1669 - ELISEU

Seria já como membro da equipa principal do Leixões que Eliseu António Teixeira Pinto entraria em campo, pela mão de Peres Bandeira, no Mundial sub-20 de 1979. O aclamado certame, disputado entre Agosto e Setembro do referido ano, serviria, para o jovem jogador, de remate a uma caminhada internacional encetada, ainda no âmbito dos sub-18, a 21 de Fevereiro de 1978. Tendo participado, ao lado de Alberto Bastos Lopes, Nascimento, Diamantino, Zé Beto ou Adão, no torneio organizado no Japão, o defesa-direito regressaria a Portugal com o currículo embelezado por um total de 8 partidas disputadas com a “camisola das quinas”. Tal tónico ajudá-lo-ia a afirmar-se como um dos bons elementos saídos dos “Bebés do Mar”. Porem, a estreia no principal escalão português ainda estaria longe e a alguns quilómetros de distância de Matosinhos.
Transferido para o plantel primodivisionário do Salgueiros na temporada de 1983/84 e após 5 anos na equipa principal do Leixões, Eliseu começaria por trabalhar sob as ordens de Octávio Machado. Titular no arranque da campanha, a verdade é que, com o avançar de época, mormente com a chegada de outros treinadores, o protagonismo que alcançaria inicialmente perder-se-ia. Sem lugar no conjunto de Paranhos, o defesa-direito procuraria dar seguimento à carreira noutras paragens. Com a oportunidade a surgir no Sporting de Espinho, o jogador acabaria por regressar às pelejas do escalão secundário. Já o regresso ao convívio com os “grandes”, viria a acontecer cumpridas algumas campanhas nas pelejas secundárias e apenas em 1987/88.
A trabalhar com Quinito, Eliseu, até pela condição de capitão de equipa, sublinhar-se-ia como um dos principais activos dos “Tigres da Costa Verde”. Outro factor que contribuiria para o acréscimo de valor na carreira do jogador, feito alcançado igualmente na última campanha referida no parágrafo anterior, seria o 6º posto obtido na tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª divisão, ou seja, a melhor prestação de sempre conseguida pelo Sporting de Espinho na prova de maior relevo do calendário futebolístico português. Contudo, contrariamente ao bom desempenho feito no desenrolar de 1987/88, a época seguinte traduzir-se-ia pelo claudicar competitivo da agremiação a jogar em casa no Estádio Comendador Manuel Violas e, como consequência, a temporada de 1988/89 traria a inevitável despromoção.
Apesar do desaire colectivo, Eliseu manter-se-ia fiel ao listado alvinegro. Aliás, as 9 épocas cumpridas pelo Sporting de Espinho, não só fariam da agremiação sediada no distrito de Aveiro na mais representativa da sua caminhada desportiva, como transformariam o defesa num dos nomes históricos do clube. Outro aspecto importante emergiria com aquela que viria a tornar-se na derradeira campanha do jogador ao serviço dos “Tigres da Costa Verde”. Essa temporada de 1992/93, mais uma vez com Quinito ao leme da agremiação, marcaria o seu regresso aos palcos de maior monta e a despedida do lateral-direito do contexto primodivisionário.
Para completar uma carreira de 17 anos sobretudo a cirandar entre os dois principais patamares do futebol luso, Eliseu ingressaria, em 1994/95, no plantel do Feirense e cumpridas duas temporadas no Estádio Marcolino de Castro, o defesa-direito, com o termo das provas agendadas para 1995/96 tomaria a decisão de “pendurar as chuteiras”.

1668 - VÍTOR GOMES

Ao não conseguir aferir praticamente nada sobre os primeiros anos da ligação de Vítor Manuel Gomes Lopes ao futebol, o que parece ser certo é a sua primeira inscrição ter acontecido, em 1963/64, no Futebol Benfica. Assim sendo, e com o percurso iniciado nas camadas jovens do popular “Fofó”, também é certo dizer-se que o jovem médio haveria de prosseguir a carreira, sem saber o ano da transição, nas “escolas” da CUF.
No emblema do Lavradio terá terminado a etapa formativa. Se fez, ou não, a transição para o escalão sénior ao serviço da colectividade fabril, em lugar algum encontrei qualquer informação a esse respeito. No que concerne aos anos seguintes, sei, de fonte segura, que acabaria emprestado ao Tramagal. Já a época da sua presença na agremiação do concelho de Abrantes, após cruzar alguma informação a dizer-me do balneário partilhado com Nelinho e Vítor Manuel, aponta para 1968/69. Quanto ao resto, só posso afirmar que a estreia no principal conjunto da CUF, pelo menos no Campeonato Nacional da 1ª divisão, terá sido alcançada em 1970/71.
Com a estreia no escalão máximo luso a acontecer pela mão de Carlos Silva, Vítor Gomes encetaria um trajecto que, logo na campanha seguinte, traria o médio-defensivo para a linha da frente do “onze” idealizado por Fernando Caiado. Como interveniente em todas as jornadas da edição de 1971/72 do Campeonato Nacional e com o 4º lugar conquistado na tabela classificativa da 1ª divisão, a cotação do atleta depressa subiria. Para ajudar à sua valorização, à titularidade, a época de 1972/73 somaria a sua estreia nas competições de índole continental. Inserido o clube na Taça UEFA, o jogador, ao competir nas 4 partidas correspondentes à participação do emblema da Margem Sul na mencionada prova, entraria em campo frente aos belgas do Racing White e aos germânicos do Kaiserslautern. Já no plano interno, voltaria a trazer para o currículo a totalidade das partidas disputadas na principal prova do calendário português e nas épocas seguintes, em pouco a dever às antecessoras, ainda haveria a registar o centrocampista como um dos homens pertencentes a um dos conjuntos vencedores da Taça Intertoto de 1974/75.
Tamanha coerência exibicional, adjuvada pelos excelsos préstimos do colectivo da CUF, empurrá-lo-ia para a subida até um dos denominados “grandes”. No Sporting de 1975/76 encontraria um plantel com um sector intermediário recheado de craques. Com Fraguito como principal competidor à sua posição em campo, Vítor Gomes, num segundo plano nas escolhas de Juca, acabaria a época de entrada em Alvalade um pouco ofuscado pela concorrência. Porém, a mudança de paradigma perpetrada com a chegada de Jimmy Hagan, na qual o técnico inglês haveria de ver no jogador alguém com as capacidades para também ocupar a direita da defesa, levá-lo-ia a aparecer em jogo com maior frequência. Contudo, a época subsequente faria com que o atleta retrocedesse na sua afirmação. Ainda assim, erguido o momento num episódio carregado de ironia, a Taça de Portugal de 1977/78 traria o seu “canto do cisne” e seria um golo da sua autoria, naquela que viria a tornar-se na derradeira partida a envergar o listado dos “Verde e Brancos”, a abrir o marcador na vitória dos “Leões” na finalíssima da “Prova Rainha”.
Apesar de tido como um jogador abnegado, prova feita após um acidente de caça que, ao feri-lo gravemente num pé, não o impediria de continuar a dar uma bela ajuda ao clube, o fim da sua contribuição para os objectivos colectivos do Sporting, mesmo contra a vontade de Miroslav Pavic, viria com o termo da temporada de 1977/78. Seguir-se-iam, sem abandonar o escalão máximo, o ano passado num Marítimo inicialmente orientado por Fernando Vaz, a muito aludida recusa para regressar a Alvalade, as duas campanhas cumpridas no Portimonense e uma derradeira temporada no cenário primodivisionário, ao serviço do Belenenses. De seguida, numa época em que abraçaria, em simultâneo, as tarefas de jogador e de treinador, emergiria o Juventude de Évora de 1982/83. Aliás, seria a sua experiência no emblema alentejano encaminhá-lo-ia na direcção de uma carreira de técnico-principal e a trabalhar à frente de colectividades como o Esperança de Lagos, Ginásio de Alcobaça, Caldas, Paços de Ferreira, Moreirense, Gil Vicente, Trofense, Marco, Paredes ou Freamunde.

