1532 - LIMA

Seria já como praticante das “escolas” leoninas que José Lima acabaria chamado pela primeira vez aos trabalhos das jovens equipas à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Notabilizado como um extremo veloz e com boa capacidade para municiar os seus companheiros de área, depois da estreia, a 10 de Abril de 1982, pelos actualmente denominados sub-14, o jogador, de forma regular, continuaria a ser convocado aos desafios de Portugal. Essa aposta com as cores lusas, faria com que Manuel José, no decorrer da temporada de 1984/85 desse ao atacante algumas oportunidades na equipa principal do Sporting. Porém, mesmo tendo em conta o potencial apresentado, a verdade é que o atleta não conseguiria cimentar-se como um dos indiscutíveis do plantel “verde e branco” e tal facto valer-lhe-ia o epíteto de “eterna promessa”.
Mesmo nunca tendo conseguido atingir a titularidade indiscutível, Lima, ainda assim, haveria de garantir um lugar no plantel do Sporting. Pouco utilizado nas épocas seguintes, o extremo teria a campanha mais consistente no desenovelar das provas agendadas para 1988/89. No rescaldo das prestações individuais alcançadas durante a referida temporada, Juca, à altura o seleccionador nacional, passaria a olhar para si como um bom reforço para o principal conjunto de Portugal. Convocado no âmbito da Fase de Apuramento para o Mundial de 1990, o avançado entraria em campo num par de ocasiões. A primeira verificar-se-ia a 6 de Outubro de 1989, num duelo frente à antiga Checoslováquia. Alguns dias depois, o atacante voltaria a ser escalonado frente ao Luxemburgo e, com tais pelejas, o atleta passaria a apresentar no currículo um total de 18 internacionalizações espalhadas pelos diferentes escalões lusos.
Voltando ao seu percurso clubístico, Lima pouco mais conseguiria do que ser um dos suplentes, mais ou menos, utilizados no Sporting. Tal facto, provavelmente, levá-lo-ia a tentar a sorte noutras paragens e o Minho surgiria como o novo destino da sua carreira. No entanto, também ao serviço do Vitória Sport Clube, o atleta não conseguiria demonstrar o seu real valor e cumprida a temporada de 1992/93 na cidade de Guimarães, o jogador regressaria a Lisboa. Como elemento do plantel do Atlético a partir de 1993/94, muito para além de afastado do escalão máximo, o extremo passaria a abordar a vida de uma forma um pouco diferente. Sem deixar o futebol, o atacante decidiria regressar aos estudos, acabando por completar, nos tempos seguintes, a Licenciatura em Educação Física e Desporto. Mesmo tendo em conta as aludidas opções, ainda como praticante, o atleta voltaria a viver alguns momentos de destaque. Ao entrar no Alverca em 1997/98, o extremo contribuiria para a subida da sua equipa e participaria, no ano seguinte, na inédita presença do conjunto ribatejano na 1ª divisão.
Ao deixar para trás as lides de futebolista, Lima passaria a desempenhar o papel de treinador. Como adjunto de José Romão, na época seguinte a ter “pendurado as chuteiras”, o antigo praticante transitaria para a equipa técnica do Alverca. Sem deixar o conjunto ribatejano, nos anos seguintes passaria também pelos juniores, onde, em 2001/02, orientaria o clube até ao título nacional da categoria. Aliás, tem sido nas camadas jovens que tem trilhado grande parte do seu caminho. Nesse cenário, ficaria, a partir de 2006/07, ligado às escolas do Sporting, conseguindo, por 3 vezes consecutivas, ganhar o Campeonato de Juniores. Já em 2018, após a experiência nos angolanos do 1º de Agosto e de um curto regresso aos “Leões”, assumiria um cargo técnico na Federação Portuguesa de Futebol e desde então tem estado à frente de vários patamares competitivos.

1531 - CALÇOA

Ao terminar a formação nas “escolas” do Estoril Praia, Vítor Manuel Carvalho Calçoa seria promovido à equipa principal dos “Canarinhos” por Fernando Santos. Porém, nessa temporada de 1989/90, como na seguinte, a falta de experiência do jovem atleta faria com que fosse ultrapassado, nas escolhas do referido treinador, por outros colegas. Já a solução para a falta de presenças em campo emergiria do Alentejo. Os dois anos ao serviço d’ “O Elvas”, ainda que na disputa da 2ª divisão “B”, serviriam para que o defesa-central ganhasse o necessário traquejo para justificar o seu regresso ao Estádio António Coimbra da Mota e as boas prestações conseguidas pela agremiação raiana levá-lo-iam de volta à Linha de Cascais.
De novo com as cores do Estoril Praia, Calçoa apanharia o clube integrado no patamar maior do Campeonato Nacional. Tal facto levaria o jogador a estrear-se na 1ª divisão, numa partida frente ao Beira-Mar, logo na ronda inicial de 1993/94. Aliás, esse jogo encetaria uma campanha que, em termos individuais, seria bastante positiva. No entanto, apesar da titularidade do defesa, conseguida num plantel que, para a sua posição, também contava com Morato, Litos e Martins, as prestações colectivas ditariam o último lugar dos “Canarinhos” na tabela classificativa daquela que é a prova de maior monta no calendário futebolístico luso.
Mesmo com a descida do emblema sediado na Amoreira, o defesa-central manteria a sua ligação ao clube. Sem que alguém soubesse, Calçoa, com a despromoção do Estoril Praia à divisão de Honra, afastar-se-ia de vez do convívio com os “grandes”. Ainda assim, os níveis exibicionais do jogador mantê-lo-iam como uma das figuras de proa do grupo de trabalho. Nessa temporada de 1994/95, e na seguinte, o seu nome seria habitualmente inscrito nas fichas de jogo. Contudo, essa visibilidade começaria a perder-se e já com a época de 1997/98 em andamento, a perda de preponderância empurraria o jogador para outras paragens.
Daí em diante, o jogador entraria num rumo bem mais errante do que aquele que até aí tinha trilhado. Imortal de Albufeira, União de Montemor, Atlético, Fanhões, União de Santiago Alcains e Beira-Mar de Monte Gordo, com mudanças de clube em praticamente todas as época, tornar-se-iam nas insígnias a colorir o resto da sua carreira de futebolista. Nessa senda, a levá-lo a diferentes partes do país, o termo das actividades como praticante surgiria, depois de representar o último colectivo mencionado, com o fim das provas agendadas para 2003/04. Todavia, apesar da decisão de “pendurar as chuteiras”, Calçoa voltaria a ligar-se à modalidade. Já como treinador, o antigo defesa tem mormente trabalhado nas camadas de formação, com especial destaque para a sua passagem pelas “escolas” do Estoril Praia e do Dramático de Cascais.

