1609 - ULISSES MORAIS

Júnior no Benfica, Ulisses Manuel Nogueira Morais, na altura de subir à equipa principal, veria o inglês John Mortimore a excluí-lo da lista de atletas aptos ingressar no plantel principal. Tapado por Nené e por Vítor Batista, o jovem avançado-centro encetaria assim um périplo de 2 anos primeiro com as cores do União de Montemor, para depois passar a representar o Sporting da Covilhã. De seguida, dando seguimento a uma senda erguida à imagem de um verdadeiro “globetrotter”, suceder-se-iam, com mudanças de cores a cada campanha, mais umas quantas colectividades a militar nas contendas dos escalões inferiores e o Bragança, o Mogadourense, a AD Guarda e o União de Tomar precederiam uma das fases mais estáveis na carreira do jogador.
Após a entrada no plantel de 1983/84 do Benfica e Castelo Branco, onde passaria a trabalhar sob a alçada do “magriço” Jaime Graça, o atacante manter-se-ia por 3 temporadas consecutivas ao serviço da colectividade da Beira Baixa. No entanto, com a última época dessa trindade a ser cumprida após a descida ao 3º escalão, o atleta voltaria a apostar na mudança de clube. Espantosamente, a experiência vivida ao serviço do Ermesinde, sem que abandonasse o 3º degrau do futebol luso, abrir-lhe-ia as portas do tão almejado patamar máximo. Contratado, em 1987/88, por um “O Elvas” orientado inicialmente por Mário Nunes, Ulisses Morais apresentar-se-ia na ronda inicial do Campeonato Nacional, partida disputada frente ao Penafiel, como titular dos “Azuis e Ouro”. Curiosamente, todas as inscrições do avançado-centro nas fichas de jogo dá-lo-iam como membro escolhido para o “onze” inicial. Porém, nem com o treinador já referido, nem posteriormente com Vieira Nunes, o jogador conseguiria ultrapassar a concorrência de Bartolomeu e terminaria a passagem pela agremiação raiana apenas com 3 jogos disputados.
O resto da sua carreira enquanto futebolista, à imagem dos primeiros anos, voltaria a devolvê-lo à errância e aos palcos secundários. Varzim, Peniche, Mirense, Leiria e Marrazes e, por fim, o regresso ao Sporting da Covilhã precederiam o “pendurar das chuteiras”, com o termo das provas agendadas para 1994/95. Todavia, apaixonado pela modalidade, Ulisses Morais manter-se-ia ligado ao “jogo da bola”. Como treinador, numa senda a começar também pelos patamares inferiores, seria a Naval 1º de Maio a dar-lhe a oportunidade de, na campanha de 1995/96, assumir as rédeas de uma equipa sénior. Depois da colectividade sediada na Figueira da Foz, os anos cumpridos nos Dragões Sandinenses e no Machico, transformar-se-iam no trajecto para chegar ao Estoril Praia. Na “Linha de Cascais” a partir de 2001/02, as 2 promoções consecutivas, com a última a dar ao seu currículo o título de campeão da divisão de Honra, abrir-lhe-iam outras perspectivas de carreira. Tal horizonte seria, obviamente, o 1º escalão. Porém, contra todas as expectativas, os “Canarinhos” deixariam de contar com os serviços do técnico e o Gil Vicente passaria a ser o seu novo emblema.
Em Barcelos, Ulisses Morais encetaria uma caminhada que, em definitivo, haveria de confirmá-lo como um treinador de habilidades primodivisionárias. No convívio com os “grandes”, com passagens a levá-lo também ao Marítimo, Naval 1º de Maio, Paços de Ferreira, Académica de Coimbra e Beira-Mar, o técnico somaria ao trajecto um total de 11 temporadas seguidas na 1ª divisão. Em Portugal ainda orientaria o Desportivo de Aves e o Famalicão. Depois viria o desafio lançado da Ásia e a vitória em 2 Taças e 1 Campeonato da Malásia – “(…) de repente, um argentino, o Martin Prest, que fora meu jogador no Marítimo, estava na Malásia a trabalhar com o príncipe (…). Ele disse que precisavam de um treinador para a seleção e fez-me uma exposição da situação. Fui lá para reunir com o príncipe e com ele. O príncipe achou que eu era mal empregue para aquele cargo. Porque eles não são nacionalistas, nem saudosistas, não olham para a seleção e choram como nós quando ouvimos o hino (…). O príncipe disse ao tal argentino para me convencer a ir para o Johor FC porque iam mandar o treinador embora (…)”*.

