1663 - CERQUEIRA

Produto das “escolas” do FC Porto, as qualidades de António Armando Cerqueira Coelho Jorge levá-lo-iam aos trabalhos das jovens equipas da Federação Portuguesa de Futebol. O defesa, que haveria de destacar-se no centro e na esquerda do sector mais recuado, teria a estreia com a “camisola das quinas” a 14 de Abril de 1979. À internacionalização pelos actualmente designados como sub-16, seguir-se-iam outras partidas feitas pelas equipas de Portugal e juntando as rondas disputadas no escalão já referido às presenças nos desafios dos “olímpicos”, o atleta somaria um total de 6 jogos cumpridos com as cores lusas.
No que diz respeito ao trilho clubístico, Cerqueira haveria de dar os primeiros passo como sénior num empréstimo ao plantel de 1980/81 do Paços de Ferreira. Após 4 temporadas na colectividade da “Cidade do Móvel”, sempre na disputa dos degraus inferiores do futebol português, o defesa, como prémio para os bons desempenhos conseguidos durante esse período, veria Artur Jorge a integrá-lo no grupo de trabalho portista erguido para as provas de 1984/85. Contudo, com a enorme concorrência por um lugar no “onze”, onde habitualmente marcavam presença nomes como Eurico, Inácio, Lima Pereira ou Eduardo Luís, o defesa terminaria a época de regresso às Antas sem qualquer presença em campo. Tal ocaso empurrá-lo-ia para uma nova cedência e já ao serviço do Vitória Sport Clube, onde, na campanha de 1985/86, trabalharia com António Morais, a época até começaria de feição para o atleta. Porém, uma grave lesão afastá-lo-ia das fichas de jogo praticamente durante a aludida passagem pelo Minho e o jogador acabaria por perder a oportunidade de singrar no contexto primodivisionário.
Apesar do desaire vivido na “Cidade Berço”, o defesa, para a temporada de 1986/87, voltaria a ganhar um lugar num plantel a disputar a 1ª divisão. Já como elemento do Desportivo de Chaves, Cerqueira participaria em dois dos episódios de maior importância na história do clube. Logo na época de chegada a Trás-os-Montes, sob a intendência de Raul Águas, ajudaria a sua equipa a atingir o 5º lugar da tabela classificativa do Campeonato Nacional. Tal feito, inédito, levaria os “Flavienses” à, igualmente nova, qualificação para as provas de índole continental. Com o clube, na campanha subsequente, inserido na Taça UEFA, o jogador teria a confiança do mencionado treinador e ser-lhe-ia outorgada a participação nas 4 partidas disputadas primeiramente com a Universitatea Craiova e, após a eliminação dos romenos, frente aos magiares do Honvéd.
Com a ligação ao Desportivo de Chaves a findar em 1988/89 e com o jogador a destacar-se como uma das principais figuras do conjunto transmontano, um convite surgiria endereçado ao defesa. O repto levá-lo-ia de novo a Guimarães, onde, pela mão de Paulo Autuori, haveria de montar-se uma bela equipa. Contudo, mesmo inserido num projecto ambicioso, a verdade é que o azar voltaria a assolar o atleta. As lesões, mais uma vez, afectariam em demasia o rendimento de Cerqueira e tanto na época de regresso ao Minho, como na seguinte, as suas presenças em campo seriam escassas e nada consentâneas com o seu valor desportivo.
Seguir-se-ia um Sporting de Espinho a militar na edição de 1991/92 da divisão de Honra e orientado por Quinito. Logo nessa época de estreia com os “Tigres da Costa Verde”, o defesa participaria na subida de escalão e na impressionante caminhada na Taça de Portugal, a levar o clube ao quartos-de-final da prova. De seguida surgiriam, a sua última aparição no escalão máximo, outras duas épocas a envergar o listado branco e negro, o fim da sua carreira com o termo das provas agendadas para 1994/95 e o encetar das actividades como treinador que o levariam ao comando do Fiães, Valecambrense ou Cesarense.

