Carlos Ferreira da Silva Nunes estrear-se-ia na categoria principal do FC Porto na temporada de 1932/33. Logo nessa primeira campanha, ao superar as mais optimistas projecções, tornar-se-ia, ao lado de Pinga, de Lopes Carneiro e de Jerónimo, num dos totalistas dos “Dragões”, nas provas oficiais disputadas pelo emblema nortenho. Nesse cenário competitivo, orientado pelo luso-magiar Josef Szabo, o jovem praticante transformar-se-ia numa das principais figuras da conquista do Campeonato portuense. Porém, o sucesso do extremo-esquerdo não ficaria refém das vitórias no “regional” e o jogador, ao longo dos anos, tornar-se-ia num dos nomes de monta dos “Azuis e Brancos”. Ao dar seguimento à ideia exposta no final do parágrafo anterior, a temporada de 1934/35, mais uma vez consagrado Carlos Nunes como um dos titulares da equipa portista, traria à disputa a estreia da I Liga. Por razão das boas exibições do avançado, alguns dias antes da conclusão da prova, ganha pelo FC Porto, o avançado seria convocado à selecção lusa. Chamado por Cândido de Oliveira a uma peleja frente a Espanha, o Estádio do Lumiar, a 5 de Maio de 1935, tornar-se-ia no palco para a primeira internacionalização do extremo. Ainda com a “camisola das quinas”, o atleta teria a oportunidade de disputar outro par de jogos e as contendas, agendadas em 1936, frente à Áustria e à Alemanha, também passariam a fazer parte do seu currículo. Apesar da glória resultante das 7 vitórias no “Regional” do Porto, do triunfo em 1 Campeonato Portugal e em 3 Campeonatos Nacionais*, outro dos grandes momentos da carreira do atacante emergiria com a disputa de um dos “clássicos” do futebol português. Frente ao Sporting, a partida referente à 8ª jornada da edição de 1935/36 da I Liga terminaria com um estrondoso 10-1 favorável aos “Azuis e Brancos”. Nessa ronda, para além do brilhante resultado obtido pelo grupo orientado por Magyar Ferenc, um nome haveria de conseguir destacar-se bem acima dos demais colegas de equipa e Carlos Nunes, num desempenho até aos dias de hoje inigualável, sairia da peleja desenrolada no Campo do Ameal como o autor do único “poker” obtido na longa história dos embates entre “Dragões” e “Leões”. Há ainda uma curiosidade relativamente à carreira de Carlos Nunes que, como em tantos casos referentes à época, não consegui ver decifrada. É verdade que, na quase totalidade das fontes encontradas, a carreira do extremo é entregue, em toda a amplitude, às cores do FC Porto. Assim sendo, terei de aceitar que a caminhada competitiva do atacante terá começado a erguer-se, como aludido no encetar deste texto e no que à equipa principal dos “Azuis e Brancos” diz respeito, na campanha de 1932/33. Já o termo desse trajecto de 10 anos, segundo as mesmas informações, terá acontecido no final das provas agendadas para 1941/42. No entanto, não posso deixar de referir a fotografia em que o atleta aparece com as cores do Famalicão**. Qual o contexto desse retrato? Só posso dizer-vos que… não sei!
*incluída a vitória na I Liga de 1934/35 **https://memoriaazul.blogspot.com/2009/09/carlos-nunes.html
Formado no emblema actualmente conhecido como Levski Sófia*, Petar Atanasov Petrov subiria a sénior na temporada de 1980/81. Com um arranque de carreira cauteloso, para o defesa-esquerdo a época seguinte à da sua estreia no conjunto principal da colectividade sediada na capital búlgara, tornar-se-ia na campanha de afirmação como um dos mais utilizados dentro do grupo de trabalho da “Avalanche Azul”. Nesse contexto, o jogador, ao longo dos anos a partilhar o balneário com Grancharov, Mihaylov ou Kachmerov, participaria em diversas conquistas colectivas. O rol de troféus, composto principalmente pelas vitórias em 3 Campeonatos e 2 Taças da Bulgária, serviria para colorir o palmarés do jogador e, acima de tudo, para abrir novas portas ao lateral canhoto. Com a titularidade agarrada ao nível do clube por si representado, uma das metas atingidas seria a estreia na selecção principal. Chamado por Danko Roev a um particular forasteiro frente ao Brasil, o jogador, a 28 de Outubro de 1981, conseguiria a primeira internacionalização “A” do currículo. Tal presença daria azo a uma extensa lista de novas chamadas. Nesse sentido, por entre um total de 47 partidas disputadas pelo país natal, o destaque iria para a sua presença no Campeonato do Mundo de 1986. No certame organizado no México, integrado num conjunto também composto por um largo número de praticantes com ligação ao futebol luso, casos de Mihaylov, Dragolov, Sadakov, Mladenov, Gospodinov, Getov, Radi e Kostadin Kostadinov, o defesa-lateral jogaria em duas pelejas a contar para a Fase de Grupos e, para terminar a participação no torneio, entraria em campo, frente à equipa da casa, na derrota dos oitavos-de-final. Ainda demorariam mais alguns anos até a