*retirado da entrevista de Alexandra Simões de Abreu, publicada a 27/03/2022, em https://tribuna.expresso.pt

1608 - PAULO CAMPOS


Terminado o percurso formativo ao serviço do Botafogo, Paulo Marçal Campos, sem espaço no emblema “carioca”, decidir-se-ia pelo XV de Jaú para, na temporada de 1977, dar início à caminhada enquanto sénior. Seguir-se-ia, na campanha seguinte, o Anapolina e a viagem, poucos meses depois, até Portugal.
Com a chegada ao Algarve, Paulo Campo, médio-ala ou extremo com propensão para amiúde aparecer em zonas de finalização, seria apresentado como reforço do plantel de 1978/79 do Portimonense. Com a colectividade do Barlavento orientada por Mário Lino, logo começaria por conquistar um lugar entre os mais utilizados do grupo de trabalho. Com a equipa a lutar pelos lugares cimeiros da tabela classificativa da Zona Sul do patamar secundário, o atleta, com vários golos, mas principalmente com exibições portentosas, depressa viria a cimentar-se como um dos membros mais badalados e como um esteio da luta pela almejada promoção ao escalão máximo. Já alcançada a subida, o jogador ainda teria um papel importantíssimo no desfecho da campanha. Nesse sentido, na última jornada da Fase de Apuramento do Campeão, seria seu um dos remates certeiros, numa peleja frente ao Sporting de Espinho, a decidir o triunfo por 2-1 para o listado alvinegro sulista e, por conseguinte, a selar a conquista do Campeonato Nacional da 2ª divisão.
Com a estreia entre os “grandes” a acontecer na temporada de 1979/80, Paulo Campos, muito mais do que manter os índices exibicionais da campanha anterior, apresentaria um crescimento deveras excepcional. Ainda assim, mesmo tendo em conta os bons números conseguidos, seria a época de 1980/81, alicerçado como um dos principais destaques do Portimonense comandado por Manuel Oliveira e num colectivo também composto por nomes como Valter, Conhé, Joaquim Murça, Vítor Gomes, Rachão, José Rafael, entre outros intérpretes de peso no cenário futebolístico luso, a catapultá-lo definitivamente. Como resultado dessa grande evolução, o Benfica surgiria interessado na sua contratação, com a transferência para a Luz a concretizar-se na campanha de 1981/82. No entanto, apesar do potencial exibido, o ano passado ao serviço das “Águias” quedar-se-ia bem longe do esperado e sem lugar no grupo sob a intendência do magiar Lajos Baróti, o médio-ala acabaria por retornar ao Algarve.
O regresso ao Sul do país, dessa feita para jogar com as cores do Farense, representaria, em certa medida, um retrocesso na sua carreira. Na capital do Algarve a partir de 1982/83, Paulo Campos encetaria um périplo de 3 anos que, para além da vincada errância, haveria de manter o jogador pelas contendas de índole secundário. Seguir-se-iam, ainda na aludida senda, as temporadas cumpridas pelo Marítimo e pelo Recreio de Águeda. Por fim, surgiria o convite a devolvê-lo à 1ª divisão. No entanto, a passagem pelo plantel de 1985/86 do Penafiel, apesar dos números condizentes com a sua categoria, não patentearia mais do que um fugaz retorno aos palcos maiores do desporto português. Logo de seguida, surgiriam o Beira-Mar, duas épocas de novo no 2º escalão e uma 3ª campanha, ainda a envergar a camisola da agremiação aveirense, mais uma vez entre os “grandes”.
Seria a época de 1988/89, a defender os interesses da colectividade a disputar os embates caseiros no Estádio Mário Duarte, a apresentar, ao jogador, a última temporada na 1ª divisão. Seguir-se-iam, numa fase a vincar alguma veterania, as passagens pelo União de Santiago, onde chegaria a trabalhar sob a alçada de Almir Amorim, colega de balneário no Anapolina e no Portimonense, e o fim da carreira no Desportivo de Beja. Aliás, seria no emblema alentejano que faria a transição para as tarefas de treinador. Nas novas funções, a sua caminhada acabaria erguida, na quase totalidade, em emblemas algarvios. Por entre várias colectividades da região, onde podem ser incluídas o Lusitano de Vila Real de Santo António, o Silves ou o Imortal, seria no Padernense que maior destaque conseguiria obter e duas subidas consecutivas levariam o clube desde os “distritais” até à 2ª divisão “b” de 2001/02.

