
Ao não conseguir aferir praticamente nada sobre os primeiros anos da ligação de Vítor Manuel Gomes Lopes ao futebol, o que parece ser certo é a sua primeira inscrição ter acontecido, em 1963/64, no Futebol Benfica. Assim sendo, e com o percurso iniciado nas camadas jovens do popular “Fofó”, também é certo dizer-se que o jovem médio haveria de prosseguir a carreira, sem saber o ano da transição, nas “escolas” da CUF.
No emblema do Lavradio terá terminado a etapa formativa. Se fez, ou não, a transição para o escalão sénior ao serviço da colectividade fabril, em lugar algum encontrei qualquer informação a esse respeito. No que concerne aos anos seguintes, sei, de fonte segura, que acabaria emprestado ao Tramagal. Já a época da sua presença na agremiação do concelho de Abrantes, após cruzar alguma informação a dizer-me do balneário partilhado com Nelinho e Vítor Manuel, aponta para 1968/69. Quanto ao resto, só posso afirmar que a estreia no principal conjunto da CUF, pelo menos no Campeonato Nacional da 1ª divisão, terá sido alcançada em 1970/71.
Com a estreia no escalão máximo luso a acontecer pela mão de Carlos Silva, Vítor Gomes encetaria um trajecto que, logo na campanha seguinte, traria o médio-defensivo para a linha da frente do “onze” idealizado por Fernando Caiado. Como interveniente em todas as jornadas da edição de 1971/72 do Campeonato Nacional e com o 4º lugar conquistado na tabela classificativa da 1ª divisão, a cotação do atleta depressa subiria. Para ajudar à sua valorização, à titularidade, a época de 1972/73 somaria a sua estreia nas competições de índole continental. Inserido o clube na Taça UEFA, o jogador, ao competir nas 4 partidas correspondentes à participação do emblema da Margem Sul na mencionada prova, entraria em campo frente aos belgas do Racing White e aos germânicos do Kaiserslautern. Já no plano interno, voltaria a trazer para o currículo a totalidade das partidas disputadas na principal prova do calendário português e nas épocas seguintes, em pouco a dever às antecessoras, ainda haveria a registar o centrocampista como um dos homens pertencentes a um dos conjuntos vencedores da Taça Intertoto de 1974/75.
Tamanha coerência exibicional, adjuvada pelos excelsos préstimos do colectivo da CUF, empurrá-lo-ia para a subida até um dos denominados “grandes”. No Sporting de 1975/76 encontraria um plantel com um sector intermediário recheado de craques. Com Fraguito como principal competidor à sua posição em campo, Vítor Gomes, num segundo plano nas escolhas de Juca, acabaria a época de entrada em Alvalade um pouco ofuscado pela concorrência. Porém, a mudança de paradigma perpetrada com a chegada de Jimmy Hagan, na qual o técnico inglês haveria de ver no jogador alguém com as capacidades para também ocupar a direita da defesa, levá-lo-ia a aparecer em jogo com maior frequência. Contudo, a época subsequente faria com que o atleta retrocedesse na sua afirmação. Ainda assim, erguido o momento num episódio carregado de ironia, a Taça de Portugal de 1977/78 traria o seu “canto do cisne” e seria um golo da sua autoria, naquela que viria a tornar-se na derradeira partida a envergar o listado dos “Verde e Brancos”, a abrir o marcador na vitória dos “Leões” na finalíssima da “Prova Rainha”.
Apesar de tido como um jogador abnegado, prova feita após um acidente de caça que, ao feri-lo gravemente num pé, não o impediria de continuar a dar uma bela ajuda ao clube, o fim da sua contribuição para os objectivos colectivos do Sporting, mesmo contra a vontade de Miroslav Pavic, viria com o termo da temporada de 1977/78. Seguir-se-iam, sem abandonar o escalão máximo, o ano passado num Marítimo inicialmente orientado por Fernando Vaz, a muito aludida recusa para regressar a Alvalade, as duas campanhas cumpridas no Portimonense e uma derradeira temporada no cenário primodivisionário, ao serviço do Belenenses. De seguida, numa época em que abraçaria, em simultâneo, as tarefas de jogador e de treinador, emergiria o Juventude de Évora de 1982/83. Aliás, seria a sua experiência no emblema alentejano encaminhá-lo-ia na direcção de uma carreira de técnico-principal e a trabalhar à frente de colectividades como o Esperança de Lagos, Ginásio de Alcobaça, Caldas, Paços de Ferreira, Moreirense, Gil Vicente, Trofense, Marco, Paredes ou Freamunde. 
 