caminhada de Petrov mudar de rumo. Com o início da abertura do Bloco de Leste ao Ocidente, o defesa aproveitaria para experimentar outros contextos futebolísticos. Com a oportunidade a emergir de Portugal, o atleta haveria de ser apresentado como reforço do Beira-Mar para a temporada de 1989/90. Já o impacto da sua contratação para o emblema de Aveiro seria bastante positivo. Logo na segunda época a exibir-se nas provas lusas, o jogador, comandado por Vítor Urbano e ao lado de António Sousa, Abdelghani, Dino, Oliveira, entre outros, apresentar-se-ia no Jamor. No entanto, a disputa da final da Taça de Portugal não seria favorável aos “Auri-negros” e, no Estádio Nacional, quem ergueria o troféu correspondente à vitória na “Prova Rainha” seria o FC Porto. Cumpridas 4 temporadas em Portugal, o lateral-esquerdo tomaria a decisão de regressar à Bulgária. De novo a competir no país natal, Petar Petrov optaria por representar o plantel de 1993/94 do FC Beroe, onde, segundo a maioria das fontes, findaria a carreira enquanto futebolista. Todavia, apesar da quase consensualidade sobre a data em que viria a “pendurar as chuteiras”, a verdade é que também encontrei quem asseverasse a entrada no Akademik Sofia de 1994/95, passagem que terminaria ao fim de 3 campanhas. *o clube mudou de denominação ao longo da sua história – Levski-Spartak (1969 a 1985); Vitosha Sofia (1985 a 1989); Levski Sófia (1989 até à actualidade)
Manuel Fernando de Azevedo Guedes, saído das “escolas” da colectividade nortenha, entraria para a equipa principal do FC Porto na temporada de 1972/73. De forma espantosa, nesse primeiro ano como sénior, o defesa, muito mais do que conquistar um lugar como titular na esquerda do sector mais recuado dos “Azuis e Brancos”, posicionar-se-ia, apenas atrás de Abel Miglietti, como o segundo nome mais utilizado pelo treinador chileno Fernando Riera. Também a época seguinte, dessa feita sob as ordens de Béla Guttmann, traria ao atleta praticamente o mesmo tipo de destaque. Tais números não fariam prever o desfecho da campanha de 1973/74 e o anúncio da sua saída das Antas provocaria uma enorme surpresa entre a massa adepta dos “Dragões”. Com a mudança consumada, as provas agendadas para 1974/75 apresentá-lo-iam como reforço de um Leixões primodivisionário. Curiosamente, a entrar num verdadeiro contraciclo, Guedes perderia em Matosinhos a preponderância apresentada enquanto grande esperança formada pelo FC Porto. Talvez por essa razão, um ano após a chegada ao Estádio do Mar, o jogador tenha tomado a decisão de procurar um novo rumo para a carreira. Tal oportunidade surgiria em Aveiro e o defesa, com o Beira-Mar a disputar a 1ª divisão, acabaria por recuperar e manter a titularidade no par de épocas passadas a envergar o equipamento aurinegro. A despromoção do emblema da Beira Litoral no termo do Campeonato Nacional de 1976/77 levaria Guedes, cimentado como um praticante merecedor dos melhores palcos, a prosseguir a caminhada competitiva no Varzim. Nos “Lobos-do-mar”, orientado por António Teixeira, o jogador contribuiria para um dos mais bonitos capítulos da existência do emblema poveiro. Incluído num plantel do qual fariam parte nomes como Washington, Jesus, José Domingos, Cacheira, Albino, Festas, Montóia, Francisco Mário, Jarbas ou Horácio, o defesa-central transformar-se-ia num dos pilares do 5º posto alcançado com o termo do Campeonato Nacional de 1978/79. Apesar do sucesso vivido na Póvoa de Varzim, seria a mudança para o Minho a apresentá-lo ao emblema mais representativo da sua caminhada desportiva. Com as cores do Sporting de Braga a partir da campanha de 1981/82, o defesa-central continuaria a somar temporadas ao seu currículo primodivisionário. Para além desse facto, o qual culminaria com 14 anos entre os “grandes”, o atleta, nessa época de chegada aos “Arsenalistas”, faria parte do grupo que, comandado por Quinito, chegaria à final da Taça de Portugal. No Jamor, à imagem da maioria das partidas disputadas pelos homens sediados na “Cidade dos Arcebispos”, Guedes acabaria arrolado para a disputa do importante desafio. Porém, a sua presença no “onze” seria insuficiente para evitar a derrota e acabaria por ser o Sporting a sair do Estádio Nacional na posse do almejado troféu. As 5 temporadas passadas ao serviço dos “Guerreiros” dariam lugar àqueles que viriam a tornar-se nos derradeiros capítulos da sua caminhada no papel de futebolista. Com o São Pedro da Cova e o Gondomar a preceder a decisão de “pendurar as chuteiras”, não demorariam muitos anos até que o antigo defesa assumisse as funções de treinador-principal. Nas novas tarefas, com o trajecto feito em exclusivo através dos escalões secundários, Guedes passaria pelo comando de Marco, Castêlo da Maia, Ermesinde, Sporting de Lamego, Rebordosa, Torres Novas, Famalicão e Rio Tinto.