1607 - PEDRINHO

Após cumprir passagens pelo Santa Cruz e pelo Juventude, seria na temporada de 1968 que Pedro Morais da Silva, popularizado no mundo futebol pelo diminutivo Pedrinho, ingressaria no Treze de Campina Grande. Ao posicionar-se como médio, começaria a cimentar-se como um praticante fiável em termos tácticos e com uma postura combativa. A evolução da sua carreira, já com a campanha de 1970 em andamento, levá-lo-ia ao plantel do Ceará. Daí em diante, o atleta entraria num ritmo mais errante e o Náutico de 1971 e o América nas duas épocas subsequentes, ambas agremiações sediados no estado de Pernambuco, preencheriam a sua caminhada profissional e antecederiam a viagem do centrocampista até à Europa.
Com a entrada em Portugal a ocorrer na temporada de 1973/74, seria o Gil Vicente e o treinador Joaquim Meirim a acolher o médio. No entanto, a passagem pela 2ª divisão seria curta, com as exibições do atleta a despertar a atenção de colectividades de outra monta. Quem viria a apostar na sua contratação acabaria por ser o Vitória Sport Clube de 1974/75, à altura comandado por Mário Wilson. Sob a orientação do “Velho Capitão”, Pedrinho, muito à custa da sua polivalência, revelar-se-ia de enorme valia para as metas colectivas do emblema de Guimarães. Podendo actuar, como já revelado, em posições mais centrais do terreno de jogo ou, resultado da boa técnica e velocidade, encostado mais às laterais do campo, o atleta, logo à chegada à “Cidade Berço”, consagrar-se-ia como titular e tal preponderância faria de si uma das figuras de proa do grupo de trabalho vimaranense.
A época de 1975/76 ficaria marcada pela chegada do Vitória Sport Clube à derradeira partida da Taça de Portugal. Numa final agendada para o Estádio das Antas, Pedrinho seria, pelo técnico Fernando Caiado, chamado ao “onze” inicial da decisiva peleja. Com o referido treinador a posicioná-lo em tarefas mais ofensivas, o jogador, ao tornar-se no principal apoio ao sector mais ofensivo da equipa minhota, acabaria por transformar-se numa das grandes figuras da campanha referida no começo deste parágrafo. Ainda assim, apesar das belas exibições arquitectadas durante a temporada, qualidade mantida na partida frente aos “Axadrezados”, a sua prestação seria insuficiente para a conquista do almejado troféu e os “Conquistadores” sairiam da cidade do Porto derrotados por 2-1.
Com a cotação de Pedrinho a subir em flecha, numa altura em que o jogador ainda tinha uma ligação contratual com o Vitória Sport Clube, o FC Porto convidá-lo-ia para seguir numa digressão pelo Peru. Devidamente autorizado pela entidade patronal, o médio seguiria viagem até ao aludido país da América do Sul e, ao rubricar excelentes exibições, dizem que seria convidado a prosseguir a carreira nos “Dragões”. Não ficaria ligado aos “Azuis e Brancos”, nem ao Boavista, emblema com o qual chegaria a ser veiculado um hipotético acordo. A verdade é que a época de 1976/77 voltaria a apresentar o médio como parte integrante do plantel minhoto. Em Guimarães, sempre com excelentes registos, manter-se-ia por mais duas temporadas, voltaria a participar na Taça Intertoto e no defeso estival de 1978 mudar-se-ia para uma colectividade diferente.
Em Setúbal, a representar o Vitória Futebol Clube, Pedrinho, muito mais do que passar as suas derradeiras épocas em Portugal, completaria um ciclo de 7 campanhas a actuar nas provas lusas, sendo que 6 dessas temporadas seriam cumpridas nos desígnios primodivisionários. De seguida, surgira a viagem de volta ao país natal. Ao Brasil chegaria para integrar o plantel de 1980 do Botafogo de Paraíba e numa caminhada profissional que viria a conhecer o termo no ano de 1983, o médio ainda revelaria disponibilidade para um regresso ao América e para envergar a camisola do Paulistano.

1606 - MÁRIO TORRES

Podendo também posicionar-se a lateral ou como “trinco”, seria como defesa-central que Mário Torres mais conseguiria destacar-se. Ao chegar a Portugal, muito novo, vindo da cidade angolana de Nova Lisboa, actual Huambo, o jovem jogador, cuja meta principal da viagem eram os estudos, passaria a integrar a equipa de juniores da Académica de Coimbra. Logo nessa temporada de 1949/50 ajudaria os “Estudantes” a vencer o Campeonato Nacional da categoria e, ao subir à categoria principal na campanha seguinte, depressa conseguiria afirmar-se como uma das principais figuras da colectividade sediada na Beira Litoral.
Orientado na estreia como sénior pelo argentino Oscar Tellechea, Mário Torres, sem demonstrar qualquer temor pelas pelejas primodivisionárias, logo viria a consolidar-se como um dos homens mais utilizados no plantel. Tal estatuto levá-lo-ia, com grande naturalidade, à presença na final da edição de 1950/51 da Taça de Portugal. Ao lado de Capela, Bentes, Melo, Azeredo, entre outros, o jogador entraria no Estádio Nacional para defrontar o Benfica orientado por Ted Smith. Mesmo tendo a “Briosa” começado o desafio praticamente a vencer, o golo de Macedo seria insuficiente para derrotar as “Águias” e um “poker” de Rogério de Carvalho serviria para cimentar a vitória por 5-1, com que os “Encarnados” sairiam do Jamor.
Seguir-se-iam diversos anos como figura maior dos combates futebolísticos no escalão máximo português. Aliás, seria a dupla que, durante largos anos, haveria de fazer com Mário Wilson, a oferecer um dos grandes esteios de uma Académica de Coimbra consolidada entre os “grandes”. Nessa caminhada, numa altura em que “Velho Capitão” já tinha deixado as lides de futebolista para passar a comandar os “Estudantes”, a 4ª posição conquistada na tabela classificativa da edição de 1964/65 do Campeonato Nacional surgiria como um recorde para a colectividade conimbricense.
Para além desses registos colectivos, emergiriam as distinções pessoais. Um dos melhores prémios que receberia pelas excelsas exibições conseguidas ao serviço da “Briosa” surgiria a 22 de Dezembro de 1957. Nesse dia, na cidade de Milão, Mário Torres, pela primeira vez na carreira, seria laureado com a honra de envergar a principal “camisola das quinas”. Chamado à peleja frente a Itália pelo seleccionador José Maria Antunes, o atleta encetaria em San Siro uma caminhada que o levaria a outras chamadas à equipa nacional. No trajecto por Portugal entraria em campo em outras 4 ocasiões e somaria, desse modo, um total de 5 internacionalizações “A”.
No que diz respeito à Académica de Coimbra, a juntar às prestações dentro de campo, há igualmente que destacar Mário Torres como a verdadeira personificação da mítica figura do jogador/estudante. Nesse contexto, paralelamente ao futebol, o defesa-central jamais descuraria os estudos e chegaria a licenciar-se em Medicina ainda na condição de atleta. Depois viria a especialização em Genecologia e um trajecto que o levaria, anos após “pendurar as chuteiras”, a Director da Maternidade dos Hospitais da Universidade de Coimbra. No que diz respeito aos registos conseguidos com as cores dos “Estudantes”, há a sublinhar as 16 épocas, sempre na 1ª divisão, ao serviço do clube e os 373 jogos oficiais cumpridos pela agremiação beirã, 320 dos quais nas lutas primodivisionárias.

