1506 - AZEVEDO

Seria a campanha 1950/51 a dar a estreia sénior a Manuel Azevedo. Ao serviço do Beira-Mar, o jogador, a cumprir os primeiros anos nos escalões secundários, ainda assim conseguiria o destaque necessário para merecer a atenção de emblemas de outra monta. Observado por José Valdivieso e José Ricardo Domingues, as qualidades do avançado impressionariam os responsáveis do Benfica e a temporada de 1954/55, depois de 4 anos a envergar a principal camisola da colectividade sediada na cidade de Aveiro, tornar-se-ia na época da sua apresentação como reforço do Benfica.
Com o salto para as “Águias”, o atleta, que, preferencialmente jogava a interior ou a extremo, veria a forte concorrência a atrapalhar a sua afirmação. Num plantel com nomes como Caiado, Arsénio, Salvador, Coluna, Palmeiro ou Fialho, Azevedo veria o brasileiro Otto Glória a preferir os colegas em detrimento dos seus préstimos. Nesse sentido, mesmo chamado à equipa principal, onde faria a estreia no Campeonato Nacional, a 16 de Janeiro de 1955, num partida caseira frente ao Vitória Sport Clube, o avançado passaria as 4 temporadas de ligação contratual ao Benfica quase sempre nas pelejas da equipa “b”. Ainda assim, os anos cumpridos pela colectividade lisboeta serviriam para preencher o palmarés pessoal do atacante e ao deixar o Estádio da Luz, o jogador levaria na bagagem os triunfos em 1 Campeonato Nacional e 1 Taça de Portugal.
Curiosamente seria na época de 1957/58, a última com os “Encarnados”, que Azevedo mais vezes conseguiria entrar em campo pelo conjunto principal do Benfica. No entanto, à procura de um maior número oportunidades, o avançado decidiria aceitar o convite do primodivisionário Torreense. Na região Oeste, o atleta destacar-se-ia como um dos melhores do grupo de trabalho sob a alçada de Joseph Szabo. O pior viria com os desempenhos colectivos a ditar a 14ª posição na tabela classificativa da 1ª divisão e com a consequente descida de patamar. Ora, ao querer dar continuidade às contendas entre os “grandes”, o avançado daria seguimento à sua caminhada competitiva ao serviço do Vitória Sport Clube. Em Guimarães, como um elemento forte fisicamente e com uma técnica acima da média, o jogador, orientado pelo uruguaio Humberto Buchelli, mesmo sem conseguir ser titular indiscutível durante os desafios agendados para 1959/60, voltaria a recuperar algum do elã perdido em anos anteriores. Já o lugar no “onze” conquistá-lo-ia, em definitivo, na campanha seguinte e, sob a alçada de Artur Quaresma, seria peça fulcral na 4ª posição alcançada no Campeonato Nacional, à altura um recorde para a formação minhota.
De forma surpreendente, Azevedo, que até tinha sido totalista no Campeonato, deixaria a “Cidade Berço” para regressar ao Beira-Mar. De volta a Aveiro, dessa feita num contexto primodivisionário, o avançado manter-se-ia como um elemento preponderante no desenho táctico da equipa. Seguir-se-ia, logo na campanha seguinte, a mudança para o Leixões de 1962/63, onde voltaria a encontrar-se com a antiga estrela vimaranense Edmur e onde contribuiria para outro record classificativo, ou seja, o 5º lugar do conjunto de Matosinhos no degrau maior do futebol luso.
Daí em diante, o seu trajecto competitivo manter-se-ia errante, mormente nos escalões secundários e com o avançado a passar pelo Famalicão e de seguida a voltar ao Beira-Mar. Mais uma vez no emblema de Aveiro, com agremiação a tornar-se na mais representativa da sua carreira, o avançado contribuiria para o regresso da colectividade à 1ª divisão, fazendo com que a temporada de 1965/66, mais uma vez a trabalhar sob o comando de Artur Quaresma, fosse a última disputada por si no escalão máximo. Para terminar, surgiria ao seu caminho o Alba e o fim da caminhada enquanto futebolista, com o termo da campanha de 1967/68.

1505 - PANDURU

Estrear-se-ia como sénior, na segunda metade da década de 1980, ao serviço do CSM Resita. Embora a militar no segundo escalão romeno, Nica Panduru, muito por conta das habilidades técnicas, depressa começaria a destacar-se dos demais colegas. Essas qualidades, bem patentes nas suas exibições, levá-lo-ia a ser cobiçado por um dos emblemas de maior tradição na Europa e a transferência para o Steaua Bucaresti confirmar-se-ia na temporada de 1990/91.
Na colectividade da capital da Roménia, Panduru continuaria a sublinhar-se como um intérprete de qualidade superior. Nesse sentido, muito mais do que a afirmação em contexto interno, a preponderância revelada a nível do clube, faria com que os responsáveis federativos arrolassem o seu nome para os trabalhos da principal selecção do país do leste europeu. Com as cores da sua nação, o médio-ofensivo faria a estreia a 12 de Fevereiro de 1992. Chamado por Mircea Radulescu, o jogador, nesse amigável frente à Grécia, daria início a uma caminhada que, para além das 22 internacionalizações “A”, dar-lhe-ia ao currículo a presença no Campeonato do Mundo de 1994. No torneio disputado nos Estados Unidos da América, ao lado de craques como Popescu, Petrescu, Dumitrescu, Raducioiu ou Gheorghe Hagi, o atleta entraria em campo por duas ocasiões e, desse modo, ajudaria a sua equipa a atingir os quartos-de-final da prova.
Voltando ao percurso clubístico, Nica Panduru, como um dos esteios do Steaua Bucaresti, tornar-se-ia numa figura das conquistas do emblema por si envergado. Ao ajudar à vitória em 3 Campeonatos, 1 Taça da Roménia e 2 Supertaças, o jogador veria a sua cotação a subir. No entanto, apesar dos importantes títulos, seriam as competições de índole continental a mudar-lhe o rumo à carreira e numa partida da Liga dos Campeões de 1994/95, o médio acabaria observado por um treinador português – “O Artur Jorge fez questão de me contratar, depois de um Steaua-Benfica. Fiz um golo ao grande Michel Preud'Homme. O Benfica era um histórico, um grande clube e para mim a oportunidade pareceu-me irrecusável”*.
No Benfica a partir da campanha de 1995/96, Panduru experimentaria a instabilidade causada pelos anos da presidência de José Vale e Azevedo. Logo a meio da época de entrada na Luz, o jogador seria emprestado aos suíços do Neuchâtel Xamax. Mesmo regressado a Lisboa, a verdade é que o jogador romeno, muitas vezes acusado de ser pouco batalhador, nunca conseguiria, de forma concreta, conquistar um lugar no “onze” das “Águias”. Ainda assim, os anos passados com os “Encarnados” serviriam para conquistar 1 Taça de Portugal. No entanto, nem o referido título convenceria o atleta a continuar ao serviço da colectividade “alfacinha” e o convite vindo da “Cidade Invicta” fá-lo-ia trocar de camisola.
Na mudança para o FC Porto de 1998/99, Panduru passaria a trabalhar sob a alçada de Fernando Santos. Apesar de pouco utilizado, o médio-ofensivo teria o seu nome inscrito no último dos Campeonatos Nacionais conquistados na inolvidável senda do “Penta”. Porém, a pouca utilização faria com que, na campanha seguinte, fosse emprestado ao Salgueiros. Já o regresso às Antas, em 2000/01, não traria para a sua caminha grandes novidades. Integrado no rol de dispensados, o jogador passaria a trabalhar apenas com a equipa “b”. No decorrer da temporada de 2001/02, ainda seria veiculado por alguns órgãos de comunicação a possível transferência do atleta para os gregos do Panionios. A verdade é que tal nunca viria a concretizar-se e com o termo da época, o internacional romeno decidiria terminar a carreira enquanto futebolista.
Apesar de “pendurar as chuteiras” precocemente, Panduru voltaria a ligar-se ao futebol. Como treinador, o antigo médio tem trilhado o seu percurso essencialmente em emblemas da Roménia. Também passaria pelo papel de Director Desportivo do Steaua Bucaresti e, igualmente no seu país natal, tem emprestado ao papel de comentador televisivo a sua experiência na modalidade.

