
Familiar de Octávio Cambalacho e de Manuel Cambalacho*, outros dois nomes com forte passagem pelo futebol português, Osvaldo Marques Santos Cambalacho, com uma carreira notável, não deixaria o nome do clã envergonhado. Tal como a parentela referida, seria o Seixal a conferir-lhe a naturalidade. Também na Margem Sul, o defesa-esquerdo, naquele que é o emblema mais representativo da mencionada localidade, daria os primeiros passos na modalidade. Com a estreia sénior a acontecer na temporada de 1942/43, os primeiros anos do atleta seriam cumpridos nas disputas dos patamares secundários. Ainda assim, as suas qualidades não passariam despercebidas a emblemas de outra monta e na campanha de 1948/49 seria apresentado como reforço do “O Elvas”.Com o emblema alentejano a militar na 1ª divisão, Osvaldo Cambalacho, com outros colegas a merecerem a preferência de Severiano Correia, teria uma primeira época algo discreta. Já a chegada ao comando técnico dos “Azul e Oiro” de Mariano Amaro mudaria o seu cenário competitivo, tornando-se o defesa-esquerdo num dos elementos mais utilizados no plantel da colectividade raiana. Por outro lado, essa campanha de 1949/50 ditaria a despromoção do “O Elvas” ao 2º escalão. Ainda assim, a descida de divisão em pouco beliscaria a cotação do jogador. Nesse sentido, passados 4 anos sobre a chegada ao Rossio da Fonte Nova, o atleta receberia um novo convite e a viagem até ao Norte do país levá-lo-ia a abraçar a época mais faustosa da sua carreira.Contratado pelo FC Porto para a temporada de 1952/53, o atleta começaria a trabalhar sob as instruções do argentino Lino Taioli. No entanto, mesmo reconhecidas as suas qualidades, a presença no plantel de Virgílio e de Carvalho impediria que o jogador conseguisse agarrar um lugar na equipa. Aliás, seria necessária a introdução, por parte de Dorival Yustrich, de um sistema táctico com três defesas, para que o esquerdino tomasse lugar, de forma inequívoca, no “onze” dos “Azuis e Brancos”. Já consigo cimentado como titular, essa temporada de 1955/56 significaria também a estreia do jogador nas conquistas de cariz nacional. Nesse contexto vencedor, primeiro emergiria o triunfo no Campeonato Nacional para, de seguida, numa final com a presença de Osvaldo Cambalacho, surgir a vitória na Taça de Portugal.Outro momento de inolvidável importância na sua carreira surgiria na temporada a seguir à conquista da “dobradinha”. Com o FC Porto, pela primeira vez na história, a participar numa prova de âmbito continental, o sorteio da Taça dos Clubes Campeões Europeus ditaria ao destino o embate entre os “Dragões” e o Athletic Bilbao e apesar da dupla derrota do conjunto português, Osvaldo Cambalacho surgiria, numa eleição do brasileiro Flávio Costa, como um dos atletas arrolados ao embate ibérico.Numa última temporada em que Barbosa ultrapassaria Osvaldo Cambalacho na luta por um lugar na equipa, o defesa-esquerdo teria na campanha de 1957/58 a derradeira aparição ao serviço do FC Porto. Daí em diante, numa caminhada a aproximar-se do fim, tempo ainda para o atleta representar o Vila Real, o Freamunde e o Leverense. Mesmo “penduradas as chuteiras”, o antigo jogador voltaria a ligar-se ao futebol e, no papel de treinador, orientaria emblemas como o Boavista, o Juventude de Évora, o Vizela ou a UD Oliveirense.*Cheguei a ler que Osvaldo seria irmão de Octávio e tio de Manuel. Recentemente, noutra versão, em que só era feita referência à relação dos dois futebolistas mais velhos, dizia-se que Osvaldo seria sobrinho de Octávio. Nunca consegui confirmar a correcção de qualquer uma das afirmações.

Formado no Benfica, seria ainda como membro das “escolas” benfiquistas que Joaquim António Santos Salvado acabaria chamado às jovens selecções de Portugal. Inserido nos trabalhos das equipas juniores, o atacante surgiria pela primeira vez com a “camisola das quinas” a 20 de Fevereiro de 1975. Nessa partida forasteira frente à Itália, o jogador apresentar-se-ia ao lado de nomes que ficariam bem conhecidos no desporto luso, casos de Chalana, Formosinho, Veloso, Manuel Amaral ou até de Orlando Duarte, famoso pela sua brilhante contribuição, como treinador, no futsal luso. O referido desafio encetaria uma caminhada a levá-lo a um total de 4 internacionalizações e a dar-lhe o direito de ainda integrar, apesar de nunca ter entrado em campo, o conjunto de “esperanças”.