1605 - DELIBASIC

Com o percurso formativo concluído ao serviço do Partizan, seria igualmente na colectividade de Belgrado que Andrija Delibasic, na temporada de 1999/00, transitaria para o patamar sénior. Logo nessa época de arranque na equipa principal, o ponta-de-lança, num conjunto onde já brilhava Mateja Kezman, daria um sinal positivo para o futuro. Nesse sentido, a campanha de 2000/01 apresentá-lo-ia como um dos mais utilizados na equipa a vestir o listado branco e preto. Competitivamente a crescer, a sua evolução ficaria positivamente marcada pelas vitórias no Campeonato de 2001/02 e no de 2002/03. Essas conquistas empurrá-lo-iam até à Liga dos Campeões. A edição de 2003/04 daquela que é a mais importante competição de clubes a nível mundial, num grupo de trabalho onde também marcavam presença Drulovic e Ivica Kralj, serviria de montra para o avançado e tamanha visibilidade abrir-lhe-ia as portas de outros cenários competitivos.
O emblema a apostar na sua contratação surgiria de um dos melhores cenários europeus e, em Espanha, seria o Mallorca a apresentá-lo como reforço no “Mercado de Inverno” de 2003/04. No jogo de estreia pela equipa das Baleares, uma vitória forasteira frente ao Zaragoza, Delibasic até conseguiria marcar um golo. No entanto, o arranque auspicioso não teria continuidade nos tempos seguintes e essa primeira passagem pela La Liga ficaria aquém da expectativa criada em seu redor. Sem grande espaço nos “Barralets”, a solução passaria por um empréstimo ao Benfica. Na Luz a partir de Janeiro de 2005, o ponta-de-lança, com a concorrência de Nuno Gomes, Sokota e até de Mantorras, também não conseguiria ganhar um lugar no conjunto às ordens de Trapattoni. Salvar-se-ia o troféu ganho no termo dessa época e o atacante sairia de Lisboa com a vitória no Campeonato Nacional.
Com idêntico resultado ao obtido nos meses cumpridos pelas “Águias”, as épocas seguintes, em sucessivos empréstimos ao Sporting de Braga, ao Aris de Salónica e ao Beira-Mar, não serviriam para catapultar o avançado. A excepção surgiria na campanha de 2007/08, naquela que viria a ser a última cedência por parte do Mallorca. Com as cores da Real Sociedad, o jogador ganharia um novo fôlego e em San Sebastian retornaria a números bastante aceitáveis. Curiosamente, um novo contrato levá-lo-ia, não ao escalão máximo espanhol, mas ao patamar secundário. Ainda assim, a experiência no Hercules seria suficiente para levar o atleta a ser chamado à selecção do seu país. O jogador que, nas camadas de formação, tinha, ainda com as cores da Sérvia e Montenegro, marcado presença no Europeu sub-21 e, ainda no mesmo ano, nos Jogos Olímpicos realizados em Atenas, faria a estreia pela equipa nacional de Montenegro a 10 de Outubro de 2009. Chamado por Zoran Filipovic, a partida frente à Geórgia serviria para encetar uma caminhada a levá-lo a diversas Fases de Qualificação e a um total de 21 internacionalizações “A”.
Em termos clubísticos, a passagem pelo emblema de Alicante precederia a contratação por parte do Rayo Vallecano. No emblema da capital, o avançado ainda faria uma campanha no 2º escalão. Todavia, essa época de 2010/11, com a promoção alcançada no termo da aludida temporada, serviria para o seu regresso ao patamar maior. Já o par de anos disputados entre os “grandes” antecederia as etapas finais da sua caminhada enquanto praticante. Nesse sentido, os tailandeses do Ratchaburi e o FK Sutjeska, emblema que Delibasic também tinha representado nos trilhos formativos, viriam a tornar-se nos seus últimos capítulos como futebolista. Praticamente logo de seguida, o antigo ponta-de-lança virar-se-ia para as funções de técnico. Como adjunto, passaria pelo Partizan e pelo FK Buducnost e como treinador-principal abraçaria o plantel de 2022/23 do FK Mornar Bar.

