1572 - CARLOS SILVA

Sobre Carlos Silva é fácil saber que a única chamada à principal selecção lusa ocorreria a 1 de Dezembro de 1929. Nessa partida disputada em San Siro, chamado à contenda frente à Itália por Almiro Maia de Loureiro, o guardião partilharia o relvado com José Silva, seu colega no União Lisboa. Num conjunto também composto por António Pinho, Augusto Silva, Pepe, Valdemar Mota ou Vítor Silva, Portugal sairia de Milão esmagado por 6-1. Ainda assim, o momento seria grato para o atleta, que passaria a acrescentar 1 internacionalização ao currículo pessoal.
Existe ainda outro episódio, por ser importante nas provas lusas, do qual também é simples achar diversos registos. Refiro-me à final do Campeonato de Portugal de 1928/29, em que o União Lisboa, com Carlos Silva no “onze”, sairia do Campo da Palhavã derrotado pelo Belenenses. No entanto, ao querer aprofundar mais aquele que terá sido o percurso clubístico do guarda-redes, tendo em contas as dificuldades em descobrir referências, coevas ou não, acerca do futebol dos anos de 1920 e 1930, a verdade é que a informação encontrada é pouca. Ainda assim, tais dados não são impossíveis de achar. Com essa ideia em mente, embrenhei-me em algumas publicações que fui encontrando. O resultado, ao não ser totalmente satisfatório, ainda assim permitiu-me dar mais alguma cor à caminhada do referido atleta e deu-me a possibilidade de deixar-vos uma singela “rapsódia” desses passos.

  • Ilustração Portuguesa (Edição semanal do Jornal O Século) – 27/10/1923; Vitória FC 4; União Lisboa 2 – Estádio do Campo Grande; Campeonato Lisboa (2ª divisão) – Alinhamento do “União: Guarda-rêde, Carlos Silva; defesas, João Duarte e Claro Duarte; medios, J. Maria Rodrigues, Antonio Flores e Antonio dos Santos; avançados, Mario Pereira, Liberto dos Santos, Julio Filipe, José Alves e José Nunes”.
  • Stadium; 30/11/1932 – União Lisboa 4; Sacavenense 1 – Campo de Santo Amaro; 4ª jornada do Campeonato de Lisboa – “Uma jogada perigosa: Carlos Silva salva um «goal», que um seu companheiro de clube pretendia enfiar-lhe…” (legenda a foto).
  • Diário de Lisboa; 08/01/1933 – União Lisboa 2; Carcavelinhos 0 – Campo de Santo Amaro; 6ª jornada do Campeonato de Lisboa – “As duas «equipes» jogaram bem e os dois guarda-redes – Carlos Silva, do União, e Francisco Lopes, do Carcavelinhos – tiveram esplendidas intervenções.
  • Diário de Lisboa; 12/02/1933 – União Lisboa 0; Sporting 3 – Campo de Santo Amro; 9ª jornada do Campeonato de Lisboa – “O primeiro tempo terminou por 1 a 0, a favor do Sporting, tendo o «goal» sido marcado, a 2 minutos do intervalo, por intervenção de Gralho que aproveitou com oportunidade e um belo «shoot» um centro de Mendes. Carlos Silva não teve possibilidades de defesa”.
  • Diário de Lisboa; 19/02/1933 – Benfica 4; União Lisboa 0 – Campo das Amoreiras; 10ª jornada do Campeonato de Lisboa – “No último quarto de hora Xavier, numa jogada pessoal, e com sucessivos «driblings», logrou levar a bola até às redes de Carlos Silva, que defendeu”.
  • Stadium, 22/03/1933 – Carcavelinhos 2; União Lisboa 1 – Campo da Tapadinha; 12ª jornada do Campeonato de Lisboa – “Almeida, Viriato e Carlos Silva, foram os únicos que tentaram sobreviver à «catástofre» mas no final do encontro também desnortearam um tanto”.
  • Diário de Lisboa; 30/04/1933 – Sporting 3; União Lisboa 1 – Estádio do Campo Grande; 14ª jornada do Campeonato de Lisboa – “O Sporting esteve pouco tempo na situação de vencido e empatou aos 5 minutos, por intermédio de Valadas, depois de grande confusão em frente de Carlos Silva”.
  • Diário de Lisboa; 11/05/1933 – União Lisboa 0; Belenenses 3  – Campo de Santo Amaro; 18ª jornada do Campeonato Lisboa – “O «goal» do Belenenses, feito contra a toada do jogo, foi marcado aos 15 minutos de jogo. Heitor, sozinho, realizou um «sprint», e à entrada grande área fez um remate de fácil defesa. Mesmo assim, Carlos Silva deixou-se bater inexplicavelmente”.