No que diz respeito à carreira sénior, sem lugar no conjunto principal do Benfica, Salvado deixaria a Luz para, a poucos quilómetros da “casa” onde tinha completado a formação, encontrar a oportunidade para prosseguir a sua caminhada competitiva. No Estoril Praia, num plantel de 1977/78 a digladiar-se na 1ª divisão, o atacante, orientado inicialmente por José Torres, apesar da inexperiência, valer-se-ia da qualidade do seu jogo para, desde a entrada no Estádio António Coimbra da Mota, conseguir impor-se como um dos titulares do colectivo sediado na Linha de Cascais. Nos anos seguintes, o mesmo registo e o sublinhar de uma importância cevada pelos números apresentados no final de cada campanha. Porém, o cenário mudaria. Após o revés colectivo da passagem pela 2ª divisão de 1980/81, o regresso dos “Canarinhos”, logo na época seguinte, ao convívio com os “grandes”, mostraria um atleta distante de registos anteriores e, tal contexto, fá-lo-ia mudar de rumo.
No Sporting de Espinho de 1982/83, com o clube igualmente a militar no patamar máximo, Salvado, orientado por Álvaro Carolino, conseguiria recuperar algum do brilho perdido em anos anteriores. Ainda assim, na vivência de duas temporadas com os “Tigres da Costa Verde”, o atacante, que também possuía predicados para jogar mais recuado no terreno de jogo, nunca haveria de agarrar a titularidade como um hábito transversal às diferentes rondas e desafios agendados para as provas do calendário futebolístico luso. Compreendendo o desaire, o jogador voltaria a procurar, numa nova mudança de rumo, a solução para relançar a sua carreira. No entanto, a entrada no Estrela da Amadora, apresentado como reforço para a campanha de 1984/85, afastá-lo-ia, em definitivo, dos principais palcos portugueses. Paralelamente, numa carreira que, até pela idade do atleta, parecia ainda ter muito para dar, o fim da sua caminhada desportiva viria a afigurar-se num horizonte não muito longínquo e após 3 épocas cumpridas na Reboleira, a passagem pelo Cova da Piedade de 1987/88 significaria, para o avançado de 31 anos de idade, o “pendurar das chuteiras”.

Seria ainda como elemento das “escolas” do Belenenses que Isidro Miguel Palmela da Silva Beato viria a juntar-se aos trabalhos das equipas de formação a cargo da Federação Portuguesa de Futebol. Com os actualmente denominados sub-18, o jovem praticante, chamado por José Maria Pedroto, encetaria a caminhada internacional numa partida a contar para a Fase de Apuramento do Torneio Internacional de Juniores da UEFA. Tal desafio, disputado a 27 de Março de 1974, frente à Suíça, daria início a um trajecto que, ainda nesse ano, levaria o jogador à Fase Final do referido certame. Na Suécia, num grupo a contar com as presenças de Eurico, de Gomes ou de Lito, o centrocampista conseguiria assumir-se como um dos titulares do conjunto luso. Apesar dos resultados colectivos bem aquém do esperado, a competição organizada na Escandinávia, serviria para que o atleta continuasse a merecer a confiança dos responsáveis federativos e, daí para a frente, entre o já mencionado escalão e os “olímpicos”, o médio somaria um total de 12 partidas com as cores de Portugal.
No que diz respeito à sua carreira futebolística, impulsionado pelos jogos feitos com a “camisola das quinas”, Isidro Beato, na temporada de 1974/75, passaria a incorporar o plantel sénior dos “Azuis”. A trabalhar com Peres Bandeira, o médio rapidamente assumiria um papel de relevo no sector intermediário do Belenenses. Como um dos habituais titulares, o médio daria um enorme contributo para que a agremiação lisboeta fosse declarada como um das vencedoras da edição de 1975/76 da Taça Intertoto. Nisso de competições de índole continental é impossível olvidar a eliminatória da Taça UEFA disputada, em 1976/77, frente ao FC Barcelona. Como um dos elementos chamados ao “onze” por Carlos Silva, o jogador participaria, no Estádio do Restelo, no empate a 2 bolas. Já em Camp Nou ajudaria à espantosa exibição do agremiado luso, o qual, só bem perto do final do jogo, sofreria o golo a ditar a passagem dos “Culés”.
Também no plano interno, Isidro Beato contribuiria para os bons resultados que, amiúde, o Belenenses viria a registar. Porém, nas duas derradeiras temporadas no Restelo, a verdade é que a sua preponderância, nos esquemas tácticos idealizados para equipa, diminuiria substancialmente. Talvez à procura de um desafio capaz de relançar a sua carreira, o centrocampista aceitaria o repto lançado pelo Farense e acabaria por abraçar os desafios do 2º escalão. No Algarve, onde voltaria a trabalhar com António Medeiros, o atleta cumpriria apenas uma temporada. Finda essa campanha no sul do país, o jogador regressaria à Grande Lisboa, onde passaria a envergar as cores do Estoril Praia. A entrada no Estádio António Coimbra da Mota em 1982/83 devolvê-lo-ia aos principais palcos do futebol luso. Infelizmente para si, os “Canarinhos”, no final da sua segunda época no clube, claudicaria na luta pela manutenção. A partir daí, a sua caminhada ficaria definitivamente arredada dos cenários primodivisionários e mantendo-se fiel à agremiação da Linha de Cascais, o termo da sua carreira surgiria com o encerrar das provas agendadas para 1986/87.