 
 
            
        
          
        
          
        

Com o percurso formativo cumprido ao serviço do Estrela da Amadora, seria como praticante do emblema sediado na Linha de Sintra que Rodolfo Luís Costa Miguéns Correia acabaria chamado aos trabalhos das jovens selecções portuguesas. Com a primeira aparição a suceder pela mão de Nelo Vingada, essa partida dos sub-15, disputada a 14 de Abril de 1992, no âmbito do Torneio Internacional de Montaigu, serviria de arranque a uma caminhada a levá-lo aos mais diversos escalões e a somar 31 partidas com as cores lusas.
Já no que respeita ao percurso clubístico, haveria de ser também no Estádio José Gomes que o médio-defensivo faria a transição para o patamar sénior. Essa temporada de 1994/95, lançado em campo por Fernando Santos, transformar-se-ia no encetar de uma caminhada de vários anos a participar nas principais pelejas do futebol português. Impondo-se, progressivamente, como um dos elementos basilares dos desenhos tácticos dos “Tricolores”, a sua importância no seio do grupo amadorense, como recordaria o médio Lázaro, começaria a subir – “Era um jogador low profile, não se preocupava em termos individuais, era muito coletivo. Acabou por atingir alguma notoriedade, ao representar o FC Porto, mas sempre foi um jogador de grupo”*.
Com a cotação em alta e com 5 campanhas primodivisionárias a enriquecer-lhe o currículo, o jogador veria colectividades de outra craveira a interessarem-se pelos seus préstimos. Tal como destapado no parágrafo anterior, e como consequência da presença do já mencionado Fernando Santos no comando técnico dos “Dragões”, o “trinco” mudar-se-ia da Reboleira para as Antas. No entanto, a transferência para o FC Porto não correria como esperado e Rodolfo poucas oportunidades conseguiria conquistar na agremiação da “Cidade Invicta”. Ainda assim, o médio-defensivo teria o privilégio de fazer parte, no desenrolar da época de 1999/00, de algumas conquistas e ajudaria às vitórias na Taça de Portugal e na Supertaça.
Sem lugar nos “Azuis e Brancos”, Rodolfo daria início a uma fase da carreira um pouco mais errante. Com os dois primeiros passos a serem dados na sequência de um par de empréstimos, tal périplo levá-lo-ia ao Beira-Mar e ao Varzim. Com ambas as campanhas passadas no contexto competitivo da 1ª divisão, a manutenção dos “Lobos-do-Mar” empurrá-lo-ia para a assinatura, em 2002/03 e em termos definitivos, de um novo contrato com o emblema poveiro. De seguida, sem abandonar os palcos principais do futebol luso, emergiriam as duas temporadas ao serviço da Académica de Coimbra. Após a experiência nos “Estudantes”, onde seria muito afectado pelas lesões num joelho, o médio-defensivo, com o aproximar do termo da carreira, teria ainda tempo para dar um salto até França, onde seria apresentado como reforço do plantel de 2005/06 do Clermont. 
No regresso a Portugal, o atleta, por desafio de Raul Oliveira e Vítor Vieira, seus antigos colegas no Estrela da Amadora, ainda viria a treinar-se e a participar em alguns “amigáveis”, pelo Lusitânia dos Açores. Porém, zangado com o futebol e antes do início da temporada oficial, o médio decidiria deixar a modalidade e voltar aos estudos. Já como estudante da Licenciatura de Educação Física e Desporto, surgiriam o Igreja Nova e o Linda-a-Velha, respectivamente no 3º escalão e na disputa dos “distritais” da Associação de Futebol de Lisboa.
Com os estudos terminados e com alguma experiência na orientação de várias equipas de jovens, Rodolfo teria no Panathinaikos, a cumprir o papel de treinador-adjunto, o regresso ao futebol de mais alto nível. Seguir-se-ia o Paraná, onde faria parte da equipa técnica de Milton Mendes. De seguida, após a experiencia no Brasil, já como adjunto de Jorge Paixão, passaria pelos polacos do Zawsza Bydgoszcz e pelo Olhanense. Porém, num trajecto à imagem de um verdadeiro “globetrotter”, o antigo futebolista ainda teria a oportunidade de passar, não só por outros países, como por outro continente. Nesse sentido, excluindo um ou outro capítulo, há ainda a destacar o trabalho efectuado no Tractor Club de Toni, na selecção do Irão a cargo de Carlos Queiroz, nos “olímpicos” do Bahrein, no Sporting de Marcel Kaizer, nos americanos do Harrisburg City Islanders, no Al-Hilal “B”, por conselho de Jorge Jesus, como técnico-principal dos sauditas do Al-Ula FC e, já nesta época de 2025/26, como responsável pelos sub-21 do Neon SC.
*retirado do artigo publicado a 6/11/2018, em https://bancada.pt 
 