Com o percurso formativo dividido entre o Ponte Preta e o Guarani, seria no último emblema referido que Ronaldo Guiaro faria a transição para o patamar sénior. Com a estreia na equipa principal do “Bugre” a acontecer no decorrer da temporada de 1994, o defesa-central pouco tempo demoraria a revelar boas aptidões futebolísticas. Concluída a época de arranque como profissional, durante a qual viria a ser treinado por Carlos Alberto Silva e onde partilharia o balneário com o também ex-benfiquista Clóvis, surgiria a mudança, primeiro por empréstimo, para o plantel de 1995 do Atlético Mineiro. Muito apreciado pela massa adepta da agremiação de Belo Horizonte, cevada essa paixão pela presença do colectivo na final da Copa Conmebol e pela conquista do “Estadual” Mineiro, a “compra” em definitivo do jogador concretizar-se-ia após o lançamento da bem-sucedida campanha “Fica Ronaldo”, a qual envolveria a venda de camisolas a fim de angariar o montante necessário para a realização da transferência. A crescer de forma exponencial, Ronaldo, titular no “Galo”, passaria também a fazer parte dos planos da Confederação Brasileira de Futebol. No entanto, a sua caminhada internacional quase ficaria comprometida por um momento infeliz, a envolver uma aliança presa no gancho da baliza – “A gente estava fazendo um treinamento de recreação na Vila Olímpica antes de uma partida. Percebi que a rede estava caindo, daí eu saltei e fiquei pendurado. O Hugo, goleiro na época, me segurou. Na hora que eu saí, vi que o dedo tinha rasgado a pele toda”*. Ainda assim, apesar de retirado da convocatória frente à Croácia, a rápida recuperação daria ao jogador a oportunidade de, a 29 de Junho de 1995, ser chamado ao “particular” agendado com a Polónia. Melhor ainda surgiria com revelação da lista de atletas a participar nos Jogos Olímpicos de 1996 e ao lado de grandes nomes da “Canarinha”, casos de Aldair, Ronaldo “Fenômeno”, Dida, Roberto Carlos, Bebeto ou Rivaldo, o defesa-central, no certame de Atlanta, ajudaria à conquista da medalha de bronze. A sua participação nas olimpíadas organizadas nos Estados Unidos da América dar-lhe-ia a visibilidade para ser cobiçado pelo Benfica orientado por Manuel José. Apresentado como reforço para a campanha de 1996/97, a época de estreia do defesa-central em Portugal seria discreta. Com poucas partidas disputadas, incluída nesse rol a final da Taça de Portugal perdida frente ao Boavista, a época subsequente, já sob a batuta de Graeme Souness, afirmá-lo-ia como um dos titulares dos “Encarnados”. Contudo, o momento conturbado vivido pelo clube à altura liderado pelo Presidente João Vale e Azevedo, não permitiria que Ronaldo conseguisse sublinhar, categoricamente, as suas habilidades. Como dono de um lugar no “onze”, o jogador, apesar das constantes mudanças de técnico, manteria a preponderância no grupo de trabalho. Todavia, as expectativas criadas com a passagem pelas “Águias” ficariam aquém das projectadas pelo atleta – “Não guardo mágoas. Procurei sempre ser o mesmo Ronaldo. Nunca criei problemas com ninguém. Sou uma pessoa muito honesta e muitas vezes até prefiro ficar calado para não arranjar confusão (…). Nunca cheguei a ser um grande jogador no Benfica (…).Naquela altura era quase impossível”**. Com a saída do Benfica, Ronaldo transitaria para o futebol turco. Ao serviço do Besiktas a partir da temporada de 2001/02, o jogador, numa época em que a colectividade de Istambul também atingiria aos quartos-de-final da “Champions”, transformar-se-ia numa das figuras da conquista do Campeonato de 2002/03. Quatro anos volvidos após a chegada à antiga Constantinopla emergiria um curto regresso ao Brasil, onde, com as cores do Santos, Ronaldo faria parte do elenco vencedor do “Paulistão” de 2006. Seguir-se-ia a Grécia, outros dois pares de campanhas cumpridas pelo Aris de Salónica e, concluídas as provas agendadas para 2010/11, o fim da sua carreira enquanto futebolista. Alguns anos após “pendurar as chuteiras”, Ronaldo voltaria a ligar-se ao futebol. Como treinador, mormente a cumprir as funções de adjunto, o antigo defesa-central já conta com passagens por XV de Piracicaba, Velo Clube, Uberlândia, Marília e Nacional de Manaus.