Apesar de “penduradas as chuteiras”, Isidro Beato manter-se-ia ligado ao futebol. Numa carreira cumprida, na sua totalidade, nas pelejas dos degraus secundários, o antigo médio teria experiências, como treinador-principal, à frente de emblemas como o “O Elvas”, o Fanhões ou o Estoril Praia. No entanto, a sua carreira ficaria estreitamente ligada ao desporto açoriano e para além do Praiense, Marítimo da Graciosa, e Boavista de São Mateus, seria no União Micaelense que encontraria a colectividade mais representativa da sua caminhada enquanto técnico.
Pouco tempo depois de, pela mão de Paulo Fonseca, ter feito a estreia na equipa principal do Paços de Ferreira, Diogo José Teixeira da Silva, popularizado no mundo do futebol por Diogo Jota, teria nos sub-19 a cargo da Federação Portuguesa de Futebol, a oportunidade de envergar, pela primeira vez, a “camisola das quinas”. Chamado à partida frente ao País de Gales por Edgar Borges, disputada aludida peleja a 12 de Novembro de 2014, o avançado iniciaria aí uma caminhada a levá-lo a vários escalões e, mais importante, aos maiores certames dedicados a selecções. No seu percurso internacional, o maior destaque acabaria por ir para os jogos disputados pelo conjunto “A” luso. Tal contexto seria pródigo para o jogador que, para além das presenças no Euro 2020 e no Euro 2024, participaria nas caminhadas vitoriosas de Portugal nas fases finais das edições de 2019 e de 2025 da Liga das Nações da UEFA.
Voltando um pouco atrás na cronologia da sua carreira, nomeadamente ao percurso clubístico, Diogo Jota, como dono de um entendimento brutal do jogo, depressa começaria a criar a cobiça em emblemas de maior monta. Após ter participado na campanha de 2015/16 dos “Castores”, seria o Atlético de Madrid a chegar-se à frente na aquisição do seu passe. No entanto, a estadia na capital espanhola não chegaria a concretizar-se. Seguir-se-ia o empréstimo ao plantel de 2016/17 do FC Porto, grupo orientado por Nuno Espírito Santo. Já no ano seguinte, com a passagem do referido treinador português para o Wolverhampton, o atacante passaria a exibir-se em Inglaterra. Com o emblema sediado no condado de West Midlands a disputar o segundo escalão inglês, o avançado, com a promoção alcançada no termo da época da sua chegada a “Terras de Sua Majestade”, passaria a frequentar os principais palcos do futebol e britânico e bastariam outros dois anos para que um novo evento viesse a catapultar o seu destino.
A transferência para o Liverpool em 2020/21 encaminhá-lo-ia para uma das agremiações com maior tradição no cenário futebolístico mundial. Nos “Reds”, Diogo Jota, sem muito titubear perante a presença, só no sector mais ofensivo, de nomes como Roberto Firmino, Sadio Mané, Mohamed Salah ou Xherdan Shaqiri ajudaria, ao confirmar-se como um dos principais elementos do grupo de trabalho, aos sucessos colectivos do emblema de Merseyside. No que diz respeito a troféus, o jogador indubitavelmente enriqueceria o seu palmarés pessoal. Mesmo com certas lesões, algumas de severa gravidade, a porem em causa a sua plena afirmação, a passagem do avançado por Anfield Road contribuiria para as vitórias em 1 Premier League, 2 League Cups e 1 FA Cup.

Com a formação terminada ao serviço do FC Porto, João Ribeiro Gouveia, pela primeira vez, apareceria nas actividades do conjunto sénior dos “Dragões” na temporada de 1978/79. No entanto, numa equipa comandada por José Maria Pedroto, o jovem defesa-esquerdo, tapado por Alfredo Murça, não teria, por parte do mencionado treinador, qualquer oportunidade para entrar em campo. Ainda assim, nessa época, ao ver reconhecidas as suas qualidades, viriam as chamadas à selecção. Integrado nos sub-20, o lateral canhoto, numa estreia absoluta, surgiria com a “camisola das quinas” a 17 de Maio de 1979. Esse “particular” frente a Espanha serviria de preparação para o Mundial da categoria e integrado na comitiva a viajar para o certame realizado no Japão, o jogador mereceria, de Peres Bandeira, a confiança para disputar 3 partidas.