1604 - LEONEL

Com passagens pelo Benfica e pelo Sporting no decorrer do percurso formativo, Leonel Augusto Graniço Morais, segundo a informação retirada do “site” da Federação Portuguesa de Futebol, seria inscrito como sénior dos “Leões” na temporada de 1987/88. Contudo, o jovem defesa-esquerdo, nem sob a batuta do inglês Keith Burkinshaw, nem já na alçada de António Morais, teria qualquer oportunidade no conjunto principal dos “Verdes e Brancos”. Tapado por Fernando Mendes e por Vítor Santos, a falta de presenças em campo levaria o lateral a procurar outro rumo para a carreira. Nesse sentido, o plantel de 1988/89 do Salgueiros abrir-lhe-ia as portas e as próximas 3 temporadas seriam cumpridas ao serviço do emblema portuense.
Curiosamente, a estadia no bairro de Paranhos poderia ter dado a Leonel a estreia na 1ª divisão. Contudo, o ocaso verificado na temporada de 1990/91 adiaria o início desse capítulo competitivo. Seguir-se-ia a transferência para a União de Leiria treinada pelo seu conterrâneo Amândio Barreiras. Na colectividade da “Cidade do Lis”, o lateral canhoto, mesmo de volta ao 2º escalão, começaria a jogar com bastante regularidade. Tal frequência torná-lo-ia num dos pilares dos esquemas tácticos dos diferentes treinadores escolhidos para orientar a equipa. Nesse sentido, Leonel tornar-se-ia numa das figuras de proa da agremiação sediada na Beira Litoral, contribuiria de forma vincada para o regresso do emblema ao convívio com os “grandes” e conseguiria, finalmente, a tão almejada partida no patamar maior do futebol luso.
A época de 1994/95, tal como destapado nas últimas linhas do parágrafo anterior, apresentaria a 1ª divisão a Leonel. A trabalhar sob as ordens de Vítor Manuel, o defesa-esquerdo manter-se-ia como um dos nomes mais badalados da União de Leiria. Ao contribuir para o 6º lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional, seria com alguma estranheza que os adeptos viriam o jogador, na campanha seguinte, ser apresentado como reforço do Desportivo de Chaves. Em Trás-os-Montes, região de onde é natural, encetaria uma nova fase da carreira que, ao mantê-lo no escalão máximo, fá-lo-ia entrar numa senda mais errante. Todavia, nada disso afectaria a sua cotação e mesmo com a descida dos “Flavienses”, o lateral veria rapidamente surgirem outros interessados na sua contratação.
No Sporting de Braga de 1996/97, Leonel manteria os bons números de anos transactos. Ainda assim, depois de ajudar à qualificação dos “Arsenalistas” para as provas de índole continental, o jogador voltaria a mudar de rumo. Dessa feita, a transferência encaminhá-lo-ia para o Alto Alentejo. No distrito de Portalegre, mais concretamente a envergar a camisola do Campomaiorense, o defesa, naquela que viria a tornar-se na 4ª campanha consecutiva em contexto primodivisionário, perderia algum do protagonismo vivido até então. A consequência imediata seria a despedida dos palcos principais. No entanto, a caminhada desportiva do lateral, longe do fim, ainda daria diversas cores ao seu currículo. Em definitivo a actuar nos cenários secundários, o Varzim surgiria como a colectividade seguinte e mais adiante, nomeadamente a partir de temporada de 2000/01, a Madeira tornar-se-ia na nova casa do jogador.
O União da Madeira, o Pontassolense e o Câmara de Lobos, por essa ordem e num total de 7 campanhas passadas na aludida região insular, inscrever-se-iam no percurso profissional de Leonel como os derradeiros capítulos dessa caminhada. Já época de 2005/06 transformar-se-ia na última etapa da sua senda enquanto futebolista.