1667 - RODOLFO

Com o percurso formativo cumprido ao serviço do Estrela da Amadora, seria como praticante do emblema sediado na Linha de Sintra que Rodolfo Luís Costa Miguéns Correia acabaria chamado aos trabalhos das jovens selecções portuguesas. Com a primeira aparição a suceder pela mão de Nelo Vingada, essa partida dos sub-15, disputada a 14 de Abril de 1992, no âmbito do Torneio Internacional de Montaigu, serviria de arranque a uma caminhada a levá-lo aos mais diversos escalões e a somar 31 partidas com as cores lusas.
Já no que respeita ao percurso clubístico, haveria de ser também no Estádio José Gomes que o médio-defensivo faria a transição para o patamar sénior. Essa temporada de 1994/95, lançado em campo por Fernando Santos, transformar-se-ia no encetar de uma caminhada de vários anos a participar nas principais pelejas do futebol português. Impondo-se, progressivamente, como um dos elementos basilares dos desenhos tácticos dos “Tricolores”, a sua importância no seio do grupo amadorense, como recordaria o médio Lázaro, começaria a subir – “Era um jogador low profile, não se preocupava em termos individuais, era muito coletivo. Acabou por atingir alguma notoriedade, ao representar o FC Porto, mas sempre foi um jogador de grupo”*.
Com a cotação em alta e com 5 campanhas primodivisionárias a enriquecer-lhe o currículo, o jogador veria colectividades de outra craveira a interessarem-se pelos seus préstimos. Tal como destapado no parágrafo anterior, e como consequência da presença do já mencionado Fernando Santos no comando técnico dos “Dragões”, o “trinco” mudar-se-ia da Reboleira para as Antas. No entanto, a transferência para o FC Porto não correria como esperado e Rodolfo poucas oportunidades conseguiria conquistar na agremiação da “Cidade Invicta”. Ainda assim, o médio-defensivo teria o privilégio de fazer parte, no desenrolar da época de 1999/00, de algumas conquistas e ajudaria às vitórias na Taça de Portugal e na Supertaça.
Sem lugar nos “Azuis e Brancos”, Rodolfo daria início a uma fase da carreira um pouco mais errante. Com os dois primeiros passos a serem dados na sequência de um par de empréstimos, tal périplo levá-lo-ia ao Beira-Mar e ao Varzim. Com ambas as campanhas passadas no contexto competitivo da 1ª divisão, a manutenção dos “Lobos-do-Mar” empurrá-lo-ia para a assinatura, em 2002/03 e em termos definitivos, de um novo contrato com o emblema poveiro. De seguida, sem abandonar os palcos principais do futebol luso, emergiriam as duas temporadas ao serviço da Académica de Coimbra. Após a experiência nos “Estudantes”, onde seria muito afectado pelas lesões num joelho, o médio-defensivo, com o aproximar do termo da carreira, teria ainda tempo para dar um salto até França, onde seria apresentado como reforço do plantel de 2005/06 do Clermont.
No regresso a Portugal, o atleta, por desafio de Raul Oliveira e Vítor Vieira, seus antigos colegas no Estrela da Amadora, ainda viria a treinar-se e a participar em alguns “amigáveis”, pelo Lusitânia dos Açores. Porém, zangado com o futebol e antes do início da temporada oficial, o médio decidiria deixar a modalidade e voltar aos estudos. Já como estudante da Licenciatura de Educação Física e Desporto, surgiriam o Igreja Nova e o Linda-a-Velha, respectivamente no 3º escalão e na disputa dos “distritais” da Associação de Futebol de Lisboa.
Com os estudos terminados e com alguma experiência na orientação de várias equipas de jovens, Rodolfo teria no Panathinaikos, a cumprir o papel de treinador-adjunto, o regresso ao futebol de mais alto nível. Seguir-se-ia o Paraná, onde faria parte da equipa técnica de Milton Mendes. De seguida, após a experiencia no Brasil, já como adjunto de Jorge Paixão, passaria pelos polacos do Zawsza Bydgoszcz e pelo Olhanense. Porém, num trajecto à imagem de um verdadeiro “globetrotter”, o antigo futebolista ainda teria a oportunidade de passar, não só por outros países, como por outro continente. Nesse sentido, excluindo um ou outro capítulo, há ainda a destacar o trabalho efectuado no Tractor Club de Toni, na selecção do Irão a cargo de Carlos Queiroz, nos “olímpicos” do Bahrein, no Sporting de Marcel Kaizer, nos americanos do Harrisburg City Islanders, no Al-Hilal “B”, por conselho de Jorge Jesus, como técnico-principal dos sauditas do Al-Ula FC e, já nesta época de 2025/26, como responsável pelos sub-21 do Neon SC.

*retirado do artigo publicado a 6/11/2018, em https://bancada.pt

1666 - JOÃO LUÍS

Filho de Ivo Martins, notável dirigente do Marítimo, e bisneto de Cândido Gouveia, um dos fundadores do emblema insular, João Luís Gouveia Martins só poderia ter nos “Verde-rubros” o seu clube de eleição. Nesse sentido, seria nas “escolas” dos “Leões do Almirante Reis” que o defesa-central cumpriria toda a formação. Também na transição para sénior, o jovem atleta encontraria nos “Barreiros” a sua “casa”. No entanto, com a referida passagem a acontecer ainda na temporada de 1985/86, só a campanha seguinte veria o atleta a estrear-se em campo pela equipa principal e essa última ronda do Campeonato Nacional de 1986/87, depois de lançado por Manuel Oliveira, constituiria o arranque de uma caminhada na quase totalidade dedicada à colectividade do Funchal.
Apesar de ser um jovem talentoso, João Luís ainda demoraria alguns anos até conseguir impor-se como um dos principais elementos do plantel do Marítimo. Tal passo, após 4 campanhas de pouca utilização, dá-lo-ia na época de 1990/91. Orientado, no decorrer dessa temporada, inicialmente por Ferreira da Costa e, com a saída deste, por Paulo Autuori, o defesa-central ganharia a confiança de ambos os técnicos e, por consequência, conquistaria o estatuto de titular. Como um dos esteios do sector mais recuado da agremiação madeirense, o jogador tornar-se-ia um dos pilares do crescimento evidenciado pelo clube. Tal evolução consolidaria os “Insulares” na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa e a 1ª divisão de 1992/93 terminaria com o emblema funchalense num brilhante 5º lugar.
A posição referida no final do parágrafo anterior encaminharia o Marítimo para a estreia nas provas de índole continental. No entanto, apesar do louvor merecido ao colectivo, a verdade é que a temporada de 1993/94, em termos do desempenho individual, seria um pouco madrasta para João Luís. Ainda assim, apesar de perder o lugar no “onze”, o defesa-central, escalonado por Edinho para entrar em campo na condição de capitão de equipa, teria o orgulho de participar, frente ao Royal Antwerp, na 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA. Daí em diante, ultrapassado por outros colegas nas escolhas dos diferentes treinadores, a sua utilização ficaria bem abaixo daquilo a que tinha habituado os adeptos. Mesmo nas épocas seguintes, o atleta não voltaria, de forma incontestável, a recuperar a titularidade e, nesse sentido, assistiria à final da Taça de Portugal de 1994/95 a partir do banco de suplentes.
A temporada de 1995/96 tornar-se-ia na última de João Luís como atleta do Marítimo. Seguir-se-ia um par de campanhas com as cores do Machico e a decisão de “pendurar as chuteiras”, com o termo das provas agendadas para 1997/98. Alguns anos mais tarde, surgiriam na vida do antigo defesa as tarefas de técnico. Tais funções, encetadas à frente do Cruzado Canicense de 2003/04, levá-lo-iam a regressar aos “Leões do Almirante Reis”, para, durante alguns anos, treinar o conjunto “B”. De seguida, após as passagens por Pontassolense e Machico, surgiriam as oportunidades de trabalhar, como adjunto de Mariano Barreto, no Recreativo do Libolo, no Al-Ahli do Bahrain, nos sauditas do Al-Qadisiyah e no FC Stumbras da Lituânia. Aliás, seria no emblema de Kaunas que voltaria a estar à frente de uma equipa. Andando um pouco mais na sua cronologia profissional, ainda lideraria, sem sair do mencionado país báltico, o FK Zalgiris e o FK Panevezys. Depois retornaria a Portugal onde, novamente ao serviço dos “Verde-rubro” seria, entre 2021 e 2023, Presidente da SAD. Finalmente emergiria, mais uma vez, como treinador-principal, dessa feita ao serviço do plantel de 2024/25 do Camacha.

1665 - GONÇALO BRANDÃO

Formado no Belenenses, as suas qualidades desportivas levá-lo-iam, a 1 de Novembro de 2001, a estrear-se com a “camisola das quinas”. Esse primeiro encontro com as cores de Portugal, partida disputada frente à Hungria no âmbito dos sub-16, daria azo à sua continuidade nos conjuntos sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Aliás, daí em diante, o defesa-central, que também haveria de jogar à esquerda do sector mais recuado, passaria por distintos escalões, sendo convocado para diversos certames de renome, como a edição de 2007 do Torneio de Toulon. Mais tarde, em 2009, resultado de uma evolução bastante positiva, acabaria chamado por Carlos Queiroz à equipa principal lusa e pelo meio de 40 internacionalizações, cumpriria 2 pelo conjunto “A”.
Já no que diz respeito à sua caminhada sénior, seria também ao serviço do Belenenses que, pela mão de Manuel José, Gonçalo Jardim Brandão conseguiria estrear-se no escalão sénior e nas pelejas da 1ª divisão. Depois de um arranque ambicioso na equipa principal dos “Azuis”, a verdade é que o defesa, cumprida essa temporada de 2003/04, acabaria sucessivamente preterido nas escolhas dos treinadores. Tamanha falta de utilização levá-lo-ia a procurar evoluir noutros cenários competitivos e após o infrutífero empréstimo ao Charlton de 2005/06, a temporada de 2008/09 apresentá-lo-ia como atleta de outra colectividade e logo na disputa de um dos campeonatos mais cotados no mundo.
Contratado pelo Siena, o jogador passaria a disputar a Serie A italiana. Porém, a entrada num dos contexto competitivos mais exigentes do universo futebolístico não assustaria o defesa. Contrariamente ao que alguma falta de experiência poderia apontar, Gonçalo Brandão conseguiria afirmar-se na agremiação com sede na Toscana. Como um dos destaques da equipa, o atleta começaria a despertar a atenção de emblemas de outra monta. A primeira dessas divisas a chamá-lo, como referido no primeiro parágrafo deste texto, seria a selecção “A” de Portugal. No entanto, igualmente na campanha 2009/10, uma digressão de fecho de temporada levá-lo-ia a ser emprestado à Juventus e a fazer, ao serviço da “Vecchia Signora”, alguns particulares nos Estados Unidos da América.
Ao não ser contratado pela Juventus e com a descida de divisão do Siena, Gonçalo Brandão passaria a temporada de 2010/11 nas contendas da Serie B. Acabaria resgatado para o contexto primodivisionário logo na campanha seguinte, mas a passagem pelo Parma não surtiria o efeito desejado. Sem grande utilização no novo emblema, o defesa começaria, em 2012/13, um sucessão de empréstimos a levá-lo ao Cesena, Cluj e finalmente ao Belenenses. O regresso ao Restelo, inicialmente numa cedência encetada a meio da temporada de 2013/14, transformar-se-ia numa ligação definitiva. Daí em diante, contrariamente ao sucedido na primeira passagem pelos “Azuis”, o jogador haveria de impor-se como umas das principais figuras do plantel “alfacinha”. Nesse sentido, seria com algum espanto que os adeptos veriam o atleta sair do clube e a apresentar-se, no “mercado de Inverno” de 2017, como reforço do Estoril Praia.
A verdade é que a mudança para o emblema da “Linha de Cascais” não traria o proveito por si projectado. Mesmo sem sair do escalão máximo luso, Gonçalo Brandão, no ano e meio despendido com os “Canarinhos” nunca conseguiria passar de segunda escolha. Seguir-se-ia, em 2018/19, a experiência nos helvéticos do Lausanne, o regresso a Portugal para fazer parte do plantel de 2019/20 do FC Porto “B” e o fim da carreira como futebolista, ainda no conjunto secundário dos “Dragões”, com o termo das provas agendadas para 2020/21.
Já com as “chuteiras penduradas”, Gonçalo Brandão decidir-se-ia pelas actividades de treinador. Nas funções de adjunto, já representou o Sporting “B” e é, actualmente, um dos membros da equipa técnica do Casa Pia.