Já com 4 internacionalizações por Portugal, às quais ainda juntaria, a 30 de Outubro de 1983, uma presença no banco de suplentes da selecção olímpica, João Gouveia teria na temporada de 1979/80 uma passagem pelo Famalicão. As boas prestações ao serviço do emblema minhoto serviriam de salvo-conduto para um regresso às Antas. Todavia, como na experiência anterior, o lateral-esquerdo, em ocasião alguma, conseguiria qualquer chance para disputar uma partida oficial. Com mais um ocaso a perturbar a sua evolução, surgiria então a transferência para o Vitória Sport Clube. Na “Cidade Berço” a partir de 1981/82, outra vez a trabalhar sob a alçada de José Maria Pedroto, o atleta, curiosamente, voltaria a enfrentar a concorrência de Alfredo Murça. Para além do referido colega, o defesa ainda teria em Laureta e em Gregório Freixo outros competidores de peso a um lugar no sector mais recuado e, nesse contexto, o jogador, no par de anos cumpridos em Guimarães, poucas vezes apareceria em campo.
Sem nunca deixar o escalão máximo, a passagem pelo Portimonense de 1983/84 e, principalmente, a experiência vivida, na época seguinte, com as cores do Salgueiros, revelariam um praticante a assumir-se como titular. Contrariando todos os indicadores, João Gouveia, na temporada de 1985/86, apresentar-se-ia a disputar a 2ª divisão. Essa primeira passagem pelo Beira-Mar serviria de interlúdio para a sua integração no plantel de 1986/87 do Sporting da Covilhã. Ainda a militar no escalão secundário, a entrada nos “Leões da Serra” tornaria o defesa-esquerdo, orientado por Vieira Nunes, num dos pilares do regresso da agremiação beirã ao convívio com os “grandes”. Com a subida, também o lateral voltaria aos principais palcos do futebol português. Contudo, o listado verde e branco claudicaria na luta pela manutenção e a carreira do atleta voltaria a sofrer uma nova mudança.
Ao agarrar a oportunidade para manter a sua caminhada nos trilhos primodivisionários, João Gouveia, em 1988/89, aceitaria o convite remetido desde o Estádio Mário Duarte. Novamente em Aveiro, mesmo com alguma concorrência de respeito, como é exemplo a presença, em 1989/90, do búlgaro Petrov, o defesa-esquerdo, em maior parte das ocasiões, surgiria nas fichas de jogo como titular do Beira-Mar. Seguir-se-ia a passagem, curta e discreta, pelo plantel de 1990/91 do Marítimo e o ano vivido na Madeira significaria, para a sua carreira, a última vivência na 1ª divisão. Daí em diante, num trajecto a acercar-se do fim, apareceriam as colectividades dos escalões mais baixos e seriam as divisas do Ponte da Barca, d’ “Os Sandinenses”,do Santa Marta de Penaguião e do Miramar a colorirem a derradeira fase da sua senda enquanto futebolista.
Com o Penafiel a militar nos desafios do 2º escalão, Gustavo Pinto Cerqueira, depois da integração no plantel sénior de 1976/77, ainda demoraria alguns anos até atingir os principais palcos do futebol luso. Aliás, essa campanha de 1980/81 não seria só de estreia para o jovem guarda-redes. Também o clube, na referida época, encetaria o seu trajecto entre os “grandes”. Curiosamente, numa temporada em que o treinador Luís Miguel, o grande obreiro dessa subida, seria, logo após a 5ª jornada, substituído por António Oliveira, os “Durienses” atingiriam a melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional da 1ª divisão, o 10º posto da tabela classificativa. Quanto ao guardião, mesmo na condição de suplente de António Luz, daria o seu contributo para a manutenção e numa dezena de jornadas mostraria as qualidades que haveriam de fazer de si um dos ícones da colectividade.
Contrariamente à evolução até aí revelada, Cerqueira, na temporada de 1981/82, acabaria ofuscado pela concorrência a um lugar à baliza. Pior cenário surgiria no final da época, no qual, o Penafiel, envolvido nas pelejas da Liguilha, não conseguiria escapar à indesejada despromoção. Ainda assim, o afastamento do escalão primodivisionário não seria longo… Bem, em abono da verdade, o regresso do guardião à 1ª divisão ainda demoraria um pouco mais. Com o empréstimo ao Valonguense a obrigá-lo a manter-se no escalão secundário, a campanha de 1983/84 serviria, na sua essência, para que o jogador acrescesse traquejo ao seu caminho. Já de regresso ao Estádio Municipal 25 de Abril, o guarda-redes, embora na disputa do patamar máximo de 1984/85, ainda não revelaria capacidades suficientes para ultrapassar Trindade na luta por um lugar no “onze”. Ainda assim, a mudança de paradigma estava para próximo e a opção técnica a levá-lo à titularidade, começaria a revelar-se logo na campanha seguinte.
