1534 - VAN DER STRAETEN

Após terminar o percurso formativo nas “escolas” do KVC Jong Lede, seria com as cores do do referiemblema do norte da Bélgica que Yves van der Straeten, na temporada de 1987/88, iniciaria o percurso como sénior. Guarda-redes de bons predicados, não tardaria muito até começar a chamar a atenção de outros conjuntos. A evolução promissora, revelada logo durante os primeiros anos da carreira, faria com que o RC Malines decidisse endereçar-lhe um convite. Ao aceitar o repto, a mudança dar-se-ia na campanha de 1990/91. Porém, apesar da egrégia existência do seu novo clube, a verdade é que o guardião haveria de apanhar a colectividade numa fase menos boa da sua história. Ainda assim, a passagem pela 2ª divisão do seu país natal daria frutos e o atleta, sensivelmente 3 anos após chegar à agremiação da Flandres, subiria de patamar competitivo.
A chegada ao Royal Antwerp como reforço para a temporada de 1993/94, não só abriria as portas do escalão maior ao jogador, como, num altura em que já era visto como um dos elementos mais preponderantes do plantel, daria ao guardião visibilidade suficiente para que da Royal Belgium Football Association começassem a olhar para si como um elemento a ter em conta. Nesse sentido, após ter jogado 1 vez pela equipa “B”, van der Straeten seria convocado ao conjunto principal. Arrolado por Wilfried Van Moer, o jogador, a 24 de Abril de 1996, teria a oportunidade de, pela primeira vez, ser chamado a sentar-se no banco de reservas. Curiosamente, depois desse amigável frente à Rússia, o atleta, especificamente em Maio de 1996, Outubro de 2000 e Março de 2003, voltaria a aparecer na lista de eleitos a representar a selecção. Todavia, a sorte não estaria do lado do guarda-redes e em nenhuma dessas situações conseguiria passar da condição de suplente não utilizado.
No que concerne ao percurso clubístico, van der Straeten, com a titularidade perdida na Bélgica, acabaria por trocar, sensivelmente a meio da campanha de 1996/97, o Royal Antwerp pelo Marítimo. No Funchal depressa asseguraria um lugar no “onze” do conjunto madeirense e ao estrear-se, pela mão de Manuel José, à 15ª jornada do Campeonato Nacional, depressa conquistaria um lugar de destaque. Daí em diante, nas 3 épocas e meia em que o jogador representaria o emblema insular, seriam raras as vezes em que a baliza dos “Leões do Almirante Reis” a ele não haveria de ser entregue. Como “dono” da posição mais recuada no rectângulo de jogo, o guardião transformar-se-ia num dos principais responsáveis por alguns dos marcos atingidos pelos “Verde-rubro”. Um dos melhores exemplos seria o 5º lugar na tabela classificativa de 1997/98 e o apuramento para a Taça UEFA do ano seguinte, prova na qual, frente aos ingleses do Leeds United, o conjunto luso seria eliminado apenas no desempate por grandes penalidades.
Ao deixar o Marítimo com o termo das provas agendadas para a campanha de 1999/00, Yves van der Straeten regressaria à Bélgica e ao patamar máximo daquele país. Seguir-se-ia, então, o Lierse, emblema que, ao defender por meia dúzia de épocas, haveria de tornar-se na insígnia mais representativa da sua caminhada enquanto praticante. Mais tarde ainda vestiria as cores do SK Berlare, colectividade onde faria a transição para o papel de treinador. Nessas funções, o antigo guarda-redes tem trabalhado nas provas organizadas no seu país, onde também já orientou agremiações como o Eendracht Zele, o KSV Temse ou o KRC Gent.

1533 - FERREIRA PINTO

Tal como o seu irmão mais velho, José Ferreira Pinto, uns anos antes, Fernando sairia do Sporting de Benguela para viajar até à metrópole, onde viria a juntar-se ao Sporting Clube de Portugal. Nos “Leões” lisboetas a partir do final da temporada de 1960/61, campanha na qual apenas representaria as “reservas”, a estreia na equipa principal ficaria guardada para a época seguinte. Pela mão de Juca, a 31 de Dezembro de 1961, o jogador entraria em campo numa peleja a contar para a Taça de Portugal, a opor os “Verde e Brancos” ao Cova da Piedade. Porém, essa partida não teria, de forma regular, grande continuidade. Mesmo revelando uma enorme polivalência, característica a permitir-lhe jogar em qualquer sector, o atleta seria poucas vezes chamado à primeira categoria e nos anos vindouros por tornar-se-ia num dos nomes habituais, mas do conjunto secundário.
Apesar de pouco utilizado nos primeiros anos de “Leão” ao peito, Fernando Ferreira Pinto acabaria por marcar presença naquela que haveria de ser a caminhada mais importante da história sportinguista. Chamado pelo brasileiro Gentil Cardoso à recepção aos cipriotas do APOEL Nicósia, o atleta, a posicionar-se como atacante, contribuiria com 2 remates certeiros para a estrondosa goleada por 16-1. No entanto, muito para além da participação naquele que é, ainda hoje, o resultado mais desnivelado numa competição sob a égide da UEFA, o atleta, na sequência da partida mencionada, também contribuiria para a inolvidável vitória na edição de 1963/64 da Taça dos Vencedores das Taças.
No que diz respeito a conquistas, o palmarés de Ferreira Pinto não ficaria cingido ao troféu referido no parágrafo anterior. Numa altura em que, no meio-campo da equipa principal, era presença habitual nas fichas de jogo, o atleta transformar-se-ia numa das figuras de maior monta na vitória do Campeonato Nacional de 1965/66. Contudo, o protagonismo conquistado praticamente terminaria com o triunfo naquela que é a prova mais importante no calendário luso. Na época subsequente, o jogador regressaria à condição de suplente e tal retrocesso fá-lo-ia procurar um novo rumo para a caminhada desportiva.
Seguir-se-ia, sem deixar a 1ª divisão, o ingresso na Sanjoanense. Com a entrada nos “Alvinegros” a acontecer na temporada de 1967/68, Ferreira Pinto cimentar-se-ia como um dos titulares da equipa. A jogar essencialmente como médio-ofensivo, o atleta tornar-se-ia de fulcral importância para os desenhos tácticos de Monteiro da Costa e, na campanha seguinte, de Manuel Oliveira. Ainda assim, as suas exibições seriam insuficientes para evitar, com o termo das provas planeadas para 1968/69, a despromoção da equipa. Pior ainda, seria com a aludida descida de escalão que começariam as minhas dúvidas sobre um pequeno trecho da sua carreira. Nesse sentido, tenho algumas fontes a garantirem a sua continuidade na agremiação de São João da Madeira em 1969/70, enquanto outras dão-no como elemento do plantel do Tramagal. Terá dividido a época pelas duas equipas? Não sei. Curiosamente, li também referências à sua passagem pela localidade ribatejana, mas como tendo acontecido em 1970/71!
Certo seria a sua entrada no plantel de 1970/71 do Farense. No emblema algarvio, Ferreira Pinto, para além de voltar a trabalhar sob a orientação de Manuel Oliveira, também retornaria ao patamar primodivisionário. Aliás, o seu regresso ao convívio com os “grandes” seria suficiente para pôr o jogador no quadro de notáveis do emblema sulista, pois essa época de chegada ao Estádio de São Luís coincidiria com estreia dos “Leões de Faro” no escalão maior. Seguir-se-ia, após duas épocas como titular no colectivo do Sotavento, nova mudança de rumo, com o Sacavenense de 1972/73, onde passaria a ser treinado pelo irmão mais velho, José Ferreira Pinto, e onde viria a partilhar o balneário com Cuca, o irmão mais novo, a emergir como um novo passo na caminhada competitiva do atleta. Depois apareceria a viagem transatlântica e a milionária North American Soccer League, competição na qual integraria os grupos de trabalho de 1973 e de 1974 dos Toronto Metros.