1530 - CAROLINO

Como atleta das “escolas” do Benfica, Álvaro Carolino seria chamado aos trabalhos sob a intendência da Federação Portuguesa de Futebol. A estreia, feita no âmbito das disputas agendadas para os juniores, aconteceria, numa partida frente a França, a 11 de Novembro de 1968. O mencionado desafio daria início a uma caminhada que terminaria, anos mais tarde, com o atleta a vestir a principal “camisola das quinas”. Nesse contexto, a primeira aparição do jogador surgiria durante a Fase de Apuramento para o Euro 76. Chamado por José Maria Pedroto, o defesa, a 19 de Novembro de 1975, participaria na jornada a opor Portugal a Inglaterra. Daí em diante, sempre pela equipa “A”, o atleta teria ainda nova oportunidade para entrar em campo e, na soma das aparições feitas pelos dois escalões referidos neste parágrafo, juntaria ao currículo 5 internacionalizações com as cores lusas.
Apesar de revelar um enorme potencial, a verdade é que, na altura de subir a sénior, Carolino, tapado no Benfica por nomes como Humberto Coelho, Jacinto ou Zeca, ver-se-ia obrigado a rumar noutra direcção. O destino acabaria por levá-lo ao Peniche e à 2ª divisão. Porém, o jovem atleta aproveitaria esses anos longe dos principais escaparates desportivos para ganhar o traquejo necessário a um crescimento sustentado. Já mais experiente, veria o Montijo a apostar na sua contratação e a apresentá-lo como reforço para o plantel de 1972/73. De regresso ao escalão principal, o defesa-central assumir-se-ia como um dos titulares da agremiação sediada na Margem Sul do Rio Tejo. Tamanho destaque faria com que o Boavista olhasse para si como uma boa aposta e o jogador, com Francisco Mário e João Alves como companheiros de viagem, deixaria a área metropolitana de Lisboa para partir em direcção ao Porto.
Ao entrar no Bessa na temporada de 1974/75, o defesa ajudaria a erguer uma das melhores fases da história dos “Axadrezados”. Com José Maria Pedroto como treinador, para além das boas prestações no Campeonato Nacional, como prova a 2ª posição em 1975/76, a Taça de Portugal transformar-se-ia num dos grandes palcos do colectivo sediado na “Cidade Invicta”. No contexto da “Prova Rainha”, Carolino, muito para além de participar nas finais de 1974/75 e de 1975/76, inscreveria o seu nome como um dos vencedores de ambas as edições. No entanto, mesmo tendo em conta todo o sucesso vivido, os últimos anos da sua ligação às “Panteras” seriam ingratos para o atleta, com o defesa-central afastado dos campos de jogo. Na sequência desse longo ocaso, a meio da temporada de 1980/81 o futebolista transferir-se-ia para a Académica de Coimbra e seria como atleta dos “Estudantes” que haveria de pôr um ponto final na carreira como praticante.
Apesar de “penduradas as chuteiras”, Álvaro Carolino manter-se-ia ligado à modalidade. Como treinador, mesmo com um trajecto maioritariamente relacionado a emblemas dos escalões secundários, o antigo defesa também teria experiencias na 1ª divisão. Aliás, dos primeiros anos como técnico tiramos as experiências à frente dos primodivisionários Boavista e Sporting de Espinho. Também nesse cenário competitivo, há ainda a destacar as suas passagens pelo Académico de Viseu e pelo Feirense. Merecedor de realce, temos igualmente de relembrar os anos cumpridos à frente do Desportivo de Chaves. Em Trás-os-Montes, seria o grande responsável pela primeira subida da história dos “Flavienses” ao patamar maior do futebol luso e só não celebrou junto aos seus discípulos porque, por razão de um desentendimento com os dirigentes do clube, sairia antes da Liguilha que selaria a inédita promoção.