*retirado da entrevista de Pedro Jorge da Cunha, publicada a 17/09/2015, em https://maisfutebol.iol.pt

1504 - CELSO PITA


Ao terminar o percurso formativo ao serviço do Boavista, seria também no Bessa que Celso Pita, na temporada de 1972/73, faria a estreia no Campeonato Nacional da 1ª divisão. Porém, mesmo tido como uma das boa promessas saída das “escolas” do emblema sediado na “Cidade Invicta”, o jovem jogador, nas escolhas do treinador brasileiro Aimoré Moreira, ver-se-ia ultrapassado por outros colegas, casos de Moura e de Salvador. No ano seguinte, a mesma sorte acabaria por não trazer ao seu percurso grandes oportunidades e, sem conseguir conquistar um lugar no sector mais ofensivo das “Panteras”, o ponta-de-lança ver-se-ia empurrado para a cedência a outras colectividades.
O primeiro dos empréstimos na carreira do avançado levá-lo-ia até ao plantel de 1974/75 do Varzim. Ao trabalhar com Joaquim Meirim, treinador que havia passado pelo comando da equipa principal do Boavista nos tempos de júnior de Celso Pita, o jogador utilizaria o segundo patamar do futebol português para ganhar maior traquejo. Nessa senda, a época seguinte, ainda a título de cedência e mantendo-se o atleta na 2ª divisão, seria disputada com as cores do Salgueiros. A campanha passada em Paranhos, onde voltaria a ser orientado pelo técnico aludido no começo deste parágrafo, serviria, de vez, para justificar o retorno do atacante aos “Axadrezados” e, por conseguinte, cimentar a sua afirmação como um intérprete de qualidade superior.
De volta ao Boavista e aos palcos primodivisionários, a época de 1976/77 seria de enorme valorização para Celso Pita. Ajudado pelos resultados colectivos das “Panteras”, o ponta-de-lança, como o melhor marcador do grupo de trabalho sob a alçada de Mário Wilson, destacar-se-ia do restante plantel. Tanto nas provas de índole continental, onde entraria em campo em todas as partidas disputadas pelo seu clube na Taça dos Vencedores das Taças, ou nas competições internas, nas quais os golos por si concretizados ajudariam o emblema portuense a finalizar a temporada na 4ª posição da tabela classificativa do Campeonato Nacional, o atleta seria alvo dos mais rasgados elogios.
Tão boas aferições, onde o potente remate e a boa condução da bola eram as suas melhores valências, fariam com que emblemas de outra monta começassem a olhar para si como um potencial reforço. Quem decidiria apostar na sua contratação acabaria por ser o Benfica. A mudança para a Luz na campanha de 1977/78, levaria o avançado a enfrentar uma forte concorrência, nomeadamente de Nené e também de Vítor Baptista. Ainda assim, Celso Pita, que muito mais do que a exclusividade numa posição central, também revelaria habilidade para jogar a extremo, seria muitas vezes chamado a entrar em campo pelo inglês John Mortimore. Mormente como suplente utilizado, os números alcançados pelo atleta agoirariam um futuro próspero. No entanto, o infortúnio de um grave acidente, a 20 de Julho de 1978, mudar-lhe-ia radicalmente o rumo da vida. Ao conduzir o seu veículo em direcção a Lisboa, um furo num dos pneus obrigá-lo-ia a parar na berma da auto-estrada. Depois de sair do carro com o intuito de reparar o dano, outro automobilista, ao volante de uma camioneta, colheria o jogador, deixando-o à beira da morte. Celso Pita sobreviveria. Contudo, as enfermidades deixadas pelo terrível desastre, nomeadamente as mazelas do foro neurológico, obrigá-lo-iam a abandonar a carreira de futebolista.

1503 - BELO

José António Pinto Belo estrear-se-ia na equipa principal da Académica de Coimbra no decorrer da temporada de 1966/67. Lançado por Mário Wilson numa partida a contar para a Taça de Portugal, o defesa, na época de arranque enquanto sénior, acabaria ultrapassado por outros elementos mais tarimbados, casos de Rui Rodrigues, Curado e Vieira Nunes. Porém, de forma progressiva, o jovem praticante começaria a ganhar algum espaço nas manobras tácticas da “Briosa”. Com a evolução a mostrá-lo como um dos bons elementos daquela que viria a ser a época de ouro do conjunto conimbricense, o atleta também participaria em momentos históricos para o emblema beirão. O primeiro desses episódios emergiria com a primeira participação dos “Estudantes” nas competições de índole continental. Inseridos na edição de 1968/69 da Taça das Cidades com Feira, o jogador seria chamado à peleja da 1ª eliminatória e, com a sorte a ditar um embate frente aos gauleses do Olympique Lyon, a sua entrada em campo aconteceria na 2ª mão, na vitória caseira por 1-0.
Nas provas sob a alçada organizativa da UEFA é impossível esquecermo-nos da brilhante campanha da Académica de Coimbra na Taça dos Vencedores das Taças de 1969/70. Na referida competição, Belo participaria em metade das partidas que levariam os “Estudantes” até aos quartos-de-final. Todavia, essa inolvidável participação seria resultado de outro momento de extrema importância, não só desportiva, mas igualmente de cariz político. Com a luta estudantil no auge, o defesa-central seria um dos elementos da “Briosa” que, escalonado por Francisco Andrade, entraria em campo no derradeiro desafio da Taça de Portugal de 1968/69 – “Na final, soubemos dizer a todos os portugueses de que lado estávamos nesse tão sensível momento político. Soubemos afrontar o velho regime, de 'peito feito', perante dezenas e dezenas de milhares de portugueses”*.
Apesar da derrota frente ao Benfica, a aludida partida da apelidada “Prova Rainha”, disputada no Estádio do Jamor, serviria, ainda mais, para sublinhar Belo como um dos grandes símbolos da Académica de Coimbra. Claro que muitos mais aspectos serviriam para gravar o nome do defesa-central nos anais da colectividade coimbrã. Uma dessas facetas, incontornável na essência do clube, seria o seu estatuto de estudante-atleta. Como aluno da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, o brilhantismo conseguido como estudante, mesmo tendo em conta a honrosa carreira desportiva, seria bem superior aos êxitos alcançados como futebolista. Nesse trajecto competitivo, que incluiria 1 internacional pelos juniores de Portugal, Belo vestiria a camisola negra por 13 temporadas e só deixaria a “Briosa” com o termo da campanha de 1978/79.
Antes de “pendurar as chuteiras”, Belo viajaria até à Região do Oeste e no Ginásio de Alcobaça, depois de cumprida a temporada de 1979/80, decidiria ser a hora certa para pôr termo à carreira de atleta. De seguida abraçaria uma série de diferentes cargos, nos quais estão os papéis como Vereador da Câmara Municipal de Coimbra, Presidente-Administrador das Comissões de Conciliação e Julgamento, Assessor do Secretário-Adjunto para os Assuntos Sociais do Governo de Macau, Assessor Principal do Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho, Secretário-Geral da Provedoria de Justiça ou Inspector Superior Principal do quadro de pessoal técnico de inspecção do trabalho. Ligado ao futebol, há também a referir o seu trabalho como Assessor Jurídico do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, como Presidente do Núcleo de Veteranos da Académica de Coimbra ou ainda como Vice-Presidente da Casa Académica de Lisboa.