Com certeza que, nesta compilação, terão reparado numa particularidade, a qual é alheia a minha vontade e pesquisa. É verdade, pouco mais consegui do que alguns registos referentes à edição de 1932/33 do Campeonato de Lisboa! Todavia, para concluir este texto, falta referir que existem fontes a asseverar a participação de Carlos Silva nas provas agendadas para as épocas de 1928/29, 1929/30 e 1934/35.

1571 - ELÓI

Ao aparecer na equipa de honra do Belenenses no desenrolar da temporada de 1940/41, António Elói da Silva, pela mão de Artur José Pereira, daria os primeiros passos para entrar numa das mais belas páginas da história do emblema lisboeta. Avançado polivalente, capaz de ocupar um lugar tanto a extremo como em posições mais centrais do quinteto ofensivo, mesmo sem conseguir alcançar o destaque oferecido pela constância no “onze” titular”, ainda assim sublinhar-se-ia como um elemento de indubitável valor e utilidade. A primeira ocasião para sublinhar essa importância surgiria com o avançar na Taça de Portugal de 1941/42. Numa época em que viria a assumir-se como um dos membros do plantel dos “Azuis” com mais chamadas a jogo, as suas exibições seriam fulcrais para a senda a levar o seu conjunto até ao derradeiro desafio da prova. Já no Estádio do Lumiar, frente ao surpreendente Vitória Sport Clube, o atacante seria chamado à peleja pelo treinador Rodolfo Faroleiro e ajudaria ao triunfo por 2-0.
Apesar de um arranque de carreira auspicioso, a verdade é que Elói nunca viria a tornar-se num dos indiscutíveis do principal grupo de trabalho do Belenenses. No entanto, mesmo sem essa hegemonia, a preponderância para as demandas do colectivo “alfacinha”, amiúde a levá-lo a ser chamado às diferentes rondas das mais distintas competições, seriam mais do que suficientes para justificar a sua continuidade entre os demais colegas. Com os “Azuis” sempre na disputa dos títulos “regionais” ou de índole nacional, o segundo troféu para o seu palmarés pessoal não surgiria muito tempo depois do referido no parágrafo anterior e o triunfo na edição de 1943/44 do Campeonato de Lisboa também passaria a embelezar o currículo do atacante.
Por coincidência, a outra conquista do “regional” lisboeta aconteceria no decorrer da época a trazer para a existência do Belenenses a página mais dourada da sua história. Num grupo brilhantemente conduzido por Augusto Silva e composto por magnificentes intérpretes, casos dos internacionais Artur Quaresma, Capela, Feliciano, Vasco Oliveira, Serafim, Mariano Amaro ou Rafael Correia, Elói também viria a apresentar-se como um dos nomes a contribuir fortemente para o enorme sucesso do colectivo. Ao entrar em campo, de forma consecutiva, nas 10 rondas iniciais do Campeonato Nacional da 1ª divisão, as suas exibições também contribuiriam para a luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa e para a vitória, finda a temporada de 1945/46, na competição de maior expressão no calendário português de futebol.
Com o intuito de ser utilizado de forma mais consistente, Elói, concluída a campanha de 1946/47 e ao fim de 7 temporadas como sénior, separar-se-ia do Belenenses. Sem deixar o degrau máximo, o atacante haveria de rumar a norte e no Sporting de Braga encontraria o novo clube. Ao aceitar o convite da insígnia minhota, o jogador, ao integrar o grupo a fazer a estreia na 1ª divisão, entraria imediatamente para as crónicas do clube. Suceder-se-iam, ao lado de nomes míticos da agremiação minhota e do futebol português como Eduardo Vital, Cesário, Corona, Baptista ou António Marques, 7 campanhas consecutivas no patamar maior. Quase sempre titular, o atleta só na derradeira época realizada com as cores dos “Guerreiros” viria a perder alguma preponderância no esquema táctico da equipa. Seguir-se-ia, depois de desvinculado do emblema bracarense, 1 último ano ao serviço do Vitória Sport Clube, concluindo, com essa passagem pela “Cidade Berço”, uma carreira futebolística de dezena e meia de temporadas efectuadas exclusivamente entre os “grandes”.