1603 - TEIXEIRINHA

Saído das “escolas” do FC Porto, Manuel Fernando da Silva Teixeira, popularizado no mundo do desporto como Teixeirinha, chegaria à equipa principal dos “Azuis e Brancos” na temporada de 1975/76 e já com o estatuto de internacional a colorir-lhe o trajecto. Por Portugal, o defesa-central haveria de ser chamado à estreia no contexto competitivo dos actuais sub-18. Essa partida frente aos Países Baixos, disputada a 23 de Março de 1975, serviria de arranque para uma senda a levá-lo a um total de 17 jogos cumpridos com as cores lusas. Nessa vivência com a “camisola das quinas” viriam igualmente a ser incluídas as pelejas pelos “esperanças” e pela equipa “B” e o maior destaque surgiria com as chamadas para o Torneio de Toulon de 1976 e de 1977.
De regresso ao FC Porto, inicialmente ultrapassado por elementos mais experientes, casos de Simões ou de Carlos Alhinho, a estreia sénior para o defesa-central chegaria, no decorrer da campanha aludida no parágrafo anterior, pelas mãos de Monteiro da Costa. Porém, após a estreia numa partida a contar para a 1ª divisão, o jovem jogador, nas temporadas seguintes, poucas oportunidades conseguiria alcançar. Sem espaço nos “Dragões”, o atleta arrancaria num périplo a levá-lo a diferentes colectividades. Já com o palmarés recheado pelas conquistas de 1 Taça de Portugal e de 1 Campeonato Nacional, ambos os troféus vencidos sob a intendência de José Maria Pedroto, a entrada no plantel de 1978/79 do Académico de Viseu, muito mais do que conferir experiência, começaria por ajudá-lo a cimentar-se como um praticante de qualidade bem acima da média. Sem sair do escalão máximo, depois da época cumprida no Fontelo, o defesa ainda envergaria as camisolas do Beira-Mar e do Vitória Futebol Clube. Tanto no emblema de Aveiro, como a representar os “Sadinos”, Teixeirinha, com a titularidade assegurada em ambas as agremiações, categorizar-se-ia como um intérprete de indubitável cariz primodivisionário. Tal preponderância, onde o treinador Rodrigues Dias desempenharia um papel fulcral, empurrá-lo-ia de novo para as cogitações dos “Azuis e Brancos” e o regresso às Antas aconteceria na temporada de 1981/82.
Outras 3 campanhas no plantel dos “Dragões”, não trariam ao defesa-central muito mais do que algumas partidas disputadas nas provas agendadas para as respectivas temporadas. Com o triunfo numa Supertaça a preencher o seu currículo e a participação na caminhada da Taça dos Vencedores das Taças a levar o FC Porto, em 1983/84, à primeira final nas competições organizadas pela UEFA, Teixeirinha acabaria por abandonar o conjunto da “Cidade Invicta”. Outra vez sem grandes oportunidades sob a alçada de José Maria Pedroto, seguir-se-ia, dessa feita, o Vitória Sport Clube orientado por Raymond Goethals. No entanto, apesar de aceitáveis os números alcançados na passagem de 2 anos pelo emblema minhoto, a modéstia da temporada de 1985/86, na qual trabalharia com um velho conhecido do tempo nas Antas, o técnico António Morais, levá-lo-ia a mudar de colectividade e a escolher o Marítimo para prosseguir a carreira.
Na Madeira acabaria por conhecer o emblema mais representativo da caminhada enquanto futebolista. Nos “ Leões do Almirante Reis”, as 4 temporadas aí cumpridas, entregar-lhe-iam, quase sempre, o lugar de titular. Muita da tranquilidade das campanhas feitas pelo Marítimo na 1ª divisão, dever-se-ia à segurança oferecida pelo jogador ao sector mais recuado dos funchalenses. Mesmo tendo em conta a veterania ou a concorrência de diversos craques, como Oliveira, Carlos Jorge, Colin Hill, entre outros, o defesa saberia conservar o estatuto dentro da equipa. Para consolidar uma caminhada notável, faltaria juntar à carreira a passagem pelo Penafiel de 1990/91, a qual daria ao atleta um cômputo de 16 campanhas feitas no patamar maior do futebol luso. Para terminar, resta-me apenas fazer alusão à campanha de 1991/92, ao serviço da Ovarense, onde Teixeirinha viria a “pendurar as chuteiras”.

1602 - BANDEIRA

Com a formação terminada com as cores do FC Barreirense, seria na colectividade alvirrubra que António Alfredo Costa Bandeira conheceria também os primeiros desafios como sénior. Com a mencionada estreia a acontecer na temporada de 1961/62, o jogador, orientado pelo espanhol Manolo Ibáñez, começaria por disputar o 2º escalão. Porém, com a vitória conseguida no Campeonato Nacional da 2ª divisão, a campanha seguinte iria apresentá-lo aos maiores palcos lusos. Acompanhado por nomes míticos da histórica agremiação sediada na margem esquerda do Rio Tejo, como Faneca, Albino Lança, Ludovico, Silvino Preto, Mira, Francisco Candeias, entre outros, o jovem praticante encetaria o seu trajecto ainda como um dos elementos à procura de conquistar um lugar no “onze”. Aliás, o estatuto de titular só conseguiria cimentá-lo alguns anos depois, após outra passagem pelo degrau secundário e com um novo regresso ao convívio com os “grandes”.
A verdade é que a primodivisionária temporada de 1965/66, numa altura de alguma instabilidade desportiva para o FC Barreirense, desembocaria em mais uma incursão do conjunto, e do jogador, pela 2ª divisão. Aliás, essa inconstância provocaria um perseverante sobe e desce de escalão do emblema a jogar em casa no Estádio Dom Manuel de Mello. Contudo, pelo meio emergiria um momento importante e a conquista da edição de 1967/68 da Taça Ribeiro dos Reis, com Bandeira já a envergar a braçadeira de capitão e com Manuel Oliveira como treinador, entregaria aos escaparates da agremiação o primeiro troféu de expressão nacional. Já a alternância referida nas linhas iniciais deste parágrafo terminaria em 1969/70 e logo com um recorde batido. Na mencionada campanha, a colectividade terminaria o Campeonato na 4ª posição da tabela classificativa e, por razão daquela que seria a melhor posição de sempre da divisa da Margem Sul, abrir-se-iam as portas das competições de índole continental.
Como já destapado, a temporada de 1970/71 daria ao FC Barreirense a estreia na Taça das Cidades com Feira. Num grupo de trabalho abrilhantado por atletas como Nelinho, Henrique Câmpora, Manuel Bento, Serafim ou Valter, calharia em sorte ao colectivo português enfrentar os jugoslavos do Dinamo Zagreb. Com Bandeira a participar em ambas as partidas da eliminatória, a vitória caseira por 2-0 abriria outras perspectivas ao emblema luso. No entanto, o listado vermelho e branco claudicaria na 2ª mão e uma copiosa derrota por 6-1 ditaria o afastamento dos homens sob a intendência do brasileiro Edsel Fernandes.
Com os últimos 5 anos de Bandeira no FC Barreirense a ditarem o mais longo período do atleta a competir no patamar máximo, o final da temporada de 1973/74, com mais uma despromoção, coincidiria com o fim da ligação entre o defesa e a colectividade. Mesmo já a acusar alguma veterania, ainda assim, as qualidades apresentadas ao longo de uma carreira construída com enorme seriedade, atributos dos quais mereceriam maior destaque a boa leitura do jogo e uma capacidade de desarme acutilante, o atleta ainda teria espaço para dar seguimento à caminhada competitiva. Surgiria então o Amora, onde, na época de 1974/75, entraria como treinador-jogador. Seguir-se-iam 5 campanhas na Medideira e o “pendurar das chuteiras” com o termo das provas planeadas para 1978/79.