 
 
            
        
          
        
          
        

Filho de Ivo Martins, notável dirigente do Marítimo, e bisneto de Cândido Gouveia, um dos fundadores do emblema insular, João Luís Gouveia Martins só poderia ter nos “Verde-rubros” o seu clube de eleição. Nesse sentido, seria nas “escolas” dos “Leões do Almirante Reis” que o defesa-central cumpriria toda a formação. Também na transição para sénior, o jovem atleta encontraria nos “Barreiros” a sua “casa”. No entanto, com a referida passagem a acontecer ainda na temporada de 1985/86, só a campanha seguinte veria o atleta a estrear-se em campo pela equipa principal e essa última ronda do Campeonato Nacional de 1986/87, depois de lançado por Manuel Oliveira, constituiria o arranque de uma caminhada na quase totalidade dedicada à colectividade do Funchal.
Apesar de ser um jovem talentoso, João Luís ainda demoraria alguns anos até conseguir impor-se como um dos principais elementos do plantel do Marítimo. Tal passo, após 4 campanhas de pouca utilização, dá-lo-ia na época de 1990/91. Orientado, no decorrer dessa temporada, inicialmente por Ferreira da Costa e, com a saída deste, por Paulo Autuori, o defesa-central ganharia a confiança de ambos os técnicos e, por consequência, conquistaria o estatuto de titular. Como um dos esteios do sector mais recuado da agremiação madeirense, o jogador tornar-se-ia um dos pilares do crescimento evidenciado pelo clube. Tal evolução consolidaria os “Insulares” na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa e a 1ª divisão de 1992/93 terminaria com o emblema funchalense num brilhante 5º lugar.
A posição referida no final do parágrafo anterior encaminharia o Marítimo para a estreia nas provas de índole continental. No entanto, apesar do louvor merecido ao colectivo, a verdade é que a temporada de 1993/94, em termos do desempenho individual, seria um pouco madrasta para João Luís. Ainda assim, apesar de perder o lugar no “onze”, o defesa-central, escalonado por Edinho para entrar em campo na condição de capitão de equipa, teria o orgulho de participar, frente ao Royal Antwerp, na 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA. Daí em diante, ultrapassado por outros colegas nas escolhas dos diferentes treinadores, a sua utilização ficaria bem abaixo daquilo a que tinha habituado os adeptos. Mesmo nas épocas seguintes, o atleta não voltaria, de forma incontestável, a recuperar a titularidade e, nesse sentido, assistiria à final da Taça de Portugal de 1994/95 a partir do banco de suplentes.
A temporada de 1995/96 tornar-se-ia na última de João Luís como atleta do Marítimo. Seguir-se-ia um par de campanhas com as cores do Machico e a decisão de “pendurar as chuteiras”, com o termo das provas agendadas para 1997/98. Alguns anos mais tarde, surgiriam na vida do antigo defesa as tarefas de técnico. Tais funções, encetadas à frente do Cruzado Canicense de 2003/04, levá-lo-iam a regressar aos “Leões do Almirante Reis”, para, durante alguns anos, treinar o conjunto “B”. De seguida, após as passagens por Pontassolense e Machico, surgiriam as oportunidades de trabalhar, como adjunto de Mariano Barreto, no Recreativo do Libolo, no Al-Ahli do Bahrain, nos sauditas do Al-Qadisiyah e no FC Stumbras da Lituânia. Aliás, seria no emblema de Kaunas que voltaria a estar à frente de uma equipa. Andando um pouco mais na sua cronologia profissional, ainda lideraria, sem sair do mencionado país báltico, o FK Zalgiris e o FK Panevezys. Depois retornaria a Portugal onde, novamente ao serviço dos “Verde-rubro” seria, entre 2021 e 2023, Presidente da SAD. Finalmente emergiria, mais uma vez, como treinador-principal, dessa feita ao serviço do plantel de 2024/25 do Camacha. 
 