1570 - ALMEIDA

Tendo dividido o percurso formativo entre as “escolas” do Varzim e as do FC Porto, João Luís Pinto de Almeida subiria a sénior na temporada de 1962/63. Tapado por colegas mais experientes, caso de Miguel Arcanjo, o jovem defesa-central poucas oportunidades conseguiria sob a alçada do técnico Janos Kalmar. Todavia, na época seguinte à da sua chamada aos trabalhos do plantel principal, seria a lesão do colega ainda agora referido a abrir-lhe as portas da titularidade. Inicialmente a trabalhar com Artur Baeta, para, após a 4ª ronda do Campeonato Nacional, passar a ser treinado por Otto Glória, o jogador afirmar-se-ia como um dos esteios dos “Azuis e Brancos”. Daí em diante, raras seriam as vezes em que sairia dos planos dos diferentes timoneiros à frente da colectividade sediada na “Cidade Invicta” e o seu nome começaria a ser pensado no contexto de cogitações bem mais faustosas.
A regularidade apresentada nas primeiras épocas da carreira faria com que da Federação Portuguesa de Futebol começassem a pensar em si como um possível reforço nas pelejas agendadas para a “camisola das quinas”. Uma dessas hipóteses emergiria com a veiculação da lista de 40 pré-convocados, elaborada por Manuel da Luz Afonso, para o Mundial de 1966. Contudo, não tendo sido chamado para o certame realizado em Inglaterra, seria pelos “BB”, sem esquecer a participação na selecção militar, que o defesa-central teria oportunidade de auxiliar Portugal. Nessa senda, o jogador seria convocado à contenda marcada para o Estádio do Bonfim. Em Setúbal, a 11 de Junho 1966, Almeida entraria em campo ao lado de Custódio Pinto, camarada no FC Porto, e dessa maneira selaria 1 internacionalização com as cores lusas.
Apesar de ainda ter mantido a titularidade no FC Porto durante a temporada de 1966/67, a situação do jogador, nas campanhas seguintes, alterar-se-ia de forma bem vincada. A perda de preponderância fá-lo-ia dar um novo rumo à carreira, encontrando no FC Barreirense a nova morada. No emblema sediado na Margem Sul, o atleta passaria a integrar uma colectividade a atravessar uma fase áurea da sua história. Num plantel comandado por Manuel Oliveira e composto por nomes como Bento, Bandeira, Valter, João Carlos ou Mira, o defesa-central, logo na campanha de 1969/70, contribuiria para a melhor classificação de sempre da agremiação, o 4º posto no Campeonato Nacional da 1ª divisão, e consequente apuramento e estreia nas provas de índole continental. Nesse cenário competitivo, inserido na edição de 1970/71 da Taça das Cidades com Feira, aos homens do listado alvirrubro, calharia em sorte jogarem com os jugoslavos do Dinamo Zagreb. Porém, com Almeida escalonado para o “onze” em ambas as partidas e apesar da vitória caseira por 2-0, uma copiosa derrota na 2ª mão empurraria para fora da prova o conjunto luso.
Seguir-se-ia, em 1971/72, o seu ingresso no Farense. Assumindo-se como titular no centro do sector mais recuado, Almeida passaria a ser tido como um dos pilares do esquema táctico idealizado por Manuel Oliveira. Ao acompanhar a equipa no patamar máximo, quase sempre como membro do “onze” inicial, o defesa-central acrescentaria ao currículo outras 5 campanhas primodivisionárias. Aliás, seria na agremiação do Sotavento que o jogador completaria o percurso de 13 temporadas no 1º escalão. Depois, antes do termo da sua caminhada enquanto futebolista, viriam ainda o Famalicão e o Mirandela. Seria igualmente em Trás-os-Montes e em Mirandela que encetaria a carreira como treinador, a qual também passaria pelo Desportivo das Aves e pelas camadas jovens do Rio Ave.

