1468 - RIBEIRO

Terminado o percurso formativo nas “escolas” do Belenenses, seria também ao serviço do emblema do Restelo que Celestino Ribeiro iniciaria o trajecto como sénior. Chamado à equipa principal por António Medeiros, a época de 1977/78 seria um pouco ingrata para o jovem jogador. Tapado por atletas com maior traquejo, casos de Sambinha ou de Carlos Pereira, as aparições em campo do defesa-lateral resumir-se-iam apenas a uma partida a contar para a Taça de Portugal.
A falta de utilização na colectividade lisboeta levaria o atleta a procurar uma solução diferente para a carreira. Com o objectivo de uma evolução positiva a ditar-lhe a necessidade de jogar com alguma regularidade, Ribeiro, para a campanha de 1978/79, escolheria um conjunto dos patamares secundários para dar o passo seguinte na caminhada competitiva. No entanto, com “O Elvas” a disputar a Zona Sul da 2ª divisão, ainda demorariam vários anos até que nova oportunidade surgisse, para o defesa, no degrau máximo do futebol português. Para estragar ainda mais o seu intuito de regressar aos principais palcos lusos, a formação alentejana, nos anos seguintes à sua chegada ao Campo Demétrio Patalino, teimaria em cirandar entre o segundo e o terceiro escalão e, contrariamente aos propósitos do atleta, longe dos lugares classificativos a valer uma promoção.
O contexto desportivo de Ribeiro viria a alterar-se já o jogador era tido como uma das principais figuras do emblema raiano. Com a temporada de 1985/86 a correr de feição para “O Elvas”, o defesa-lateral transformar-se-ia num dos esteios da aludida campanha e, nesse sentido, seria aferido como um dos grandes responsáveis pelo retorno da agremiação alentejana ao panorama primodivisionário. Com o treinador Carlos Cardoso à frente da equipa até à 17ª ronda do Campeonato Nacional da 1ª divisão de 1986/87, para, daí em diante, voltar a trabalhar sob a intendência de António Medeiros, o jogador, apenas atrás do espanhol Carrasco, seria um dos mais utilizados, pelos “Azul e Oiro”, no desenovelar daquela que é a principal prova do calendário futebolístico nacional. Já a época seguinte, tanto em termos individuais, como colectivos, ficaria bem aquém das espectativas delineadas. Com Luís Castro como um dos nomes a recolher a preferência de Mário Nunes e, depois da saída deste, do técnico Vieira Nunes, o atleta passaria para um plano secundário e com o seu clube a não evitar a despromoção, a campanha de 1987/88 seria a última que cumpriria entre os “grandes”.
Apesar da descida de divisão, o jogador manter-se-ia ligado ao “O Elvas” durante mais alguns anos. Já com o termo da campanha de 1990/91, dar-se-ia o fim da sua ligação à formação do Alto Alentejo. Mesmo com essa ideia em mente, não consigo referir-me ao momento como o derradeiro do lateral enquanto atleta, pois, no “site” da Federação Portuguesa de Futebol, existe uma entrada a asseverá-lo como elemento do plantel de 1994/95 do Sporting de São Romão! Curiosidades à parte, o antigo defesa continuaria ligado à modalidade. Já como treinador, numa carreira bem extensa e encetada nas “escolas” da agremiação da cidade fronteiriça, Ribeiro notabilizar-se-ia pelas diversas passagens por emblemas do arquipélago dos Açores, mormente pelo Praiense, Vitória do Pico ou o Lajense.

1467 - GEORGE

Produto das “escolas” do Flamengo, seria depois da saída do emblema “carioca” e já como elemento do plantel sénior do América Natal que o atacante veria a sua vida como profissional de futebol mudar de rumo. Com Manuel Fernandes, à altura técnico do Santa Clara, à procura de reforços para a sua equipa, a digressão feita pelo treinador no Brasil, levá-lo-ia a assistir a diversos jogos. Curiosamente, numa dessas partidas, em que o objectivo seria o de observar jogadores do conjunto adversário, o antigo internacional português acabaria por ficar surpreendido com os desempenhos de dois outros praticantes. Agradado com o que tinha acabado de ver, sugeriria a contratação de dois avançados e, com o acordo firmado entre as diferentes partes, George dos Santos Paladini, acompanhado de Clayton, viria a ser apresentado como uma nova engrenagem para a agremiação açoriana.
Com a chegada ao Santa Clara a acontecer na temporada de 1999/00, o atacante brasileiro entraria imediatamente para a história do clube, ao fazer parte do grupo de trabalho que, pela primeira vez, disputaria o Campeonato Nacional da 1ª divisão. Porém, apesar de um arranque prometedor, onde um empate caseiro frente ao Sporting auspiciaria a outros horizontes, a verdade é que o conjunto insular, com George com um dos elementos habituais no “onze”, não conseguiria a almejada manutenção. Ao acompanhar a sua equipa no regresso ao escalão secundário, o avançado manter-se-ia como um jogador preponderante. Como um intérprete rápido, com uma técnica apurada e com boa disciplina posicional, o atleta seria essencial na nova subida e num dos maiores feitos conseguidos na existência da colectividade micaelense.
Após ajudar o Santa Clara a sagrar-se campeão da divisão de honra e de, na campanha de 2001/02, ter auxiliado à consolidação do clube no cenário primodivisionário, George participaria na estreia do emblema sediado em Ponta Delgada nas competições de índole continental. No desenrolar da edição de 2002/03 da Taça Intertoto, o avançado, que tanto podia posicionar-se nas alas do ataque, como numa posição mais central do sector ofensivo, entraria em campo em ambas as rondas disputadas pelos açorianos e, nesse sentido, defrontaria o Shirak e, após a eliminação dos arménios, ainda seria chamado a defrontar os checos do FK Teplice.
Ao fim de 5 temporadas a envergar as cores do Santa Clara e de somar 19 golos e um total de 117 partidas oficiais pelo clube, George, com o termo da campanha de 2003/04, iniciaria uma nova fase da carreira enquanto futebolista e ao transferir-se para o Sport Recife, o avançado regressaria ao país natal. Com a chegada ao emblema do Estado da Bahia, o atacante daria início a um trajecto com etapas em vários emblemas e em diferentes países. Nessa senda, o atleta, em duas passagens distintas, representaria os venezuelanos do Carabobo, jogaria a divisão maior da Liga australiana ao serviço dos neozelandeses do Wellington Phoenix e ainda teria tempo para uma passagem pela Argentina, onde envergaria as cores do Deportivo Armenio.

1466 - RUI REIS

Com o seu percurso como desportista a registrar os primeiros capítulos no emblema da sua terra natal, seria o Seixal FC a lançá-lo para uma carreira que, entre os principais escalões do futebol português, conheceria diversas colectividades. Nessa caminhada de boas exibições, depois do destaque enquanto elemento da agremiação sediada na Margem Sul do Rio Tejo, o avançado deixaria o Campo do Bravo e rubricaria, com o Atlético, um novo laço contratual. Já na Tapadinha, num plantel a contar com nomes que ficariam bem conhecidos na modalidade, casos de Esmoriz, Baltazar, Nogueira, ou até do capitão Candeias, a temporada de 1970/71 seria de subida e o regresso do conjunto lisboeta ao convívio com os “grandes” daria ao jogador a estreia no patamar máximo.
Na edição de 1971/72 do Campeonato Nacional da 1ª divisão, Rui Reis, a trabalhar até à 14ª ronda sob a alçada de Peres Bandeira e, depois da saída deste, com o inglês Ted Smith, teria na forte disputa por um lugar na frente de ataque, nomeadamente na concorrência de Raimundo e de Leitão, a maior dificuldade para a sua afirmação como um elemento indiscutível no “onze” alcantarense. Ainda assim, as suas aparições em campo, mormente após a entrada do referido técnico britânico, dariam um bom contributo para o 10º posto do emblema “alfacinha” na tabela classificativa daquela que é a prova de maior monta no calendário futebolístico de Portugal.
A temporada de 1972/73, a nível pessoal e igualmente em termos colectivos, ficaria bem aquém do espectável. Mantendo-se Ted Smith no comando do Atlético, Rui Reis veria as suas inscrições nas fichas de jogo a diminuírem de quantidade relativamente a épocas anteriores. Já a equipa também não corresponderia às projecções feitas no início da época e nem um plantel de grande valor evitaria, com o termo da campanha aludida no começo deste parágrafo, a 15ª posição no Campeonato Nacional e a consequente descida de divisão.
Com a saída do avançado do emblema a jogar em casa no bairro de Alcântara, Rui Reis, acompanhado na viagem por Pedras, seu colega no Atlético, escolheria o Sintrense para dar seguimento ao percurso competitivo. Com o emblema saloio a disputar a Zona Sul da 2ª divisão, o atacante iniciaria aí um percurso que afastaria do seu caminho os cenários primodivisionários. Seguir-se-iam, após deixar o Campo Manuel Soares Barreto, as curtas passagens pelo FC Barreirense de 1975/76 e pelo União de Montemor. Depois da experiência na colectividade alentejana, a entrada nos derradeiros capítulos do trajecto competitivo, fá-la-ia com o regresso à casa onde, vários anos antes, tinha dado os primeiros passos no futebol, ou seja, com a camisola do Seixal FC.

1465 - MATIAS


Ao completar a formação no Salgueiros, seria no decorrer do último ano como júnior, a temporada de 1982/83, que Manuel Matias, sob a intendência de Henrique Calisto, viria a ser chamado à equipa principal. Com uma maturidade acima da média, mesmo a actuar na 1ª divisão, não tardaria muito para que o jovem defesa-central alcançasse uma posição de destaque no plantel. Logo na temporada a seguir à estreia como sénior, o jogador assumir-se-ia como um dos esteios do sector mais recuado da colectividade de Paranhos. Ao revelar-se como um elemento seguro, valente e incansável, daí em diante, mesmo com a mudança de treinadores, o seu nome passaria a ser uma constante no alinhamento inicial do conjunto portuense.
A preponderância ganha no clube levá-lo-ia a ser chamado aos trabalhos das equipas na alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado nos “esperanças”, Matias estrear-se-ia com a “camisola das quinas” a 23 de Fevereiro de 1985. A partida frente à Republica Federal Alemã, uma vitória por 2-1, serviria de arranque a uma ligação que daria ao jogador, no escalão referido, 2 internacionalizações. Mais tarde, ainda seria convocado para os desafios dos “olímpicos”, contudo não chegaria a entrar em campo.
Das 7 campanhas feitas por Matias no conjunto principal do Salgueiros, com as 6 primeiras cumpridas no escalão máximo, as duas últimas seriam as de menor aproveitamento pessoal. Talvez por querer dar um novo empurrão à carreira, o defesa-central, para a temporada de 1988/89, decidiria rumar ao Rio Ave. Porém, a mudança mantê-lo-ia na disputa da 2ª divisão e com o emblema de Vila do Conde a quedar-se abaixo do meio da tabela classificativa, o jogador voltaria a cambiar de direcção. Já a experiência no União da Madeira de 1990/91, devolvê-lo-ia, não só ao degrau maior do futebol luso, como sublinharia o atleta como um praticante de predicados merecedores de outros voos. Essa constatação encaminhá-lo-ia para o Vitória Sport Clube e para o período mais produtivo da sua caminhada competitiva.
A representar o emblema sediado em Guimarães a partir da campanha de 1991/92, Matias, sempre como um dos elementos mais importantes nas manobras tácticas do clube, ajudaria os vimaranenses a lutar pelas posições cimeiras da tabela classificativa. Nessa senda, o defesa-central acabaria por fazer a sua estreia em competições de índole continental. Na Taça UEFA de 1992/93, o atleta participaria em 3 das 4 partidas disputadas pelos minhotos na aludida competição. Tendo entrado em campo numa das mãos com os neerlandeses do Ajax, o maior destaque iria para a eliminatória frente à Real Sociedad, na qual, para além de titular em ambas as partidas, o atleta ajudaria a afastar a formação basca.
A entrar na veterania, Matias trocaria a agremiação da “Cidade Berço” pelo Leça. Já no decorrer dessa temporada de 1995/96, durante a qual manteria bons níveis exibicionais, uma nova proposta surgiria no seu caminho. Com o FC Porto à procura de remodelar o grupo de trabalho, o defesa-central seria escolhido por Bobby Robson como um dos reforços para a segunda metade da época. No entanto, a chegada a um dos “grandes” não seria fácil para o jogador e a presença de craques como Aloísio, José Carlos ou Jorge Costa dar-lhe-ia poucas oportunidades. Ainda assim, o tempo passado nas Antas seria proveitoso e ao seu currículo adicionaria a conquista do Campeonato Nacional.
A época seguinte à saída dos “Dragões” dividi-la-ia, ainda na 1ª divisão, entre o Vitória Futebol Clube e o Gil Vicente. Depois viriam as campanhas ao serviço do Trofense e o “pendurar das chuteiras” com o termo da época de 1998/99. Porém, mesmo ao pôr um fim na caminhada enquanto futebolista, Matias voltaria a ligar-se à modalidade, dessa feita na condição de treinador. Nas funções de técnico, o antigo defesa tem orientado equipas de norte a sul de Portugal Continental e também nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Para além dos conjuntos lusos, há ainda a realçar as experiências em vários países do Médio Oriente ou as suas incursões por África.

1464 - MANUEL JOSÉ

Com grande parte do percurso formativo feito ao serviço do FC Porto, Manuel José Azevedo Vieira cedo também começaria a ser chamado aos trabalhos sob a intendência da Federação Portuguesa de Futebol. Com a “camisola das quinas", o jovem praticante estrear-se-ia a 17 de Fevereiro de 1996, no Torneio Internacional do Algarve. Essa partida, frente à Rússia, serviria de arranque a uma caminhada que levaria o jogador, ao passar praticamente por todos os escalões, a chegar à equipa “B” de Portugal e a acumular um total de 63 internacionalizações.
Como uma das grandes promessas das “escolas” do FC Porto, Manuel José faria a sua estreia como sénior no decorrer da temporada de 1999/00. Inicialmente no conjunto “B” dos “Dragões”, o centrocampista, sem conseguir fixar-se no plantel principal, passaria a campanha de 2001/02 cedido ao União de Lamas. A evolução demonstrada, logo na época seguinte à do empréstimo, reservar-lhe-ia um lugar no grupo de trabalho à guarda de José Mourinho. No entanto, numa equipa a preparar-se para atingir o topo do futebol europeu e mundial, o médio conseguiria poucas oportunidades para demonstrar as suas habilidades. Ainda assim, entraria em campo numa das partidas a contar para a Taça de Portugal, juntando ao palmarés pessoal a vitória na edição de 2002/03 da “Prova Rainha”.
A falta de espaço no plantel “azul e branco” levá-lo-ia, ainda no discorrer da temporada de 2002/03 a encetar uma nova senda de empréstimos. Académica de Coimbra, Vitória Sport Clube e Vitória Futebol Clube seriam os emblemas a apadrinhar as referidas etapas. Mesmo ao apresentar bons resultados nas diferentes experiências vividas, seria ao serviço do conjunto a jogar em casa no Estádio do Bonfim que o atleta viveria outro dos grandes momentos da sua carreira. Como um dos pilares da equipa, o jogador transformar-se-ia num dos principais elementos a carregar os “Sadinos” até ao derradeiro desafio da Taça de Portugal de 2004/05. No Jamor, com José Rachão como treinador, Manuel José acabaria chamado ao “onze” a defrontar o Benfica. Para melhorar a conjuntura, seria do médio um dos golos que ajudariam a agremiação do listado verde e branco a derrotar as “Águias” e, com o placard final a assinalar 2-1, o almejado troféu sairia do Estádio Nacional em direcção à cidade de Setúbal.
As boas campanhas feitas no âmbito primodivisionário levariam o Boavista a apostar na sua contratação. A passagem pelo Bessa, mesmo sem qualquer título associado, serviria para promovê-lo como um praticante de destinta categoria. O vincar das suas qualidades levá-lo-iam a abraçar outro desafio. Convidado para integrar o plantel de 2006/07 do Cluj, Manuel José tornar-se-ia, com o valor da sua técnica e entendimento do jogo, num dos grandes esteios da associação romena. No que diz respeito às conquistas obtidas, a sua passagem pelo Leste da Europa também emergiria como proveitosa. Num grupo de trabalho onde, durante a sua passagem de 3 anos, encontraria inúmeros nomes bem conhecidos do futebol luso, casos de Tony, Fredy, Cadú, António Semedo, André Leão, Amoreirinha, entre outros, o atleta acrescentaria ao seu palmarés 1 Liga e 2 Taças da Roménia.
De regresso a Portugal na temporada de 2009/10, Manuel José acabaria por ingressar naquele que viria a tornar-se no emblema mais representativo da sua carreira sénior. No Paços de Ferreira, onde actuaria durante 7 épocas, assumir-se-ia sempre como um dos elementos mais importantes para os diferentes treinadores. Como uma das peças centrais das estratégias dos “Castores”, o médio participaria em capítulos inolvidáveis na história da colectividade. Um dos momentos mais importantes surgiria com o 3º lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional de 2012/13, o qual daria a qualificação para a Liga dos Campeões do ano seguinte. Na pré-eliminatória da referida competição, aos pacenses calharia em sorte os russos do Zenit. Apesar de eliminado o conjunto luso e de, com isso, terem saltado para a Liga Europa, destaque para o embate da 2ª mão, em São Petersburgo, onde Manuel José concretizaria 1 golo.
Depois de deixar o emblema sediado na “Cidade dos Móveis” como um dos atletas que, na 1ª divisão, mais representaria o Paços de Ferreira, Manuel José passaria a envergar a camisola de 2016/17 do Leixões. Ainda na aludida época, com a abertura do “Mercado de Inverno”, o centrocampista transferir-se-ia para o Gondomar. Seguir-se-ia, num trajecto competitivo a aproximar-se do fim, o Candal e as disputas no âmbito das competições agendadas no calendário da associação de Futebol do Porto.
Paralelemente aos anos cumpridos na colectividade de Vila Nova de Gaia, Manuel José encetaria sua carreira enquanto técnico. Nessas funções, para além da passagem pelas camadas jovens do Gondomar, o antigo futebolista também teria experiências como treinador-adjunto do Candal e, na época corrente (2023/24), no Vila FC.

1463 - ARTUR

Concluiria a formação no emblema da sua terra natal. Porém, a passagem dos juniores para os seniores não correria como o esperado e as 4 primeiras campanhas após a dita transição passá-las-ia ao serviço das “reservas” do Varzim. Na sequência desse primeiro desaire, seria apenas na temporada de 1971/72 que o defesa-central finalmente conseguiria convencer os responsáveis técnicos do clube. Após um arranque de carreira um pouco “lento”, a verdade é que daí em diante o jogador impor-se-ia como um elemento fulcral no arranjo táctico dos “Lobos-do-mar”. Ainda assim, com o conjunto do listado alvinegro a manter-se apenas pelas lutas dos escalões secundários, seriam precisos mais alguns anos para que Artur Nogueira Ferreira chegasse ao convívio com os “grandes”. Depois de ajudar o Varzim a sagrar-se campeão da edição de 1975/76 do Campeonato Nacional da 2ª divisão, Artur seria desafiado a mudar de clube. Com a entrada no Bessa a acontecer na temporada de 1976/77, numa altura em que já contava 28 anos de idade, o defesa-central depressa começaria a conquistar um lugar de destaque no plantel do Boavista. Orientado por Mário Wilson, logo na época inicial com as “Panteras”, o jogador seria chamado à novidade da disputa da Taça dos Vencedores das Taças. Num crescimento deveras rápido, mas condizente com a regularidade, eficácia e maturidade apresentadas dentro de campo, o atleta, na época seguinte, acabaria puxado para os trabalhos dos conjuntos sob a guarda da Federação Portuguesa de Futebol. A estreia, no âmbito da equipa “B” de Portugal, aconteceria a 8 de Março de 1978, num particular frente à França. Seguir-se-ia, numa altura em que o escalão admitia alguns convocados excepcionalmente fora da idade prevista, um jogo pelos “esperanças”. Por fim, com um novo desafio pelos “BB” lusos, viria a 3ª internacionalização a colorir o seu currículo. No Boavista, já na alçada de Jimmy Hagan, o jogador adicionaria ao palmarés pessoal o primeiro grande título da carreira. Chamado pelo técnico inglês para a final e para a finalíssima da Taça de Portugal de 1978/79, o defesa-central, como um dos titulares indiscutíveis nas “Panteras”, tornar-se-ia num dos elementos fulcrais para a vitória frente ao Sporting. À glória do título ganho, seria também dele o regozijo de, na condição de capitão de equipa, receber o troféu correspondente ao triunfo na “Prova Rainha”. Já na sequência da competição conquistada no Estádio Nacional do Jamor, a colectividade portuense, com Mário Lino como treinador, entraria na disputa da primeira edição da Supertaça. Num “derby” da “Cidade Invicta”, frente ao FC Porto, mais uma vez os “Axadrezados” conseguiriam superiorizar-se ao adversário. Nesse novo sucesso colectivo e depois de ajudar a derrotar os “Azuis e Brancos”, seria novamente de Artur a honra de erguer o “caneco”. Após 7 épocas ao serviço do Boavista, durante as quais conseguiria somar um total de 231 jogos oficiais, o atleta despedir-se-ia das “Panteras” para, nos derradeiros capítulos como futebolista, ainda cumprir um par de temporadas com as cores do Vitória Futebol Clube. Ao “pendurar as chuteiras” com o termo da campanha de 1984/85, o antigo defesa-central passaria a assumir as funções de treinador. Como técnico-principal, numa senda que começaria ao serviço dos alentejanos do Estrela de Portalegre, Artur construiria uma carreira feita essencialmente em colectividades dos escalões secundários. Para além do já referido, ainda guiaria emblemas como o Oriental, “Os Marialvas”, o Recreio de Águeda, AD Guarda, o Sporting de Lamego, o Gondomar ou o Rio Tinto. No entanto, nesse trilho, o destaque iria para o seu regresso ao Bessa, para trabalhar com o plantel de 1990/91.

1462 - SARAIVA


Começaria a prática do futebol ainda em idade adolescente quando, na temporada de 1947/48, passaria a fazer parte do plantel do CF “Os Reguenses”. Ainda na terra natal, as suas habilidades como avançado fá-lo-iam transferir-se para o SC Régua. Porém, após cumprir a época de 1949/50, o Serviço Militar Obrigatório viria a interromper a sua progressão no seio do novo clube. Incorporado em Lisboa, António Saraiva valer-se-ia da Lei de Cumprimento das Obrigações Militares para Futebolistas e nas épocas de 1950/51 e 1951/52 passaria a representar o Palmense. Como um dos grandes destaques do popular emblema “alfacinha”, ao jogador ser-lhe-ia dada a oportunidade de ir prestar provas ao Benfica. No Campo Grande, agradaria a José Valdivielso. Todavia, o atleta veria as “Águias” a recusarem-se ao pagamento da “carta de desobrigação” e, finda a tropa, o jovem praticante regressaria ao Alto Douro.
De volta às origens familiares, as duas épocas a suceder à sua partida de Lisboa, isto é, as campanhas de 1952/53 e 1953/54, cumpri-las-ia de novo ao serviço do SC Régua. Entretanto, determinado em apostar numa carreira mais ambiciosa, o avançado decidiria viajar até ao Minho para, nos dois clubes mais representativos daquela região, tentar a sorte. Primeiro passaria pelo Sporting de Braga, mas não agradaria a Mário Imbelloni. Seguir-se-iam os treinos no Vitória Sport Clube. Contudo, tal como tinha acontecido na sequência dos testes prestados na colectividade sediada na “Cidade dos Arcebispos”, o tempo passado em Guimarães levá-lo-ia, dessa feita na sentença proferida por Randolph Galloway, a ser novamente recusado.
Finalmente o destino brilharia a Saraiva e na temporada de 1954/55 veria o Salgueiros, emblema treinado por Valadas, antiga glória benfiquista, a interessar-se nos seus préstimos. No entanto, a sua passagem pela colectividade sediada no portuense bairro de Paranhos seria breve e as antigas questões relacionadas com a “carta de desobrigação” voltariam ao topo da mesa. Ainda assim, as suas exibições seriam suficientes para chamar a atenção do FC Porto. A verdade é que o convite mais tentador, por intermédio de alguém próximo da família, surgiria do Caldas, à altura recém-promovido à 1ª divisão. Ainda por empréstimo do SC Régua, o atacante arrepiaria caminho até à Região Oeste e passaria, com a nova camisola, a disputar as contendas apadrinhadas pelo Campo da Mata.
Na agremiação das Caldas da Rainha desde a temporada de 1955/56*, Saraiva viria a abraçar novas funções dentro do rectângulo de jogo. Tendo em conta a sua polivalência, o atleta aceitaria as indicações de Fernando Vaz e começaria a posicionar-se como médio ou como defesa. Aliás, seria essa mudança de posição a principal responsável por catapultar, de forma bem vincada, a sua carreira. Com exibições de grande nível, com os portentos de força ou os valentes remates a assumirem-se como as principais qualidades, o jogador começaria a ser avaliado como um dos grandes nomes a disputar as provas lusas. Ao fixar-se no “onze” dos “Pelicanos” como um dos principais intérpretes, as épocas seguintes à da sua chegada mostrá-lo-iam como um praticante, muito mais do que preparado para os desafios primodivisionários, com ambições a emblemas de outra monta.
Seria nesse contexto que surgiria o interesse do FC Porto e do FC Barcelona. Contudo, apesar de imensamente cobiçado, seria o Benfica a convencê-lo a trocar de emblema. Como uma das exigências do treinador Belá Guttmann, técnico desviado dos “Dragões” para a Luz, os responsáveis directivos das “Águias” reuniriam esforços para contratar o atleta. A transferência consumar-se-ia para a temporada de 1959/60 e, segundo as crónicas, Saraiva terá ficado tão contente com a mudança que sairia da sede “encarnada”, situada na Rua Jardim do Regedor, a gritar “Já sou do Benfica”.
Como seria expectável, a vida de Saraiva no Estádio da Luz não seria fácil. Mesmo com esse factor em mente e de, durante bons períodos, ter apenas almejado a um lugar nas “reservas”, o jogador conseguiria acumular um número bem significativo de partidas disputadas pela equipa principal. Nesse cenário, o maior destaque emergiria com os troféus colectivos conquistados. Começando pelas contendas internas, há a referir os 3 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal vencidos. Obviamente, a maior distinção da sua carreira viria com as prestações dos “Encarnados” nas competições sob a alçada da UEFA. Na Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1960/61, apesar de não ter sido chamado à final de Berna, o jogador participaria em 5 partidas dessa caminhada gloriosa e ao entrar em campo frente ao Hearts, ao Ujpesti e ao Rapid Viena, o atleta incluir-se-ia na lista de nomes vencedores da mais prestigiante prova de clubes a nível planetário.
Com a sua saída do Benfica a registar-se com o termo da temporada de 1962/63, Saraiva entraria numa fase diferente da sua ligação à modalidade. Assumindo-se como treinador-jogador, a sua passagem pelo plantel de 1963/64 do Benfica e Castelo Branco encetaria um trajecto que, ainda no mesmo papel, levá-lo-ia, nas duas campanhas seguintes, ao Portimonense e na temporada de 1966/67 a aceitar o compromisso de ser o “timoneiro” da União de Leiria no primeiro jogo de sempre da colectividade fundada na Beira Litoral.
Já a dedicar-se exclusivamente às actividades de técnico, Saraiva ainda teria passagens por outros emblemas, como são exemplo os períodos ao serviço do União de Montemor, novamente com as cores do Portimonense ou, naquele que viria a ser o maior intervalo tempo despendido no desempenho das tarefas de treinador, ao serviço do Torralta.

*apesar de várias fontes referirem 1955/56 como a chegada de Saraiva ao Caldas, na aludida época não encontrei nenhum registo do jogador na 1ª equipa.

1461 - ANDRADE

Ao terminar a formação no Belenenses seria na equipa a jogar em casa nas Salésias que Manuel Andrade faria a transição para sénior. Chamado pelo treinador Augusto Silva à 1ª equipa, a estreia do avançado-centro ocorreria à 9ª jornada do Campeonato Nacional de 1945/46. Logo nessa partida de arranque, ao nunca demonstrar qualquer sinal de nervosismo, o jovem atleta ultrapassaria a marcação serrada e alguma malandrice do seu adversário directo e com um “hat-trick” ajudaria a virar o resultado – “Aos 15 minutos estávamos a perder por 2-0. Tive uns problemas com um defesa do FC Porto, o Guilhar, que estava a marcar-me. Era terrível, chamava-me nomes e dava-me beliscões. Mas demos a volta ao resultado graças a três golos meus”*. Daí em diante, Andrade, apesar da tenra idade, passaria a ser tido como um dos esteios dos “Azuis”. Com 14 partidas disputadas ao longo dessa campanha, os seus 19 golos, para além de consagrá-lo como o melhor marcador da equipa, seriam de uma relevância fulcral para a vitória do Belenenses na prova de maior monta no calendário luso de futebol. Porém, apesar da importância ganha durante a aludida competição, um desaguisado com o capitão Mariano Amaro haveria de atrapalhar o seu crescimento no clube – “Certa vez, ainda na época do título em 1945-46, o Amaro chegou-se ao pé de mim e pediu-me para lhe levar a mala. Olhei para ele, dei uma gargalhada e disse-lhe que só podia estar a brincar comigo (…).Foi a minha sentença (…)**. “Mais tarde, quando o Scopelli chegou para treinar o Belenenses, foram-lhe apresentados os jogadores da linha principal, os suplentes mais utilizados e as reservas. Começámos os treinos e o Amaro, que tinha jogado com o Scopelli no Belenenses, aconselhou-o na constituição da equipa (…). Fizeram as equipas e eu fiquei de fora (…). Perguntei ao mister se ele se tinha esquecido de mim. Pôs-me a defesa esquerdo. Num treino, sempre que recebia a bola virava-me para a baliza do Sério, que era o meu guarda-redes. Eu disse-lhe que estava habituado a jogar a avançado-centro. Chutava sempre para a baliza que estava mais perto”*. O termo da temporada de 1947/48 marcaria o fim da ligação do atacante com o Belenenses. Ainda assim, a sua habilidade não esmoreceria e a convite de Peyroteo, amigo de longa data, o jogador passaria a representar o Sporting. No entanto, o contexto desportivo que encontraria nos “Leões”, com o próprio Peyroteo a ocupar a posição de avançado-centro, não proporcionaria grandes oportunidades a Andrade. Tendo apenas actuado pela primeira categoria em jogos particulares, a campanha de 1948/49 consagrá-lo-ia apenas a um lugar nas “reservas” e finda a dita época, a saída surgiria como a melhor opção para a sua carreira. A campanha de 1949/50, no que diz respeito à caminhada competitiva do avançado, constitui para mim um mistério. Sem ter conseguido confirmar tal informação, ainda assim, existem fontes a dar o atleta como elemento do Almada, à altura a disputar a 2ª divisão. Certo, seria a sua inclusão no plantel de 1950/51 do Estoril Praia. Nos “Canarinhos”, num grupo de trabalho com nomes notáveis no cenário português, casos de Sebastião, Alberto de Jesus, Bravo ou Miguel Lourenço, Andrade conseguiria conquistar o seu lugar no “onze” titular. Durante as temporadas seguintes, sempre como um elemento merecedor de vários louvores, o jogador continuaria a competir na 1ª divisão. Todavia, o esmorecer da paixão pela modalidade fá-lo-ia retirar-se muito antes de completar 30 anos de idade – “Nunca me senti um jogador de futebol a 100 por cento. Não gostava de jogar futebol. Mas, como tinha jeito, jogava”*. 

*retirado da entrevista de David Marques, publicada a 26/05/2016, em https://maisfutebol.iol.pt 

**retirado da entrevista de Rui Miguel Tovar, publicada a 21/07/2017, em https://observador.pt

1460 - VELEZ CARNEIRO

Remonta à longínqua temporada de 1914/15 a estreia do Sporting de Espinho em partidas oficiais, sob alçada organizativa da Associação de Futebol do Porto. Nesse desafio das 3ªs categorias, respectivamente frente ao FC Porto, participaria um jovem médio-centro de seu nome Velez Carneiro. Ao prolongar a ligação aos “Tigres da Costa Verde” por mais algumas campanhas, a qualidade do jogo por si apresentado depressa apontaria ao seu destino voos de outra magnitude. Nesse sentido, a evolução positiva da sua carreira materializar-se-ia com a decisão de viajar até à “Cidade Invicta” e aí rubricar um contrato com os “Azuis e Brancos”.
Com a sua entrada no FC Porto, segundo algumas fontes, a acontecer na época de 1918/19, o primeiro sucesso colectivo de índole nacional em que participaria, emergiria com a ufana campanha dos “Dragões” naquela que era à data a prova de maior prestígio no calendário futebolístico luso, o Campeonato de Portugal. Nessa edição de 1921/22, encontrar-se-iam na final da competição o emblema “azul e branco” e o Sporting. Depois de entrar em campo nas duas mãos correspondentes à derradeira eliminatória, Velez Carneiro seria também chamado, pelo técnico francês Adolphe Cassaigne, para o decisivo encontro da finalíssima. No “match” agendado para o Campo do Bessa, ao lado de nomes prestigiados no cenário nacional, casos dos internacionais Artur Augusto ou Balbino, o médio-centro desempenharia um papel de fulcral importância e contribuiria para a vitória do agregado portuense sobre a equipa “alfacinha”.
Ao constituir-se como um dos melhores intérpretes da colectividade nortenha, o craque Velez Carneiro depressa começaria a granjear de enorme popularidade entre os adeptos da modalidade, mormente no seio dos seguidores do FC Porto. Tal facto serviria para sublinhar, ainda mais, a tragédia que, em Maio de 1925, acabaria por preencher as conversas do público e, de forma igualmente vincada, viria a ocupar as páginas de diversos periódicos editados à altura. Segundo o investigado, dados apurados através dos relatos de algumas testemunhas oculares, o jogador, no mesmo dia em que tinha participado numa peleja amigável frente ao Deportivo La Coruña, seria abordado por uma figura masculina, à saída de um café. Os dois terão então caminhado até a uma ruela nas imediações do primeiro local, onde terá começado uma discussão deveras inflamada. A altercação, de origem passional, levaria a que o homem puxasse por uma arma de fogo e acabasse a alvejar o futebolista com vários tiros.
Gravemente ferido, Velez Carneiro chegaria ao hospital já sem vida. Nas liturgias fúnebres, as quais decorreriam durante vários dias e dando jus à popularidade do atleta, a urna seria acompanhada por um grandioso cortejo de populares. Ao seu lado, numa cerimónia mortuária com epicentro no Campo da Constituição, estariam igualmente os seus colegas do FC Porto, encabeçados na homenagem pelo capitão de equipa, Norman Hall.