 
 
            
        
          
        
          
        

Formado no Belenenses, as suas qualidades desportivas levá-lo-iam, a 1 de Novembro de 2001, a estrear-se com a “camisola das quinas”. Esse primeiro encontro com as cores de Portugal, partida disputada frente à Hungria no âmbito dos sub-16, daria azo à sua continuidade nos conjuntos sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Aliás, daí em diante, o defesa-central, que também haveria de jogar à esquerda do sector mais recuado, passaria por distintos escalões, sendo convocado para diversos certames de renome, como a edição de 2007 do Torneio de Toulon. Mais tarde, em 2009, resultado de uma evolução bastante positiva, acabaria chamado por Carlos Queiroz à equipa principal lusa e pelo meio de 40 internacionalizações, cumpriria 2 pelo conjunto “A”.
Já no que diz respeito à sua caminhada sénior, seria também ao serviço do Belenenses que, pela mão de Manuel José, Gonçalo Jardim Brandão conseguiria estrear-se no escalão sénior e nas pelejas da 1ª divisão. Depois de um arranque ambicioso na equipa principal dos “Azuis”, a verdade é que o defesa, cumprida essa temporada de 2003/04, acabaria sucessivamente preterido nas escolhas dos treinadores. Tamanha falta de utilização levá-lo-ia a procurar evoluir noutros cenários competitivos e após o infrutífero empréstimo ao Charlton de 2005/06, a temporada de 2008/09 apresentá-lo-ia como atleta de outra colectividade e logo na disputa de um dos campeonatos mais cotados no mundo.
Contratado pelo Siena, o jogador passaria a disputar a Serie A italiana. Porém, a entrada num dos contexto competitivos mais exigentes do universo futebolístico não assustaria o defesa. Contrariamente ao que alguma falta de experiência poderia apontar, Gonçalo Brandão conseguiria afirmar-se na agremiação com sede na Toscana. Como um dos destaques da equipa, o atleta começaria a despertar a atenção de emblemas de outra monta. A primeira dessas divisas a chamá-lo, como referido no primeiro parágrafo deste texto, seria a selecção “A” de Portugal. No entanto, igualmente na campanha 2009/10, uma digressão de fecho de temporada levá-lo-ia a ser emprestado à Juventus e a fazer, ao serviço da “Vecchia Signora”, alguns particulares nos Estados Unidos da América.
Ao não ser contratado pela Juventus e com a descida de divisão do Siena, Gonçalo Brandão passaria a temporada de 2010/11 nas contendas da Serie B. Acabaria resgatado para o contexto primodivisionário logo na campanha seguinte, mas a passagem pelo Parma não surtiria o efeito desejado. Sem grande utilização no novo emblema, o defesa começaria, em 2012/13, um sucessão de empréstimos a levá-lo ao Cesena, Cluj e finalmente ao Belenenses. O regresso ao Restelo, inicialmente numa cedência encetada a meio da temporada de 2013/14, transformar-se-ia numa ligação definitiva. Daí em diante, contrariamente ao sucedido na primeira passagem pelos “Azuis”, o jogador haveria de impor-se como umas das principais figuras do plantel “alfacinha”. Nesse sentido, seria com algum espanto que os adeptos veriam o atleta sair do clube e a apresentar-se, no “mercado de Inverno” de 2017, como reforço do Estoril Praia.
A verdade é que a mudança para o emblema da “Linha de Cascais” não traria o proveito por si projectado. Mesmo sem sair do escalão máximo luso, Gonçalo Brandão, no ano e meio despendido com os “Canarinhos” nunca conseguiria passar de segunda escolha. Seguir-se-ia, em 2018/19, a experiência nos helvéticos do Lausanne, o regresso a Portugal para fazer parte do plantel de 2019/20 do FC Porto “B” e o fim da carreira como futebolista, ainda no conjunto secundário dos “Dragões”, com o termo das provas agendadas para 2020/21.
Já com as “chuteiras penduradas”, Gonçalo Brandão decidir-se-ia pelas actividades de treinador. Nas funções de adjunto, já representou o Sporting “B” e é, actualmente, um dos membros da equipa técnica do Casa Pia. 
 