1569 - ARTUR DYSON

Depois de cirandar pelas categorias inferiores, Artur Dyson estrear-se-ia no conjunto principal do Benfica a 27 de Outubro de 1929. Até aqui tudo parece ser consensual. No entanto, é como consequência do referido dia que surge a primeira “polémica” na carreira do guardião. Ora, o atleta terá nascido a 9 de Janeiro de 1912 ou, segundo outras fontes, a 11 de Janeiro de 1911*. Fiando-nos na data inicialmente apresentada e a mais comumente veiculada, o jogador continua a ser o guarda-redes mais novo de sempre a envergar as cores da primeira equipa dos “Encarnados”. Porém, se atendermos como verdadeira a referência seguinte, então esse recorde, quebrado 14 de Outubro de 2017, será de Mile Svilar.
Controvérsias à parte, a verdade é que Artur Dyson, lançado pelo treinador Arthur John numa partida frente ao União Lisboa, depressa viria a ser aferido como uma das grandes promessas do desporto luso. Indivíduo de enorme elasticidade, justificada a excelente condição física pela afincada prática de natação e de pólo aquático, o guarda-redes assumiria facilmente a titularidade no Benfica. Já como elemento habitual no “onze” das “Águias”, o jovem atleta seria chamado aos trabalhos da Federação Portuguesa de Futebol. Arrolado por Tavares da Silva a uma peleja frente à Bélgica, o encontro, marcado a 31 de Maio de 1931 no Lumiar, encetaria uma caminhada que, já na condição de membro integrante do plantel do Sporting, ainda somaria outras 3 internacionalizações “A”.
Tal como destapado no parágrafo anterior, Artur Dyson, após ajudar o Benfica, com presença em ambas as finais, à conquista de 2 Campeonatos de Portugal, passaria a representar o Sporting. Nos “Leões” a partir da temporada de 1931/32, onde voltaria a trabalhar sob a intendência de Arthur John, o guardião, contratado com o intuito de preparar a sucessão de Cipriano Santos, rapidamente assumiria uma posição de destaque no plantel dos “Verde e Brancos”. Contudo, o atleta, conhecido pelo temperamento impertinente, começaria rapidamente a acumular os mais variados celeumas. No rol desses alaridos, por entre uma agressão a um jornalista, as declarações públicas contra os estágios da equipa e ainda as “birras” com a perda da titularidade, o guardião passaria também a ser apontado pela falta de concentração revelada durante o desenrolar das partidas. Aliás, seriam essas distracções que levariam os colegas de posição a tomar-lhe o lugar. Ainda assim, a sua contribuição resultaria num bom rol de títulos para o emblema “alfacinha” e nas 6 temporadas leoninas auxiliaria à vitória em 3 Campeonatos de Lisboa e em 1 Campeonato de Portugal.
Apesar das qualidades reconhecidas, a presença no plantel leonino de João Azevedo faria com que Artur Dyson perdesse a preponderância de anos anteriores. Tal ocaso chegaria a uma tal severidade que o guarda-redes, no decorrer da campanha de 1936/37, não haveria de contabilizar qualquer partida oficial. Seguir-se-ia, ainda no futebol, uma época integrado no plantel de 1937/38 do Belenenses, onde, mais uma vez, haveria de arranjar umas quantas altercações. Depois, resultado da inegável paixão pelo desporto, surgiria a carreira de árbitro internacional de Hóquei em Patins, a qual duraria até aos 55 anos de idade.