1529 - JOSÉ MARIA

Descoberto no Candal, emblema sediado no concelho de Vila Nova de Gaia, José Maria da Luz Matos seria apresentado no FC Porto como reforço para a temporada de 1949/50. Apesar de jovem, o avançado logo começaria a afirmar-se de grande utilidade no plantel inicialmente às ordens de Augusto Silva. A actuar, na direita ou na esquerda, como interior, o atleta, ao lado de craques como Araújo, Eduardo Vital ou Monteiro da Costa não deixaria intimidar-se pelo salto dado na carreira e, numa temporada em que seria suspensa a Taça de Portugal, assumir-se-ia como um dos titulares dos “Azuis e Brancos” no Campeonato Nacional da 1ª divisão.
Daí em diante, José Maria, mesmo com a mudança de treinadores a comandar os “Dragões”, assumir-se-ia como uma das figuras de proa do clube. Essa preponderância, ainda que a jogar numa posição mais recuada do sector ofensivo, em muito devê-la-ia à maneira objectiva como conseguia chegar a zonas de finalização. Para além da excelsa maneira como conduzia e municiava os seus colegas atacantes, os 78 golos concretizados, em 183 partidas oficiais disputadas, dar-lhe-iam o merecido destaque. Também a regularidade com que aparecia no “onze” do FC Porto faria dele uma das caras dos sucessos colectivos. Curiosamente, seria numa altura em que já não era um dos indiscutíveis no alinhamento inicial que ao seu currículo chegariam os primeiros títulos da carreira e naquela que viria a tornar-se na época da vinda de Dorival Yustrich para a “Cidade Invicta”, o avançado tornar-se-ia num dos nomes da “dobradinha” de 1955/56.
Seria também na recta final da sua ligação à agremiação portuense que um episódio incontornável na história do emblema nortenho viria a sublinhá-lo como um dos atletas icónicos da colectividade. Com o FC Porto, resultado da vitória no Campeonato Nacional do ano anterior, a estrear-se na Taça dos Clubes Campeões Europeus, a sorte deitaria ao caminho do emblema luso os bascos do Athletic Bilbao. Com a 1ª mão da ronda inicial agendada para o Estádio das Antas, José Maria, escolhido para o “onze” pelo técnico brasileiro Flávio Costa, faria parte da equipa a iniciar a participação na já referida prova. No entanto, para além desse facto, suficiente para pôr o futebolista na galeria dos notáveis, outra ocorrência surgiria a vincar esse inolvidável capítulo da cronologia “azul e branca” e um remate por si concretizado aos 54 minutos da peleja disputada em Portugal transformar-se-ia no primeiro golo dos “Dragões” na principal competição organizada pela UEFA.
Ao fim de 8 anos ligado ao FC Porto, José Maria, tendo perdido a importância de anos anteriores, decidiria viajar para sul e acabaria a mudar-se para o Benfica. Contudo, a sua passagem pelo Estádio da Luz ficaria bem aquém das expectativas criadas pela transferência. Em resumo, a temporada de 1957/58 traria à caminhada competitiva do interior apenas uma mão cheia de partidas cumpridas. Nesse parco trajecto, de forma surpreendente, emergiria a sua presença no “onze” escalonado para a disputa da final da Taça de Portugal. Chamado por Otto Glória ao desafio agendado para o Estádio Nacional, o jogador não repetiria a conquista da “Prova Rainha” e sairia do Jamor com o amargo sabor da derrota… e logo frente ao seu antigo clube.
Os últimos anos da sua carreira como futebolista dar-se-iam ao serviço do Sporting de Braga. Mantendo-se a competir na 1ª divisão, o jogador passaria a ser orientado por José Valle, também ele antigo atleta do FC Porto. Depois de assegurar a titularidade na época de 1958/59, campanha em que ajudaria a consolidar o 7º lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional, o avançado ainda permaneceria mais um ano aos serviços dos “Arsenalistas”, ao fim do qual e após completar 11 temporadas consecutivas no escalão máximo português, decidiria ser a hora certa para “pendurar as chuteiras”.

1528 - PEDRO SIMÕES

Criado na Amadora, seria na colectividade mais emblemática da localidade dos arredores de Lisboa que Pedro Simões terminaria a formação. Porém, sem espaço num Estrela acabado de ser promovido ao escalão máximo, o jogador, que amiúde treinava com o plantel principal dos “Tricolores”, começaria um périplo a levá-lo, já como sénior e por grande influência de Agatão, antigo atleta com forte ligação a ambos os emblemas, a passar a temporada de 1993/94 ao serviço d’ “O Elvas”.
Depois da aventura pelo Alentejo, os dois anos seguintes na carreira de Pedro Simões, ainda com o intuito de ganhar traquejo e envolvido na mudança de Chaínho para a Reboleira, seriam cumpridos com as cores do Casa Pia. Já o retorno ao Estádio José Gomes dar-se-ia na temporada de 1996/97. No entanto, com o Estrela da Amadora na 1ª divisão, a afirmação do “trinco”, que durante algumas fases da carreira também jogou no centro da defesa, não seria fácil. Ainda assim, ao jovem praticante ser-lhe-ia dada a oportunidade de fazer a estreia no escalão máximo e na ronda de abertura do Campeonato Nacional referente à época do seu regresso, entraria em campo pela mão de Fernando Santos.
Apesar das qualidades reconhecidas, Pedro Simões só começaria a ser utilizado com maior frequência a partir da campanha de 1998/99 e numa altura em que já era orientado por Jorge Jesus. Curiosamente, essa regularidade surgiria após ser sondado pelos espanhóis do Ourense. Porém, ainda que gorada a transferência, o jogador continuaria a crescer de forma notória e veria a sua preponderância dentro do plantel do Estrela da Amadora a aumentar. Nessa evolução, os anos seguintes serviriam essencialmente para sublinhar a sua importância para o grupo de trabalho. Por outro lado, mesmo com algumas despromoções à mistura, o jogador manter-se-ia fiel ao clube e essa lealdade contribuiria, ainda mais, para cimentar a sua imagem de nome histórico dos “Tricolores”.
Abordando alguns números da sua carreira, o atleta, entre os dois principais escalões do futebol luso e só tendo em conta o trajecto como sénior, vestira a camisola da colectividade da Linha de Sintra durante 11 anos consecutivos. Tanto tempo dar-lhe-ia, no “ranking” dos futebolistas com mais partidas disputadas pelo emblema da Reboleira na 1ª divisão, o 7º posto. No entanto, apesar de longa, a ligação entre o clube e o jogador conheceria, não um fim, mas um interregno de contornos algo polémicos – “As pessoas do Estrela não foram sinceras e tiveram falta de carácter. Estive 23 anos no clube e não merecia ter sido corrido de uma forma tão inglória. Não sei os motivos, mas a verdade é que outros jogadores sentiram na pele o mesmo tratamento, depois de terem dedicado vários anos ao Estrela”*.
Depois do termo das provas agendadas para temporada de 2006/07, Pedro Simões, como praticante, não mais voltaria a envergar a camisola do emblema amadorense. Começaria, a partir do Outono de 2007, a treinar-se com as cores do Atlético e com a abertura do “mercado de Inverno” de 2008 passaria então a representar a agremiação do bairro de Alcântara. No emblema lisboeta, com apenas alguns meses passados sobre a sua entrada na Tapadinha, o jogador viria mesmo a “pendurar as chuteiras”. No entanto, tal decisão não significaria o afastamento da modalidade. Já reconciliado com o Estrela da Amadora, em 2008/09, o antigo capitão dos “Tricolores” aceitaria orientar os juniores do clube, para, com pouco tempo decorrido nas referidas funções, passar a fazer parte da equipa técnica do conjunto principal, liderada por Lázaro. Desde então tem seguido o antigo colega de balneário e como seu treinador-adjunto, passaria também pelo Penafiel, Portimonense e a pela selecção de Macau.

