1562 - EMÍDIO URIA


Até aí com a totalidade da carreira cumprida ao serviço do Estoril Praia, Emídio Simões Uria seria apresentado como reforço do GD CUF para a temporada de 1958/59. Orientado, na referida campanha, por Cândido Tavares, logo o extremo conseguiria fixar-se no plantel da colectividade barreirense como uma das figuras mais sonantes. Ao manter-se como um dos atletas utilizados com maior frequência ao longo dos anos vindouros, o jogador obrigatoriamente viria a participar em diversos episódios de inolvidável importância. Nesse rol e no que diz respeito às provas de índole nacional, o grande destaque emergiria com a brilhante campanha de 1964/65. Numa equipa comandada tecnicamente por Manuel Oliveira e composta por nomes como Mário João, Arnaldo, José Ferreira Pinto ou Abalroado, o emblema “fabril” chegaria ao pódio do Campeonato Nacional e, ao ficar atrás apenas do Benfica e do FC Porto, alcançaria o 3º posto da tabela classificativa.
Consequência do brilharete relatado no final do parágrafo anterior, surgiria a participação na Taça das Cidades com Feira e outro embate de referência histórica. Na prova de cariz continental, à CUF calharia em sorte o AC Milan. Porém, para o todo-poderoso emblema italiano, a eliminatória seria bem mais difícil de resolver do que à partida todos adivinhariam. Na 1ª mão, chamado pelo treinador Anselmo Fernandez à peleja caseira, Emídio Uria, a exibir-se no recém-estreado Estádio Alfredo da Silva, daria um enorme contributo para a vitória por 2-0. Já em Milão, ao conjunto de Trappatoni, Rivera entre outros, não seria suficiente apenas um jogo para recuperar da derrota infligida em Portugal. Com o extremo, mais uma vez a ser chamado à peleja em ambas as partidas, só no “match” de desempate é que o conjunto luso viria a claudicar, permitindo aos “Rossoneri” avançar na competição.
Anos antes, já Emídio Uria tinha sido premiado pelas boas exibições conseguidas ao serviço da CUF. Esse reconhecimento surgiria sob a forma de uma chamada aos compromissos agendados pela Federação Portuguesa de Futebol. Envolvido nos trabalhos da equipa “B”, o extremo, a 8 de Dezembro de 1960, seria incluído num “onze” a compreender também José Rita, Morato, Hilário, Mário Lino, Neto, Vicente, Carlos Duarte, Iaúca, Jorge Humberto e Rocha. No meio de tantas estrelas do desporto luso, a partida frente à França daria a oportunidade ao atacante para envergar a “camisola das quinas”. Participaria então na acção desenrolada no Estádio Nacional do Jamor e ao contribuir para o empate a 2 bolas, o atleta conseguiria adicionar ao currículo pessoal 1 internacionalização com as cores de Portugal.
No que diz respeito à senda cumprida com a CUF, Emídio Uria completaria 9 temporadas no emblema do Barreiro. No somatório de tais campanhas, só na prova de maior expressão no calendário português de futebol, o Campeonato Nacional, entraria no rectângulo de jogo em 176 ocasiões. Tal registo dar-lhe-ia o 10º lugar nos jogadores do emblema fabril com mais jornadas disputadas na 1ª divisão. Porém, a longa ligação ao clube viria a findar com o termo das provas agendadas para a temporada de 1966/67. De seguida, mesmo ao não conseguir descobrir qualquer registo da sua actividade competitiva durante alguns anos, encontrei uma referência à sua participação na edição de 1969 da canadiana National Soccer League, ao serviço do First Portuguese e ao lado de Iaúca e de Matateu.

Sem comentários: