1561 - GERMANO

Com a aparição na primeira equipa do GD Foz Côa a acontecer na temporada de 1971/72, José Germano Pinto de Carvalho começaria a sua caminhada sénior pelos “distritais” da Associação de Futebol da Guarda, distrito igualmente a dar-lhe a naturalidade. Apesar de bem afastado dos principais escaparates do desporto luso, o médio de pendor ofensivo, à custa do trabalho realizado nesse ano de estreia, mereceria a oportunidade dada pelo Vitória Sport Clube e ingressaria no plantel da colectividade minhota, como reforço para a campanha de 1972/73. A trabalhar sob a alçada de Mário Wilson, o atleta teria o ensejo de estrear-se no escalão máximo português. Porém, nem na época de chegada a Guimarães, nem na seguinte, o jogador conseguiria alcançar o número de jogos suficientes para justificar a sua continuidade e a época de 1974/75 marcaria nova mudança de rumo no seu trajecto competitivo.
As passagens por Famalicão, Penafiel, Feirense e Beira-Mar servir-lhe-iam de interlúdio até nova aparição na 1ª divisão. Aliás, seria no colectivo aveirense, onde despontavam jovens como Veloso e António Sousa, que o regresso ao convívio com os “grandes” viria a acontecer. Nesse sentido, com os anos a darem-lhe mais traquejo, Germano depressa viria a tornar-se num dos favoritos do grupo comandado por Fernando Cabrita. A titularidade conquistada no escalão principal dar-lhe-ia outra visibilidade, como que a prometer-lhe outros voos. Tal horizonte, a exaltar um crescimento bem sustentado, passados 3 campanhas sobre a entrada no Estádio Mário Duarte, surgiria do Sporting de Braga. Novamente no Minho a partir da temporada de 1980/81, o médio-ofensivo manteria a preponderância de anos anteriores e nas épocas subsequentes tornar-se-ia num dos nomes a averbar números dignos nas manobras dos “Guerreiros”, no arranque da década de 1980.
Em abono da verdade, Germano, que na “Cidade dos Arcebispos” viria a trabalhar com os técnicos Mário Lino, Quinito e Juca, nunca viria a sublinhar-se como um dos indiscutíveis no alinhar do “onze” titular. Ainda assim, há a destacar a sua presença no banco de suplentes na final da Taça de Portugal de 1981/82, da qual, com o desafio a decorrer no Estádio Nacional, o Sporting de Braga sairia derrotado pelo Sporting Clube de Portugal. Nisso de momentos relevantes, também não poderei esquecer a sua participação na Supertaça da época seguinte. Contudo, tais episódios seriam insuficientes para justificar a sua continuidade na colectividade minhota e com os últimos desafios pelos “Arsenalistas” a ocorrerem nas provas agendadas para 1982/83, o médio também encerraria a registo a conferir-lhe ao currículo 7 temporadas nas contendas primodivisionárias.
Seguir-se-iam os escalões secundários e, numa caminhada que levaria o atleta a continuar a competir até perto dos 40 anos de idade, uma série de diferentes emblemas. Nesse desenovelar, o regresso ao Beira-Mar precederia a sua passagem pela AD Guarda e as experiências com as cores do Vila Real, do Sporting da Mêda e do GD Foz Côa. Não muito tempo depois da decisão de “pendurar as chuteiras”, concretamente na temporada de 1992/93, Germano assumiria o comando do SC Régua. Como técnico-principal, num trajecto cumprido na sua integridade pelos cenários futebolísticos inferiores, o antigo médio, com especial enfase para os vários anos ao serviço da AD Guarda, ainda treinaria emblemas como o Alcains, o Oliveira do Hospital ou o Seia.