*retirado de https://www.sportingcanal.com/?p=1010 (especial atenção para os comentários à publicação)

1568 - ISAÍAS

Seria no Esporte Clube de Propriá, emblema sediado na sua terra natal, que Isaías Silva Aragão completaria o percurso formativo e onde faria, na temporada de 1986, a transição para o patamar sénior. Defesa-central de recursos físicos possantes e de processos simples e eficazes, o jovem jogador depressa começaria a revelar capacidades bem acima das modestas ambições da colectividade por si representada. No desenrolar do seu percurso, depois de uma curta passagem pelo plantel de 1988 do Lagartense, seria a transferência para o Clube Sportivo Sergipe de 1989 que empurraria o atleta para os primeiros sucessos colectivos. As 3 campanhas cumpridas pelo novo agrupamento, intercaladas pela época de 1991 ao serviço do Naútico Capibaribe, haveriam de trazer-lhe as almejadas vitórias e as conquistas das edições de 1989 e de 1992 do “estadual” colorir-lhe-iam o currículo pessoal.
Com cerca de 7 anos de caminhada sénior, a Isaías ser-lhe-ia dada a primeira oportunidade no estrangeiro. Convidado pelo Penafiel, o defesa-central chegaria a Portugal para competir na divisão de Honra de 1992/93. Lançado por Carlos Garcia, o jogador rapidamente ganharia um lugar como titular dos “Durienses”. Porém, mesmo com o clube longe das lutas pela promoção, a verdade é que as suas exibições fariam com que os responsáveis pelo Leça olhassem para si como uma boa “arma” para o ataque à almejada subida. Esse objectivo seria alcançado logo na época da sua entrada na agremiação do concelho de Matosinhos e após ajudar à vitória no Campeonato Nacional do patamar secundário, a campanha de 1995/96 oferecer-lhe-ia a estreia no convívio com os “grandes”.
Com uma época brilhante num Leça inicialmente comandado por Fernando Festas e recheado de bons jogadores, casos de Jaime Magalhães, Constantino, Vladan, Matias ou Paulo Fonseca, Isaías daria o salto para o Boavista. Com a entrada no Bessa a ocorrer na temporada de 1996/97, o defesa-central, muito para além de manter os níveis exibicionais em padrões bem elevados, tornar-se-ia numa das figuras dos sucessos colectivos. Um desses êxitos, atingido na primeira época com as “Panteras”, seria a vitória na Taça de Portugal. Chamado ao “onze” por Mário Reis, o atleta daria um enorme contributo para os 3-2 a derrotar o Benfica. Logo na época seguinte, na disputa da Supertaça Cândido de Oliveira, o jogador entraria em campo na 2ª mão da referida competição e ajudaria, dessa feita frente ao FC Porto, ao triunfo dos “Axadrezados”. Claro, é impossível olvidar a época de 1998/99 e o 2º posto da tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª divisão, alcançado sob a alçada de Jaime Pacheco.
Após o vice-campeonato conseguido pelo Boavista, Isaías decidir-se-ia pelo regresso ao Brasil. Contratado pelo histórico Cruzeiro, a curta experiência vivida no emblema de Belo Horizonte, teria como curiosidade o balneário partilhado com Valdo e com Geovanni, duas figuras do Benfica e do futebol luso. Poucos meses após a passagem pela agremiação do Estado de Minas Gerais, o defesa-central voltaria a Portugal e ao Leça de 2000/01. Já numa fase terminal da sua carreira, mantendo-se em exclusivo pelos escalões inferiores, o jogador ainda vestiria as cores do Tirsense, onde, na campanha de 2001/02, voltaria a encontrar-se com Fernando Festas. Por fim, emergiria a aventura chinesa, no termo da qual e depois de envergar as divisas do Chongqing FC de 2002, viria a “pendurar as chuteiras”.
Mais uma vez de volta à cidade natal, Isaías manter-se-ia ligado ao futebol e por altura do acidente rodoviário a ceifar-lhe a vida, o antigo defesa cumpria o papel de director do América de Propriá.