1664 - KEITH BURKINSHAW

Ainda jovem haveria de assinar um contrato amador com o Wolverhampton Wanderers, mas apenas para ser encaminhado para o “satélite” Wath Wanderers, equipa sediada em Yorkshire, o seu condado natal. Não muito tempo depois, naquela que viria a tornar-se na estreia enquanto sénior, Keith Burkinshaw seria apresentado como reforço do Denaby United. No entanto, apesar da modéstia do emblema por si representado, as suas exibições seriam suficientes para despertar a atenção de um dos gigantes do futebol britânico e o médio-interior ou defesa passaria, a partir da temporada de 1953/54, a representar o Liverpool.
Apesar de fazer parte dos quadros de um dos históricos do desporto europeu, a verdade é que Keith Burkinshaw jamais conseguiria afirmar-se no conjunto principal dos “Reds”. Aliás, a única presença em campo haveria de consegui-la, pela mão de Don Welsh, no decorrer da campanha de 1954/55, numa partida a contar para o 2º escalão inglês, frente ao Port Vale. Ainda assim, mesmo só tendo lugar nas categorias inferiores, o jogador ainda haveria de manter-se na equipa por alguns anos e a separação com a colectividade de Merseyside surgiria apenas com o termo da época de 1956/57.
Talvez com o objectivo de uma utilização mais regular, Keith Burkinshaw, para a campanha de 1957/58, escolheria o Workington para prosseguir a carreira. No emblema da Cúmbria, apesar dos objectivos modestos da agremiação, o atleta cumpriria uma grande fatia do seu percurso competitivo. Depois de passar cerca de 8 anos a disputar os jogos caseiros no Borough Park, a temporada de 1965/66 apresentá-lo-ia ao último emblema da caminhada enquanto futebolista. No Scunthorpe United manter-se-ia em actividade durante mais 3 épocas e pouco tempo após o término de 1967/68, o antigo jogador abraçaria as funções de treinador.
Em abono da rectidão, não seria no Newcastle United de 1968/69, para onde acabaria contratado como treinador-adjunto, que Keith Burkinshaw teria a primeira experiência no lugar de técnico. Tal papel já tinha sido, embora de forma interina e adicionado às obrigações de futebolista, interpretado por si no Workington e no Scunthorpe. No entanto, os “Magpies” marcariam o ponto a partir do qual, e em definitivo, o antigo jogador viria a assumir-se no referido cargo. Nessa evolução, não tardaria muito que ficasse à frente da equipa. A promoção aconteceria na temporada de 1971/72 e daria início a uma caminhada com diversos pontos de enorme interesse.
As 4 épocas feitas no escalão cimeiro do futebol inglês e a presença na final da FA Cup de 1973/74 pelo Newcastle elevariam a cotação de Keith Burkinshaw. O resultado imediato desse acréscimo de valor surgiria com o interesse de outros emblemas e com o contrato rubricado com o Tottenham Hotspurs. Apesar de inicialmente apenas ocupar o lugar de adjunto, a descida de divisão logo na época da sua chegada a Londres, faria com que os responsáveis directivos do clube apostassem em si para o cargo de “Manager”. Em boa hora surgiria tal declaração de apoio, pois os anos cumpridos em White Hart Lane traduzir-se-iam na sua entrada para o “Hall of Fame” da colectividade sediada na capital. Para tamanha honra muito contribuiriam os títulos conquistados e depois das vitórias em 2 FA Cups e 1 Charity Shield viria o triunfo na edição de 1983/84 da Taça UEFA.
Seria já como um técnico consagrado e depois de uma curiosa passagem pela selecção do Bahrein que, a meio da temporada de 1986/87, Keith Burkinshaw chegaria a Portugal. Contratado pelo Sporting, o técnico inglês apanharia o clube numa situação periclitante. Ainda assim, conseguiria chegar à final da Taça de Portugal e, com o termo da época em crescendo, os responsáveis pelos “Leões” sublinhariam o voto de confiança depositado no treinador. Já o encetar da campanha seguinte traria a polémica dispensa de Manuel Fernandes. Depois seguir-se-ia uma primeira metade do Campeonato Nacional mal conseguida, a vitória na Supertaça de 1987/88 e, com a passagem de ano à vista, o seu despedimento.
Ao deixar Lisboa, Keith Burkinshaw como que entraria no ocaso da sua ligação ao futebol. Daí em diante passaria por diversos emblemas e em diferentes funções. Nessa caminhada desempenharia o papel de “Manager” no modesto Gillingham e nos malaios do Pahang, aceitaria o cargo de Director do Gabinete de Prospecção do Swindon Town e tornar-se-ia adjunto, e mais tarde “Manager”, do WBA. Por fim, há ainda a registar a sua ligação ao Abeerden, onde seria nomeado como Director para o futebol ou o vínculo ao Watford onde entraria como “Assistant Manager”.

1663 - CERQUEIRA

Produto das “escolas” do FC Porto, as qualidades de António Armando Cerqueira Coelho Jorge levá-lo-iam aos trabalhos das jovens equipas da Federação Portuguesa de Futebol. O defesa, que haveria de destacar-se no centro e na esquerda do sector mais recuado, teria a estreia com a “camisola das quinas” a 14 de Abril de 1979. À internacionalização pelos actualmente designados como sub-16, seguir-se-iam outras partidas feitas pelas equipas de Portugal e juntando as rondas disputadas no escalão já referido às presenças nos desafios dos “olímpicos”, o atleta somaria um total de 6 jogos cumpridos com as cores lusas.
No que diz respeito ao trilho clubístico, Cerqueira haveria de dar os primeiros passo como sénior num empréstimo ao plantel de 1980/81 do Paços de Ferreira. Após 4 temporadas na colectividade da “Cidade do Móvel”, sempre na disputa dos degraus inferiores do futebol português, o defesa, como prémio para os bons desempenhos conseguidos durante esse período, veria Artur Jorge a integrá-lo no grupo de trabalho portista erguido para as provas de 1984/85. Contudo, com a enorme concorrência por um lugar no “onze”, onde habitualmente marcavam presença nomes como Eurico, Inácio, Lima Pereira ou Eduardo Luís, o defesa terminaria a época de regresso às Antas sem qualquer presença em campo. Tal ocaso empurrá-lo-ia para uma nova cedência e já ao serviço do Vitória Sport Clube, onde, na campanha de 1985/86, trabalharia com António Morais, a época até começaria de feição para o atleta. Porém, uma grave lesão afastá-lo-ia das fichas de jogo praticamente durante a aludida passagem pelo Minho e o jogador acabaria por perder a oportunidade de singrar no contexto primodivisionário.
Apesar do desaire vivido na “Cidade Berço”, o defesa, para a temporada de 1986/87, voltaria a ganhar um lugar num plantel a disputar a 1ª divisão. Já como elemento do Desportivo de Chaves, Cerqueira participaria em dois dos episódios de maior importância na história do clube. Logo na época de chegada a Trás-os-Montes, sob a intendência de Raul Águas, ajudaria a sua equipa a atingir o 5º lugar da tabela classificativa do Campeonato Nacional. Tal feito, inédito, levaria os “Flavienses” à, igualmente nova, qualificação para as provas de índole continental. Com o clube, na campanha subsequente, inserido na Taça UEFA, o jogador teria a confiança do mencionado treinador e ser-lhe-ia outorgada a participação nas 4 partidas disputadas primeiramente com a Universitatea Craiova e, após a eliminação dos romenos, frente aos magiares do Honvéd.
Com a ligação ao Desportivo de Chaves a findar em 1988/89 e com o jogador a destacar-se como uma das principais figuras do conjunto transmontano, um convite surgiria endereçado ao defesa. O repto levá-lo-ia de novo a Guimarães, onde, pela mão de Paulo Autuori, haveria de montar-se uma bela equipa. Contudo, mesmo inserido num projecto ambicioso, a verdade é que o azar voltaria a assolar o atleta. As lesões, mais uma vez, afectariam em demasia o rendimento de Cerqueira e tanto na época de regresso ao Minho, como na seguinte, as suas presenças em campo seriam escassas e nada consentâneas com o seu valor desportivo.
Seguir-se-ia um Sporting de Espinho a militar na edição de 1991/92 da divisão de Honra e orientado por Quinito. Logo nessa época de estreia com os “Tigres da Costa Verde”, o defesa participaria na subida de escalão e na impressionante caminhada na Taça de Portugal, a levar o clube ao quartos-de-final da prova. De seguida surgiriam, a sua última aparição no escalão máximo, outras duas épocas a envergar o listado branco e negro, o fim da sua carreira com o termo das provas agendadas para 1994/95 e o encetar das actividades como treinador que o levariam ao comando do Fiães, Valecambrense ou Cesarense.