*retirado do artigo publicado em www.record.pt, a 04/01/2008

1527 - EDMUNDO DUARTE

Praticante de enorme potencial, Edmundo Duarte, como atleta das camadas jovens do Candal, veria o FC Porto e o Benfica a interessarem-se pela sua contratação. A proximidade à família levá-lo-ia a escolher o emblema nortenho, onde viria a terminar o percurso formativo. Antes ainda da passagem definitiva a sénior, numa altura em que, ao cumprir o último ano nas “escolas” dos “Azuis e Brancos”, já trabalhava com a equipa principal do clube, viriam as convocatórias à selecção nacional. Integrado nos juniores lusos, o médio-ofensivo estrear-se-ia com a “camisola das quinas” a 5 de Dezembro de 1969, numa partida frente à Suíça. Seguir-se-iam outras 5 presenças em campo e, como ápice dessa caminhada com as cores de Portugal, a chamada à edição de 1970 do Torneio Internacional de Juniores da UEFA.
Na transição para o patamar sénior, o interesse do Benfica voltaria a acender-se e, no âmbito das negociações entre os dois emblemas, o atleta chegaria mesmo a deslocar-se a Lisboa. Porém, as elevadas exigências do FC Porto impossibilitariam a transferência e desagradado com o desfecho, Edmundo Duarte, ao recusar-se a envergar a camisola dos “Dragões”, chegaria mesmo a pôr a hipótese de abandonar a modalidade. No entanto, a resolver a pequena crise, apareceria o convite do Vitória Sport Clube que, por empréstimo, haveria de convencer o jogador a mudar-se para o Minho. Em Guimarães, inicialmente sob o comando do treinador brasileiro Jorge Vieira, o jogador faria a estreia na 1ª divisão. Todavia, a parca utilização fá-lo-ia mudar de rumo e na sua carreira seguir-se-ia o Varzim.
Muito mais do que uma mudança de rumo no desporto, a ida de Edmundo Duarte para Angola viria a alterar o contexto da sua vida. Ainda assim, o futebol continuaria como parte integrante dessa senda por África e no Recreativo do Uíge assumir-se-ia como treinador/jogador. Mais tarde, novamente entregue ao exclusivo papel de futebolista, vestiria a camisola do FC Luanda. Depois viria o regresso a Portugal e na metrópole encontraria poiso no plantel de 1977/78 do Vila Real.
Com os anos seguintes igualmente preenchidos nas lutas do escalão secundário, o Leixões e o Paços de Ferreira viriam a colorir a caminhada competitiva do médio-ofensivo. Já o regresso à 1ª divisão aconteceria pelas portas do Penafiel, agremiação na qual, na temporada de 1980/81, voltaria a encontrar-se com um antigo companheiro dos tempos do FC Porto, o treinador-jogador António Oliveira. Contudo, num trajecto em constante mudança, Edmundo Duarte acabaria por aceitar o convite do Candal para, na temporada de 1981/82, abraçar, em simultâneo, as tarefas de futebolista e de técnico. Aliás, seria com esse estatuto que passaria pelo primodivisionário Ginásio de Alcobaça e onde, com o termo das provas de 1982/83, viria a “pendurar as chuteiras”.
Afastado das lides de praticante, Edmundo Duarte manter-se-ia ligado à modalidade. Dando seguimento à carreira de treinador, a caminhada do antigo médio viveria essencialmente das disputadas dos escalões inferiores. Ao orientar, numa carreira bem longa, emblemas históricos como a UD Oliveirense, o Trofense, o Torreense, o Sporting de Espinho ou o Feirense, um dos grandes momentos dessa rota vivê-lo-ia à frente dos Dragões Sandinenses, com os quais, numa espantosa campanha, chegaria aos quartos-de-final da Taça de Portugal de 1996/97.

1526 - CARVALHO

Terminada a formação no FC Porto, seria ainda como membro das “escolas” do emblema da “Cidade Invicta” que Fernando Carvalho acabaria chamado aos trabalhos das jovens equipas a cargo da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado nos juniores lusos, o jogador, a 27 de Maio de 1974, pela mão de José Maria Pedroto e ao lado de nomes como Eurico, Lito ou Gomes, ver-se-ia integrado numa peleja frente à Suíça. Já com 1 internacionalização no currículo, chegaria então a altura de subir aos seniores dos “Azuis e Brancos”. Porém, num conjunto a contar para o sector intermediário com nomes como Rodolfo Reis ou Octávio Machado, o atleta poucas oportunidades haveria de conquistar. Ainda assim, depois de um ano passado nas “reservas”, o médio estrear-se-ia na equipa principal e entraria em campo, num jogo a contar para a Taça UEFA de 1975/76, frente aos luxemburgueses do Avenir Beggen.
Com a patente falta de espaço nas Antas, sem abandonar a 1ª divisão, seguir-se-ia no seu percurso desportivo o Beira-Mar, onde, em 1976/77, partilharia o balneário com Eusébio. Já no plantel de 1977/78 do Sporting de Espinho, o médio, que também podia ocupar posições mais recuadas no terreno de jogo, acabaria por destacar-se no colectivo comandado por Mário Morais. Nesse sentido, mesmo sem ser um dos habituais titulares, os números alcançados ao serviço dos “Tigres da Costa Verde” valer-lhe-iam o regresso ao FC Porto. No entanto, tal como anteriormente, Carvalho teria muitas dificuldades para impor o seu jogo, dessa feita, pensado pelo treinador José Maria Pedroto. Ainda assim, a presença numa das jornadas do Campeonato Nacional atribuir-lhe-ia o primeiro título ao palmarés pessoal e o atleta sairia da segunda passagem pelos “Dragões” com a vitória naquela que é a prova de maior monta no calendário futebolístico luso.
A entrada no Varzim de 1979/80 permitiria ao atleta continuar o seu percurso nas contendas do escalão máximo. Todavia, seria o regresso ao Sporting de Espinho a elevá-lo à condição de atleta de cariz indubitavelmente primodivisionário. De volta ao emblema do distrito de Aveiro a partir de 1980/81, o médio afirmar-se-ia como um dos elementos mais importantes do conjunto. Titular ao lado de históricos como Raul, Vitorino ou João Carlos, Carvalho tornar-se-ia numa das figuras de proa das épocas seguintes e o seu trabalho contribuiria, e de que maneira, para a manutenção dos “Tigres da Costa Verde” no patamar maior do futebol luso.
Ao fim de mais 5 campanhas a envergar o listado preto e branco do Sporting de Espinho, em que a última temporada já seria passada em contexto secundário, Carvalho terminaria a sua ligação ao clube. Ao entrar na fase final da carreira enquanto futebolista, o caminho do jogador erguer-se-ia mais errante. Nas 5 épocas a preencher esses 5 derradeiros anos, seriam 5 as colectividades que ainda representaria e, nessa evolução, o União da Madeira, o Freamunde, o União de Lamas, os Dragões Sandinenses e o Pedrouços antecederiam, com o termo das provas agendadas para 1989/90, o “pendurar das chuteiras”.