1601 - MANUEL AMARAL

Numa altura em que já exibia o estatuto de internacional, Manuel António Amaral Fonseca sairia dos escalões de formação do Atlético para fazer a estreia na equipa principal do conjunto sediado no lisboeta bairro de Alcântara. Antes da referida transição, a oportunidade sob a chancela da Federação Portuguesa de Futebol, com a orientação de José Maria Pedroto, surgiria no âmbito das partidas agendadas para os juniores. Depois desse jogo frente à Suíça, disputado em Alvalade a 27 de Março de 1974, desafio que também marcaria o arranque da caminhada de Fernando Gomes com as cores lusas, o atacante continuaria a ser arrolado às pelejas de Portugal. Com a “camisola das quinas” participaria num total de 18 contendas, divididas as mesmas, em partes iguais, pelo já aludido escalão e pelos “esperanças”. Já o grande destaque viria no final desse trajecto, com as suas presenças nas edições de 1976 e de 1977 do Torneio de Toulon.
Clubisticamente, com o atleta ainda em idade de júnior, as primeiras jornadas disputadas como sénior surgiriam na temporada de 1974/75. Com a estreia a acontecer pela mão de Fernando Vaz, mas com Guerreiro, Arcanjo e Prieto a revelarem-se como as prioridades nos diferentes alinhamentos do Atlético, Manuel Amaral ainda demoraria algum tempo até conseguir asseverar-se como um dos atletas de maior calibre na colectividade “alfacinha”. Em abono da verdade, tal afirmação nunca viria a acontecer nos anos cumpridos pelo jogador no Estádio da Tapadinha e seria preciso uma mudança de emblema para que o atacante começasse a ver a frequência da sua utilização a crescer.
Como membro do plantel do Belenenses a partir de 1976/77, a mudança de Manuel Amaral para o Restelo estaria intimamente ligada à contratação do seu último treinador no Atlético. Com Carlos Silva como “timoneiro”, o jogador, mesmo sem atingir a titularidade indiscutível, começaria a jogar com maior regularidade. Por outro lado, a grande novidade na primeira época ao serviço dos “Azuis” emergiria com a participação do clube nas provas de cariz continental. Nesse contexto competitivo, ao conjunto português, no sorteio da Taça UEFA, calharia em sorte defrontar o FC Barcelona. Com o atacante a ser chamado às duas mãos da 1ª eliminatória e apesar do afastamento do conjunto luso, o 2-2 no embate caseiro frente aos “Culés” de Neeskens ou de Cruyff, não deixaria de ser um momento inolvidável na carreira do avançado.
Após 4 temporadas a representar o Belenenses e um cúmulo de aproximadamente um cento de partidas disputadas pela agremiação a jogar em casa no Estádio do Restelo, Manuel Amaral voltaria a cambiar de emblema. No Sul do país a partir da campanha de 1980/81, o avançado passaria a envergar a camisola do Portimonense. No entanto, orientado por Manuel Oliveira, os números do jogador, ainda que a manter-se no escalão máximo do futebol português, cairiam drasticamente. Pior surgiria, na temporada seguinte, com a transferência para o Amora treinado por José Moniz e com a ausência de registos da sua presença em qualquer das rondas do Campeonato Nacional da 1ª divisão.
A partir do termo dessa época passada na Medideira, não encontrei mais pistas sobre a sua carreira. Com Manuel Amaral a contar, por essa altura, apenas 25 anos de idade, não sei dizer-vos se terá posto um ponto final na carreira ou se terá dado continuidade à mesma. Noutro sentido, em jeito de curiosidade, encontrei na rede LinkedIn um perfil com o mesmo nome do antigo futebolista e com uma fotografia, mesmo tendo em conta os anos de diferença, a quase “jurar-me” o ex-avançado como consultor imobiliário.