1662 - RUI LIMA

Com o percurso formativo feito, na quase totalidade, ao serviço do Boavista, Rui Manuel Pinto de Lima demoraria ainda alguns anos até conseguir ganhar um lugar na equipa principal dos “Axadrezados”. Ainda assim, o esquerdino que, preferencialmente, podia posicionar-se no lado canhoto do meio-campo ou a médio-ofensivo, nunca seria esquecido pelos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol. Nessa caminhada internacional, o jovem jogador, na condição de elemento das camadas jovens das “Panteras”, teria a sua estreia a 9 de Abril de 1993. Depois dessa partida pelos sub-15, o atleta prosseguiria a caminhada com as cores lusas pelos restantes escalões e chegaria, num total de 46 presenças em campo com a “camisola das quinas”, a representar os sub-21 e a selecção “B” de Portugal.
No que diz respeito à caminhada clubística, seria num empréstimo ao plantel de 1997/98 do Gondomar, no âmbito de um protocolo rubricado entre o referido emblema e o Boavista, que Rui Lima teria a oportunidade de fazer a estreia como sénior. Após a campanha cumprida na 2ª divisão “b”, o médio ainda passaria por novas cedências. Nesse trajecto, emergiria de seguida, em épocas ambiciosas na divisão de Honra, o Desportivo das Aves e o Desportivo de Chaves. Ainda assim, apesar das pretensões apontadas à subida de degrau competitivo, seria apenas na temporada de 2000/01 que o jogador, de regresso ao emblema com sede na Vila das Aves, conseguiria alcançar o cenário primodivisionário. No mencionado ano desportivo, a trabalhar com o Professor Neca e, após a saída deste, com Carlos Carvalhal, as excelentes exibições esgrimidas nas principais provas internas, onde ficaria registado um golo marcado ao sportinguista Peter Schmeichel, levá-lo-iam a merecer o regresso ao Estádio do Bessa e a envergar, num deveras contexto idílico, a camisola dos “Axadrezados”.
Com o Boavista consagrado como campeão nacional, Rui Lima revelaria algumas dificuldades para ganhar o seu espaço no plantel às ordens de Jaime Pacheco. Mesmo tendo em conta o aludido panorama, as exibições apresentadas pelo médio-ala , onde estaria incluída a participação na Liga dos Campeões de 2001/02, ainda dariam azo a números com uma certa expressividade. No entanto, tais resultados não seriam suficientes para garantir ao atleta um lugar no grupo de trabalho planeado para a época seguinte. Sem espaço, dessa feita seguir-se-ia o empréstimo ao Vitória Futebol Clube. Como anteriormente, o labor produzido na cidade de Setúbal justificaria o retorno ao Bessa. Contudo, a primeira metade da época de 2003/04 não correria de feição e o jogador, em Janeiro de 2004, deixaria as “Panteras” para, em definitivo, rubricar uma ligação com o Beira-Mar.
Numa carreira em constantes mudanças, a colectividade de Aveiro tornar-se-ia numa das mais representativas da carreira de Rui Lima enquanto sénior. Nos “Auri-negros”, o esquerdino, sempre como titular, cumpriria 3 épocas e meia consecutivas. No executar desse período, apenas em 2005/06 experimentaria o escalão secundário. De seguida, intercaladas por uma nova passagem pelo Boavista, emergiriam as experiências no estrangeiro, com as camisolas dos cipriotas do Omonia, do Nea Salamina e dos israelitas do Hapoel Haifa a colorirem tal trecho. Finalmente dar-se-ia o regresso a Portugal para, em 2010/11, ingressar e encetar um capítulo de 5 anos ao serviço da UD Oliveirense. Daí em diante, o atleta manter-se-ia pelos escalões secundários e numa caminhada que duraria até ao termo das provas agendadas para 2020/21, o futebolista ainda juntaria ao currículo pessoal as camisolas do Salgueiros, do Canelas e do Pedras Rubras.

1661 - JOÃO CARDOSO

Produto das “escolas” do Vitória Futebol Clube, Carlos João Guilherme Cardoso, ainda em idade de formação, seria chamado a participar nos trabalhos das jovens equipas à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado no conjunto de juniores, o defesa-central, num alinhamento a contar igualmente com Laranjeira, Gregório Freixo, Edmundo Duarte, João Cardoso, Cacheira, entre outros, faria, a 5 de Dezembro de 1969, a estreia com a “camisola das quinas”. Ainda por Portugal, depois desse “particular” frente à Suíça, o atleta ainda teria a oportunidade de participar noutra peleja pelo conjunto luso e, desse modo, juntaria ao currículo um par de internacionalizações pelos actualmente designados por sub-18.
Alguns meses após as referidas contendas disputadas por Portugal, João Cardoso, chamado por José Maria Pedroto, estrear-se-ia na equipa principal do Vitória Futebol Clube. Porém, nessa campanha de 1970/71, tapado essencialmente por Carlos Cardoso e por José Mendes, o jovem atleta não conseguiria muitas oportunidades para sublinhar o seu real valor. Aliás, o mesmo ocaso verificar-se-ia nas épocas seguintes. Com o intuito de dar mais experiência competitiva ao jogador, a época 1973/74 passá-la-ia ao serviço do também primodivisionário Montijo. Para infelicidade do defesa-central, o regresso ao Estádio do Bonfim, sensivelmente um ano após a saída, nem sempre traria a tão almejada titularidade. Com excepção da época de 1974/75, durante a qual jogaria com alguma regularidade, as temporadas seguintes voltariam a empurrá-lo para a condição de suplente e, por essa razão, em 1977/78 decidiria abraçar outro projecto.
Já como praticante ao serviço do Portimonense, dando jus às suas qualidades, João Cardoso viria, de forma inequívoca, a tornar-se num dos mais utilizados da equipa. Habitualmente chamado ao “onze”, o defesa-central transformar-se-ia numa das grandes figuras do conjunto sediado no Barlavento. Durante as 4 temporadas cumpridas no Algarve, o jogador, com excepção feita à campanha de 1978/79, passaria 3 anos nas disputas primodivisionárias. A assiduidade com que apareceria em campo, frequência transversal aos diversos treinadores, dar-lhe o direito de figurar na lista dos atletas com mais presenças em campo nas disputas da 1ª divisão, pelo listado alvinegro. Tal rol de jornadas findaria com o termo da temporada de 1980/81 e o atleta, consumada a separação consumada, retornaria a uma casa por si bem conhecida.
De novo com a camisola dos “Sadinos”, João Cardoso teria na época de 1981/82, no que ao plano pessoal concerne, um ano bastante positivo. Todavia, inicialmente titular nesse novo ciclo com o listado verde e branco, a campanha seguinte no Bonfim traria ao atleta números significativamente mais baixos. Desse modo, o jogador tomaria a decisão de, mais uma vez, deixar o Vitória Futebol Clube, para dar seguimento à sua caminhada profissional noutras paragens. Seguir-se-iam, longe dos principais palcos do desporto luso e em passagens de apenas 1 ano, o Benfica e Castelo Branco, o Recreio de Águeda, o Olhanense, o Juventude de Évora e, para finalizar um trajecto de praticamente duas décadas, o Comércio e Indústria de 1987/88.

1660 - KALI

Carlos Manuel Gonçalves Alonso, popularizado como Kali, nasceria em Angola. No entanto, seria na Margem Sul do Rio Tejo que daria os primeiros passos no mundo do futebol. Formado nas “escolas” do Montijo, o jovem defesa-central, sem deixar o emblema aldegalense, acabaria, pelas mãos do treinador Conhé, chamado à equipa principal. Apesar de disputar apenas a 3ª divisão, as suas exibições, no decorrer da temporada de 1997/98, seriam suficientes para chamar a atenção de outro emblema. Como elemento do FC Barreirense a partir da campanha de 1998/99, onde passaria a trabalhar sob a intendência de José Rachão, o atleta, nas pelejas da 2ª divisão “b”, não decepcionaria quem nele tinha apostado e depressa asseguraria para si um lugar como titular.
A primeira oportunidade no escalão máximo português surgiria, pelo consentimento de Carlos Manuel, outro elemento com forte ligação ao clube sediado na cidade do Barreiro, na temporada de 2001/02. Já no plantel do Santa Clara, o grande destaque dessa época surgiria, não no plano interno, mas através dos responsáveis técnicos da Federação Angolana de Futebol. Convocado por Mário Calado, Kali teria a oportunidade de fazer a estreia na principal equipa do seu país. Todavia, o encontro agendado para o Estádio de Alvalade, um “particular” frente a Portugal, ficaria na memória dos adeptos pelas piores razões. Num jogo disputado com extrema brutalidade, as 4 expulsões de elementos africanos, seguida de uma hipotética lesão, levaria, estando as substituições esgotadas, a um fim prematuro da partida. Ainda assim, os créditos do defesa-central não sairiam muito beliscados e dando seguimento ao bom trabalho feito a nível clubístico, o jogador, cerca de um par de anos mais tarde, voltaria a ser chamado às contendas dos “Palancas Negros”. Nesse sentido, o atleta passaria a figurar no rol de nomes chamados aos principais certames futebolísticos. Marcaria presença nas edições de 2006, 2008, 2010 e 2012 da CAN e, como um dos grandes destaques da sua carreira, veria Luís de Oliveira Gonçalves a incluí-lo no grupo de trabalho com destino à Alemanha, viagem com vista à participação no Mundial de 2006.
Voltando ao percurso clubístico, Kali, ainda como atleta do Santa Clara, teria na temporada de 2002/03 a oportunidade de disputar as provas de índole continental. Com a colectividade açoriana integrada na Taça Intertoto, Manuel Fernandes daria ao defesa-central lugar nas 4 partidas disputadas, na referida prova, pelo clube insular. Por outro lado, a campanha da agremiação de Ponta Delgada no Campeonato Nacional ditaria a indesejada despromoção. Como consequência de tamanho desaire, o jogador, nas 2 épocas subsequentes, ver-se-ia inserido nas contendas da divisão de Honra. Mesmo como um dos principais elementos do plantel micaelense, o atleta, para a campanha de 2005/06, sem sair do mesmo escalão, preferiria retornar ao FC Barreirense. A verdade é que o regresso à Margem Sul seria curto e 2006/07 daria início a um périplo por emblemas de outros países.
Os helvéticos do FC Sion e os franceses do AC Arles-Avignon antecederiam a sua entrada, em 2010, nos angolanos do 1º de Agosto. A chegada ao “Girabola” significaria para Kali o encetar daquele que viria a tornar-se no derradeiro capítulo da sua caminhada competitiva. Com as divisas dos “Militares”, onde começaria por trabalhar sob as instruções de Ljubinko Drulovic, o defesa-central jogaria 5 temporadas, durante as quais, para além de disputar a CAF Confederation Cup e a Liga dos Campeões Africana, ainda contribuiria para a vitória na Supertaça de 2010.