1525 - ZÉZINHO


Ao iniciar a prática do futebol como elemento das camadas de formação do “Onze Unidos”, Zézinho cedo começaria a ambicionar por outros horizontes e ainda em idade júnior tentaria a sorte no Benfica. Acabaria recusado e, com o desaire, não teria outro remédio senão regressar à terra natal. Contudo, a 1 de Setembro de 1948, assistira, numa fusão do seu clube com o Avenida e com o Aldegalense, à fundação do Desportivo do Montijo. No novo clube entraria para as “reservas”, mas depressa começaria a revelar qualidades merecedoras de outros voos e ainda na temporada de 1948/49 faria a estreia na equipa principal. Como avançado, nomeadamente a jogar na posição mais central, destacar-se-ia como um praticante sagaz e lutador e essas qualidades levá-lo-iam, numa prova conquistada pelo seu conjunto, a ser o melhor marcador do Campeonato Distrital de Setúbal de 1950/51.
Tais exibições fariam com que os responsáveis pelo Benfica convidassem o atacante a prestar provas no Campo Grande. Ao contrário da tentativa anterior, Zézinho agradaria e depressa os “Encarnados” chegariam a um acordo, com os dirigentes do Montijo, para a sua transferência. Já como atleta do clube lisboeta, o avançado passaria a época de 1951/52 nas “reservas”. Por outro lado, a estreia na categoria principal aconteceria numa viagem até à “Cidade Invicta” onde, numa partida a contar para a 6ª jornada do Campeonato Nacional, o atleta seria escalonado, pelo argentino Alberto Zozaya, para alinhar como extremo-direito. No entanto, apesar da evolução auspiciosa, a verdade é que o atacante nunca conseguiria impor-se como um elemento indiscutível do “onze” das Águias. Ainda assim, a sua contribuição para os sucessos colectivos seriam inegável e a maneira abnegada como entrava em campo, qualidade a levá-lo a ocupar diferentes posições, assegurar-lhe-ia um lugar no plantel.
Nisso de polivalência, seria Ribeiro dos Reis o primeiro a ver nele, tanto à direita, como à esquerda, um bom defesa. Todavia, o miolo do terreno também viria a tornar-se num cenário habitual para as suas prestações. Aliás, seria como médio que o atleta faria duas exibições inesquecíveis e das quais sairia com o epíteto de “O Herói de Chamartin”. A história passar-se-ia na altura da disputa da Taça Latina de 1956/57. Com o torneio organizado na capital espanhola, Zézinho veria Otto Glória a colocá-lo no sector intermediário. Nessa senda, primeiro ajudaria a eliminar os franceses do Saint-Etienne e já na final, onde brilhantemente marcaria Di Stefano, só depois da injusta expulsão de que seria alvo, veria o Real Madrid a conseguir derrotar o Benfica.
Também nos títulos ganhos pelos “Encarnados”, Zézinho haveria de ter a sua importância. Mesmo ao nunca conseguir consagrar-se como um titular absoluto, o jogador entregaria o seu cunho às diferentes provas disputadas pelas “Águias”. Assim sendo, nas 8 temporadas em que passaria pela categoria principal dos “Encarnados”, o seu currículo pessoal sairia enriquecido pelas vitórias em 3 Campeonatos Nacionais e 4 Taças de Portugal. Ainda no que diz respeito à “Prova Rainha”, o atleta participaria em duas finais e em ambas, ao contribuir para a derrota do Sporting e do Sporting da Covilhã, veria o seu emblema a erguer o almejado troféu.
Com o termo da ligação ao Benfica a acontecer com o fim das provas agendadas para 1959/60, Zézinho regressaria ao Desportivo do Montijo e nas 5 épocas seguintes, exclusivamente nas disputas da 2ª divisão, o polivalente jogador envergaria a camisola da colectividade que o havia lançado para a ribalta do futebol.