*retirado do artigo publicado a 16/04/2019, em www.dn.pt

1502 - EUSÉBIO

Apesar de ter passado pelas “escolas” de vários emblemas da Madeira, seria com a camisola do Marítimo que Eusébio Malho Sousa terminaria o percurso formativo. Ao subir à equipa principal no decorrer da temporada de 1992/93, o defesa-esquerdo participaria logo numa campanha histórica para o emblema insular. Com o 5º posto no Campeonato Nacional, alcançado com o termo da campanha de estreia do lateral como sénior, os “Verde-rubro” conquistariam, pela primeira vez na existência da colectividade, o direito de participar nas competições de índole continental. Na edição de 1993/94 da Taça UEFA, aos “Leões do Almirante Reis” calharia em sorte o Royal Antwerp. O jovem jogador, chamado ao embate pelo técnico Paulo Autuori, entraria em campo no decorrer da partida referente à 1ª mão da 1ª eliminatória. Porém, para infelicidade do conjunto luso, seriam os belgas a passar a referida ronda.
Depois deste arranque inolvidável, demorariam ainda alguns anos até Eusébio conseguir afirmar-se, de forma indiscutível, como merecedor de um lugar no “onze” da agremiação funchalense. Com o sentido de ganhar alguma experiência, o primeiro empréstimo ocorreria com a campanha de 1994/95 em andamento e levá-lo-ia até ao Sporting de Espinho. A passagem pela divisão de Honra e pelos “Tigres da Costa Verde” não seria de todo negativa. No entanto, o traquejo ganho não seria suficiente para alcançar a meta da titularidade. Para tal, seria necessária outra cedência e após cumprir uma época com as cores do Camacha, o jogador regressaria ao Estádio dos Barreiros.
Já com outra preparação e de volta ao Marítimo para integrar o plantel de 1997/98, o atleta encontraria Augusto Inácio no comando técnico da equipa insular. Sob a alçada do referido treinador, o lateral canhoto assumir-se-ia como um dos grandes esteios da agremiação funchalense. Nessa época e nas duas seguintes, Eusébio ganharia e manteria a titularidade. O pior emergiria com a temporada de 2000/01, na qual uma grave lesão num dos joelhos empurraria o jogador para o calvário de uma longa recuperação. Para agravar o problema, o defesa acabaria também por falhar a final da Taça de Portugal. A verdade é que daí em diante o jogador começaria, gradualmente, a perder algum do habitual fulgor e mesmo com registos aferidos como suficientes para justificar a sua continuidade no grupo de trabalho, o lateral começaria a perder alguma importância nos desenhos tácticos do conjunto madeirense.
Curiosamente, seria numa época de bons números que Eusébio veria a sua ligação ao Marítimo terminar. Dispensado com o fim da temporada de 2004/05, o defesa despedir-se-ia do clube mais representativo da sua carreira, como um dos nomes históricos dos “Leões do Almirante Reis” – “Apaixonei-me pela bola com a camisola verde-rubra vestida. Foram 388 jogos e não foram mais porque os problemas físicos não me deixaram”*. Já a solução para o seu caminho profissional surgiria vinda do continente. No Estrela da Amadora de 2005/06, o atleta continuaria a esgrimir-se no contexto primodivisionário. No entanto, a campanha feita a trabalhar sob o comando de Toni Conceição, ficaria bem abaixo das expectativas e um ano após a chegada à Reboleira, o lateral-esquerdo decidiria ser a altura certa para “pendurar as chuteiras”.

*retirado do artigo de João Manuel Fernandes, publicado a 14/09/2018, em www.record.pt

1501 - PERES BANDEIRA

José Augusto Peres Bandeira, num longo trajecto, transformar-se-ia num dos nomes fortemente associado ao futebol português. Com a carreira ligada a vários emblemas, seria a sua relação com três deles que maior destaque mereceria. Bem, talvez esteja a ser um pouco impreciso nesta minha pequena nota introdutória. Em abono da verdade, seria o Atlético Clube Portugal a colectividade onde haveria de merecer os primeiros louvores dignos de registo. Nesse sentido, a temporada de 1968/69 marcaria a estreia do técnico à frente da equipa principal do emblema sediado no bairro de Alcântara. Depois dessa aparição inicial no escalão máximo, assombrada pela descida de divisão, a campanha de 1971/72 dar-lhe-ia nova oportunidade no convívio entre os “grandes”. Porém, tal como na ocasião anterior, o treinador, outra vez aos comandos da referida agremiação lisboeta, não teria muito sucesso e, depois da 14ª ronda do Campeonato Nacional, acabaria substituído por Ted Smith.
Apesar dos aludidos desaires, a sua reputação não sofreria grande impacto. Pouco tempo depois da saída do Atlético, ele que, em paralelo, também mantinha um laço contratual com a Federação Portuguesa de Futebol, encetaria a sua relação com o Belenenses. A partir da 24ª ronda do Campeonato Nacional, convidado por Alejandro Scopelli, Peres Bandeira passaria a desempenhar o papel de treinador de campo dos “Azuis”. Durante várias temporadas, com destaque para o 2º lugar alcançado com o termo da época de 1972/73, o técnico, ao lado do “manager” argentino, formaria uma dupla de sucesso. Igualmente elogiado pelo trabalho realizado com os juniores, os êxitos conseguidos levá-lo-iam, em 1974/75, a assumir as rédeas da equipa sénior. Como treinador-principal do conjunto a jogar em casa no Estádio do Restelo, os grandes destaques iriam para a campanha de 1975/76, onde, para além da vitória na Taça Intertoto, asseguraria o 3º posto na 1ª divisão.
Como mencionado no parágrafo anterior, o labor de Peres Bandeira também ficaria relacionado às pelejas agendadas pela Federação Portuguesa de Futebol. Com prestações meritórias à frente das jovens equipas lusas, o treinador trabalharia em diversos escalões, nomeadamente nos actualmente conhecidos como sub-16, sub-18 e sub-20. Pelo meio de tantas participações, um par de certames mereceria honras de maior importância. Uma das duas competições seria o Torneio Internacional de Juniores da UEFA de 1971, onde os rapazes a envergar a “camisola das quinas”, casos de Jordão, Shéu, Vítor Pereira, Eurico Caires, Ibraim Silva, Franque, Gregório Freixo ou Rodolfo, alcançariam um dignificante 2º lugar. Alguns anos depois, em 1979, emergiria a primeira participação de Portugal num Campeonato do Mundo sub-20. No Japão, mais uma vez à frente de um enorme agregado de futuros craques, como Zé Beto, Alberto Bastos Lopes, Artur Fonte, Eliseu Pinto, Tomás, Adão, Justino, Diamantino, Nascimento, Parente ou João Gouveia, o treinador conduziria o grupo entregue às suas responsabilidades até aos quartos-de-final.
Falta fazer menção, sem esquecer as duas passagens primodivisionárias pelo Vitória Futebol Clube, àquela que viria a tornar-se na sua maior ligação enquanto homem do desporto. Com cerca de 3 décadas despendidas ao serviço do Benfica, onde também chegaria a desempenhar as funções de treinador-adjunto, Peres Bandeira destacar-se-ia como membro do Departamento de Prospecção, no qual seria responsável pela descoberta de estrelas como Vítor Paneira ou Luisão.
 