1567 - BLAGOJEVIC

Nascido na Bósnia-Herzegovina ainda no contexto da antiga Jugoslávia, Cvijetin Blagojevic iniciaria a sua caminhada sénior na temporada de 1976/77, ao serviço do FK Sloboda Tuzla. No emblema da sua região natal, depressa começaria a dar sinais de uma enorme qualidade técnica e de um entendimento do jogo acima da média. Esses predicados fariam com que emblemas de outra monta começassem a ir no seu encalço, com especial destaque para as duas principais colectividades sediadas na capital Belgrado. No entanto, com o Partizan inicialmente a oferecer-lhe uma boa proposta, a escolha do jovem atleta recairia no desafio lançado pelo Estrela Vermelha e a transferência para os de vermelho e branco aconteceria na temporada de 1978/79.
Logo na campanha de entrada no novo emblema, o médio-ala depressa alcançaria uma posição de destaque no plantel. Arrolado amiúde às pelejas futebolísticas, Blagojevic seria premiado pelo treinador Branko Stankovic com a chamada à final da Taça UEFA. Frente aos alemães do Borussia Mönchengladbach, o atleta participaria em ambas as mãos da decisiva ronda europeia. Infelizmente para os do seu lado, os germânicos, onde marcavam presença Simonsen ou Vogts, levariam a melhor. Todavia, os títulos não faltariam à sua caminhada competitiva e num grupo de trabalho onde, ao longo dos anos, partilharia o balneário com imensos craques, de onde destacaria, pela proximidade ao desporto luso, Zoran Filipovic, Zivanovic e Ivkovic, o médio-ala ainda arrecadaria para o palmarés pessoal a conquista de 3 Campeonatos e de 1 Taça da Jugoslávia.
Cumpridas praticamente 6 temporadas com a camisola da agremiação sediada em Belgrado, durante as quais disputaria 141 jogos oficiais, Blagojevic, com a abertura do Bloco de Leste, iniciaria um périplo por outros países da Europa. A primeira paragem, ainda no decorrer da temporada de 1983/84, seria nos gregos do Egaleo. De seguida viria a experiência nos suecos do Vasalunds IF, para, na época de 1985/86, aterrar em Portugal. Apresentado como reforço do Marítimo, o médio-ala, ao sublinhar as suas qualidades, conseguiria adaptar-se com relativa facilidade às competições portuguesas. Mesmo a entrar na veterania, o jogador afirmar-se-ia como uma das figuras do grupo de trabalho funchalense. Inicialmente à guarda de Mário Nunes, para, com a saída do aludido treinador, passar a trabalhar sob os comandos de António Oliveira, o jugoslavo contribuiria em boa parte para os objectivos do colectivo insular e deixaria a sua marca no tranquilo 12º posto da tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª divisão.
Ao deixar o arquipélago da Madeira e após terminar a carreira de futebolista, num regresso a casa, integrado no plantel 1986/87 do FK Sloboda Tuzla, Cvijetin Blagojevic passaria a dedicar-se às tarefas de técnico. Ao abraçar tais funções, o antigo médio-ala, no começo, voltaria à Suécia, para, em Estocolmo, treinar o FK Sumarice e o FC Plavi. Seguir-se-iam emblemas da antiga Jugoslávia, rol onde o treinador acabaria por englobar o Zeleznik, Kozara Gradiska, Radnicki Obrenovac, Radnicki Pirot, Radnik Surdulica, Drina Zvornik ou as camadas jovens do Estrela Vermelha de Belgrado.