*retirado do artigo de Filipe Ferreira e Felipe Santos, publicado a 27/07/2023, em https://ge.globo.com **retirado artigo de João Tiago Figueiredo, publicado a 17/12/2014, em https://maisfutebol.iol.pt
Celebrizado pelo Botafogo de Ribeirão Preto, Celso Antônio Paschoalato ou Celso Cajuru, como ficaria conhecido no Brasil, encetaria a carreira sénior na temporada de 1980. Chamado à equipa principal pelo técnico Cláudio Garcia, os 6 anos seguintes dariam o guarda-redes como uma das figuras do emblema sediado no estado de São Paulo. Curiosamente seria após um empréstimo, ao plantel de 1986 do Grêmio Desportivo Sãocarlense, que a caminhada do jogador mudaria de rumo e após o “namoro” falhado entre uma colectividade lusa e um outro colega de posição, a escolha do referido emblema recairia sobre Celso. Com a proposta do Farense bem acolhida pelo guardião, Celso, com a temporada de 1986/87 sensivelmente a meio, acabaria por viajar para Portugal. A trabalhar novamente com Cláudio Garcia, treinador que havia lançado o atleta no Botafogo, o guarda-redes depressa conseguiria ultrapassar a concorrência dos mais directos competidores a um lugar à baliza, para o caso, o concurso de Delgado e de Tavares. Apesar do fraco desempenho colectivo na época da sua chegada a Portugal, o alargamento da 1ª divisão para 20 equipas permitiria a continuação da agremiação algarvia no convívio com os “grandes”. Tal ocasião permitir-lhe-ia, não só continuar a exibir-se no patamar maior do futebol português, mas também a ser aferido como um dos melhores guarda-redes inscrito nas provas lusas. Titular, saberia manter esse estatuto no que restaria do seu percurso feito pela colectividade do Sotavento e a presença em 3 campanhas* desportivas dar-lhe-ia a estima entre os adeptos e um lugar entre os nomes com mais presenças no escalão máximo. No regresso ao Brasil, o jogador começaria por integrar o grupo de trabalho de 1990 do Náutico Capibaribe. Já a mudança de colectividade, com a temporada de 1991 em andamento, introduzi-lo-ia ao Paraná e dar-lhe-ia a oportunidade para conquistar o “Estadual” Paranaense. Daí em diante, a caminhada desportiva do guarda-redes tornar-se-ia um pouco mais errante, com Celso a vestir as cores da Chapecoense, Comercial, Atlético Sorocaba e Paraguaçuense. Aqui surge a primeira grande dúvida no que concerne à sua senda competitiva. Apesar de ser esta sucessão clubística a mais consensual entre diversas fontes, a correcção exige-me afirmar a existência de outras** e que dão o futebolista como elemento de um enorme rol de agremiações! Para terminar esta pequena biografia, falta-me referir a sua carreira académica, na qual Celso haveria de frequentar a Licenciatura em Direito e, com conclusão do aludido curso superior, passaria a exercer a profissão de advogado.
*na entrevista publicada em https://www.facebook.com/HeltonPimenta/videos/helton-pimenta-entrevista/1448659095830937/, Celso faz referência a uma passagem de 4 anos por Portugal. **https://terceirotempo.uol.com.br/que-fim-levou/celso-cajuru-4104
Com o fim do trajecto formativo feito com as cores do Mangualde, seria no emblema sediado no distrito de Viseu que Camilo António Marques Rodrigues Fernandes também subiria ao escalão de seniores. Depois da promoção, tendo começado a sua senda pelas disputas da 2ª divisão de 1988/89, o jovem praticante ainda demoraria algum tempo até atingir o patamar máximo do futebol português. Nessa caminhada de 7 anos, seguir-se-iam, numa senda caracterizada pela relativa errância, diversas colectividades do centro e do norte do país. Mirandense, UD Oliveirense, Lousanense e União de Coimbra precederiam então o salto para os exigentes desafios primodivisionários e o Algarve daria a oportunidade ao defesa-central para fazer a estreia entre os “grandes”. Com a chegada ao Farense a acontecer para a temporada de 1995/96, Camilo passaria a ser treinado por Paco Fortes. Sob a égide do treinador catalão, o jogador, muito para além do arranque de caminhada no patamar maior do futebol luso, não enjeitaria a ocasião para merecer um lugar na história do emblema do Sotavento. Tal momento aconteceria numa partida frente aos gauleses do Olympique Lyonnais, naquele que viria a tornar-se no jogo de estreia da colectividade portuguesa nas competições de índole continental. Porém, esse desafio a contar para a Taça UEFA, lado-a-lado com um começo de época auspicioso, não viria a consolidar-se como mais um passo para a titularidade. Usado com parca frequência, ainda assim o