 
 
            
        
          
        
          
        

Ainda jovem haveria de assinar um contrato amador com o Wolverhampton Wanderers, mas apenas para ser encaminhado para o “satélite” Wath Wanderers, equipa sediada em Yorkshire, o seu condado natal. Não muito tempo depois, naquela que viria a tornar-se na estreia enquanto sénior, Keith Burkinshaw seria apresentado como reforço do Denaby United. No entanto, apesar da modéstia do emblema por si representado, as suas exibições seriam suficientes para despertar a atenção de um dos gigantes do futebol britânico e o médio-interior ou defesa passaria, a partir da temporada de 1953/54, a representar o Liverpool.
Apesar de fazer parte dos quadros de um dos históricos do desporto europeu, a verdade é que Keith Burkinshaw jamais conseguiria afirmar-se no conjunto principal dos “Reds”. Aliás, a única presença em campo haveria de consegui-la, pela mão de Don Welsh, no decorrer da campanha de 1954/55, numa partida a contar para o 2º escalão inglês, frente ao Port Vale. Ainda assim, mesmo só tendo lugar nas categorias inferiores, o jogador ainda haveria de manter-se na equipa por alguns anos e a separação com a colectividade de Merseyside surgiria apenas com o termo da época de 1956/57.
Talvez com o objectivo de uma utilização mais regular, Keith Burkinshaw, para a campanha de 1957/58, escolheria o Workington para prosseguir a carreira. No emblema da Cúmbria, apesar dos objectivos modestos da agremiação, o atleta cumpriria uma grande fatia do seu percurso competitivo. Depois de passar cerca de 8 anos a disputar os jogos caseiros no Borough Park, a temporada de 1965/66 apresentá-lo-ia ao último emblema da caminhada enquanto futebolista. No Scunthorpe United manter-se-ia em actividade durante mais 3 épocas e pouco tempo após o término de 1967/68, o antigo jogador abraçaria as funções de treinador.
Em abono da rectidão, não seria no Newcastle United de 1968/69, para onde acabaria contratado como treinador-adjunto, que Keith Burkinshaw teria a primeira experiência no lugar de técnico. Tal papel já tinha sido, embora de forma interina e adicionado às obrigações de futebolista, interpretado por si no Workington e no Scunthorpe. No entanto, os “Magpies” marcariam o ponto a partir do qual, e em definitivo, o antigo jogador viria a assumir-se no referido cargo. Nessa evolução, não tardaria muito que ficasse à frente da equipa. A promoção aconteceria na temporada de 1971/72 e daria início a uma caminhada com diversos pontos de enorme interesse.
As 4 épocas feitas no escalão cimeiro do futebol inglês e a presença na final da FA Cup de 1973/74 pelo Newcastle elevariam a cotação de Keith Burkinshaw. O resultado imediato desse acréscimo de valor surgiria com o interesse de outros emblemas e com o contrato rubricado com o Tottenham Hotspurs. Apesar de inicialmente apenas ocupar o lugar de adjunto, a descida de divisão logo na época da sua chegada a Londres, faria com que os responsáveis directivos do clube apostassem em si para o cargo de “Manager”. Em boa hora surgiria tal declaração de apoio, pois os anos cumpridos em White Hart Lane traduzir-se-iam na sua entrada para o “Hall of Fame” da colectividade sediada na capital. Para tamanha honra muito contribuiriam os títulos conquistados e depois das vitórias em 2 FA Cups e 1 Charity Shield viria o triunfo na edição de 1983/84 da Taça UEFA.
Seria já como um técnico consagrado e depois de uma curiosa passagem pela selecção do Bahrein que, a meio da temporada de 1986/87, Keith Burkinshaw chegaria a Portugal. Contratado pelo Sporting, o técnico inglês apanharia o clube numa situação periclitante. Ainda assim, conseguiria chegar à final da Taça de Portugal e, com o termo da época em crescendo, os responsáveis pelos “Leões” sublinhariam o voto de confiança depositado no treinador. Já o encetar da campanha seguinte traria a polémica dispensa de Manuel Fernandes. Depois seguir-se-ia uma primeira metade do Campeonato Nacional mal conseguida, a vitória na Supertaça de 1987/88 e, com a passagem de ano à vista, o seu despedimento. 
Ao deixar Lisboa, Keith Burkinshaw como que entraria no ocaso da sua ligação ao futebol. Daí em diante passaria por diversos emblemas e em diferentes funções. Nessa caminhada desempenharia o papel de “Manager” no modesto Gillingham e nos malaios do Pahang, aceitaria o cargo de Director do Gabinete de Prospecção do Swindon Town e tornar-se-ia adjunto, e mais tarde “Manager”, do WBA. Por fim, há ainda a registar a sua ligação ao Abeerden, onde seria nomeado como Director para o futebol ou o vínculo ao Watford onde entraria como “Assistant Manager”. 
 