1566 - TAOUFIK

Destacar-se-ia ao serviço do emblema mais laureado na história do futebol tunisino. Com as cores do Espérance Sportive de Tunis, colectividade pela qual chegaria ao conjunto principal na temporada de 1984/85, Taoufik depressa começaria a dar sinais da sua qualidade enquanto intérprete do sector mais recuado. Os predicados progressivamente revelados mantê-lo-iam ao serviço do grupo sediado na capital e o jogador, à custa do contributo dado ao colectivo, passaria a puder inscrever no currículo os sucessos alcançados pela equipa. Nesse contexto, a primeira passagem do atleta pela agremiação, permitir-lhe-ia rechear o palmarés e as vitórias em 4 edições do Campeonato e em 3 da Taça da Tunísia cevar-lhe-iam o valor pessoal.
O referido período de 7 campanhas cumprido pelo Espérance Tunis também levaria a que Taoufik fosse reconhecido pelos responsáveis da selecção como um elemento capaz de acrescentar valor à equipa nacional. Nesse cenário competitivo, o defesa-central teria a estreia com as cores do principal conjunto da sua nação a 15 de Março de 1989. Na partida frente ao Egipto, chamado à peleja pelo treinador Mokhtar Tlili, o atleta encetaria uma caminhada que o levaria a certames de grande tradição. No aludido rol incluir-se-iam as chamadas a duas edições da CAN. Na primeira, em 1994, o jogador seria convocado para o torneio organizado no seu país natal. Porém, com as “Águias de Cartago” a claudicarem logo na Fase de Grupos, a sua participação, num conjunto a contar igualmente com o “vimaranense” Ziad, resumir-se-ia apenas a uma presença em campo. Já em 1998, mais uma vez com o referido ponta-de-lança como companheiro de balneário, seriam 3 as suas aparições e os quartos-de-final tornar-se-iam na barreira que a Tunísia não seria capaz de ultrapassar.
Antes ainda da disputa dos torneios mencionados no parágrafo anterior, já Taoufik tinha começado a envergar as cores do Vitória Sport Clube. Com a chegada a Guimarães a acontecer na temporada de 1991/92, o defesa-central, numa equipa técnica liderada por João Alves, demoraria a cimentar-se como um dos elementos de maior pendor no seio do conjunto. Em abono da verdade, tal peso, mesmo sendo um elemento utilizado amiúde, nunca viria a ganhá-lo de forma categórica. Ainda assim, o jogador assumir-se-ia como uma peça importante no cumprir dos objectivos do colectivo, nomeadamente no 5º posto da tabela classificativa do Campeonato Nacional, atingido no termo da sua primeira campanha no Minho, no resultante apuramento para as provas de índole continental ou na disputa da Taça UEFA de 1992/93, onde, para além de entrar em campo frente aos neerlandeses do Ajax, participaria na eliminação dos bascos da Real Sociedad.
Talvez por razão da titularidade conquistada apenas a espaços, Taoufik, com o fim da época de 1993/94, tomaria a decisão de retornar à Tunísia. No regresso ao seu país, depois de uma passagem pelo plantel de 1994/95 do CS Sfaxien, onde ajudaria à conquista da “dobradinha”, o defesa-central voltaria a envergar a camisola do emblema que, anos antes, o havia lançado na ribalta. De novo com as cores do Espérance Tunis, o atleta conseguiria mais uma série de títulos para o palmarés pessoal. Nessa lista, para além de passarem a constar outros 2 Campeonatos e mais 2 Taças tunisinas, o atleta lograria igualmente com a conquista da Taça CAF de 1997 e com o triunfo na edição de 1998 da Taça dos Clubes Vencedores das Taças Africanas.