atleta viria a manter-se no plantel do conjunto algarvio por 3 campanhas sucessivas. Contudo, tapado consecutivamente por outros colegas de trabalho, casos de Jorge Soares ou de Pedro Miguel, a saída acabaria mesmo por materializar-se e seria na sua cidade natal que encontraria novo poiso. Em Coimbra, dessa feita para representar a Académica, Camilo, na temporada de 1998/99 manter-se-ia nas lutas primodivisionárias. Todavia, a época de estreia a lutar pelos “Capas Negras” traduzir-se-ia num péssimo resultado colectivo, com o conjunto beirão, após várias mudanças de treinador, a sucumbir ao 18º lugar da tabela classificativa do Campeonato Nacional. Com a inevitável despromoção, a aposta na “Briosa”, ainda que a entregá-lo à titularidade, afastá-lo-ia definitivamente do convívio com os “grandes”. Para piorar o contexto competitivo do defesa-central, o fim da campanha de 2001/02, logo após ajudar o emblema conimbricense a voltar à 1ª divisão, traduzir-se-ia pelo termo da relação contratual entre o jogador e a agremiação sediada nas margens do Rio Mondego. Nesse sentido, após deixar a Académica de Coimbra, Camilo entraria naqueles que viram a tornar-se nos derradeiros capítulos da sua caminhada enquanto futebolista profissional. Ovarense, Pampilhosa e “Os Marialvas” precederiam o fim da sua carreira. No entanto, o antigo praticante voltaria a reencontrar-se com o futebol e de regresso aos “Estudantes” assumiria em 2017/18 as tarefas de coordenador-geral.
Após representar as “escolas” do Vasco da Gama, o Maranhão e o Itabuna, Paulo Roberto Menezes, seria contratado pelo Sporting. Aconselhada a sua aquisição pelo treinador leonino Paulo Emílio, técnico que já conhecia o atleta dos tempos em que ambos frequentavam São Januário, o jovem praticante entraria em Lisboa como reforço para a temporada de 1977/78. Apesar da tenra idade e da pouca experiência enquanto sénior, a verdade é que o defesa-central depressa conquistaria um lugar de destaque no plantel dos “Leões”. Logo na época de chegada a Portugal, mesmo tendo em atenção a concorrência de Manaca, do capitão Laranjeira e de Virgílio, o jogador, dono de uma boa eficácia e com um remate portentoso, conseguiria impor-se como um dos mais utilizados no sector mais recuado. Tal preponderância, chamado já por Rodrigues Dias, levá-lo-ia a jogar a final, tal como a finalíssima, da Taça de Portugal e no Jamor ajudaria os “Verde e Brancos” a erguer o tão almejado troféu. No que toca a conquistas e momentos inolvidáveis, o tempo passado por Menezes em Alvalade seria generoso. Logo na temporada a seguir à sua entrada no clube, como dono de um lugar no “onze”, o atleta voltaria a marcar presença na derradeira ronda da “Prova Rainha”. Porém, contrariamente à edição anterior, a prestação do defesa seria insuficiente para evitar o triunfo do Boavista. Ainda como titular, tornar-se-ia numa das peças fundamentais das estratégias montadas por Fernando Mendes na vitória do Campeonato Nacional de 1979/80. Daí em diante, o jogador acabaria por perder a importância de anos passados. Nesse sentido, depois de abandonar o lugar no alinhamento inicial, a chegada do inglês Malcolm Allison na temporada de 1981/82 vetá-lo-ia ao quase esquecimento. Ainda assim, conseguiria somar mais números ao palmarés pessoal e mesmo com poucas presenças em campo, teria lugar no rol de vencedores da “dobradinha” alcançada na última campanha referida. O relevo perdido no Sporting empurrá-lo-ia para outro emblema. Como integrante do plantel do Farense, ajudaria a conquistar o Campeonato Nacional da 2ª divisão de 1982/83. Curiosamente, ao invés de continuar na colectividade algarvia, o defesa-central, que também tinha capacidade para jogar como “trinco”, acabaria por mudar novamente de clube. Mantendo-se na disputa do patamar secundário, a época de 1983/84 apresentá-lo-ia como elemento do Belenenses. Tal como no colectivo do Sotavento, o jogador, de novo em Lisboa, mais uma vez seria uma peça marcante da vitória no segundo escalão e, por consequência, do regresso dos “Azuis” ao convívio com os “grandes”. Aliás, seria ao serviço dos homens do Restelo, conduzido por Jimmy Melia, que, na campanha de 1984/85, viveria a última época de cariz primodivisionário. Daí em diante a sua caminhada competitiva cevar-se-ia nos degraus inferiores. Após o regresso aos “Leões de Faro”, o atleta, por 3 anos, envergaria as cores do Bragança e já no grupo de trabalho de 1989/90 do Macedo de Cavaleiros decidiria ser o tempo certo para “pendurar as chuteiras”.