PS: Apesar de não ter grandes dados sobre a carreira de futebolista de Peres Bandeira,  encontrei algumas informações a dar-me conta da sua transferência, na temporada de 1948/49, do Benfica, onde nunca terá jogado na equipa principal, para o Torreense.

1500 - MIRANDA

Com o percurso formativo terminado ao serviço do Varzim, António Miranda subiria à equipa principal dos poveiros na temporada de 1983/84. Orientado pelo “magriço” José Torres na época da sua estreia pelos seniores, a participação do clube na 1ª divisão e a presença no plantel de atletas mais experientes impediriam o médio-ofensivo, que podia posicionar-se à direita ou ao centro, de alcançar mais oportunidades. Porém, o virtuosismo apresentado pelo jovem atleta, logo na campanha seguinte, começaria a destapar outros voos. Progressivamente, a confirmação do jogador como um elemento merecedor de um lugar no “onze” levá-lo-ia, ao aproveitar a curta passagem da colectividade nortenha pelo escalão secundário, a assumir-se como uma das principais figuras dos “Lobos-do-mar”. Já o regresso ao convívio com os “grandes” na campanha de 1986/87, serviria apenas para confirmá-lo como um das maiores promessas a actuar nas provas lusas e as chamadas aos trabalhos da Federação Portuguesa de Futebol viria a provar todo o seu valor desportivo.
Ao alinhar no “onze” orientado por António Oliveira, a partida forasteira disputada, a 22 de Setembro de 1987, frente à Suécia, serviria de arranque a uma caminhada que, no escalão sub-21, daria ao médio-ofensivo um total de 3 internacionalizações. A acompanhar essas partidas com a camisola de Portugal, o melhor emergiria com o desenrolar da campanha de 1987/88, com o jogador, muito mais do que titular no conjunto sob a alçada de Henrique Calisto, a pautar-se como um dos melhores intérpretes do Varzim. As boas exibições conseguidas serviriam de base para o capítulo seguinte na sua carreira. Com a transferência para o Benfica, Miranda passaria a envergar um emblema com ambições condizentes com as suas habilidades. No entanto, a entrada no Estádio da Luz não traria ao atleta os resultados esperados e as poucas oportunidades alcançadas durante a temporada de 1988/89 não iriam garantir a continuidade do jogador no grupo de trabalho das “Águias”.
Ao deixar os “Encarnados”, Miranda, com a vitória no Campeonato Nacional a colorir-lhe o currículo, encetaria um périplo caracterizado pelas mudanças anuais de colectividade. Desportivo de Chaves, Estrela da Amadora, Beira-Mar, Paços de Ferreira e Sporting de Espinho fariam parte desse trecho da sua carreira. Com todas as passagens, à excepção da ligação com os “Tigres da Costa Verde”, a caracterizarem-se por experiências primodivisionárias, há, mesmo assim, a destacar a época de 1990/91, vivida na Reboleira. Com os “Tricolores”, em estreias para o clube e para o atleta, surgiria primeiro a disputa da Supertaça e, em seguida, emergiriam as competições de cariz continental. No troféu a opor a sua equipa ao FC Porto, apesar da derrota, há a registar o golo marcado pelo médio-ofensivo. Já na disputa da Taça dos Vencedores das Taças, o jogador entraria em campo nas eliminatórias frente aos suíços do Neuchâtel Xamax e aos belgas do RFC Liège, sublinhando-se como um dos participantes nesse episódio de enorme importância histórica para a agremiação da Linha de Sintra.
Seguir-se-ia o regresso ao Varzim. De volta, na campanha de 1994/95, ao emblema onde tinha concluído o percurso formativo, Miranda apanharia os “Lobos-do-mar” nas contendas da 2ª divisão “B”. Pautando-se como um pêndulo nas exibições do conjunto poveiro, o médio-ofensivo tornar-se-ia num dos pilares do regresso da equipa ao convívio com os “grandes”. Essa temporada de 1997/98 marcaria a sua despedida do colectivo mais representativo do seu percurso enquanto futebolista. Paralelamente, a referida época transformar-se-ia, numa caminhada competitiva preenchida por 10 anos primodivisionários, na última do jogador no patamar máximo do futebol luso.
Apesar de estar a avançar, a passos largos, para o final da carreira, Miranda teria ainda tempo, dividida essa campanha de 1998/99 entre o Leixões e o Santa Clara, para disputar mais uma temporada. Depois viria a carreira de treinador, a qual levaria o antigo atleta a diversas experiências no Médio Oriente, nomeadamente no Kuwait e Bahrain.

1499 - BRUNO CARDOSO


Com a chegada à equipa principal do Amarante a acontecer na temporada de 1974/75, Bruno Cardoso disputaria as primeiras campanhas como sénior no contexto competitivo dos “distritais” da Associação de Futebol do Porto. Os bons desempenhos conseguidos durante o arranque de carreira levariam o jogador a despertar a atenção de emblemas com outras ambições. A evoluir positivamente, a transferência para o plantel da Sanjoanense serviria, entre as pelejas do 2º e do 3º escalão português, para confirmá-lo como um praticante de bons predicados. Já a época de 1980/81, durante a qual partilharia o balneário com nomes de tradição no futebol luso, casos de Vítor Pereira, Sota, Flávio das Neves ou Vermelhinho, seria de extrema importância no seu percurso competitivo, com as boas prestações colectivas, a par das suas próprias exibições e da braçadeira de capitão entregue à sua responsabilidade, a servirem de catapulta.
Seria o Boavista, na temporada de 1981/82, a apostar no médio e a permitir ao jogador, sob o comando de Álvaro Carolino, a estreia no escalão máximo português. Porém, apesar da evidente tarimba, Bruno teria bastantes dificuldades para conseguir impor-se no plantel dos “Axadrezados”. Nas duas épocas imediatas passaria primeiro pelo Leixões para depois voltar ao Estádio do Bessa. Nessa campanha de 1983/84, com Henrique Calisto no comando técnico das “Panteras”, os números apresentados pelo atleta seriam bem mais agradáveis. Ainda assim, a melhoria apresentada não seria suficiente para garantir um lugar no plantel. Seguir-se-ia, talvez naquele que viria a tornar-se no melhor período da sua carreira, a transferência para o Penafiel. Nos “Durienses” finalmente assumir-se-ia como um elemento capaz de segurar a titularidade em contexto primodivisionário e tanto na campanha de 1984/85, como na seguinte, o jogador tornar-se-ia num dos pilares das manobras tácticas dos “Rubro-negros”.
A penúltima posição na tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª divisão e a consequente descida de escalão, levaria o jogador a procurar um novo rumo para a sua carreira. Todavia, ao contrário do que seria espectável, a mudança de emblema encaminhá-lo-ia de novo ao patamar secundário. Aliás, a sua inclusão no plantel de 1986/87 da AD Fafe afastá-lo-ia definitivamente do convívio com os “grandes”. Já após o ano passado na agremiação minhota, surgiria então o Louletano. No emblema algarvio, de fulcral importância na sua ligação com o futebol, Bruno cumpria as 3 últimas temporadas enquanto futebolista e, com o termo da temporada de 1989/90, faria a transição para as funções de treinador.
Como técnico, num percurso feito exclusivamente nas divisões inferiores, o antigo jogador representaria uma série de colectividades de tradição no futebol nacional. Com os primeiros anos nas referidas tarefas a acontecerem em equipas sediadas na região do Algarve, o grande destaque na sua caminhada, na qual também passaria por União da Madeira, Sporting de Espinho, Marco, Esmoriz ou Penafiel, viria com a longa ligação à Ovarense, vínculo esse que daria a Bruno Cardoso o título de treinador com mais jogos feitos pelo emblema vareiro.

1498 - ZEZINHO

Observado pelo treinador Ronnie Allen numa digressão feita pelo Sporting em Angola, Francisco José Teles de Andrade, popularizado como Zezinho, acabaria contratado ao Sporting do Lubango. Como um defesa-central de fino trato com a bola e de boa estampa física, o jovem jogador seria imediatamente aferido como um praticante promissor. Tais características fá-lo-iam viajar para Lisboa, mas, apesar de feita a estreia como sénior no emblema africano, o atleta passaria a integrar os juniores leoninos.
A passagem para a equipa principal dos “Leões” aconteceria, na época seguinte à da sua chegada à capital portuguesa. No entanto, a presença no plantel de 1973/74 de nomes bem mais tarimbados, casos de Carlos Alhinho, Bastos, José Carlos ou Laranjeira, levariam a que o treinador Mário Lino não concedesse a Zezinho muitas oportunidades na equipa. Aliás, as épocas seguintes seriam de idêntico proveito para o jogador. Não obstante a falta de utilização, o seu potencial levaria a que os responsáveis técnicos pela Federação Portuguesa de Futebol olhassem para si como um elemento capaz de acrescentar valor às equipas lusas. Nesse sentido, seria a 12 de Novembro de 1975 que, numa partida frente à Checoslováquia, o defesa-central encetaria o seu caminho com a “camisola das quinas”. Por Portugal, num trajecto que, sem qualquer presença em campo, ainda o levaria aos trabalhos do conjunto “B”, o atleta somaria 6 internacionalizações pelos “esperanças” e, nesse contexto competitivo, acrescentaria ao currículo a participação na edição de 1976 do Torneio de Toulon.
Regressando ao percurso clubístico, para Zezinho, ao somar poucas presenças em campo naquelas que viriam a ser as 4 primeiras temporadas na equipa principal dos “Verde e Branco”, começaria a equacionar-se a hipótese de um empréstimo. Essa cedência viria a ocorrer na temporada de 1977/78, aquando da sua passagem pelo Famalicão. Com boas prestações ao serviço do conjunto minhoto, o qual ajudaria a vencer a 2ª divisão, o defesa-central ganharia o direito de regressar a Alvalade. Todavia, tal como anteriormente, o atleta voltaria a revelar números modestos. Ainda assim, a sua qualidade iria mantê-lo no grupo de trabalho leonino, com as grandes excepções na sua carreira, no que à utilização diz respeito, a surgirem nas épocas de 1982/83 e de 1983/84, em que assumiria a titularidade.
Já com o palmarés recheado pelas vitórias em 2 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal e 1 Supertaça, Zezinho, com o termo da campanha de 1984/85 e após 11 temporadas de “leão” ao peito, deixaria o Sporting para ingressar no Vitória Futebol Clube. No emblema sediado na cidade de Setúbal, a trabalhar inicialmente sob a intendência de Manuel Oliveira, o defesa-central teria uma época de arranque forte. Porém, com o avançar para a veterania, também no seio dos “Sadinos” começaria a perder alguma preponderância. Com 4 campanhas cumpridas no conjunto a jogar em casa no Estádio do Bonfim, o atleta decidiria ser a altura certa para “pendurar as chuteiras”. No entanto, apesar de retirado das lides de futebolista, o jogador voltaria a ligar-se à modalidade e, num regresso a Alvalade, abraçarias as funções de técnico, nas camadas jovens do Sporting.

1497 - CARLOS PEREIRA

Lateral-direito formado no Benfica, Carlos Eduardo de Deus Pereira, começaria a destacar-se como praticante das “escolas” do emblema lisboeta. Com as suas exibições a chamar a atenção dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol, o defesa seria chamado aos trabalhos das jovens equipas lusas, com a primeira internacionalização a acontecer, no âmbito das contendas dos agora denominados sub-16, a 14 de Abril de 1979. A partida frente à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, onde, sob a alçada de Peres Bandeira, entraria em campo ao lado de nomes como Fernando Cruz, Jaime Magalhães, Coelho, Bandeirinha ou Sobrinho, serviria de arranque a um trajecto que, entre o escalão já referido, os sub-18 e os sub-21, daria, ao atleta, um total de 18 partidas disputadas com a “camisola das quinas” e, treinado por Jesualdo Ferreira, a presença na edição de 1980 do Torneio Internacional de Juniores da UEFA.
Apesar do estatuto de internacional, a verdade é que Carlos Pereira, após subir a sénior na temporada de 1981/82, não conseguiria ganhar um lugar no “onze” benfiquista. Com a época de estreia, cumprida na intendência do húngaro Lajos Baróti, a traduzir-se por uma única presença em campo, as campanhas seguintes também não trariam ao currículo do atleta números mais auspiciosos. Nesse sentido, tapado por Veloso e por Pietra, ao lateral pouco mais restaria do que a cedência a outro emblema. Com o objectivo de jogar com maior frequência, o defesa-direito, na temporada de 1986/87, partiria em direcção ao Algarve e, ao serviço do Farense, o jogador faria uma época digna de registo, a qual, findo o empréstimo, daria azo ao seu regresso à Luz.
A temporada de 1987/88 terá sido, provavelmente, a melhor campanha da sua carreira. A jogar amiúde, Carlos Pereira, ao entrar em campo frente ao Partizan de Tirana, partida a contar para a 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus, contribuiria para a chegada do Benfica ao derradeiro jogo da mais importante competição de clubes organizada pela UEFA. Apesar da final perdida frente ao PSV Eindhoven e de, na campanha referida no início do parágrafo, não ter acrescentado qualquer título a um palmarés que já contava com a “dobradinha” de 1982/83, os números apresentados dar-lhe-iam justificadas expectativas de puder continuar de “águia” ao peito. No entanto, tal não viria a verificar-se e a época de 1988/89 marcaria novo ingresso no Farense.
De volta ao Sotavento, o defesa manter-se-ia na disputa do patamar máximo do futebol luso. Porém, no final da campanha o emblema algarvio acabaria empurrado para a descida de escalão. Ainda assim, mesmo na disputa da 2ª divisão, Carlos Pereira teria a oportunidade de inscrever o seu nome num dos momentos mais importantes da história dos “Leões de Faro”. Ao ajudar a galgar as diferentes eliminatórias da Taça de Portugal, o defesa, num plantel às ordens do catalão Paco Fortes, seria chamado ao Jamor. Na final, como na finalíssima da apelidada “Prova Rainha”, o atleta marcaria presença no “onze” do emblema sulista. No entanto, mais uma vez, a sorte não sorriria para os seus e o almejado troféu sairia do Estádio Nacional em direcção aos escaparates do Estrela da Amadora.
Na sequência das mazelas de uma lesão antiga, Carlos Pereira decidiria retirar-se, depois de uma campanha com as cores do Olhanense, com o termo da temporada de 1990/91. De seguida, passaria a abraçar “mil e uma” tarefas, das quais merecem ser destacadas as funções relacionadas com as actividades de advogado, docente universitário, político filiado no PSD ou os encargos de dirigente desportivo com exercícios ligados ao Farense, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, à Associação de Boxe do Algarve, à Federação Portuguesa de Petanca, ao Ginásio Clube Naval de Faro e à Associação Regional de Vela do Sul.