1659 - CASIMIRO

Seria ainda como elemento das “escolas” do FC Porto que Casimiro António Cerqueira da Rocha seria chamado às equipas sob a guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Com a estreia a acontecer a 16 de Fevereiro de 1980, o defesa-esquerdo ganharia, frente à Republica Federal da Alemanha, um lugar no “onze” idealizado por Jesualdo Ferreira. Após essa partida dos actualmente designados por sub-16, ronda a contar para o Torneio Internacional do Algarve, o jovem praticante ainda voltaria a ser chamado a envergar a “camisola das quinas” e por Portugal, sempre no escalão acima referido, conseguiria um total de 4 presenças.
No que diz respeito à evolução da sua caminhada clubística, a passagem para o patamar sénior não haveria de revelar grandes facilidades para o defesa. Com o austríaco Hermann Stessl a dar a preferência a atletas mais experientes, a solução encontrada para Casimiro surgiria fora do Estádio das Antas e um pouco mais a norte. Apresentado como reforço da AD Fafe, o lateral-esquerdo cumpriria a temporada de 1981/82 na disputa da 2ª divisão. Mesmo tendo mudado de emblema na campanha seguinte, o escalão secundário, já enquanto atleta do Paços de Ferreira, manter-se-ia no seu contexto competitivo por mais um par de anos. Ainda assim, os bons desempenhos não deixariam de apontá-lo como um elemento de grandes recursos e, por essa razão, dono de um enorme potencial. Tal aferição levaria o Salgueiros a apostar na sua contratação e o regresso à cidade do Porto aconteceria em 1984/85.
No popular bairro de Paranhos, inicialmente orientado por Henrique Calisto, Casimiro, já em contexto primodivisionário, ainda teria de enfrentar a concorrência de João Gouveia. No entanto, com a saída deste na época seguinte, o defesa-esquerdo, já a trabalhar com o treinador Humberto Coelho, passaria a ocupar um papel de relevo no alinhamento inicial do Salgueiros. Daí em diante, mesmo com a passagem pelo comando técnico salgueirista de Rodolfo Reis, Fernando Festas e de Fidalgo, o jogador nunca perderia o lugar no “onze”. Sempre nas pelejas do escalão maior português, o destaque merecido levá-lo-ia a ser tido como um dos bons nomes a actuar nas provas lusas. O pior emergiria com o termo da temporada de 1987/88 e o penúltimo lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional determinaria a despromoção do emblema a disputar os desafios caseiros no Estádio Engenheiro Vidal Pinheiro.
Com a descida, Casimiro resolveria dar um novo rumo à sua caminhada profissional. Todavia, ao mudar de emblema, o jogador, em 1988/89, não conseguiria escapar ao degrau secundário. Ainda assim, duraria pouco tempo o regresso aos patamares inferiores. Após ajudar à conquista do Campeonato Nacional da 2ª divisão, o defesa-esquerdo, ao manter-se como um dos nomes no plantel do União da Madeira, voltaria ao cenário competitivo dos “grandes”. A temporada de 1989/90 e a seguinte, sempre na alçada das instruções de Rui Mâncio, dariam ao currículo do atleta mais um par de épocas na disputa da prova de maior calibre no cenário futebolístico português. Ao somar, com o período passado na região insular, uma dúzia de anos cumpridos no patamar maior, o lateral deixaria a colectividade sediada na cidade do Funchal, para retornar ao continente. Na realidade, o regresso à zona Norte, embora afastado definitivamente das pelejas primodivisionárias, levá-lo-ia a abraçar o projecto mais emblemático do seu trajecto enquanto desportista. Na Ovarense passaria 5 campanhas consecutivas, teria nos quartos-de-final da Taça de Portugal de 1994/95 o momento de maior destaque e tomaria, no final das provas agendadas para 1995/96, a decisão de, ao serviço dos “Vareiros”, “pendurar as chuteiras”.

1658 - SOEIRO

Com a formação terminada ao serviço do Vitória Sport Clube, seria ainda em idade júnior que José Manuel Guedes Soeiro da Silva acabaria, pela mão da dupla Djunga/Alfredo Murça, chamado à equipa principal. Após essa estreia, ocorrida no decorrer da temporada de 1983/84, o jovem jogador passaria a fazer parte integrante do plantel sénior do emblema vimaranense. No entanto, a falta de oportunidades traçaria um novo rumo para sua caminhada e o atleta, na campanha de 1985/86, encetaria um périplo que, durante 3 anos, iria levá-lo a representar diversas colectividades.
A passagem por Lixa, AD Fafe e “O Elvas”, mormente pelas duas últimas agremiações mencionadas, acrescentariam bastante ao seu percurso profissional. Nesse sentido, seria com as cores da colectividade minhota que Soeiro viria, inicialmente, a ser chamado aos trabalhos das jovens equipas à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado nos “esperanças”, o jogador, que devido à sua propensão defensiva viria a posicionar no centro da defesa ou a “trinco”, estrear-se-ia com as cores lusas na edição de 1987 do Torneio Internacional de Toulon. Depois dessa partida frente ao Brasil, onde seria orientado por António Oliveira, o atleta, sempre no mesmo escalão, ainda teria a oportunidade de vestir a “camisola das quinas” por outras 5 ocasiões e impulsionado por tais experiências veria as portas do clube sediado na “Cidade Berço” a abrirem-se para o seu regresso.
Em abono da verdade, não seriam apenas as internacionalizações conseguidas que convenceriam os responsáveis técnicos pelo Vitória Sport Clube a recebê-lo de novo em Guimarães. Também a passagem pelo emblema alentejano mencionado no começo do parágrafo anterior, principalmente a maneira como assumiria a titularidade no contexto primodivisionário, serviria de tónico ao seu regresso. Ainda assim, as várias presenças em campo pelo “O Elvas” de 1987/88 não assegurariam o mesmo destaque com a camisola dos “Conquistadores”. Tal preponderância surgiria apenas na temporada de 1988/89 e o jogador, a partir dessa campanha, assumir-se-ia como uma das principais caras da colectividade minhota.
Curiosamente, depois de ter ajudado ao triunfo na edição de 1988/89 da Supertaça e de ter granjeado, com o seu trabalho, o papel de capitão de equipa, o termo da campanha de 1991/92 levá-lo-ia a abraçar outro projecto. Apresentado como reforço do plantel de 1992/93 do Marítimo, Soeiro voltaria a trabalhar sob a intendência de Paulo Autuori, treinador que tinha apostado em si, de forma bem vincada, em Guimarães. No novo contexto competitivo, o atleta entraria para a história do emblema insular, logo na campanha da sua chegada ao Estádio dos Barreiros, como um dos homens a assegurar o 5º posto na tabela classificativa do Campeonato Nacional e, por consequência, a levar os “Leões do Almirante Reis” à inédita qualificação para as provas de índole continental. Já na época seguinte, sob o comando de Edinho, participaria na estreia dos “Verde-rubros” na Taça UEFA e entraria em campo em ambas as partidas frente aos belgas do Royal Antwerp.
No Funchal, permaneceria por 3 anos, ao fim das quais retornaria ao Vitória Sport Clube. Nessa campanha de 1995/96, tal como anteriormente, o jogador viria a assumir-se como um dos nomes habituais arrolados ao “onze”. Porém, a época seguinte voltaria a apresentá-lo com uma camisola diferente. No Sporting de Espinho, a temporada de 1996/97 transformar-se-ia na última da sua caminhada nos cenários primodivisionários. De seguida, pouco tendo passado da barreira dos 30 anos de idade, Soeiro começaria a aproximar-se do fim da sua carreira enquanto atleta e 1998/99, depois de representar o Felgueiras, daria azo a que “pendurasse as chuteiras”.
Apesar de deixar os relvados, Soeiro manter-se-ia ligado à modalidade. Ao abraçar as funções de técnico, o antigo futebolista orientaria diferentes colectividades e, num percurso feito pelos escalões inferiores, Joane, AD Fafe, Paredes, Lixa, Ribeirão, AR São Martinho e Tourizense fariam parte desse trajecto.