Seria como um praticante bem experimentado que Edmundo Paulino Sena, popularizado no “universo da bola” como Mundinho, chegaria à alta-roda do futebol brasileiro. Apresentado pelo Treze como reforço para a temporada de 1977, o vigoroso ponta-de-lança, com 24 anos de idade, faria a estreia no “Brasileirão” ao serviço do emblema sediado em Campina Grande. Mesmo tendo, na referida prova, somado poucas presenças em campo, as suas qualidades desportivas, das quais mereceria maior destaque a disponibilidade física, fariam com que colectividades de outra monta decidissem apostar na sua contratação. Nesse sentido, o próximo emblema a emergir na carreira do atacante seria o Santa Cruz de Recife e não tendo sido capaz de passar, na campanha de 1978, da condição de suplente utilizado, ainda assim despertaria a atenção de uma das grandes referências do contexto competitivo luso. Agradado com as competências apresentadas, Mundinho aterraria em Portugal por indicação, ao que consta, de Mário Wilson. Atleta do Vitória Sport Clube, o avançado-centro chegaria ao Minho na campanha de 1978/79. Numa época algo atribulada para os “conquistadores”, com a saída do “Velho Capitão” a dar lugar a Daniel Barreto, o jogador conseguiria impor-se como um dos nomes utilizados com boa frequência. No entanto, a sua afirmação como um dos elementos de grande preponderância para o colectivo vimaranense surgiria na temporada seguinte, sob a alçada de Mário Imbelloni e posteriormente a trabalhar com Cassiano Gouveia. Nesse sentido, o ponta-de-lança seria um dos mais chamados ao “onze” e consagrar-se-ia, ao concretizar 16 golos, como o melhor marcador da equipa na edição de 1979/80 do Campeonato Nacional da 1ª divisão. Depois de uma época verdadeiramente rica em termos de desempenhos pessoais, a terceira temporada de Mundinho pelo Vitória Sport Clube, já a trabalhar com José Maria Pedroto, voltaria a traduzir-se em números mais modestos. Talvez por esse motivo, o jogador decidiria mudar de camisola e para as provas agendadas para 1981/82 viria a apresentar-se como elemento do plantel do Sporting de Braga. Ao serviço dos “Arsenalistas”, numa equipa comandada por Quinito, o ponta-de-lança faria parte do grupo de trabalho que, na época aludida neste parágrafo, chegaria à final da Taça de Portugal. Não marcaria presença no Jamor, de onde os “Guerreiros” sairiam derrotados pelo Sporting. No entanto, seria importante nas rondas a anteceder o derradeiro desafio da “Prova Rainha” e os seus golos ajudariam à caminhada até ao Estádio Nacional. Ao deixar a “Cidade dos Arcebispos” ao fim de um ano, Mundinho abandonaria de vez o patamar máximo do futebol português. Seguir-se-iam um par de épocas com as cores do Desportivo de Chaves, o Marco, o Ermesinde, o Atei e o GD Selho. Depois surgiria a carreira de treinador em emblemas modestos como o Pinheiro, Valinha, Santiago Candoso, Gémeos ou o Abação. Paralelamente é funcionário da Câmara Municipal de Guimarães e desempenha funções no Arquivo Municipal.
Lançado pelo União Barbarense, emblema da sua cidade natal, seria a contratação por parte do Guarani que lançaria o defesa-central na ribalta do futebol brasileiro. No conjunto sediado em Campinas a partir da temporada de 1982, nesse momento e nos anos vindouros, o jogador passaria a partilhar o balneário com nomes bem conhecidos do futebol português, casos de João Luiz, Roldão, Ricardo Rocha, Chiquinho Carioca, Gil Baiano, Zé Mário, Moroni e Marlon Brandão. Como um dos elementos do plantel chamado ao “onze” com bastante regularidade, o atleta começaria a ver a sua cotação a crescer e seria após uma curta experiência ao serviço do Náutico que o atleta teria no Botafogo o maior interessado na sua contratação. Com a entrada no emblema “carioca” a acontecer na campanha de 1987, os anos seguintes, onde manteria a preponderância de épocas anteriores, empurrá-lo-iam para as vitórias nos“estaduais” de 1989 e de 1990. No entanto, apesar dos sucessos colectivos alcançados ao lado de Luís Gustavo ou de Donizete, Wilson Gottardo, talvez à procura de outros voos, decidiria mudar novamente de emblema. A verdade é que a aposta no Flamengo de 1991 viria a tornar-se na mais acertada e o defesa, logo no ano da chegada ao “Mengão”, estrear-se-ia pela principal selecção do Brasil. Integrado no “Escrete”, participaria na edição de 1991 da Copa América. No certame organizado no Chile, comandado por Falcão e ao lado de Ricardo Rocha e Branco, alinharia em 3 partidas como titular, mas veria a Argentina vencer o torneio. De volta ao percurso clubístico, as conquistas do “Rubro- negro” acrescentariam mais troféus ao seu palmarés pessoal e ao “estadual” e à Copa Rio de 1991, o atleta ainda somaria o “Brasileirão” de 1992. Como um dos jogadores mais conceituados no Brasil, Gottardo, para a temporada de 1993/94, seria apresentado como o principal reforço do Marítimo. Inicialmente orientado