A excepção à possível hegemonia, aludida no final do parágrafo anterior, emergiria, após mais uma curta passagem pelo 2º escalão, na temporada de 1987/88. Com Amaral, como totalista do Penafiel, a ocupar um papel deveras importante no plantel, Cerqueira voltaria à condição de suplente. Tal não duraria para sempre e ainda com José Romão à frente dos “Durienses”, a temporada subsequente inverteria os papéis dos dois guarda-redes mencionados. No entanto, o atleta, apesar de manter o estatuto de preferido durante mais uma campanha, não deixaria de enfrentar, de seguida, uma forte concorrência pelo lugar. Naquele que viria a ser o maior período, ininterrupto, passado pelo clube na 1ª divisão, o guardião ainda teria de lidar com a presença de Quim ou do checoslovaco Jan Musil. Mesmo assim, a visão dos adeptos em relação à sua entrega não mudaria e as épocas a encaminhá-lo para o fim de uma senda dedicada, quase em exclusivo, à agremiação penafidelense, serviram para cimentar o guardião como um dos nomes históricos dos “Rubro-negros”.
Com duas dezenas de campanhas dedicadas aos seniores do clube, depois das provas agendadas para 1991/92 resultarem no adeus do atleta à conjuntura primodivisionária, a época de 1996/97 traduzir-se-ia pela despedida de Cerqueira, enquanto praticante, do Penafiel. Após uma derradeira temporada com as cores do Rebordosa, o antigo desportista passaria a dedicar-se às actividades de técnico. Já no papel de treinador de guarda-redes voltaria aos “Durienses” e, ao vincar uma fidelidade fora do vulgar, manter-se-ia pelo Estádio Municipal 25 de Abril por mais 24 temporadas consecutivas.

Nascido no seio de uma família operária húngara, seria no Györ que Joseph Szabo viria a dar corpo à paixão pelo futebol. Com a caminhada sénior a começar em 1915, o médio-centro não demoraria muito tempo até chamar a atenção de outros emblemas. Transferido para o Ferencváros na temporada de 1919/20, a sua carreira, como elemento da colectividade sediada em Budapest, ganharia outro significado. Nesse sentido, também chegaria ao seu caminho o triunfo na Magyar Kupa de 1921/22 e, mais tarde, no Campeonato de 1925/26. Porém, seriam as chamadas à selecção do país a dar-lhe grande notoriedade e com o estatuto engrandecido pelas internacionalizações acabaria convidado pelo Szombately para, em 1926, participar numa digressão a passar por Portugal.
No Funchal seria convidado para ingressar no Nacional da Madeira. Ao aceitar o desafio, o centrocampista, na campanha de 1926/27, encetaria um trajecto a levá-lo, no ano seguinte, a envergar a camisola do Marítimo. Seria já com o listado dos “Leões do Almirante Reis” que, ao integrar uma selecção do arquipélago, ajudaria a derrotar o FC Porto. Por essa altura, nos “Dragões” exibia-se Mihaly Siska, que, impressionado com o desempenho do conterrâneo, lançaria ao médio o repto para uma mudança de ares. Na “Cidade Invicta” a partir de 1928/29, onde chegaria na condição de treinador-jogador, Szabo daria início a uma verdadeira revolução. Os resultados não tardariam a chegar e também seria da sua responsabilidade, para além dos títulos conquistados, a vinda para os “Azuis e Brancos” de um dos futuros mitos da colectividade nortenha, o atacante Artur Pinga.
Para além das 8 vitórias no Campeonato do Porto, as 8 campanhas com o cunho de Joseph Szabo nos “Dragões” também traduziriam, para a agremiação, as conquistas do Campeonato de Portugal de 1931/32 e do Campeonato da I Liga de 1934/35. Tal sucesso, numa altura em que começaria a ser especulado o interesse dos emblemas da capital na sua contratação, levaria a que os responsáveis dos “Azuis e Brancos” começassem a “proibir” a sua saída da cidade. O pior viria com o temperamento irascível do técnico húngaro que, a meio da temporada de 1935/36, após uma acesa discussão onde esmurraria um dirigente do clube, sairia da colectividade portuense para, pouco tempo depois, assumir o comando técnico do Sporting de Braga. A passagem pelo Minho serviria de interlúdio para o ingresso noutro conjunto e a campanha de 1936/37 marcaria o arranque da mais prolífera relação que o treinador viria a conhecer na carreira.
A entrada no Sporting, com a última campanha referida no parágrafo anterior já a meio, encetaria um processo a sublinhar Joseph Szabo como um dos maiores nomes do futebol português de todos os tempos. Em Lisboa, os títulos continuariam a surgir em catadupa e a primeira passagem do técnico magiar pelos “ Leões” traduzir-se-ia na conquista de 6 Campeonatos de Lisboa, 1 Taça Império, 1 Campeonato e Portugal, 1 Taça de Portugal e 2 Campeonatos Nacionais. Tal sucesso impediria que as relações azedas com os jogadores e com os dirigentes dessem jus a um despedimento mais precoce. Porém, tal separação viria mesmo a suceder e com a época de 1944/45 em andamento, o treinador, afastado do conjunto a trabalhar no Lumiar, arrancaria num périplo a levá-lo a diferentes emblemas lusos.