1560 - TARRÍO

Despontaria na formação principal do Doc Sud, na época de 1926. Visto como uma grande promessa, o defesa depressa chamaria a atenção de um dos maiores nomes do futebol do “País das Pampas”. Contratado pelo San Lorenzo na campanha seguinte à da sua estreia como sénior, a entrada do jovem jogador no novo emblema levá-lo-ia primeiramente à equipa secundária. No entanto, o valor sublinhado nas exibições entretanto efectuadas empurrá-lo-ia para o primeiro conjunto da agremiação do bairro de Almagro. Junto às estrelas da colectividade sediada na capital, mesmo tendo sido chamado já com o termo da prova à vista, Óscar Tarrío ainda iria a tempo de dar o seu contributo no Campeonato argentino e desse modo registar-se como um dos vencedores da edição de 1927 da prova.
Ao conseguir manter o seu lugar de destaque no “xadrez” do San Lorenzo, Tarrío acabaria por chegar aos trâmites da selecção do seu país. Nessas conjunturas internacionais, no que a grandes certames diz respeito, o jogador, sob as ordens da dupla Francisco Olazar e Juan José Tramutola, começaria por participar na vitória de 1929 da Copa América, onde viria ser titular em todos as partidas. Voltaria a ser chamado, dessa feita por Manuel Seoane, à edição de 1937 do referido certame. Mais uma vez consagrar-se-ia como um dos pilares do desenho táctico da Argentina e repetiria, com presença no “onze” escolhido para a final frente ao Brasil, a conquista do almejado troféu.
No San Lorenzo continuaria a mostrar a sua assertividade e valentia em momentos defensivos, características que o levariam a afirmar-se como uma das grandes figuras do emblema “azul-grená”. Porém, o estado de graças acabaria logo no encetar da temporada de 1931 quando, juntamente com outros atletas do grupo, tomaria a decisão de fazer frente à direcção vigente no clube. A contenda acabaria com a saída de Óscar Tarrío que, num primeiro passo após a rescisão de contrato, ausentar-se-ia numa digressão pela Europa, integrado na comitiva do Gimnasia de La Plata. No regresso, 3 meses após a partida para o “Velho Continente”, chegaria a vez de rubricar uma nova ligação. Dessa feita, apresentado como reforço para a reminiscente campanha de 1931, surgiria a sua breve passagem pelo Club Sportivo Ferrocarriles del Estado, para na época seguinte ir envergar as cores do Newell’s Old Boys.
No emblema da cidade de Rosário manteria os níveis exibicionais que o haviam levado a ser aferido como um intérprete de qualidade superior, inclusive ajudando às vitórias nas edições de 1933 e de 1934 da Copa Gobernador Luciano Molinas. Porém, 3 anos volvidos sobre a entrada nos “Rojinegros”, pazes feitas com o seu antigo clube na capital, dar-se-ia o regresso de Tarrío ao San Lorenzo. Nessa segunda incursão, iniciada em 1935, o defesa transformar-se-ia numa das figuras da conquista da Copa de Honor de 1936. Mais tarde, já como um nome consagrado do futebol argentino, surgiria a oportunidade do atleta vir a exibir-se na Europa. Primeiro surgiria o plantel de 1938/39 dos gauleses do Red Star e o balneário partilhado com André Simonyi e Alejandro Scopelli. Aliás, seria em parceria com o mencionado compatriota que o jogador daria um novo passo na carreira. Dessa feita, a mudança de colectividade encaminhá-lo-ia até Portugal. No Belenenses de 1939/40, onde também encontraria o argentino Óscar Tellechea, contribuiria para a chegada à final da Taça de Portugal e no Lumiar, apesar da presença no “onze” arrolado à decisiva peleja, o atleta veria o Benfica a sair da contenda como o vencedor.
Depois da curta aventura no “Velho Continente”, o jogador regressaria à Argentina. Com a ideia de tomar as rédeas técnicas, já a meio da temporada de 1940, do San Lorenzo, Tarrío começaria aí a sua experiência como treinador. No entanto, já com a projecção da época seguinte, o defesa retornaria à competição. Voltaria a envergar a camisola da agremiação de Almagro, mas praticamente no início da referida campanha passaria a disputar as pelejas futebolísticas com as divisas do Atlanta. De seguida, tomada a decisão de, em definitivo, “pendurar as chuteiras”, seria no Boca Juniors que retomaria as tarefas como técnico, actividade que ainda o levaria a orientar o Boedo. Curiosa acabaria também por tornar-se o seu entusiasmo por Lisboa, paixão que levaria o antigo futebolista a fixar-se na capital lusa, onde viria a falecer.