por Edinho para, mais tarde, passar a ser treinado por Paulo Autuori, o defesa-central entraria para a história do emblema madeirense, como um dos elementos a participar na estreia dos “Insulares” nas competições de índole continental. Na Taça UEFA seria chamado à 1ª mão do embate frente ao Royal Antwerp, mas depois da presença em campo na derrota forasteira por 2-0, o jogador veria a agremiação belga a passar para a ronda seguinte. Também no plano das provas internas, a passagem de Gottardo por Portugal não seria a mais pródiga. Apesar de utilizado com regularidade, algumas lesões atrapalhariam a sua afirmação no plantel dos “Leões do Almirante Reis”. Ao procurar tratar-se das mazelas num joelho, alguns meses após a chegada ao Funchal, o defesa-central regressaria ao Brasil e com a recuperação concluída assinaria um novo contrato com o Botafogo. No “Estrela Solitária”, integrado no plantel de 1994, o atleta iniciaria mais uma senda marcada pelo sucesso. Nesse sentido, com um curto empréstimo ao São Paulo pelo meio, o jogador seria figura fulcral na conquista, sob a alçada técnica de Paulo Autuori e lado-a-lado com o seu irmão Gerson Gottardo, do “Brasileirão” de 1995. Após deixar o listado alvinegro por suposto atraso nos pagamentos salariais, o jogador prosseguiria a carreira no Fluminense de 1997. Seguir-se-ia, ainda no decorrer da mesma temporada, o Cruzeiro. Com a chegada a Minas Gerais, à imagem de momentos anteriormente vividos, o defesa-central tornar-se-ia numa das principais figuras dos desenhos tácticos da equipa. A referida preponderância, tal como no Botafogo, entregar-lhe-ia a braçadeira de capitão e, para além dessa responsabilidade, teria também o privilégio de vencer pelo colectivo de Belo Horizonte o Campeonato Mineiro de 1997 e de 1998, a Copa Libertadores de 1997 e a Recopa Sul-americana de 1998. Com a carreira como futebolista a conhecer o fim ao serviço do Sport Recife, onde ainda venceria o Campeonato Pernambucano de 1999, a nova ligação de Wilson Gottardo com a modalidade seria já nas tarefas de treinador. Nas referidas funções, o antigo defesa passaria por diversos emblemas e para além de abraçar os projectos do Vila Nova, Bonsucesso, São José, Tupi ou CRAC Catalão, ainda aceitaria representar o Botafogo e o Resende, mas como dirigente.
Descoberto pelo Sporting nas “escolas” do Montijo, Edmundo Fernando Silva Aleixo, depois de passar pelos “reservas” leoninos e após um regresso, por empréstimo, ao emblema aldegalense, estrear-se-ia na principal equipa dos “Verde e Brancos” na temporada de 1960/61. Porém, essa chamada sob a batuta do técnico argentino Alfredo González, partida disputada na Tapadinha, não teria continuidade. Aliás, o Serviço Militar Obrigatório levá-lo-ia, quase de seguida, até Moçambique e o Sporting de Lourenço Marques tornar-se-ia na oportunidade para o médio de características ofensivas prosseguir a carreira. Pouco tempo passado sobre o regresso à metrópole, Aleixo seria apresentado como reforço do plantel do Varzim. Com os “Lobos-do-mar” a disputar a 1ª divisão, essa campanha de 1964/65, comandado por Artur Quaresma, daria início àquela que viria a tornar-se na maior ligação clubística do atleta. Ao longo de 7 anos consecutivos a servir o emblema nortenho e a partilhar o balneário com ilustres nomes da colectividade, casos de Quim Rosa, Sidónio, Fernando Ferreira ou Salvador, a referida passagem torná-lo-ia numa das figuras com mais jogos disputados pelo clube no escalão máximo. Para além dessas 125 históricas partidas, as quais representariam a titularidade em grande parte das campanhas cumpridas, o médio seria peça fundamental na manutenção do conjunto entre os “grandes” e em boas classificações, como vira a tornar-se o 6º posto conseguido com o termo do Campeonato Nacional de 1969/70. Ainda assim, a despromoção sofrida no fim da época de 1970/71 levá-lo-ia a prosseguir a caminhada competitiva noutras paragens e a mudança para o Boavista encaminhá-lo-ia para uma nova camisola. A entrada no Estádio do Bessa na campanha de 1971/72, onde voltaria a encontrar-se com o treinador Joaquim Meirim, daria ao seu currículo, num cômputo de uma dezena de temporadas primodivisionárias, outras duas campanhas no patamar máximo do futebol luso. No entanto, ao contrário da titularidade conquistada em maior parte do período passado com as cores do Varzim, Edmundo Aleixo nunca conseguiria impor-se como um dos membros incontestáveis do “onze” inicial dos “Axadrezados”. Já a acusar alguma veterania, o médio tomaria então a decisão de deixar as “Panteras” para, na época de 1973/74 e ao oferecer-se às pelejas da 2ª divisão, passar a representar o Gil Vicente. Já o fim da sua carreira como futebolista ocorreria não muito longe de Barcelos e, ao descer mais um patamar competitivo, seria no Vizela que, com a conclusão das provas agendadas para 1974/75, haveria de “pendurar as chuteiras”.