1496 - MONTEIRO

Ao terminar a formação já com as cores do Paços de Ferreira, seria no emblema sediado na “Capital do Móvel” que, na temporada de 1985/86, Pedro Monteiro daria o salto para o patamar sénior. Inserido na equipa principal dos “Castores”, o defesa-direito progressivamente começaria a ganhar o seu espaço no grupo de trabalho. Mesmo não sendo um elemento indiscutível na construção do alinhamento inicial, a verdade é que a maneira aguerrida como viria a aproveitar as oportunidades conferidas pelos diferentes treinadores, permitir-lhe-iam, ao longo dos primeiros anos do seu trajecto competitivo, salvaguardar um lugar no seio do plantel.
Inicialmente a competir na antiga 2ª divisão, o primeiro grande momento da sua carreira surgiria na campanha de 1990/91, aquando da participação do Paços de Ferreira na divisão de Honra. A trabalhar sob a alçada do saudoso Vítor Oliveira, numa altura em que as presenças em campo já davam ao atleta uma boa importância nos desenhos tácticos do conjunto pacense, o lateral, muito para além de ajudar à vitória na edição inicial do referido escalão, também inscreveria o seu nome na lista de jogadores participantes numa das mais bonitas páginas da história da colectividade. Com a estreia dos “Castores” no degrau maior do futebol luso a acontecer, como sequência do triunfo do ano anterior, na campanha de 1991/92, o defesa-direito continuaria a manter a sua preponderância. Nesse sentido, as prestações de Monteiro tornar-se-iam de grande peso, nomeadamente na manutenção do clube entre os “grandes”. Porém, após 3 épocas consecutivas na disputa do patamar máximo, a despromoção sofrida com o termo das provas agendadas para 1993/94, não só devolveriam o atleta ao cenário secundário, como marcariam o fim das suas participações na 1ª divisão.
Tendo acompanhado o clube na descida, Monteiro manter-se-ia ao serviço do Paços de Ferreira por mais 3 temporadas. Ao cumprir 12 campanhas com as cores da colectividade da “Cidade do Móvel”, o defesa, mesmo que outras razões não existissem, viria, pela longevidade da sua ligação, a inscrever o seu nome como um dos maiores atletas na história do emblema nortenho. No entanto, apesar do estatuto auferido, a separação entre o jogador e a agremiação dar-se-ia no final de 1996/97. Seguir-se-ia a transferência para o grande rival do clube até então representado e depois de 3 anos no Freamunde, numa caminhada a aproximar-se do fim, surgiriam outras três campanhas ao serviço do Vizela.
Com o regresso a um dos emblemas da sua formação, o Lousada e a experiência no 1º de Maio de Figueiró emergiria o fim da sua carreira como futebolista. Apesar de “penduradas as chuteiras”, Monteiro manter-se-ia ligado à modalidade. Ao abraçar as funções de técnico, como adjunto ou como treinador principal, a sua caminhada já vai bem longa. Numa carreira feita exclusivamente nas divisões secundárias, o antigo defesa, para além dos inúmeros projectos a preencherem o seu currículo, tem tido algumas passagens por colectividades de renome no contexto desportivo português, casos do Desportivo de Chaves, do Famalicão ou do Tirsense.

1495 - RUI MANUEL

Rui Manuel Dionísio Correia destacar-se-ia ainda como elemento das camadas jovens do Torralta. De tal forma começaria a ser visto como uma enorme promessa do futebol que, da Federação Portuguesa de Futebol, não tardariam a chamá-lo aos trabalhos das jovens equipas lusas. A estreia com a “camisola das quinas”, no patamar agora denominado por sub-16, aconteceria a 3 de Março de 1984. Nessa partida, a contar para o Torneio Internacional do Algarve, o médio seria arrolado por José Augusto para, ao lado de Pacheco, Fernando Mendes, Samuel ou Lima, disputar a peleja frente à França. O encontro frente ao conjunto gaulês serviria de arranque a uma caminhada que, ao passar igualmente pelos sub-18 e pelos sub-21, terminaria com um total de 10 partidas cumpridas com as cores de Portugal.
Clubisticamente, Rui Manuel daria os primeiros passos como sénior ainda ao serviço do já mencionado Torralta. No entanto, como resultado dos bons atributos apresentados, as partidas feitas na 2ª divisão de 1985/86 seriam suficientes para que do Portimonense apostassem na sua contratação. Ao fazer a transição de clube ao lado de Pacheco, a verdade é que o arranque no escalão maior do futebol português não seria fácil para o jovem jogador. Nesse sentido, a campanha de 1986/87, com a estreia oficial a acontecer na 20ª ronda do Campeonato Nacional e já sob a alçada do brasileiro Paulo Roberto Dias, desenrolar-se-ia de forma modesta. No entanto, esse ocaso seria curto e a temporada seguinte revelaria um intérprete preparado para outros voos.
Numa altura em que também estava a ser assediado pelo Benfica, a transferência para o FC Porto orientado por Quinito transformar-se-ia no justo prémio para a sua evolução. Ainda assim, a forte concorrência encontrada no seio plantel de 1988/89 dos “Azuis e Brancos” não deixaria muito espaço ao atleta. A solução encontrada acabaria a levá-lo, por empréstimo, ao Penafiel. Porém, a perspectiva de um regresso às Antas, mesmo cumprida uma época auspiciosa, sairia gorada para o jogador que, como resultado da habilidade revelada, já desempenhava papéis tanto a médio como a defesa-lateral. Continuaria, sem deixar a 1ª divisão, como elemento da colectividade penafidelense. Seguir-se-ia, num curto regresso ao patamar secundário, a entrada no Sporting de Espinho, onde, para além de voltar a trabalhar com Quinito, ajudaria à vitória na 2ª divisão de Honra de 1991/92 e à consequente subida ao escalão máximo.
As quatro temporadas cumpridas ao serviço dos “Tigres da Costa Verde” serviriam para tornar o emblema num dos mais representativos da sua carreira profissional. Contudo, o emblema sediado em Espinho, concretamente na temporada de 1992/93, traduzir-se-ia também como a última experiência primodivisionária na caminhada desportiva do médio. Antes ainda de um regresso ao Algarve, o ingresso no Vitória Futebol Clube de 1995/96, outra vez a desafio do treinador Quinito, serviria para colorir o seu currículo com mais um histórico do panorama luso. Todavia, mesmo ao ajudar à subida dos “Sadinos”, ao seu trajecto imediato, como destapado numas linhas acima, emergiriam novas passagens pelo Portimonense que, intercaladas com a experiência ao serviço do Felgueiras, somariam mais 3 campanhas à sua caminhada. Por fim, a passagem pelo Lagoa que, após a decisão de “pendurar as chuteiras” com o termo da campanha de 2000/01, ainda daria ao antigo futebolista uma curta vivência nas tarefas de técnico.