O regresso ao FC Porto, Sanjoanense, Olhanense, Portimonense, Oriental, Sporting de Braga e o Atlético, entre os dois principais escalões do futebol português, dariam corpo a pouco menos de uma década na carreira de Joseph Szabo. Voltaria ao Sporting a meio da temporada de 1953/54 e, logo na campanha seguinte, brindaria os adeptos leoninos com a conquista da “dobradinha”. Ainda assim, essa passagem pelos “Verde e Brancos” terminaria mais depressa que a anterior e, em 1955/56, o treinador daria início a outra senda a levá-lo ao Caldas, Sporting de Braga, Torreense, Leixões, Portimonense, Barreirense e Vila Real. Já no final da carreira, onde também passaria pelo comando de uma selecção de Angola ainda em eras coloniais, tempo ainda para outra presença, em 1964/65, à frente dos “Leões”.
Já no fim da vida, como um verdadeiro apaixonado pelo clube, entregou o seu destino aos cuidados da colectividade mais representativa da sua vida futebolística e as palavras de Octávio Barrosa traduziriam essa inquestionável dedicação – “Foi sempre tão Sporting que quis morrer em… Alvalade. Passou os seus últimos dias no centro de estágio. E foi aí que morreu. Como um leão. Dos mais verdadeiros da nossa história. E dos mais fascinantes. Era um trabalhador insano. Treinava, de manhã, todas as categorias e, à tarde, ia para a sede do clube dar massagens. Jamais o Sporting terá um treinador assim, tão honesto, tão empolgado”*.
*retirado de *retirado de “100 figuras do futebol português”, de António Simões e Homero Serpa; A Bola (1996)

Seria ainda como membro do Lusitânia dos Açores que João Manuel Soares Moniz receberia o convite do Sporting. A mudança da ilha Terceira para o continente levá-lo-ia, em 1970/71, a integrar os juniores leoninos. A passagem pelas camadas jovens dos “Verde e Brancos” seria curta e a época seguinte empurrá-lo-ia até ao universo sénior. No entanto, o jovem praticante ver-se-ia preterido tanto nas escolhas de Fernando Vaz, como, com a saída deste, nas selecções de Mário Lino. As opções dos aludidos técnicos levá-lo-iam, nessa campanha de 1971/72, a entrar em campo apenas ao serviço dos “reservas”. Já o desenrolar da temporada subsequente, ainda que pouco utilizado, faria com que Ronnie Allen desse ao atleta a oportunidade de fazer a estreia na equipa principal. Sem nunca conseguir libertar-se do estatuto de elemento secundário, o avançado, que também podia jogar mais recuado no esquema táctico, ainda integraria o plantel de 1972/73 e, mesmo com poucas inscrições nas fichas de jogo ao longo dos anos em Alvalade, o jogador amealharia para o currículo pessoal as conquistas de 1 Campeonato Nacional e de 1 Taça de Portugal.
Com a pouca utilização verificada no Sporting, Moniz acabaria por ver na mudança para o Atlético uma nova chance para potenciar a carreira profissional. Novamente a trabalhar sob a alçada de Fernando Vaz, o atacante, mesmo com a presença de Guerreiro e de Arcanjo no sector mais avançado do conjunto alcantarense, teria na temporada de 1974/75, comparativamente às campanhas anteriores, um acréscimo considerável de presenças em campo. Ainda assim, essa evolução em termos numéricos acabaria por não garantir o seu lugar na Tapadinha. Seguir-se-ia, no começo de 1975/76, o Sporting de Pombal. Todavia, a experiência no 3º escalão português serviria apenas como prelúdio para uma grande mudança na caminhada competitiva do jogador e o Canadá passaria a fazer parte da sua vida desportiva.
Após a travessia do oceano Atlântico, a época de 1976 marcaria a estreia de Moniz na Canadian National Soccer League. Ao serviço do First Portuguese, onde, ao longo dos anos, chegaria a partilhar o balneário com nomes como Bolota, Tito, Narciso ou Marinho, o avançado, logo na temporada de chegada, transformar-se-ia, numa prova a terminar em “play-offs”, numa das principais figuras da conquista do Campeonato discutido no referido país norte-americano. Já a disputar a competição numa configuração mais parecida com os formatos europeus, o avançado, em 1979, ajudaria à repetição do triunfo. Não muito anos depois, de forma um pouco surpreendentemente, o atleta, cimentado como um dos ícones do emblema fundado por emigrantes lusos, seria apresentado como reforço do grande rival da colectividade “portuguesa” e passaria a representar, em 1981 e sem sair da mesma cidade, o Toronto Italia.
Nos 3 anos cumpridos pela colectividade “transalpina”, Moniz também arrecadaria 2 Campeonato e 1 Taça. Curiosamente, sem que tenha conseguido aferir as campanhas de 1984, 1985 e 1986 como épocas de actividade desportiva para o avançado, a temporada de 1987 representaria o regresso do jogador ao First Portuguese e o fim da sua carreira.
Já em 2022, o antigo atacante, ao abraçar as funções de director-técnico, passaria a colaborar com o Grand Bank Gee Bees.