1657 - FAIA

Seria no FC Barreirense que João Júlio de Almeida e Silva encetaria a carreira no “jogo da bola”. Após terminar a formação nos “Alvirrubros”, a época de 1947/48, na qual a colectividade sediada na Margem Sul atingiria as meias-finais da Taça de Portugal, dar-lhe-ia a oportunidade de dar, ainda em idade adolescente, os primeiros passos no escalão sénior. Dando início ao percurso na equipa principal na disputa do escalão secundário, o atleta, popularizado pela alcunha Faia, teria de aguardar algumas temporadas para conseguir experimentar as pelejas travadas nos principais palcos do desporto luso. Essa oportunidade surgiria no decorrer da campanha de 1951/52 e daria azo a um dos grandes momentos da sua caminhada competitiva.
Na última temporada referida no parágrafo anterior, orientado por Artur Quaresma e com a chegada às meias-finais da Taça de Portugal como a grande proeza dessa época, Faia, como resultado das suas exibições, seria convidado pelo Sporting para integrar uma digressão agendada para o Brasil. Em “Terras de Vera Cruz”, a participação na Copa Rio daria ao ponta-de-lança o ensejo de entrar em campo frente ao Fluminense e contra os helvéticos do Grasshopers. Já no regresso a Portugal, de volta ao listado branco e vermelho do FC Barreirense, o jogador continuaria a revelar excelsas qualidades para os desempenhos das funções a si atribuídas no sector mais ofensivo da equipa. Tais habilidades, que ajudariam ao 5º posto na tabela classificativa do Campeonato Nacional de 1952/53, seriam suficientes para que de outros emblemas continuasse a surgir o interesse no seu concurso. A transferência viria mesmo a concretizar-se e o avançado, em 1954/55, seria apresentado como reforço da Académica de Coimbra.
Depois de um par de anos na “Cidade dos Estudantes”, a reentrada no Estádio Dom Manuel de Mello entregaria o atleta aos melhores anos da sua carreira. Uma das grandes provas do que acabo de afirmar seria a forma incontestada como assumiria a titularidade. Nesse campo, com o regresso ao FC Barreirense a acontecer em 1956/57, o avançado, na aludida época e nas duas seguintes, conseguiria ser sempre totalista no Campeonato Nacional. Outro aspecto importante emergiria com o interesse dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol nos seus préstimos. Com as cores lusas, para além das participações pela selecção militar, Faia exibir-se-ia por duas vezes, com a estreia, frente a um colectivo da região germânica de Sarre, a acontecer a 3 de Junho de 1956. Depois dessa partida, o jogador ainda vestiria mais uma vez a “camisola das quinas” e encerraria as suas participações por Portugal com duas internacionalizações “B”.
Após cumprido mais um triénio ao serviço do FC Barreirense, a despromoção da colectividade por si representadas levaria o atleta a prosseguir a sua carreira noutras paragens. Depois de deixar os “Alvirrubros” não só como um dos nomes com mais presenças no escalão máximo, os 72 golos concretizados, num total de 5 campanhas, transformá-lo-iam, até aos dias de hoje, no goleador máximo da equipa no contexto primodivisionário. Ainda assim, a sua decisão de mudar de cores levá-lo-ia, em 1959/60, a escolher os grandes rivais da CUF como o emblema seguinte na caminhada competitiva. Na colectividade fabril, mesmo não tendo atingido as metas pessoais alcançadas anteriormente, o atacante conseguiria manter-se importante para os objectivos do colectivo e, nesse sentido, seria preponderante na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa, nomeadamente para o 4º posto atingido em 1961/62. Por fim, em 1963/64 e num trajecto quase exclusivamente dedicado a agremiações do Barreiro, viria o seu ingresso no Luso, emblema que representaria até à segunda metade da década de 1960.

1656 - BARNABÉ

Formado no futebol do Sporting, depois de também ter praticado natação e ginástica no clube, João Pedro Barnabé dos Santos, chegaria a sénior na temporada de 1965/66. Porém, apesar da qualidade exibida projectar para si um lugar no plantel principal, a verdade é que uma lesão levá-lo-ia a adiar tal estreia. Inserido nos “reservas”, o defesa-direito, na campanha de 1967/68, finalmente conseguiria ser chamado ao mais importante “onze” leonino. Arrolado por Fernando Caiado à titularidade, o jogador, na 5ª jornada do Campeonato Nacional, teria o arranque de uma caminhada que, em Alvalade, pouco mais tempo duraria. Sem lugar no plantel dos “Verdes e Brancos”, o atleta mudaria de emblema e encontraria no União de Tomar a sua nova divisa.
No emblema do distrito de Santarém a partir da temporada de 1968/69, Barnabé, como um dos atletas a fazer parte do primeiro grupo a disputar, na história dos “Nabantinos”, o escalão máximo, automaticamente entraria para os anais do clube. Obviamente, não seria apenas este facto a pô-lo em destaque na simpatia dos adeptos. Num conjunto orientado por Oscar Tellechea, o defesa desde logo assumiria um papel deveras importante nos esquemas tácticos pensados pelo treinador argentino. É também verdade que, apesar da segurança dada ao último sector dos homens sediados na “Cidade dos Templários”, onde chegaria a ocupar ambas as laterais, nem sempre conseguiria manter-se como um dos titulares. Nesse sentido, a época seguinte à da sua chegada constituiria uma dessas excepções e, curiosamente, o termo da campanha referida ditaria a despromoção do União de Tomar.
Nas 6 temporadas do União de Tomar na 1ª divisão, Barnabé passaria 4 anos entre os “grandes” do futebol luso. Nesse contexto competitivo, o atleta, em 1971/72 e orientado por Fernando Cabrita, teria a época mais produtiva em termos individuais. Infelizmente, a campanha seguinte voltaria a trazer ao seu percurso a malapata das lesões. Com graves mazelas a atrapalhar a sua continuidade como praticante de alta-competição, o defesa pouco jogaria nas temporadas de 1972/73 e 1973/74. Tamanho revés levá-lo-ia a encarar a sua ligação com o desporto de uma forma diferente da relação tida até esse momento. Ao decidir ser a altura certa para, com 27 anos, “pendurar as chuteiras”, o antigo praticante veria no trilho escolar a melhor maneira de regressar à modalidade da sua paixão e o curso de Educação Física passaria a ocupar a maior parte do seu tempo.
 Ao completar o mencionado grau académico, durante o qual ainda jogaria no Campeonato estudantil e também com as cores do CIF, o antigo futebolista profissional ganharia mais valências para operar no universo do futebol. Ele que, em 1972, já tinha feito parte do grupo fundador do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, a partir de 1982/83, passaria a desempenhar, nas “escolas” leoninas, as funções de treinador. Igualmente como técnico, a sua ligação à Federação Portuguesa de Futebol começaria, no conjunto “A”, como adjunto de Juca. Ainda com a “camisola das quinas”, em dois períodos distintos, assumiria o papel de seleccionador nacional de futebol de praia. Também no futebol de rua haveria de ser o principal timoneiro do conjunto luso. Já no que diz respeito ao trajecto no cenário clubístico, cumprido como técnico-principal, como coordenador-técnico ou coordenador da formação, João Barnabé teria passagens pelo União de Coimbra, Torreense, União de Tomar, Sintrense e Atlético. Para juntar a tudo isto, falta ainda fazer referência às várias “escolas” onde haveria de trabalhar ou o labor na Associação de Futebol de Lisboa.

1655 - RODRIGUES DIAS

Não havendo grandes dados sobre o assunto, ainda assim, existem algumas fontes a asseverar um trajecto de José Rodrigues Dias enquanto futebolista. Dizem-nos essas informações ter, o futuro treinador, jogado a guarda-redes e que, num percurso modesto, terá ainda representado colectividades como o União Almadense, o Trafaria e o Sintrense.
O que parece ser verdade é que, concluído o curso em Educação Física, Rodrigues Dias, paralelamente às actividades relacionadas com o ensino escolar, também terá dedicado bastante da sua disponibilidade ao futebol. Ao assumir, em diferentes ocasiões, diversas funções, o seu trajecto como treinador-principal terá começado pelo Torres Novas e, posteriormente, no Ginásio Clube do Sul. Em 1964/65 terá representado, como elemento técnico das camadas jovens, o alcantarense Atlético. Seguir-se-ia, não muito tempo depois, a entrada naquele que viria a tornar-se no emblema mais representativo da sua caminhada na modalidade, o Sporting.
Em Alvalade começaria o seu trabalho, nas camadas jovens, a partir da temporada de 1965/66. Igualmente contribuiria para os sucessos da equipa principal nas funções de adjunto e, como aconteceria em 1967, por ocasião do Torneio Ibérico de Badajoz, assumiria, ainda que de forma interina, o papel de técnico-principal dos “Leões”. No entanto, mesmo com desempenhos louváveis, a primeira grande oportunidade conseguida para o seu trajecto profissional viria do Norte de Portugal. Convidado pelo Varzim, agarraria o momento e ficaria como responsável-mor dos “Lobos-do-mar”. Nessa campanha de 1970/71, a disputar a 1ª divisão, a verdade é que o desempenho colectivo ficaria aquém do esperado. Numa equipa a contar com nomes míticos da colectividade, como Sidónio, Fernando Ferreira, Quim ou Salvador, as pobres exibições do grupo a envergar o listado alvinegro fariam com que Rodrigues Dias, após a 21ª jornada, abandonasse o clube, indo para o seu lugar Noé Castro.
Já aquela que viria a tornar-se na época áurea da sua caminhada pelo futebol desenrolar-se-ia entre a última metade da década de 1970 e o início dos anos de 1980. O encetar desse grande capítulo surgiria em 1975/76, durante o qual, Rodrigues Dias emergiria como o preparador-físico da equipa principal do Sporting. Em idênticas tarefas, num grupo de trabalho liderado por José Maria Pedroto, surgiria o período entre 1976 e 1977, onde trabalharia para a Federação Portuguesa de Futebol. Depois assomar-se-ia novamente a Alvalade. Ao aceitar o desafio do Presidente João Rocha, substituiria o brasileiro Paulo Emílio para, a partir de Janeiro, passar a liderar os “Leões”. No que restaria da temporada de 1977/78, seria na Taça de Portugal que conseguiria tirar, do grupo ao seu cargo, os melhores resultados. Com os “Verdes e Brancos” a alcançarem a derradeira ronda da denominada “Prova Rainha”, a resolução da referida competição, após o empate a 1-1, necessitaria de uma sequela. Na finalíssima, o resultado frente ao FC Porto fixar-se-ia nos 2-1 e o tão almejado troféu ficaria a cargo dos escaparates do emblema lisboeta.
Após, em 1978/79, ter voltado às funções de preparador-físico, o começo da época seguinte surgiria com a aposta do seu nome para regressar ao comando técnico do Sporting. Todavia, a primeira metade da temporada resultaria, depois de algumas polémicas com a direcção, na saída do treinador. Com Fernando Mendes a ocupar o seu lugar, a substituição, muito à custa do trabalho iniciado por Rodrigues Dias, resultaria na conquista da prova de maior calibre no calendário luso e, meritoriamente, o nome do técnico também seria incluído no rol de figuras a contribuir para a vitória no Campeonato Nacional.
Ainda nessa temporada de 1978/79, Rodrigues Dias continuaria o seu périplo por emblemas primodivisionários. Depois de orientar o Beira-Mar, seguir-se-iam, nas épocas vindouras, o par de campanhas ao serviço do Vitória Futebol Clube e a campanha de 1981/82 à frente do Belenenses. Por fim, o treinador ainda registaria passagens pelo Quimigal, Sintrense e Lusitano de Vila Real de Santo António.

1654 - SIDÓNIO

Júnior do Benfica, a época de 1958/59 significaria para Sidónio da Silva Bastos a chegada ao universo sénior. Tendo conseguido apenas segurar um lugar no conjunto de “reservas” das “Águias”, o jovem praticante teria de aguardar até 1960/61 para receber de Béla Guttmann a primeira oportunidade na equipa principal. Na referida temporada e na subsequente, campanhas em que os “Encarnados” triunfariam na Taça dos Clubes Campeões Europeus, o jogador somente entraria em campo nas competições de índole interno. Ainda assim, a meia dúzia de partidas por si disputadas, serviriam para inscrever no seu currículo alguns títulos importantes e as vitórias no Campeonato Nacional de 1960/61 e na Taça de Portugal do ano seguinte passariam a fazer parte do palmarés do defesa-esquerdo.
Já como internacional militar, Sidónio, em busca de mais presenças em campo, seria, na temporada de 1962/63, apresentado como reforço do Atlético. Sem deixar as contendas do escalão máximo, o defesa-esquerdo, a exibir-se no Estádio da Tapadinha, conseguiria afirmar-se como um dos elementos habitualmente arrolados ao “onze” inicial. No entanto, a despromoção da colectividade nascida no lisboeta bairro de Alcântara, faria com que procurasse prosseguir a sua senda competitiva noutras paragens. Nesse sentido, seria o plantel de 1963/64 do Varzim, colectividade a estrear-se na 1ª divisão, a receber o atleta nascido em Moçambique. A trabalhar sob a intendência de Artur Quaresma, o esquerdino voltaria a afirmar-se como uma dos bons elementos a passar pelas provas de maior calibre no calendário futebolístico português. Tal estatuto saberia mantê-lo nas campanhas seguintes e com o acumular de partidas cumpridas pelos “Lobos-do-mar”, o jogador encaminhar-se-ia para o estrito rol de nomes históricos a envergar a camisola da colectividade nortenha.
Tendo passado pelas mãos de diferentes treinadores, como são exemplo, para além do nome referido no parágrafo anterior, José Maria Pedroto, José Valle, Ricardo Perez, Monteiro da Costa, Joaquim Meirim, Rodrigues Dias ou Noé Castro, Sidónio raras vezes perderia a importância no seio do plantel do Varzim. A preponderância apresentada durante 8 temporadas consecutivas, todas elas na disputa da 1ª divisão, faria com que também fosse um dos responsáveis pelas diferentes metas alcançadas pelo clube. Entre os sucessos conseguidos, o maior destaque ira para o 6º posto atingido, na tabela classificativa do Campeonato Nacional, com o termo da campanha de 1969/70. Curiosamente, a época imediatamente a seguir terminaria com a despromoção do colectivo a trajar o listado alvinegro. O desaire marcaria também a separação do emblema e do defesa-esquerdo, o qual, em 1971/72, viria a prosseguir a carreira ao serviço da AD Fafe.
Sem ter conseguido confirmar a veracidade da informação fornecida por algumas fontes, depois da passagem de um ano pela agremiação minhota, Sidónio, hipoteticamente, ainda terá regressado ao Varzim. Infelizmente faltaram-me encontrar outras evidências para que possa considerar tal afirmação como correcta. Todavia, achei relevante torná-la aqui disponível.

1653 - MONTEIRO DA COSTA

António Henrique Monteiro da Costa encetaria a sua caminhada desportiva ao serviço do Sporting de Espinho. Tendo chegado à equipa principal dos “Tigres da Costa Verde” na temporada de 1946/47, não demoraria muito até ver reconhecidos os excelentes predicados como jogador. Aguerrido, resistente, com boa velocidade, excelente leitura de jogo, passe certeiro e ainda com “faro” para o golo, o jovem praticante depressa revelaria capacidades para ocupar um lugar em colectividades com ambições maiores. Seria, no entanto, já como membro do plantel de 1948/49 da UD Oliveirense que a cobiça de outras agremiações começaria a acicatar-se. Já cotado como uma excelente promessa, Benfica, Sporting e Académica de Coimbra viriam no seu encalço. Ainda assim, a sua preferência recairia sobre o emblema favorito da família e a camisola do FC Porto, a partir da campanha de 1949/50, passaria a fazer parte da sua senda competitiva.
Depois de uma enorme confusão com “fichas” rubricadas pelos “Dragões” e pela UD Oliveirense e com o Sporting de Espinho a reclamar igualmente os direitos de uma transferência, Monteiro da Costa, a troco de aproximadamente cem contos e 4 partidas disputadas, total distribuído pelas duas instituições a reclamar as compensações, lá chegaria à Constituição. Estrear-se-ia na 1ª divisão, sob as ordens de Augusto Silva, como avançado. No entanto, ao longo dos anos, dando justiça às suas habilidades de elemento polivalente, passaria por todas as posições de campo. Com tantos atributos, o jogador depressa viria a constituir-se como um dos elementos principais do plantel portista. Daí em diante, raras seriam as ocasiões em que o seu nome não marcaria presença no “onze”. Tal regularidade dar-lhe-ia o direito de figurar nos momentos mais faustosos, cumpridos durante a década de 1950, pelo FC Porto. Destacar-se-iam os títulos conquistados e, nesse campo, sobressairiam as vitórias nos Campeonatos Nacionais de 1955/56 e de 1958/59 e nas edições de 1955/56 e de 1957/58 da Taça de Portugal.
Tamanho sucesso levá-lo-ia, com alguma naturalidade, a ocupar um lugar nas convocatórias da selecção nacional. A 23 de Novembro de 1952, num grupo a contar também com Barrigana e com Carvalho, seus colegas no FC Porto, o atleta seria chamado a um jogo de preparação. Esse desafio, jogado sob a intendência de Cândido de Oliveira, serviria de arranque a uma caminhada a levá-lo a outras partidas disputadas com a “camisola das quinas”. Após a referida peleja frente à Áustria, seguir-se-iam, ainda que espaçadas, outras 3 aparições pelo conjunto “A” português, às quais, num total de 6 internacionalizações, o jogador juntaria um par de presenças feitas ao serviço da equipa “B” lusa.
Apesar da passagem pela selecção de Portugal, os maiores destaques da sua carreira surgiriam com as cores do FC Porto. Num cômputo de 328 partidas disputadas e 92 golos concretizados ao longo de 13 épocas de jogos oficiais, Monteiro da Costa transformar-se-ia numa figura mais do que merecedora de um lugar na lista dos nomes mais notáveis da história dos “Dragões”. Muito para além dos números faustosos a compor a sua longa passagem pelo emblema da “Cidade Invicta”, premiados pela íntegra utilização da braçadeira de capitão, o atleta também alcançaria feitos e faria parte de momentos de indubitável importância para a agremiação nortenha. A inauguração do Estádio das Antas, a 28 de Maio de 1952, transfigurar-se-ia num desses capítulos. Outro seria a estreia dos “Azuis e Brancos” nas competições de índole continental, onde, frente aos bascos do Athletic Bilbao, disputaria a edição de 1956/57 da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Mesmo tendo em conta a fiel ligação entre o jogador e o clube, a caminhada de Monteiro da Costa enquanto futebolista conheceria, na temporada de 1961/62, o seu termo. Afastado temporariamente do FC Porto, Monteiro da Costa daria início à carreira como treinador. O Salgueiros, a promoção à 1ª divisão conseguida ao serviço da Sanjoanense, o Varzim ou o Paços de Ferreira só seriam ultrapassados, no plano meramente pessoal, pela importância das suas passagens pelos “Dragões” onde, para além de orientar as camadas jovens, também chegaria à equipa principal, embora de forma interina, nas campanhas de 1974/75 e 1975/76.

1652 - OSVALDO CAMBALACHO

Familiar de Octávio Cambalacho e de Manuel Cambalacho*, outros dois nomes com forte passagem pelo futebol português, Osvaldo Marques Santos Cambalacho, com uma carreira notável, não deixaria o nome do clã envergonhado. Tal como a parentela referida, seria o Seixal a conferir-lhe a naturalidade. Também na Margem Sul, o defesa-esquerdo, naquele que é o emblema mais representativo da mencionada localidade, daria os primeiros passos na modalidade. Com a estreia sénior a acontecer na temporada de 1942/43, os primeiros anos do atleta seriam cumpridos nas disputas dos patamares secundários. Ainda assim, as suas qualidades não passariam despercebidas a emblemas de outra monta e na campanha de 1948/49 seria apresentado como reforço do “O Elvas”.
Com o emblema alentejano a militar na 1ª divisão, Osvaldo Cambalacho, com outros colegas a merecerem a preferência de Severiano Correia, teria uma primeira época algo discreta. Já a chegada ao comando técnico dos “Azul e Oiro” de Mariano Amaro mudaria o seu cenário competitivo, tornando-se o defesa-esquerdo num dos elementos mais utilizados no plantel da colectividade raiana. Por outro lado, essa campanha de 1949/50 ditaria a despromoção do “O Elvas” ao 2º escalão. Ainda assim, a descida de divisão em pouco beliscaria a cotação do jogador. Nesse sentido, passados 4 anos sobre a chegada ao Rossio da Fonte Nova, o atleta receberia um novo convite e a viagem até ao Norte do país levá-lo-ia a abraçar a época mais faustosa da sua carreira.
Contratado pelo FC Porto para a temporada de 1952/53, o atleta começaria a trabalhar sob as instruções do argentino Lino Taioli. No entanto, mesmo reconhecidas as suas qualidades, a presença no plantel de Virgílio e de Carvalho impediria que o jogador conseguisse agarrar um lugar na equipa. Aliás, seria necessária a introdução, por parte de Dorival Yustrich, de um sistema táctico com três defesas, para que o esquerdino tomasse lugar, de forma inequívoca, no “onze” dos “Azuis e Brancos”. Já consigo cimentado como titular, essa temporada de 1955/56 significaria também a estreia do jogador nas conquistas de cariz nacional. Nesse contexto vencedor, primeiro emergiria o triunfo no Campeonato Nacional para, de seguida, numa final com a presença de Osvaldo Cambalacho, surgir a vitória na Taça de Portugal.
Outro momento de inolvidável importância na sua carreira surgiria na temporada a seguir à conquista da “dobradinha”. Com o FC Porto, pela primeira vez na história, a participar numa prova de âmbito continental, o sorteio da Taça dos Clubes Campeões Europeus ditaria ao destino o embate entre os “Dragões” e o Athletic Bilbao e apesar da dupla derrota do conjunto português, Osvaldo Cambalacho surgiria, numa eleição do brasileiro Flávio Costa, como um dos atletas arrolados ao embate ibérico.
Numa última temporada em que Barbosa ultrapassaria Osvaldo Cambalacho na luta por um lugar na equipa, o defesa-esquerdo teria na campanha de 1957/58 a derradeira aparição ao serviço do FC Porto. Daí em diante, numa caminhada a aproximar-se do fim, tempo ainda para o atleta representar o Vila Real, o Freamunde e o Leverense. Mesmo “penduradas as chuteiras”, o antigo jogador voltaria a ligar-se ao futebol e, no papel de treinador, orientaria emblemas como o Boavista, o Juventude de Évora, o Vizela ou a UD Oliveirense.

*Cheguei a ler que Osvaldo seria irmão de Octávio e tio de Manuel. Recentemente, noutra versão, em que só era feita referência à relação dos dois futebolistas mais velhos, dizia-se que Osvaldo seria sobrinho de Octávio. Nunca consegui confirmar a correcção de qualquer uma das afirmações.

1651 - SALVADO

Formado no Benfica, seria ainda como membro das “escolas” benfiquistas que Joaquim António Santos Salvado acabaria chamado às jovens selecções de Portugal. Inserido nos trabalhos das equipas juniores, o atacante surgiria pela primeira vez com a “camisola das quinas” a 20 de Fevereiro de 1975. Nessa partida forasteira frente à Itália, o jogador apresentar-se-ia ao lado de nomes que ficariam bem conhecidos no desporto luso, casos de Chalana, Formosinho, Veloso, Manuel Amaral ou até de Orlando Duarte, famoso pela sua brilhante contribuição, como treinador, no futsal luso. O referido desafio encetaria uma caminhada a levá-lo a um total de 4 internacionalizações e a dar-lhe o direito de ainda integrar, apesar de nunca ter entrado em campo, o conjunto de “esperanças”.
No que diz respeito à carreira sénior, sem lugar no conjunto principal do Benfica, Salvado deixaria a Luz para, a poucos quilómetros da “casa” onde tinha completado a formação, encontrar a oportunidade para prosseguir a sua caminhada competitiva. No Estoril Praia, num plantel de 1977/78 a digladiar-se na 1ª divisão, o atacante, orientado inicialmente por José Torres, apesar da inexperiência, valer-se-ia da qualidade do seu jogo para, desde a entrada no Estádio António Coimbra da Mota, conseguir impor-se como um dos titulares do colectivo sediado na Linha de Cascais. Nos anos seguintes, o mesmo registo e o sublinhar de uma importância cevada pelos números apresentados no final de cada campanha. Porém, o cenário mudaria. Após o revés colectivo da passagem pela 2ª divisão de 1980/81, o regresso dos “Canarinhos”, logo na época seguinte, ao convívio com os “grandes”, mostraria um atleta distante de registos anteriores e, tal contexto, fá-lo-ia mudar de rumo.
No Sporting de Espinho de 1982/83, com o clube igualmente a militar no patamar máximo, Salvado, orientado por Álvaro Carolino, conseguiria recuperar algum do brilho perdido em anos anteriores. Ainda assim, na vivência de duas temporadas com os “Tigres da Costa Verde”, o atacante, que também possuía predicados para jogar mais recuado no terreno de jogo, nunca haveria de agarrar a titularidade como um hábito transversal às diferentes rondas e desafios agendados para as provas do calendário futebolístico luso. Compreendendo o desaire, o jogador voltaria a procurar, numa nova mudança de rumo, a solução para relançar a sua carreira. No entanto, a entrada no Estrela da Amadora, apresentado como reforço para a campanha de 1984/85, afastá-lo-ia, em definitivo, dos principais palcos portugueses. Paralelamente, numa carreira que, até pela idade do atleta, parecia ainda ter muito para dar, o fim da sua caminhada desportiva viria a afigurar-se num horizonte não muito longínquo e após 3 épocas cumpridas na Reboleira, a passagem pelo Cova da Piedade de 1987/88 significaria, para o avançado de 31 anos de idade, o “pendurar das chuteiras”.

1650 - ISIDRO BEATO

Seria ainda como elemento das “escolas” do Belenenses que Isidro Miguel Palmela da Silva Beato viria a juntar-se aos trabalhos das equipas de formação a cargo da Federação Portuguesa de Futebol. Com os actualmente denominados sub-18, o jovem praticante, chamado por José Maria Pedroto, encetaria a caminhada internacional numa partida a contar para a Fase de Apuramento do Torneio Internacional de Juniores da UEFA. Tal desafio, disputado a 27 de Março de 1974, frente à Suíça, daria início a um trajecto que, ainda nesse ano, levaria o jogador à Fase Final do referido certame. Na Suécia, num grupo a contar com as presenças de Eurico, de Gomes ou de Lito, o centrocampista conseguiria assumir-se como um dos titulares do conjunto luso. Apesar dos resultados colectivos bem aquém do esperado, a competição organizada na Escandinávia, serviria para que o atleta continuasse a merecer a confiança dos responsáveis federativos e, daí para a frente, entre o já mencionado escalão e os “olímpicos”, o médio somaria um total de 12 partidas com as cores de Portugal.
No que diz respeito à sua carreira futebolística, impulsionado pelos jogos feitos com a “camisola das quinas”, Isidro Beato, na temporada de 1974/75, passaria a incorporar o plantel sénior dos “Azuis”. A trabalhar com Peres Bandeira, o médio rapidamente assumiria um papel de relevo no sector intermediário do Belenenses. Como um dos habituais titulares, o médio daria um enorme contributo para que a agremiação lisboeta fosse declarada como um das vencedoras da edição de 1975/76 da Taça Intertoto. Nisso de competições de índole continental é impossível olvidar a eliminatória da Taça UEFA disputada, em 1976/77, frente ao FC Barcelona. Como um dos elementos chamados ao “onze” por Carlos Silva, o jogador participaria, no Estádio do Restelo, no empate a 2 bolas. Já em Camp Nou ajudaria à espantosa exibição do agremiado luso, o qual, só bem perto do final do jogo, sofreria o golo a ditar a passagem dos “Culés”.
Também no plano interno, Isidro Beato contribuiria para os bons resultados que, amiúde, o Belenenses viria a registar. Porém, nas duas derradeiras temporadas no Restelo, a verdade é que a sua preponderância, nos esquemas tácticos idealizados para equipa, diminuiria substancialmente. Talvez à procura de um desafio capaz de relançar a sua carreira, o centrocampista aceitaria o repto lançado pelo Farense e acabaria por abraçar os desafios do 2º escalão. No Algarve, onde voltaria a trabalhar com António Medeiros, o atleta cumpriria apenas uma temporada. Finda essa campanha no sul do país, o jogador regressaria à Grande Lisboa, onde passaria a envergar as cores do Estoril Praia. A entrada no Estádio António Coimbra da Mota em 1982/83 devolvê-lo-ia aos principais palcos do futebol luso. Infelizmente para si, os “Canarinhos”, no final da sua segunda época no clube, claudicaria na luta pela manutenção. A partir daí, a sua caminhada ficaria definitivamente arredada dos cenários primodivisionários e mantendo-se fiel à agremiação da Linha de Cascais, o termo da sua carreira surgiria com o encerrar das provas agendadas para 1986/87.
Apesar de “penduradas as chuteiras”, Isidro Beato manter-se-ia ligado ao futebol. Numa carreira cumprida, na sua totalidade, nas pelejas dos degraus secundários, o antigo médio teria experiências, como treinador-principal, à frente de emblemas como o “O Elvas”, o Fanhões ou o Estoril Praia. No entanto, a sua carreira ficaria estreitamente ligada ao desporto açoriano e para além do Praiense, Marítimo da Graciosa, e Boavista de São Mateus, seria no União Micaelense que encontraria a colectividade mais representativa da sua caminhada enquanto técnico.