1494 - CLAYTON

Com os primeiros passos na conjunto principal do Atlético Mineiro a acontecerem na época de 1993, Clayton Ferreira Cruz iniciaria na colectividade de Belo Horizonte a caminhada enquanto sénior. Com um arranque modesto, o extremo-esquerdo, que viria a partilhar o balneário com nomes bem conhecidos do futebol luso, casos de Doriva, Ronaldo, Aílton ou Valdir, aos poucos começaria a ganhar o seu espaço. Contudo, mesmo como um elemento utilizado com frequência e já com o palmarés pessoal colorido pela vitória na edição de 1995 do “Estadual”, o atacante nunca viria a consagrar-se como um dos titulares do “Galo” e tal contexto competitivo faria com que procurasse outros caminhos.
Ao tentar ganhar outra preponderância, Clayton iniciaria um pequeno périplo de empréstimos, primeiramente a levá-lo ao Guarani e depois ao América Natal. Seria por altura da última cedência que um afamado treinador português, sentado nas bancadas e com a prospecção de novos reforços em mente, haveria de reparar num par de avançados – “Estava a jogar um dérbi com o ABC e ganhámos 3-1, num jogo em que marquei dois golos e fiz uma assistência. Manuel Fernandes, que treinava o Santa Clara, estava na bancada a observar dois jogadores da equipa adversária. No dia seguinte, um empresário ligou-me para me levar para Portugal”*.
Acompanhado de George, a sua chegada aos Açores dar-se-ia no arranque da temporada de 1999/00. A estreia do extremo na divisão maior portuguesa, coincidente com a primeira campanha do colectivo insular no escalão maior, depressa revelaria o avançado como um intérprete merecedor de outros voos. Com uma técnica bem acima da média, uma velocidade estonteante e uma habilidade para o golo a superar as expectativas, Clayton veria dois dos “grandes” a interessarem-se pela sua contratação. Com o Sporting também na corrida, seria o FC Porto a conseguir convencer o atleta e alguns meses após a chegada a São Miguel, o atacante mudar-se-ia para a “Cidade Invicta”.
Nos “Azuis e Brancos”, Clayton começaria por trabalhar na alçada de Fernando Santos. Mesmo sem ser um dos indiscutíveis do “onze”, o extremo-esquerdo alcançaria números suficientes para conseguir manter a sua utilidade no grupo portista. Também no que diz respeito ao currículo, seriam os anos passados de “dragão” ao peito os mais proveitosos. Nesse sentido, para além de inscrever o seu nome na lista de vencedores de 1 Campeonato Nacional, 3 Taças de Portugal e 2 Supertaças, o avançado faria parte da equipa que, sob o comando de José Mourinho, encetaria mais uma senda de títulos além-fronteiras. O primeiro nesse rol seria a Taça UEFA de 2002/03. Na final disputada em Sevilha, frente ao Celtic, o jogador não sairia do banco de suplentes. Ainda assim, a presença nas eliminatórias anteriores e o golo marcado frente aos turcos do Denizlispor, fariam dele um justo merecedor do troféu ganho colectivamente.
Seguir-se-ia, numa troca a envolver, em sentido contrário, Ricardo Fernandes, a sua viagem para Lisboa – “Depois de ganharmos a Taça UEFA comecei a época como titular, mas tive uma lesão e fiquei afastado durante três meses. Quando voltei, a equipa estava em grande forma e não tive espaço para entrar. Estava a jogar muito pouco e o Sporting fez uma proposta”**.  Porém, a sua passagem por Alvalade, onde voltaria a ser orientado por Fernando Santos, ficaria muito aquém do espectável e o avançado, finda a campanha de 2003/04, deixaria os “Leões”. De regresso ao Norte, Clayton passaria a envergar as cores do Penafiel. A entrada no novo emblema, aliciada pela presença de Manuel Fernandes no comando técnico, devolveria o atacante a números bem mais condizentes com a sua qualidade. Ainda assim, a temporada de 2004/05, para além das boas prestações do atleta, não correria sem um percalço a envolver o treinador natural de Sarilhos Pequenos – “O presidente [António Oliveira] era meio maluco, despediu-o à 3.ª jornada e não avisou ninguém. Depois veio Luís Castro, que ninguém conhecia, mas é um grande treinador e uma das melhores pessoas que conheci no futebol”*.
As boas exibições conseguidas ao serviço do Penafiel levariam o Vitória Sport Clube a apresentá-lo como reforço para a temporada de 2005/06. No entanto, a passagem por Guimarães não surtiria os resultados desejados. A partir daí, o avançado encetaria um périplo de início a conduzi-lo de volta ao Brasil. Depois do Sport Recife, Clayton ainda regressaria a Portugal e a um Penafiel a disputar a divisão de Honra de 2006/07. Seguir-se-ia a viagem para o Chipre, onde durante vários anos representaria agremiações como o Alki Larnaca, o Omonia e o AEL Limassol. Por fim, como os derradeiros capítulos do seu trajecto competitivo, emergiria o par de épocas com as cores dos baianos do Serrano.
Já depois de, em 2012, ter tomado a decisão de “pendurar as chuteiras”, Clayton afastar-se-ia do futebol, passando, ao lado da esposa, a dedicar-se a negócios relacionados com a transformação da madeira de eucaliptos.

