1564 - RUI CAMPOS

Filho e sobrinho respectivamente de Vítor Campos e de Mário Campos, a herança desportiva de Rui Campos só poderia deixá-lo na senda de uma modalidade e de um único emblema. Com o percurso formativo feito com as cores da Académica de Coimbra, o médio de pendor ofensivo subiria a sénior na temporada de 1991/92. Puxado ao grupo principal por José Rachão, numa altura em que a “Briosa” teimava em disputar o escalão secundário, a verdade é que o jovem jogador não iria auferir de grandes oportunidades. O mesmo viria a acontecer nas campanhas seguintes e como resultado dessa falta de presenças em campo, na campanha de 1993/94, segundo a informação retirada do “site” da Federação Portuguesa de Futebol, surgiria o empréstimo do atleta aos figueirenses da Naval 1º de Maio.
No regresso ao Calhabé, o jogador passaria a trabalhar sob a alçada do treinador Vieira Nunes. A partir dessa época de 1993/94, o médio, de forma progressiva, começaria a ganhar o seu espaço num sector intermediário que contava também com outros nomes de grande tradição no emblema beirão, casos de Mickey, Mito ou Miguel Rocha. Aos poucos, a sua preponderância aumentaria até que, por altura da campanha de 1996/97, já a sua presença no “onze” da Académica de Coimbra era tida como fulcral ao desenrolar dos desempenhos colectivos da equipa. A referida temporada, ainda nas pelejas da divisão de Honra, depressa viria a transformar os horizontes dos “Estudantes”. Com a luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa a apontar à luta pela subida de escalão, Rui Campos, caracterizado pela graciosidade e pela técnica apurada dos seus desempenhos, mutar-se-ia num dos pilares do esquema táctico montado por Vítor Oliveira e viria, como peça fulcral desse ambicioso rumo, a fixar-se como figura central da tão almejada promoção.
Resultado da subida de degrau, a campanha de 1997/98 significaria para o jogador o encetar de actividades no convívio com os “grandes”. No entanto, apesar da inegável felicidade que tal estreia traria ao trajecto competitivo do médio, a verdade é que Rui Campos, como viria a recordar Mickey, seu grande amigo e colega de balneário, ver-se-ia envolvido numa acesa polémica a envolver o treinador e alguns dirigentes – “A certa altura, defendi o meu colega Rui Campos num desentendimento que ele teve com o José Romão, por uma questão de justiça. Penso que fiquei marcado desde aí, sobretudo pelo senhor António Augusto, chefe do departamento de futebol”*.
À custa de tal controvérsia, Rui Campos, que vinha a ser utilizado com alguma regularidade, deixaria de entrar nas contas da “Briosa”. O médio, na época seguinte, ainda voltaria a envergar as cores da Naval 1º de Maio. Porém, o regresso à divisão de Honra transformar-se-ia no capítulo final de uma carreira que terminaria, abruptamente, aos 26 anos de idade. Seguir-se-iam as actividades empresariais, onde chegaria a ter em Mickey um sócio de negócios e ainda o regresso à Académica de Coimbra, onde, entre 2017 e 2020, desempenharia as funções de Director Geral da Formação.

*retirado do artigo de Vítor Hugo Alvarenga, publicado a 21/01/2021, em https://maisfutebol.iol.pt

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