1600 - ZAHOVIC

Nascido na antiga Jugoslávia, Zlatko Zahovic, ainda como praticante do Kovinar, seria descoberto por Milko Gjurovski, atleta do Partizan a cumprir o Serviço Militar Obrigatório em Maribor. Por razão do enorme potencial apresentado, o jovem jogador acabaria recomendado ao colosso de Belgrado. Pouco tempo depois, na temporada de 1989/90, o médio-ofensivo viria a ser integrado no plantel dos “Alvinegros”, onde, ao longo dos anos, viria a partilhar o balneário com os ex-sportinguistas Budimir Vujacic e Ivica Kralj e ainda com Milan Djurdjevic e com Goran Stevanovic, também eles conhecidos do desporto luso. No entanto, a forte concorrência, originada por um grupo de trabalho recheado de internacionais, levá-lo-ia, na época seguinte à da sua chegada, a um empréstimo ao Proleter Zrenjanin. Já o regresso ao clube detentor do seu passe, entregá-lo-ia a uma utilização mais regular e o facto de ser visto como um intérprete cerebral e de enorme capacidade técnica abrir-lhe-ia as portas da selecção sub-21 jugoslava.
Com o desmantelamento da Jugoslávia a dar ao currículo do jogador a primeira internacionalização “A” pela Eslovénia e com o palmarés recheado pela “dobradinha” conquistada, em 1992/93, nas provas da Sérvia, a Zahovic seria dada a oportunidade de escolher o estrangeiro para prosseguir a carreira. Com a chegada a Portugal a ocorrer em 1993/94, o médio-ofensivo seria apresentado como reforço do Vitória Sport Clube. Em Guimarães, inicialmente orientado por Bernardino Pedroto, o atleta não ficaria assustado pela qualidade do plantel minhoto. Ao lado de Dimas, Paulo Bento, N’Dinga, Pedro Barbosa, Ziad, entre outros, a facilidade com que conseguiria impor-se no “onze” espantaria até os mais optimistas. Como pilar das manobras tácticas idealizadas para os “Conquistadores”, os seus passes e a excelente visão de jogo depressa iriam pô-lo no topo dos melhores intérpretes a actuar nas provas lusas e, em paralelo, como grande referência da selecção do seu país.
Pela Eslovénia, os números conseguidos ao longo dos anos haveriam de inscrever o seu nome no rol de notáveis do desporto daquela nação. Muito mais do que as 80 internacionalizações conseguidas durante o percurso profissional, registo a mantê-lo, até 2004, como o jogador com mais jogos feitos pelo país, ou para além dos 35 golos concretizados, recorde ainda hoje na sua posse, Zahovic, convocado por Srecko Katanec, faria parte das comitivas que encetariam o caminho da selecção eslovena em grandes certames. Nesse sentido, o médio-ofensivo, com Miran Pavlin como companheiro de viagem, marcaria presença no Euro 2000. Também seria chamado às pelejas do Mundial de 2002. Todavia, na prova organizada entre a Coreia do Sul e o Japão, o médio, como em outras ocasiões, envolver-se-ia numa enorme polémica com o já referido treinador e acabaria por abandonar o torneio, após disputar uma única partida.
Regressando ao seu percurso clubístico, as boas exibições conseguidas com as cores do Vitória Sport Clube abrir-lhe-iam as portas de outros emblemas. No FC Porto a partir de 1996/97, o jogador daria um enorme contributo para os 3 últimos anos da inolvidável senda do “Penta”. Titular com António Oliveira, tal como sob a alçada de Fernando Santos, o médio-ofensivo seria uma das figuras da conquista de 3 Campeonatos, 1 Taça de Portugal e 2 Supertaças. A preponderância alcançada nos 3 anos a representar os “Dragões”, com a “Champions” a servir de principal escaparate, serviria para alimentar a cobiça de outros emblemas e com as transferências a envolver montantes significativos, o Olympiakos e o Valência seriam as colectividades seguintes na sua carreira.
As passagens de Zahovic pela Grécia e por Espanha, tal como destapado anteriormente, muito para além das prestações desportivas, ficariam marcadas por algumas polémicas vividas com os treinadores. No emblema helénico, as contendas com Dusan Bajevic e, depois da saída deste, com Alberto Bigon, seriam devidamente badaladas. Já em Valência, o choque acabaria por ser com Héctor Cúper. Ainda assim, apesar de tanta celeuma, há que relembrar a sua importância nos marcos alcançados por ambos os clubes e, nesses dois anos, após ajudar à vitória na Liga grega, o jogador participaria pelos “Che” na final da edição de 2000/01 da Liga dos Campeões onde, frente ao Bayern München e no desempate por grandes penalidades, falharia o remate que viria a dar a vitória ao emblema bávaro.
Depois de fracassadas as experiências relatadas no parágrafo anterior, o atleta, em 2001/02, chegaria ao Benfica. Com a colectividade lisboeta já a trabalhar sob a égide do Presidente Luís Filipe Vieira, a 3ª campanha do médio-ofensivo na “Luz” corresponderia ao regresso das “Águias” aos títulos. O troféu surgiria na disputa da Taça de Portugal de 2003/04. No Jamor, Zahovic começaria o desafio no banco de suplentes, mas no decorrer do segundo tempo seria chamado a jogo pelo treinador José António Camacho e contribuiria para o triunfo frente ao FC Porto. Nisso de conquistas, a campanha seguinte à última mencionada devolveria igualmente os “Encarnados” às vitórias no Campeonato Nacional. Contudo, mesmo ao ficar registado como um dos elementos vencedores da prova, o internacional esloveno, pouco utilizado por Giovanni Trapattoni, decidiria deixar Portugal a meio da época e, pouco tempo depois, viria a anunciar o final da carreira.
Em abono da verdade o termo da sua caminhada enquanto futebolista não aconteceria em Janeiro de 2005. Em paralelo com as funções de director para o futebol do Maribor, Zahovic voltaria a calçar as chuteiras. Na temporada de 2008/09, e na seguinte, passaria a envergar as cores do modesto NK Limbus Pekre, emblema onde o filho Luka Zahovic, actual internacional pela Eslovénia, jogava, à altura, no escalão de juniores.