1524 - ROCHA

Nascido em Macau, seria na antiga região sob a administração portuguesa que Augusto Rocha começaria a praticar futebol. Com a entrada no Rubro Negro na temporada de 1952/53, seria já como membro integrante do plantel de 1953/54 do Sporting de Macau que o ágil avançado começaria a chamar a atenção dos seguidores da modalidade. No entanto, o momento crucial na viragem da sua carreira chegaria num encontro em que, por razão da chamada à selecção do território referido no começo deste parágrafo, haveria de defrontar Hong Kong. Com uma exibição magistral, o jovem praticante, louvado pela imprensa, passaria a ser cobiçado pelo Benfica e pelo Desportivo de Lourenço Marques. Porém, seria o Sporting Clube de Portugal, após a intervenção do seu antigo atleta e também macaense António da Conceição, a convencer o jogador.
Em Lisboa, apesar do enorme potencial apresentado, a verdade é que Rocha não conseguiria impor-se no “onze” leonino. Depois de passar a campanha de 1954/55 nas “reservas”, a época seguinte também não seria pródiga. Ao estrear-se na equipa principal do Sporting pela mão de Alejandro Scopelli, o atacante ver-se-ia ultrapassado nas escolhas do treinador “verde e branco” por outros colegas. Ainda assim, as suas qualidades levariam os responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol a olhar para si como um bom elemento para reforçar as equipas a envergar a “camisola das quinas”. Nesse sentido, ainda no decorrer da segunda temporada no Lumiar, o jogador viria a estrear-se pelo conjunto “B” de Portugal. Essa primeira partida encaminhá-lo-ia, nos anos vindouros, para outras chamadas. À equipa “A” chegaria pela mão de José Maria Antunes, num encontro disputado frente a Espanha, a 13 de Abril de 1958. Daí em diante começaria a somar jogos, tanto pelos “esperanças”, como pelo grupo principal, acumulando, no agregado de todas as aparições com as cores lusas, um total de 11 internacionalizações.
Já como atleta da Académica de Coimbra, a mudança de Rocha para a “Cidade dos Estudantes” na temporada de 1956/57, viria a modificar radicalmente a sua carreira. Tendo rapidamente conquistado um lugar de realce no seio do plantel, o avançado passaria a assegurar um lugar no rol dos habituais titulares. Nesse contexto, o atleta tornar-se-ia num dos pilares de uma das épocas áureas da história da colectividade conimbricense, colaborando, a exemplo, para a chegada ao 2º posto da tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª divisão de 1966/67. Igualmente, no que diz respeito a momentos inolvidáveis, o atacante também participaria nas campanhas de 1966/67 e de 1968/69 da Taça de Portugal, as quais levariam a “Briosa” até ao derradeiro desafio da competição. Em ambas as aludidas edições, o jogador marcaria presença no relvado do Jamor. No entanto, a sorte nunca sorriria ao seu lado e nas duas pelejas, o troféu seguiria na posse, respectivamente, do Vitória Futebol Clube e do Benfica.
Todavia, não só dos momentos mencionados no parágrafo anterior viveria a caminhada desportiva de Augusto Rocha. Para além do já relatado, contariam também as 15 campanhas consecutivas realizadas pelo jogador ao serviço da Académica e a braçadeira de capitão tantas vezes envergada. Nessa década e meia, o avançado, sem nunca deixar a 1ª divisão, somaria ao currículo pessoal um total de 304 contendas disputadas naquele que é o escalão máximo português e tal número torná-lo-ia num dos nomes como mais partidas cumpridas, pelo conjunto de Coimbra, na prova de maior monta do calendário futebolístico luso.

1523 - TOZÉ

Ainda como júnior do Penafiel, agremiação onde completaria o percurso formativo, António José Alves Ribeiro, popularizado no mundo do futebol como Tozé, faria a sua estreia como sénior. Apesar de nessa temporada de 1983/84, pela mão do treinador Fernando Tomé, ter apenas entrado em campo numa partida a contar para a Taça de Portugal, a verdade é que a temporada seguinte revelaria um atacante bem mais afirmativo e preparado, mesmo em contexto primodivisionário, a ser utilizado com bastante frequência.
Daí em diante, o extremo passaria a ser tido como um dos elementos mais promissores do clube duriense e tal facto levá-lo-ia, por parte dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol, a ser tido como um elemento capaz de acrescentar valor às jovens equipas lusas. Inserido nos trabalhos dos sub-21, o atleta estrear-se-ia a 15 de Outubro de 1985. Essa partida frente à antiga Checoslováquia serviria de arranque a uma caminhada que levaria o avançado primeiramente à disputa da edição de 1986 do afamado Torneio de Toulon e anos mais tarde à primeira internacionalização “A”. Com a principal “camisola das quinas”, o jogador seria convocado por Artur Jorge e num particular frente a Espanha, agendado a 16 de Janeiro de 1991, conseguiria disputar um desafio pela equipa de maior monta em Portugal.
Após 4 épocas em que conseguiria destacar-se como um dos intérpretes mais proeminentes do Penafiel, Tozé, numa altura em que a sua equipa estava na disputa da 2ª divisão, teria a oportunidade de regressar ao convívio com os “grandes”. Contratado como reforço do Vitória Sport Clube para a época de 1987/88, o extremo, apesar de números aceitáveis, ficaria um pouco aquém das expectativas criadas em seu redor. Talvez tenha sido essa avaliação a levá-lo a trocar de emblema e sensivelmente um ano sobre a sua chegada a Guimarães, o atacante mudar-se-ia para a Madeira, onde, nas duas campanhas seguintes, passaria a representar o Marítimo. Todavia, onde voltaria a reaver o elã de anos anteriores seria já ao serviço do Beira-Mar. No plantel sediado na cidade de Aveiro, sob o comando de Vítor Urbano, o jogador voltaria a recuperar o estatuto de titular. Dessa maneira, seria um dos pilares da brilhante campanha dos “Auri-negros” e, para além de ajudar no 6º posto conseguido com o termo do Campeonato Nacional de 1990/91, ainda contribuiria, mesmo sem entrar em campo no Jamor, para a chegada à final da Taça de Portugal.
Seria já como internacional “A” que Tozé, depois de uma época em Aveiro, chegaria ao FC Porto. Nas Antas a partir de 1991/92, o extremo passaria a trabalhar sob a intendência de Carlos Alberto Silva. Mesmo com um plantel cheio de craques, a primeira temporada nas “Antas” daria, distribuídas entre as competições nacionais e as de índole continental, um número muito satisfatório de partidas disputadas. O pior viria na campanha seguinte, com o jogador a perder, nas estratégias do aludido treinador brasileiro, o espaço conquistado inicialmente. Já depois do arranque das provas agendadas para 1993/94, com Tomislav Ivic à frente dos destinos técnicos dos “Azuis e Brancos”, o atacante acabaria dispensado e a transferência para o Gil Vicente surgiria como a solução encontrada para a sua caminhada profissional.
À chegada a Barcelos, ganhos ao serviço do FC Porto, já o jogador contava no seu palmarés com a vitória em 2 Campeonatos Nacionais e 1 Supertaça. Com o estatuto potenciado por tão importantes troféus, o atleta configurar-se-ia como um dos nomes de relevo no plantel dos “Galos”. Ainda assim, o final da temporada traria a sua mudança para o Algarve. Com as cores do Farense, Tozé, mesmo com alguns períodos em que não conseguiria alcançar a titularidade, passaria 3 temporadas de bom nível, sendo, em 1994/95, um dos intérpretes do 5º lugar alcançado no Campeonato Nacional. Já na campanha seguinte, acabaria a participar na Taça UEFA e o extremo, na eliminatória frente aos gauleses do Olympique Lyon, entraria em campo em ambas as mãos.
Como último capítulo da sua carreira, depois de 13 temporadas no escalão máximo, viria o regresso a um Gil Vicente a disputar a edição de 1997/98 da divisão de Honra e, com o termo da campanha referida, o avançado decidiria “pendurar as chuteiras”.