1662 - RUI LIMA

Com o percurso formativo feito, na quase totalidade, ao serviço do Boavista, Rui Manuel Pinto de Lima demoraria ainda alguns anos até conseguir ganhar um lugar na equipa principal dos “Axadrezados”. Ainda assim, o esquerdino que, preferencialmente, podia posicionar-se no lado canhoto do meio-campo ou a médio-ofensivo, nunca seria esquecido pelos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol. Nessa caminhada internacional, o jovem jogador, na condição de elemento das camadas jovens das “Panteras”, teria a sua estreia a 9 de Abril de 1993. Depois dessa partida pelos sub-15, o atleta prosseguiria a caminhada com as cores lusas pelos restantes escalões e chegaria, num total de 46 presenças em campo com a “camisola das quinas”, a representar os sub-21 e a selecção “B” de Portugal.
No que diz respeito à caminhada clubística, seria num empréstimo ao plantel de 1997/98 do Gondomar, no âmbito de um protocolo rubricado entre o referido emblema e o Boavista, que Rui Lima teria a oportunidade de fazer a estreia como sénior. Após a campanha cumprida na 2ª divisão “b”, o médio ainda passaria por novas cedências. Nesse trajecto, emergiria de seguida, em épocas ambiciosas na divisão de Honra, o Desportivo das Aves e o Desportivo de Chaves. Ainda assim, apesar das pretensões apontadas à subida de degrau competitivo, seria apenas na temporada de 2000/01 que o jogador, de regresso ao emblema com sede na Vila das Aves, conseguiria alcançar o cenário primodivisionário. No mencionado ano desportivo, a trabalhar com o Professor Neca e, após a saída deste, com Carlos Carvalhal, as excelentes exibições esgrimidas nas principais provas internas, onde ficaria registado um golo marcado ao sportinguista Peter Schmeichel, levá-lo-iam a merecer o regresso ao Estádio do Bessa e a envergar, num deveras contexto idílico, a camisola dos “Axadrezados”.
Com o Boavista consagrado como campeão nacional, Rui Lima revelaria algumas dificuldades para ganhar o seu espaço no plantel às ordens de Jaime Pacheco. Mesmo tendo em conta o aludido panorama, as exibições apresentadas pelo médio-ala , onde estaria incluída a participação na Liga dos Campeões de 2001/02, ainda dariam azo a números com uma certa expressividade. No entanto, tais resultados não seriam suficientes para garantir ao atleta um lugar no grupo de trabalho planeado para a época seguinte. Sem espaço, dessa feita seguir-se-ia o empréstimo ao Vitória Futebol Clube. Como anteriormente, o labor produzido na cidade de Setúbal justificaria o retorno ao Bessa. Contudo, a primeira metade da época de 2003/04 não correria de feição e o jogador, em Janeiro de 2004, deixaria as “Panteras” para, em definitivo, rubricar uma ligação com o Beira-Mar.
Numa carreira em constantes mudanças, a colectividade de Aveiro tornar-se-ia numa das mais representativas da carreira de Rui Lima enquanto sénior. Nos “Auri-negros”, o esquerdino, sempre como titular, cumpriria 3 épocas e meia consecutivas. No executar desse período, apenas em 2005/06 experimentaria o escalão secundário. De seguida, intercaladas por uma nova passagem pelo Boavista, emergiriam as experiências no estrangeiro, com as camisolas dos cipriotas do Omonia, do Nea Salamina e dos israelitas do Hapoel Haifa a colorirem tal trecho. Finalmente dar-se-ia o regresso a Portugal para, em 2010/11, ingressar e encetar um capítulo de 5 anos ao serviço da UD Oliveirense. Daí em diante, o atleta manter-se-ia pelos escalões secundários e numa caminhada que duraria até ao termo das provas agendadas para 2020/21, o futebolista ainda juntaria ao currículo pessoal as camisolas do Salgueiros, do Canelas e do Pedras Rubras.