1459 - PINILLA

Produto das “escolas” da Universidad de Chile, Mauricio Pinilla cedo emergiria como uma das grandes promessas do futebol sul-americano. Nessa perspectiva, sensivelmente 2 anos após a estreia como sénior, o avançado começaria a ser cobiçado por emblemas de maior monta. De Itália, num convénio a juntar o Chievo e o Inter Milan, chegaria uma proposta pela sua aquisição e, rubricado o acordo, viria a consequente mudança para o “Calcio”. Com os dois clubes referidos a partilharem o seu “passe” em partes idênticas, o atacante seria encaminhado para o plantel de 2003/04 da agremiação sediada em Verona. Porém, a sua adaptação ao futebol europeu ficaria aquém do esperado e a meio da aludida campanha o jovem jogador acabaria emprestado ao Celta de Vigo.
Seria no final do ciclo cumprido entre a Itália e a Espanha que surgiria o interesse do Sporting. Com Pinilla, após a estreia pela principal selecção do Chile a 29 de Março de 2003, a manter-se como um dos elementos amiúde chamado às pelejas do seu país natal, os “Leões” veriam no atleta uma boa aposta para reforçar o sector mais ofensivo do plantel. Comandado por José Peseiro, o avançado-centro, apesar de várias presenças em campo, tardaria em ter no golo uma forte credencial. Para a infelicidade do atacante, quando tudo parecia estar a mudar, uma grave lesão atirá-lo-ia para fora dos planos do aludido técnico, inclusive fazendo com que o jogador falhasse a final da Taça UEFA de 2004/05.
Já com a época seguinte em andamento, e com a equipa “alfacinha” sob a alçada de Paulo Bento, seriam as declarações feitas a um periódico a pôr em causa a sua continuidade em Lisboa e a empurrá-lo para a porta de saída – “Não posso mais com a minha situação no Sporting (…). Quando soube da lista de convocados e da qual não constava o meu nome, só me apetecia morrer. Então, disse para mim mesmo que já não valia a pena estar num lugar onde não me querem (…). Se não me querem, deixem-me sair. Clubes interessados em mim não faltam. Disseram-me que vou ter opções seguras para sair em Janeiro. Deixei-lhes também claro que terminou a minha etapa em Portugal”*.
A exigência a forçar a sua partida, inicialmente por empréstimo e depois já em definitivo, levá-lo-ia a um período mais errante e nada condizente com as expectativas criadas em seu redor. Racing Santander, Hearts, o regresso à Universidad de Chile, Vasco da Gama e os cipriotas do Apollon Limassol, preencheriam os anos a suceder a sua saída de Alvalade. No entanto, contrariamente ao rumo que a sua carreira estava a tomar, de Itália surgiria nova proposta e a mudança devolveria o avançado chileno às sendas do sucesso.
Apresentado pelo modesto Grosseto como reforço para a temporada de 2009/10, o ano passado na disputa da Serie B, revelaria um atleta com a pontaria afinada. Os bons números exibidos dentro de campo abrir-lhe-iam de novo as portas do escalão maior italiano e a transferência para o Palermo emergiria como um justo prémio. Seguir-se-iam, numa etapa pelo Calcio a prolongar-se até à campanha de 2016/17, o Cagliari, o Genoa e o Atalanta. Paralelamente apareceriam as convocatórias para os principais torneios organizados no âmbito das selecções nacionais, nomeadamente a chamada para o Campeonato do Mundo de 2014 e as presenças na Copa América de 2015 e de 2016, de onde o Chile, em ambas as edições, sairia como o agregado vencedor do certame.

*retirado do artigo de Filipe Escobar de Lima, publicado a 23/11/2005, em www.publico.pt