1522 - ÁLVARO

Tendo cumprido um longo percurso nas “escolas” do Belenenses, Álvaro Augusto Ribeiro Fernandes, seria chamado às pelejas sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Inserido na equipa de juniores, actuais sub-18, o atacante teria a oportunidade de fazer a estreia com as cores lusas a 22 de Março de 1977. Chamado à partida frente à Finlândia por Peres Bandeira, o jovem atleta apresentar-se-ia num “onze” onde também marcariam presença Zé Beto, Spencer, Artur Fonte, Luís Tomás ou Alberto Bastos Lopes. Tido como uma forte promessa do futebol português, o avançado, que chegaria a capitanear a referida selecção, passados alguns dias entraria em acção no Torneio Internacional de Saint-Malo e com a presença no certame francês alcançaria, para o currículo pessoal, um total de 6 partidas disputadas com a “camisola das quinas”.
Pouco tempo após a senda referida no parágrafo anterior, Álvaro, pela mão de Artur Quaresma, seria chamado à estreia no Campeonato Nacional da 1ª divisão. Tendo, nessa temporada de 1976/77, efectuado ainda outra partida pelos seniores do Belenenses, da época seguinte, o atleta, por certo esperaria mais tempo de jogo. No entanto, as opções do treinador António Medeiros recairiam noutros elementos do plantel dos “Azuis”, com o atacante a conseguir somente alguns minutos na equipa principal. Por razão da falta de oportunidades, a opção para o atacante passaria por prosseguir a carreira com outro emblema e tal decisão marcaria o início de um trajecto a encaminhar o jogador para um itinerário marcadamente errante.
A mudança para o plantel de 1978/79 da União de Leiria permitiria a Álvaro inscrever o seu nome na história do clube. Com a promoção conseguida nessa época de entrada na colectividade, o avançado, para além de somar ao seu percurso competitivo mais uma campanha a disputar a prova de maior calibre do calendário desportivo luso, também faria parte do rol de atletas a participar na estreia do conjunto beirão na 1ª divisão. Porém, a passagem pelo emblema da “Cidade do Lis”, num grupo de trabalho a incluir elementos como os experientes Dinis ou Fernando Tomé e ainda nomes como Nascimento, Barrinha ou José Dinis, não correria conforme o planeado. Tanto em termos individuais, com o jogador a ser pouco utilizado, como colectivamente, as prestações seriam modestas e o termo das provas agendadas para 1979/80 ditaria a descida patamar da equipa sediada na Beira Litoral.
Afastado definitivamente do convívio com os “grandes”, o Ginásio de Alcobaça, onde voltaria a ajudar à subida ao escalão máximo, seria o clube seguinte na sua senda desportiva. Após 3 temporadas no emblema da Região Oeste, intercaladas por uma curta passagem ao serviço do Juventude de Évora, o jogador, numa sucessão bem ritmada e já posta a descoberto neste texto, acabaria a envergar diversas camisolas. Atlético, Vizela, o regresso à União de Leiria, Felgueiras, Sporting da Covilhã, União de Santiago e Sacavenense, em todos com apenas um ano de ligação, transformar-se-iam nas novas cores do seu currículo. Por fim, como os derradeiros trechos de uma longa caminhada, surgiriam o Fanhões, o Angrense e, novamente ao serviço do Sacavenense, a decisão de “pendurar as chuteiras” com o termo da temporada de 1995/96.