Ao começar o percurso formativo nas “escolas” do Tirsense, seria a entrada para a equipa de juniores do FC Porto que, na campanha de 1952/53, viria a dar um enorme impulso na sua carreira. Logo na época de chegada ao jovem conjunto dos “Dragões”, Fernando Ferreira, popularizado no “jogo da bola” por Ferreirinha, daria um enorme contributo para aquele que viria a transformar-se no primeiro título nacional, a nível do futebol de formação, da história dos “Azuis e Brancos”. Com o destaque conseguido pela mencionada conquista, o interior-esquerdo, caracterizado pela excelsa habilidade com o esférico nos pés, entraria no radar dos responsáveis pela Federação Portuguesa de Futebol. Com o conjunto luso a disputar a Fase Final da edição de 1954 do Torneio Internacional de Juniores da UEFA, o atleta, a 11 de Abril de 1954, seria chamado, por Miguel Costa, à partida frente à República da Irlanda. Ainda no decorrer do certame disputado na República Federal da Alemanha, o jogador entraria em campo em mais 4 ocasiões e a somar à presença alcançada em 1958 pelos “esperanças”, o seu currículo ficaria colorido por um total de 6 internacionalizações. Curiosamente, apesar de reconhecidas as suas qualidades, Ferreirinha, na altura de subir a sénior, veria o seu lugar tapado por outros colegas. Sem espaço no FC Porto, o atacante regressaria à terra natal para, na temporada de 1954/55, voltar a envergar a camisola do Tirsense. Mesmo com os “Jesuítas” a militar na 2ª divisão, o jogador não deixaria de mostrar ambição suficiente para, cumprido um par de campanhas, chamar a atenção de outras colectividades. A sua contratação pelo Sporting de Braga em 1956/57 mantê-lo-ia pelo degrau secundário do futebol luso. No entanto, a sua estreia no escalão máximo estaria para breve, pois, no final da última época referida, os “Guerreiros” conseguiriam a tão almejada subida. Já no convívio com os “grandes”, orientado pelo magiar János Szabó, Ferreirinha manter-se-ia como um dos pilares do conjunto minhoto. Esse factor, par a par com as boas classificações colectivas, dar-lhe-iam o ensejo de, mais uma vez, retornar a um dos emblemas já por si representado. No FC Porto de 1959/60 acabaria por perder alguma da preponderância de anos precedentes. Ainda assim, a saída das Antas, um ano após o regresso à “Cidade Invicta” não deixaria de ser algo surpreendente. Seguir-se-ia o Vitória Sport Clube. Todavia, apesar de apresentado como um dos principais reforços dos vimaranenses para 1960/61, o interior, sob a alçada de Artur Quaresma, não conseguiria afirmar-se como um dos nomes habitualmente chamados ao “onze”. A tal titularidade viria a alcança-la logo na temporada seguinte. Ainda assim, ao contrário da esperada continuidade, o jogador voltaria a mudar de emblema e seria o Leixões, dessa feita, a recebê-lo. Após a passagem por Matosinhos, Ferreirinha aceitaria o desafio do Sporting de Braga e, tal como anteriormente, voltaria, na campanha de 1964/65, a disputar a 2ª divisão e, numa espécie de “déjà vu”, seria também uma das principais peças da nova subida e da época cumprida já no patamar maior. A época de 1965/66 marcaria nova passagem vivida ao serviço da equipa principal do Tirsense. Contudo, essa experiência pelos “Jesuítas” proporcionaria ao atleta, já na temporada de 1967/68, a transição para as funções de treinador-jogador. Manter-se-ia em idênticas funções durante os anos seguintes, mas já com as cores do Famalicão. Depois abraçaria, em exclusivo, as tarefas de técnico. Passaria por clubes, casos do Sporting de Braga, Paços de Ferreira, Desportivo das Aves, Moreirense ou Leixões, mas seria no Riopele, colectividade que levaria à estreia na 1ª divisão, que voltaria a treinar na principal prova do panorama futebolístico português.