 
 
            
        
          
        
          
        

Produto das “escolas” do FC Porto, as qualidades de António Armando Cerqueira Coelho Jorge levá-lo-iam aos trabalhos das jovens equipas da Federação Portuguesa de Futebol. O defesa, que haveria de destacar-se no centro e na esquerda do sector mais recuado, teria a estreia com a “camisola das quinas” a 14 de Abril de 1979. À internacionalização pelos actualmente designados como sub-16, seguir-se-iam outras partidas feitas pelas equipas de Portugal e juntando as rondas disputadas no escalão já referido às presenças nos desafios dos “olímpicos”, o atleta somaria um total de 6 jogos cumpridos com as cores lusas.
No que diz respeito ao trilho clubístico, Cerqueira haveria de dar os primeiros passo como sénior num empréstimo ao plantel de 1980/81 do Paços de Ferreira. Após 4 temporadas na colectividade da “Cidade do Móvel”, sempre na disputa dos degraus inferiores do futebol português, o defesa, como prémio para os bons desempenhos conseguidos durante esse período, veria Artur Jorge a integrá-lo no grupo de trabalho portista erguido para as provas de 1984/85. Contudo, com a enorme concorrência por um lugar no “onze”, onde habitualmente marcavam presença nomes como Eurico, Inácio, Lima Pereira ou Eduardo Luís, o defesa terminaria a época de regresso às Antas sem qualquer presença em campo. Tal ocaso empurrá-lo-ia para uma nova cedência e já ao serviço do Vitória Sport Clube, onde, na campanha de 1985/86, trabalharia com António Morais, a época até começaria de feição para o atleta. Porém, uma grave lesão afastá-lo-ia das fichas de jogo praticamente durante a aludida passagem pelo Minho e o jogador acabaria por perder a oportunidade de singrar no contexto primodivisionário.
Apesar do desaire vivido na “Cidade Berço”, o defesa, para a temporada de 1986/87, voltaria a ganhar um lugar num plantel a disputar a 1ª divisão. Já como elemento do Desportivo de Chaves, Cerqueira participaria em dois dos episódios de maior importância na história do clube. Logo na época de chegada a Trás-os-Montes, sob a intendência de Raul Águas, ajudaria a sua equipa a atingir o 5º lugar da tabela classificativa do Campeonato Nacional. Tal feito, inédito, levaria os “Flavienses” à, igualmente nova, qualificação para as provas de índole continental. Com o clube, na campanha subsequente, inserido na Taça UEFA, o jogador teria a confiança do mencionado treinador e ser-lhe-ia outorgada a participação nas 4 partidas disputadas primeiramente com a Universitatea Craiova e, após a eliminação dos romenos, frente aos magiares do Honvéd.
Com a ligação ao Desportivo de Chaves a findar em 1988/89 e com o jogador a destacar-se como uma das principais figuras do conjunto transmontano, um convite surgiria endereçado ao defesa. O repto levá-lo-ia de novo a Guimarães, onde, pela mão de Paulo Autuori, haveria de montar-se uma bela equipa. Contudo, mesmo inserido num projecto ambicioso, a verdade é que o azar voltaria a assolar o atleta. As lesões, mais uma vez, afectariam em demasia o rendimento de Cerqueira e tanto na época de regresso ao Minho, como na seguinte, as suas presenças em campo seriam escassas e nada consentâneas com o seu valor desportivo.
Seguir-se-ia um Sporting de Espinho a militar na edição de 1991/92 da divisão de Honra e orientado por Quinito. Logo nessa época de estreia com os “Tigres da Costa Verde”, o defesa participaria na subida de escalão e na impressionante caminhada na Taça de Portugal, a levar o clube ao quartos-de-final da prova. De seguida surgiriam, a sua última aparição no escalão máximo, outras duas épocas a envergar o listado branco e negro, o fim da sua carreira com o termo das provas agendadas para 1994/95 e o encetar das actividades como treinador que o levariam ao comando do Fiães, Valecambrense ou Cesarense. 
 