1521 - POEJO

Produto das “escolas” leoninas, Paulo Poejo cedo seria aferido como uma das grandes promessas do Sporting. A sublinhar tal avaliação, surgiriam também as chamadas às jovens equipas sob a guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Nesse campo, o médio-defensivo, num percurso que, entre diversos escalões, atingiria as 54 internacionalizações, faria a estreia com a “camisola das quinas”, no âmbito dos trabalhos apontados aos sub-16, a 27 de Dezembro de 1989. Chamado por Carlos Queiroz a uma peleja frente à Hungria, o jogador encetaria aí uma caminhada que o levaria a disputar diversos torneios de monta. Entre muitos certames, mereceriam maior destaque as suas presenças no Europeu sub-16 de 1990, o Europeu sub-18 de 1992, onde Portugal ficaria em 2º lugar, e o Mundial sub-20 de 1993.
No que toca ao percurso clubístico, Poejo seria chamado à primeira equipa do Sporting, por Bobby Robson, durante a campanha de 1992/93, não tendo, em qualquer ocasião, passado do banco de suplentes. A sua estreia com a principal camisola dos “Leões”, na época seguinte à da sua promoção a sénior, ocorreria já com Carlos Queiroz à frente do comando técnico da equipa lisboeta. Porém, a referida temporada, durante a qual seria utilizado com uma frequência bastante aceitável, não teria continuidade nos anos vindouros e o atleta seria emprestado a outras equipas.
Com a temporada de 1994/95 passada com as cores da União de Leiria e a seguinte ao serviço do Estrela da Amadora, os números conseguidos nessas duas campanhas primodivisionárias, augurariam um bom futuro para o “trinco”. A verdade é que, contrariamente ao esperado regresso a Alvalade, o jogador, sem lugar no plantel inicialmente às ordens do belga Robert Waseige e já sem qualquer ligação contratual aos “Leões”, regressaria as margens do Rio Lis. No entanto, as prestações colectivas do grupo beirão seriam insuficientes para a almejada manutenção e a escolha do atleta, mesmo tendo deixado o clube, levá-lo-ia, pela primeira vez na carreira, a encetar uma experiência nos escalões secundários.
Com o listado vermelho e branco do Desportivo das Aves a partir da época de 1997/98, Poejo passaria 2 temporadas a disputar a divisão de Honra. Seguir-se-ia o regresso ao patamar maior do futebol luso, pela mão de Carlos Manuel, ao serviço do Campomaiorense. No Alentejo, o médio retornaria também às exibições a prometer-lhe outros voos. Contudo, mesmo sem abandonar o cenário primodivisionário, o atleta não conseguiria dar o desejado e merecido salto. No convívio com os “grandes”, o jogador envergaria ainda as cores do Alverca. As 3 campanhas cumpridas com os ribatejanos, com a do meio a levá-lo de volta à divisão de Honra, aproximá-lo-iam, com alguma surpresa, do termo da caminhada enquanto futebolista. Esse final emergiria após a sua experiência no plantel de 2004/05 do Olivais e Moscavide e com o médio a contar apenas 31 anos de idade.
Apesar de retirado das lides de jogador, Paulo Poejo voltaria a aproximar-se do futebol. Primeiro como treinador das camadas jovens do Clube Atlético e Cultural da Pontinha, colectividade onde também tinha dados os primeiros passos como praticante, e com passagens como adjunto do Torreense e ainda pelas “escolas” do Real Massamá, o antigo médio estaria mormente ligado às estruturas competitivas do Sporting. Para além de adjuvar nas equipas de formação, a sua última colaboração com os “Leões” passaria pelo departamento de “Scouting”, nomeadamente na observação e acompanhamento dos jogadores emprestados.

1520 - HERCULANO

Natural da cidade de Setúbal, Herculano do Carmo Santos Oliveira terminaria o percurso formativo nas “escolas” do Vitória Futebol Clube. Aliás, seria igualmente nos “Sadinos” que o jovem jogador, chamado pelo técnico argentino Óscar Montez, daria os primeiros passos como sénior. Porém, com o clube, na temporada de 1960/61, a militar na 2ª divisão, o defesa teria ainda de aguardar algumas campanhas para conseguir estrear-se no escalão máximo. Entretanto, em 1961/62, puxado para o alinhamento inicial pelo treinador Filpo Núñez, o atleta acrescentaria ao currículo pessoal a primeira presença na final da Taça de Portugal. No Estádio Nacional, ao lado de Mourinho Félix, Jaime Graça, José Dimas, Polido ou Alfredo Moreira, o conjunto setubalense não conseguiria derrotar o Benfica e o desejado troféu partiria em direcção à Luz.
Finalmente, a época de 1962/63 traria o degrau maior do futebol luso ao caminho de Herculano. Em abono da verdade, não seria a campanha referida no início deste parágrafo a permitir ao defesa a estreia entre os “grandes”. Quase sem jogar, a única partida efectuada pelo jogador na equipa principal seria, no âmbito da disputa da Taça dos Vencedores das Taças, a agendada frente aos gauleses do Saint-Étienne. Nesse sentido, o arranque do seu percurso na 1ª divisão aconteceria apenas no decorrer de 1963/64 e pela mão do treinador Francisco Reboredo. No entanto, essa ´temporada, muito mais do que encetar a sua caminhada primodivisionária, possibilitaria ao atleta a conquista de um lugar no “onze” inicial.
Daí em diante, quase sempre como titular, Herculano cimentar-se-ia como um dos nomes mais conceituados do grupo de trabalho do Vitória Futebol Clube. Aferido como um dos pilares da equipa sediada na cidade de Setúbal, ao trajecto do jogador chegaria a segunda final da Taça de Portugal. Nessa edição de 1964/65, mais uma vez calharia aos “Sadinos” defrontar o Benfica. Contudo, o fado do embate seria diferente ao anteriormente mencionado e a sorte chegar-se-ia ao listado verde e branco. O defesa, chamado à peleja por Fernando Vaz, seria assim de fulcral importância para o desfecho do jogo disputado no Estádio Nacional e o “placard” final, a assinalar 3-1, entregaria ao palmarés do atleta a vitória na apelidada “Prova Rainha”.
A sublinhar uma das épocas áureas da história do Vitória Futebol Clube, Herculano seria um dos intérpretes de mais 3 chegadas à final da Taça de Portugal. Todas elas consecutivas, o agremiado setubalense, a somar ao já aludido triunfo frente ao Benfica, disputaria ainda, respectivamente frente ao Sporting de Braga, Académica e FC Porto, as decisivas partidas de 1965/66, de 1966/67 e de 1967/68. Já o defesa falharia o encontro correspondente à derrota frente ao conjunto minhoto. Por outro lado, compareceria nas duas partidas restantes. Com tais presenças, para além do desafio perdido com os “Dragões”, o jogador entraria no alinhamento a opor o seu emblema aos “Estudantes” e, ao contribuir para a vitória por 3-2, somaria mais um troféu ao trajecto competitivo.
No que respeita ao resto da sua carreira, Herculano manter-se-ia ligado ao Vitória Futebol Clube até ao termo da temporada de 1969/70. Antes ainda do fim da longa relação, o jogador participaria na brilhante campanha do emblema setubalense na edição de 1968/69 da Taça das Cidades com Feira, onde o colectivo português atingiria os quartos-de-final. Depois de deixar a sua cidade natal, o defesa decidiria ter tempo para mais uma campanha e seria um ano após a chegada ao Vitória Sport Clube que viria a “pendurar as chuteiras”.