores de 1 Campeonato Nacional, 3 Taças de Portugal e 2 Supertaças, o avançado faria parte da equipa que, sob o comando de José Mourinho, encetaria mais uma senda de títulos além-fronteiras. O primeiro nesse rol seria a Taça UEFA de 2002/03. Na final disputada em Sevilha, frente ao Celtic, o jogador não sairia do banco de suplentes. Ainda assim, a presença nas eliminatórias anteriores e o golo marcado frente aos turcos do Denizlispor, fariam dele um justo merecedor do troféu ganho colectivamente.
Seguir-se-ia, numa troca a envolver, em sentido contrário, Ricardo Fernandes, a sua viagem para Lisboa – “Depois de ganharmos a Taça UEFA comecei a época como titular, mas tive uma lesão e fiquei afastado durante três meses. Quando voltei, a equipa estava em grande forma e não tive espaço para entrar. Estava a jogar muito pouco e o Sporting fez uma proposta”**. Porém, a sua passagem por Alvalade, onde voltaria a ser orientado por Fernando Santos, ficaria muito aquém do espectável e o avançado, finda a campanha de 2003/04, deixaria os “Leões”. De regresso ao Norte, Clayton passaria a envergar as cores do Penafiel. A entrada no novo emblema, aliciada pela presença de Manuel Fernandes no comando técnico, devolveria o atacante a números bem mais condizentes com a sua qualidade. Ainda assim, a temporada de 2004/05, para além das boas prestações do atleta, não correria sem um percalço a envolver o treinador natural de Sarilhos Pequenos – “O presidente [António Oliveira] era meio maluco, despediu-o à 3.ª jornada e não avisou ninguém. Depois veio Luís Castro, que ninguém conhecia, mas é um grande treinador e uma das melhores pessoas que conheci no futebol”*.
As boas exibições conseguidas ao serviço do Penafiel levariam o Vitória Sport Clube a apresentá-lo como reforço para a temporada de 2005/06. No entanto, a passagem por Guimarães não surtiria os resultados desejados. A partir daí, o avançado encetaria um périplo de início a conduzi-lo de volta ao Brasil. Depois do Sport Recife, Clayton ainda regressaria a Portugal e a um Penafiel a disputar a divisão de Honra de 2006/07. Seguir-se-ia a viagem para o Chipre, onde durante vários anos representaria agremiações como o Alki Larnaca, o Omonia e o AEL Limassol. Por fim, como os derradeiros capítulos do seu trajecto competitivo, emergiria o par de épocas com as cores dos baianos do Serrano.
Já depois de, em 2012, ter tomado a decisão de “pendurar as chuteiras”, Clayton afastar-se-ia do futebol, passando, ao lado da esposa, a dedicar-se a negócios relacionados com a transformação da madeira de eucaliptos.
*retirado da entrevista conduzida por David Pereira, publicada www.dn.pt, a 18/03/2018
**retirado do artigo de Luís Pedro Silva, publicado em 05/04/2020, em www.record.pt
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