 
 
            
        
          
        
          
        

Com o percurso formativo feito, na quase totalidade, ao serviço do Boavista, Rui Manuel Pinto de Lima demoraria ainda alguns anos até conseguir ganhar um lugar na equipa principal dos “Axadrezados”. Ainda assim, o esquerdino que, preferencialmente, podia posicionar-se no lado canhoto do meio-campo ou a médio-ofensivo, nunca seria esquecido pelos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol. Nessa caminhada internacional, o jovem jogador, na condição de elemento das camadas jovens das “Panteras”, teria a sua estreia a 9 de Abril de 1993. Depois dessa partida pelos sub-15, o atleta prosseguiria a caminhada com as cores lusas pelos restantes escalões e chegaria, num total de 46 presenças em campo com a “camisola das quinas”, a representar os sub-21 e a selecção “B” de Portugal.
No que diz respeito à caminhada clubística, seria num empréstimo ao plantel de 1997/98 do Gondomar, no âmbito de um protocolo rubricado entre o referido emblema e o Boavista, que Rui Lima teria a oportunidade de fazer a estreia como sénior. Após a campanha cumprida na 2ª divisão “b”, o médio ainda passaria por novas cedências. Nesse trajecto, emergiria de seguida, em épocas ambiciosas na divisão de Honra, o Desportivo das Aves e o Desportivo de Chaves. Ainda assim, apesar das pretensões apontadas à subida de degrau competitivo, seria apenas na temporada de 2000/01 que o jogador, de regresso ao emblema com sede na Vila das Aves, conseguiria alcançar o cenário primodivisionário. No mencionado ano desportivo, a trabalhar com o Professor Neca e, após a saída deste, com Carlos Carvalhal, as excelentes exibições esgrimidas nas principais provas internas, onde ficaria registado um golo marcado ao sportinguista Peter Schmeichel, levá-lo-iam a merecer o regresso ao Estádio do Bessa e a envergar, num deveras contexto idílico, a camisola dos “Axadrezados”.
Com o Boavista consagrado como campeão nacional, Rui Lima revelaria algumas dificuldades para ganhar o seu espaço no plantel às ordens de Jaime Pacheco. Mesmo tendo em conta o aludido panorama, as exibições apresentadas pelo médio-ala , onde estaria incluída a participação na Liga dos Campeões de 2001/02, ainda dariam azo a números com uma certa expressividade. No entanto, tais resultados não seriam suficientes para garantir ao atleta um lugar no grupo de trabalho planeado para a época seguinte. Sem espaço, dessa feita seguir-se-ia o empréstimo ao Vitória Futebol Clube. Como anteriormente, o labor produzido na cidade de Setúbal justificaria o retorno ao Bessa. Contudo, a primeira metade da época de 2003/04 não correria de feição e o jogador, em Janeiro de 2004, deixaria as “Panteras” para, em definitivo, rubricar uma ligação com o Beira-Mar.
Numa carreira em constantes mudanças, a colectividade de Aveiro tornar-se-ia numa das mais representativas da carreira de Rui Lima enquanto sénior. Nos “Auri-negros”, o esquerdino, sempre como titular, cumpriria 3 épocas e meia consecutivas. No executar desse período, apenas em 2005/06 experimentaria o escalão secundário. De seguida, intercaladas por uma nova passagem pelo Boavista, emergiriam as experiências no estrangeiro, com as camisolas dos cipriotas do Omonia, do Nea Salamina e dos israelitas do Hapoel Haifa a colorirem tal trecho. Finalmente dar-se-ia o regresso a Portugal para, em 2010/11, ingressar e encetar um capítulo de 5 anos ao serviço da UD Oliveirense. Daí em diante, o atleta manter-se-ia pelos escalões secundários e numa caminhada que duraria até ao termo das provas agendadas para 2020/21, o futebolista ainda juntaria ao currículo pessoal as camisolas do Salgueiros, do Canelas e do Pedras Rubras.