Concluída a formação pelo Benfica, João Luís Maló de Abreu, ajudado por alguma casmurrice de Otto Glória, treinador que tinha vaticinado no jogador qualidades insuficientes para os “Encarnados”, deixaria as “Águias” para passar a defender as balizas da Académica de Coimbra. A viver nas margens do Rio Mondego, muito mais do que o futebol, o jovem guardião encontraria nas actividades escolares outro sentido para a vida pessoal. Ainda assim, com a Licenciatura em Medicina a ocupar, obviamente, as suas prioridades, o atleta não descuraria as obrigações futebolísticas e na época de entrada na “Briosa”, ultrapassando os outros colegas de posição nas opções inicialmente idealizadas por Óscar Montez, rapidamente ocuparia um lugar de destaque no plantel dos “Estudantes”.
À frente de Gomes da Silva, também ele com um passado ligado às “escolas” do Benfica, Maló assumir-se-ia, logo na campanha de 1959/60, como um dos titulares da Académica de Coimbra. Mesmo com a saída do treinador argentino e a entrada do luso-magiar János Biri, o seu estatuto manter-se-ia inalterado. No entanto, o guarda-redes, muitas vezes prejudicado por algumas lesões, nem sempre conseguiria manter-se como um dos elementos habituais do “onze” do conjunto beirão. Essas excepções, ainda assim, não prejudicariam em demasia a sua evolução. A prova viria alguns anos depois quando, por altura de uma partida agendada para os “esperanças” lusos, o guardião veria os responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol a incluir o seu nome numa peleja com a oposição da Grécia. Nesse “particular” frente ao conjunto helénico, disputado a 14 de Abril de 1963, o jogador iniciaria um trajecto a levá-lo, já em 1967, a nova chamada e numa partida pela equipa “B”, dessa feita contra a Bélgica, o atleta atingiria as 2 internacionalizações com a “camisola das quinas”.
No que diz respeito ao percurso clubístico, com a Académica a manter-se nas disputas do escalão maior, Maló, com o decorrer dos anos, muito mais do que ver reforçado o estatuto primodivisionário, ver-se-ia sublinhado como um dos melhores, da sua posição, a actuar em Portugal. Aferido como um dos símbolos da “Briosa”, reforçada essa visão pela situação de “estudante-atleta”, o guardião, a trabalhar sob as instruções de Mário Wilson, participaria numa das épocas mais faustosas do conjunto conimbricense. Nessa época de 1966/67, campanha na qual viria a ser totalista no Campeonato Nacional, o guardião contribuiria para o 2º posto, a melhor classificação de sempre do clube, alcançado na prova de maior monta no calendário futebolístico português. Também na Taça de Portugal, com a chegada à final, o colectivo sediado na Beira Litoral conseguiria brilhar. No Jamor, o guarda-redes seria escolhido para “onze”, mas numa partida a estender-se para além do prolongamento, a sorte calharia ao Vitória Futebol Clube e o troféu sairia do Estádio Nacional em direcção a Setúbal.
Curiosamente, daí em diante e com as presenças de Brassard, de Viegas e de Cardoso a atrapalharem as contas da titularidade, Maló perderia a preponderância de épocas anteriores. Ainda assim, numa carreira que terminaria com o fim das provas agendadas para 1969/70, o guardião, ao fazer parte de grupos de trabalho de inolvidável importância na história da agremiação, não deixaria de viver outros grandes feitos da Académica de Coimbra. O primeiro desses sucessos seria, com a entrada na Taça das Cidades com Feira, a estreia nas provas de índole continental. Ainda nessa temporada, surgiria a famosa final da Taça de Portugal de 1968/69 e os protestos estudantis. Finalmente, o brilhante percurso na edição de 1969/70 da Taça dos Vencedores das Taças, com a “Briosa” a atingir os quartos-de-final.

Apesar do início de carreira no modesto Torre de Moncorvo de 1969/70, Amândio Ramiro Barreiras depressa subiria uma boa quantidade de degraus no futebol português. Primeiro, um ano após o ingresso no emblema da sua terra natal, surgiria o interesse do Desportivo de Chaves. No entanto, com os “Flavienses” na disputa do 3º escalão, ainda faltavam ao defesa-central galgar mais alguns patamares para que conseguisse chegar ao topo. A oportunidade para dar tal salto surgiria na época de 1971/72 e o jogador, ao deixar Trás-os-Montes, passaria a fazer parte do plantel do Boavista.