*retirado da entrevista conduzida por David Pereira, publicada www.dn.pt, a 18/03/2018
**retirado do artigo de Luís Pedro Silva, publicado em 05/04/2020, em www.record.pt

1493 - SIMONYI

András Simonyi, ou André após a naturalização, cedo começaria a despontar no futebol húngaro e aos 16 anos de idade encetaria a sua carreira profissional. Como sénior do Attila de Budapeste a partir da temporada de 1930/31, o jovem ponta-de-lança logo viria a destacar-se como um praticante de enorme habilidade técnica, com tremendo remate e um entendimento ímpar do jogo. Tais predicados levariam a que os responsáveis do Lille olhassem para si como um bom reforço e a mudança do avançado para França dar-se-ia na campanha de 1933/34.
A falta de oportunidades no novo clube levá-lo-ia, duas campanhas sobre a sua chegada às provas gaulesas, a transferir-se para o FC Sochaux para, logo na temporada seguinte, passar a envergar as cores do emblema que mais marcaria a sua carreira. Com a entrada no Red Star a acontecer em 1936/37, clube onde haveria de cruzar-se com praticantes bem conhecidos do futebol português, como Helenio Herrera, Alejandro Scopelli e Óscar Tarrio, Simonyi começaria a sublinhar-se como um jogador de tremenda qualidade. As suas prestações, numa altura em que já era visto como uma das grandes figuras do futebol francês, ajudariam aos bons resultados do colectivo parisiense e, nessa senda, o jogador inscreveria o seu nome na conquista da edição de 1941/42 da Coupe de France ou, ainda na mesma prova, na chegada à final de 1945/46.
A aferição a dá-lo como um futebolista de topo, seria a mesma a encaminhá-lo a uma nova selecção. Depois de ter representado a equipa “B” da Hungria, quando ainda jogava pelo Attila, Simonyi, já naturalizado, passaria a vestir a camisola dos “Bleus”. Com a estreia pelos “AA” de França a acontecer a 8 de Março de 1942, o avançado, que também chegaria a representar o conjunto “militar” gaulês, acrescentaria, depois dessa partida inicial frente à Suíça, outras 3 internacionalizações ao currículo pessoal.
Voltando à caminhada clubística, antes ainda de mudar de país, Simony, após 10 anos no Red Star, teria curtas passagens por emblemas como o Rennes, Angers, Stade Français, Rouen e Roubaix. Seguir-se-ia a viagem para terras lusas e o atacante, como o primeiro francês a actuar nas provas portuguesas, seria apresentado como reforço do Sporting da Covilhã. Nos “Leões da Serra” desde a temporada de 1949/50, onde passaria a trabalhar sob as ordens de János Szabó, seu antigo colega no Atilla e no Sochaux, o avançado teria um impacto imediato nos resultados do novo clube. Ao marcar dois golos na jornada de estreia, a sua veia concretizadora, para além de destacá-lo como o melhor marcador do conjunto beirão tanto na primeira campanha, como nas duas seguintes, elevá-lo-ia à condição de estrela maior a envergar o listado verde e branco.
Mesmo tendo em conta a sua idade, 35 anos por altura da chegada a Portugal, a preponderância de Simonyi, com os números como testemunhas, jamais seria posta em causa. No entanto, mesmo sendo um homem de vida regrada, a indicação médica a instruir-lhe o afastamento temporário da competição, levá-lo-ia a rescindir contrato com o Sporting da Covilhã e a regressar a França. Como treinador-jogador, retornaria ao plantel de 1952/53 do Red Star para, um ano volvido e com o intuito de cumprir uma derradeira temporada em Portugal, regressar aos “Serranos”. No entanto, a época de 1953/54 não viria a tornar-se na última do seu percurso futebolístico. Mais uma vez de volta a França e ao Red Star, já ultrapassada a barreira dos 40 anos, continuaria a competir e seria necessário adicionar mais uma década para que tomasse a decisão de, com o termo da campanha de 1963/64 e já ao serviço do AS Cherbourg, finalmente “pendurar as chuteiras”.

1492 - RICARDO SILVA


Ao terminar a formação no Boavista, seria também nos “Axadrezados” que Ricardo Emídio Ramalho da Silva teria a primeira experiência a trabalhar no escalão sénior. No entanto, na temporada de 1994/95, o jovem defesa-central não veria o treinador Manuel José a conceder-lhe qualquer oportunidade. Tal facto transformar-se-ia na provável causa para uma alteração de rumo. Todavia, é na sua mudança para o plantel de 1995/96 do Esposende, para onde partiria acompanhado de Petit, que reside a grande dúvida que tenho acerca do seu percurso. Terá o jogador integrado a nova equipa na condição de cedido pelas “Panteras”?; terá sido com um contrato a ligá-lo somente ao Esposende?; ou terá partido para a nova aventura após rubricar uma ligação ao FC Porto e na condição de emprestado? Curiosamente, em diferentes fontes, já encontrei essas 3 respostas como donas da verdade!
O que parece ser certo é que, nos anos seguintes, apesar de emprestado, Ricardo Silva já estava contratualmente ligado aos “Dragões”. Nesse sentido, no plantel de 1996/97 do Felgueiras, ainda na divisão de honra, o defesa-central, ao conseguir estabelecer-se como titular, acabaria também a merecer a atenção dos responsáveis técnicos pelos grupos à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. A estreia com a “camisola das quinas”, no âmbito dos sub-21, aconteceria a 21 de Janeiro de 1997. Esse embate frente à Dinamarca, sob a alçada da dupla Rui Caçador/Jesualdo Ferreira, levaria o jogador a encetar uma caminhada que, entre o escalão referido e a equipa “B”, terminaria com 9 internacionalizações. Faltar-lhe-ia apenas uma partida pelo conjunto “A”, a qual esteve à beira de acontecer na preparação para o Euro 2004, quando Agostinho Oliveira, a 20 de Novembro de 2002 e frente à Escócia, haveria de sentar o atleta no banco de suplentes.
No que diz respeito à sua carreira clubística, Ricardo Silva estrear-se-ia na 1ª divisão ao serviço do Marítimo. Com a campanha de 1997/98 a correr-lhe de feição, o trabalho realizado com o treinador Augusto Inácio, ainda assim, não mereceria por parte do FC Porto a confiança necessária para que o atleta passasse a vestir de “azul e branco”. Tal só aconteceria na temporada de 1999/00, depois de mais uma brilhante época no escalão máximo, dessa feita ao serviço da União de Leiria. Contudo, a sua entrada no grupo orientado por Fernando Santos não traria ao defesa o destaque esperado e a sua utilização ficaria aquém dos números apresentados anteriormente. Depois de 3 épocas como suplente dos “Dragões”, o jogador, mais uma vez por empréstimo, passaria pelo plantel de 2002/03 do Vitória Sport Clube e, no ano subsequente, pelo Boavista. Seguir-se-ia, já a título definitivo, o vínculo com o Beira-Mar e, em 2005/06, o início de mais uma ligação à colectividade a jogar em casa no Estádio do Bessa.
Depois de 2 anos e meio com os “Axadrezados”, a Ricardo Silva assomar-se-ia a oportunidade de voltar a mudar de rumo. Com a ocasião a surgir do estrangeiro, o defesa-central mudar-se-ia para a Rússia. Porém, a escolha do FC Shinnik, onde, em 2008, encontraria Bruno Basto e onde chegaria a trabalhar sob as ordens de Sergei Yuran, dar-lhe-ia apenas a primeira temporada no escalão máximo. Com a campanha seguinte já efectuada no patamar secundário do país do Leste europeu, tal cenário faria com o jogador regressasse a Portugal, para integrar o Vitória Futebol Clube de 2009/10. As 4 campanhas entre os “grandes”, cumpridas pela agremiação de Setúbal, dar-lhe-iam um total de 16 inscrições feitas na 1ª divisão portuguesa. Tal número antecederia os últimos capítulos da sua carreira, nos quais vestiria a camisola de um Boavista já a militar nos escalões inferiores e, numa época e merecer a sua transição para as funções de treinador, a envergar as cores do Padroense.
Como treinador tem trabalhado, essencialmente, nas equipas de Nuno Capucho, com o seu currículo a mencionar passagens pelo Varzim, Rio Ave e Mafra.