Com a entrada no Bessa a ocorrer num altura em que os “Axadrezados” eram comandados por Joaquim Meirim, o jovem praticante, numa temporada com várias trocas de treinador, ainda conseguiria conquistar um número aceitável de chamadas a campo. Mesmo tendo em conta a sua inexperiência competitiva, a verdade é que não tardaria muito para que Amândio viesse a confirmar todo o potencial como futebolista e passasse, ao lado de Mário João ou de Bernardo da Velha, a tomar uma posição de destaque no sector mais recuado dos boavisteiros. Tal preponderância, sob a intendência do brasileiro Aimoré Moreira, levá-lo-ia a ser convocado aos trabalhos das equipas na alçada da Federação Portuguesa de Futebol. A estreia, incluída nas obrigações calendarizadas para os “esperanças”, aconteceria a 13 de Outubro de 1973. Após essa partida frente à Bulgária, sempre ao serviço do aludido escalão, o atleta ainda teria outras oportunidades para envergar a “camisola das quinas” e somaria, após cumprir mais um par de partidas, um total de 3 internacionalizações por Portugal.
Apesar da franca ascensão, a campanha verdadeiramente a catapultá-lo seria a época correspondente às provas agendadas para 1974/75. A trabalhar sob as instruções de José Maria Pedroto, o defesa-central assumir-se-ia de fulcral importância para as metas colectivas das “Panteras”. Nesse sentido, para além do 4º posto alcançado com o termo do Campeonato Nacional, a época referida no início deste parágrafo, destacar-se-ia pela chegada do Boavista ao derradeiro jogo da Taça de Portugal. Numa final disputada no Estádio de Alvalade, Amândio, apesar de começar o importante desafio sentado no banco de suplentes, teria a oportunidade, ao substituir o “amarelado” Mané, de contribuir para o triunfo frente ao Benfica e, dessa maneira, dar uma preciosa ajuda para levar, até cidade do Porto, o tão almejado troféu.
A conquista da “Prova Rainha”, mesmo que não tenha sido o principal motivo, daria ao Sporting outra razão para apostar na sua contratação. Como um elemento possante, com um bom jogo de cabeça e rijo na marcação, Amândio chegaria a Alvalade para integrar o plantel de 1975/76. Porém, com Juca como treinador-principal dos “Verde e Brancos”, a sua primeira temporada em Lisboa, ao ser ultrapassado nas preferências tácticas por José Mendes, Laranjeira e Zezinho, não correria de feição. Também na campanha seguinte, já com Jimmy Hagan como timoneiro, o atleta não conseguiria impor-se como um dos titulares. Sem grande espaço no “onze”, o jogador, em 1977/78, decidiria voltar ao Boavista, onde, após ter começado a trabalhar com Fernando Caiado, terminaria a época orientado pelo já mencionado técnico inglês. Aliás, seria com o britânico, depois de a época ter começado sob a alçada de José Carlos, que o defesa-central arrecadaria o segundo grande troféu da carreira. Com os “Axadrezados” a repetir a presença na mais importante ronda da Taça de Portugal, seria do banco que, na final e na finalíssima de 1978/79, sairia a sua ajuda para o triunfo frente aos “Leões”.
De forma um pouco surpreendente, Amândio, na temporada de 1979/80, seria apresentado como reforço do Sporting de Espinho. Logo nessa campanha de entrada no Estádio Comendador Manuel Violas, o jogador faria parte do grupo de trabalho que, comandado por Manuel José, atingiria o 7º lugar no Campeonato Nacional. Após ajudar, à altura, à melhor classificação dos “Tigres” naquela que é a prova de maior calibre no calendário luso de futebol, o defesa-central ainda viria a manter-se, por mais um ano, com o listado alvinegro. Seguir-se-ia, sem deixar a 1ª divisão, a contratação pela União de Leiria e a transferência para o plantel de 1982/83 do Vitória Sport Clube. A passagem por Guimarães antecederia um novo momento histórico na sua caminhada competitiva, com o regresso ao Desportivo de Chaves, em 1984/85, a permitir a sua participação na promoção e, sempre com Raul Águas à frente da agremiação transmontana, na posterior estreia dos “Flavienses” no patamar máximo português.
Já com o fim da carreira no horizonte, Amândio ainda voltaria a envergar a camisola do Sporting de Espinho. Nessa segunda experiência na colectividade sediada na Costa Verde, encetada na temporada de 1986/87, o defesa-central, num conjunto liderado por Quinito, muito mais do que contribuir para o regresso do clube ao convívio com os “grandes”, participaria no quebrar de outro recorde, ou seja, o 6º lugar alcançado na 1ª divisão de 1987/88. Curiosamente, numa soma de dezena e meia de campanhas no escalão máximo, a meta ultrapassada no emblema da Beira Litoral transformar-se-ia no último grande marco da sua senda enquanto futebolista.
Seguir-se-iam as funções de técnico. Ao assumir-se, ainda no Sporting de Espinho, como treinador, o trabalho empurrá-lo-ia para uma longa caminhada. Num trajecto mormente feito com as divisas, a si entregues, a disputar os escalões secundários, Amândio Barreiras passaria pelo comando de equipas como Leixões, União de Leiria, Feirense, Vila Real, União de Montemor, União de Lamas, Esposende, Torres Novas, Estrela de Portalegre, Paredes, Pampilhosa, Santana, Eléctrico de Ponte de Sor, Anadia e Boavista.