1565 - FIGUEIREDO

Numa altura em que a única prova de índole nacional realizada era o Campeonato de Portugal, António Oliveira Figueiredo surgiria na primeira equipa do Vitória Futebol Clube no decorrer da temporada de 1932/33. Integrado num grupo de trabalho que, nas duas primeiras épocas do jogador como sénior, atingiria as meias-finais da referida competição, logo na campanha de estreia, o médio começaria a deixar boas indicações. Já na disputa do “regional” de Setúbal, com equipas recheadas de estrelas, como comprovam a presença dos olímpicos Armando Martins e João dos Santos, dos internacionais Joaquim Ferreira, João Cruz, António Vieira e Aníbal José ou do goleador máximo de duas edições da 1ª divisão Francisco Rodrigues, os “Sadinos”, para além de dominarem a concorrência, dariam ao palmarés pessoal do atleta os primeiros títulos. Por outro lado, também o lançar do Campeonato da I Liga viria a dar-lhe o merecido destaque e o seu nome, como um dos intérpretes inscritos na edição de arranque da peleja desportiva, ficaria para história
A crescer competitivamente num contexto faustoso, Figueiredo, com o triunfo em 6 Campeonatos de Setúbal a embelezar-lhe o currículo, acabaria também por merecer a atenção de outros emblemas. Nesse sentido, depois de meia dúzia de temporadas a envergar o listado vertical verde e branco, o médio veria o Sporting a endereçar-lhe um convite. Acompanhado na transferência para a agremiação “alfacinha” por Álvaro Cardoso, também no Lumiar viria a reencontrar-se com o seu antigo colega de balneário, o já mencionado João Cruz. Com a entrada nos “Leões” a acontecer na temporada de 1938/39, o atleta começaria por trabalhar sob a intendência de Joseph Szabo. Preferido pelo técnico luso-magiar em detrimento de outros nomes, logo nessa campanha de chegada a Lisboa, o jogador, ao assumir um papel fundamental na manobra táctica leonina, transformar-se-ia num dos membros mais vezes chamados ao “onze” e um dos nomes arrolados na conquista do Campeonato de Lisboa.
Depois de uma primeira campanha auspiciosa ao serviço do Sporting, a verdade é que António Figueiredo eclipsar-se-ia no que aos confrontos da categoria principal diz respeito. Praticamente sem entrar nas contas da titularidade, tapado por Manecas, Gregório e por Aníbal Paciência, ainda assim, o médio conseguiria aparições suficientes para acrescentar ao seu trajecto mais alguns troféus dignos de respeito. No entanto, com o currículo recheado pelas conquistas de outros 2 Campeonatos de Lisboa e 1 Campeonato Nacional, o jogador, cumpridas 4 temporadas ao serviço dos “Verde e Branco”, veria a ligação com a colectividade da capital a chegar ao fim. Seguir-se-ia o regresso a Setúbal, para voltar a envergar as cores do Vitória Futebol Clube. De novo com os “Sadinos”, o atleta, em 1942/43, encontraria o colectivo nas contendas secundárias. “Sol de pouca dura”, pois, sem deixar o grupo, retornaria à 1ª divisão logo na época seguinte. Daí em diante, seriam mais 7 anos no convívio com os “grandes”, outras 4 vitórias no “regional” e o fim da carreira com o termo das provas agendadas para 1950/51.

1564 - RUI CAMPOS

Filho e sobrinho respectivamente de Vítor Campos e de Mário Campos, a herança desportiva de Rui Campos só poderia deixá-lo na senda de uma modalidade e de um único emblema. Com o percurso formativo feito com as cores da Académica de Coimbra, o médio de pendor ofensivo subiria a sénior na temporada de 1991/92. Puxado ao grupo principal por José Rachão, numa altura em que a “Briosa” teimava em disputar o escalão secundário, a verdade é que o jovem jogador não iria auferir de grandes oportunidades. O mesmo viria a acontecer nas campanhas seguintes e como resultado dessa falta de presenças em campo, na campanha de 1993/94, segundo a informação retirada do “site” da Federação Portuguesa de Futebol, surgiria o empréstimo do atleta aos figueirenses da Naval 1º de Maio.
No regresso ao Calhabé, o jogador passaria a trabalhar sob a alçada do treinador Vieira Nunes. A partir dessa época de 1993/94, o médio, de forma progressiva, começaria a ganhar o seu espaço num sector intermediário que contava também com outros nomes de grande tradição no emblema beirão, casos de Mickey, Mito ou Miguel Rocha. Aos poucos, a sua preponderância aumentaria até que, por altura da campanha de 1996/97, já a sua presença no “onze” da Académica de Coimbra era tida como fulcral ao desenrolar dos desempenhos colectivos da equipa. A referida temporada, ainda nas pelejas da divisão de Honra, depressa viria a transformar os horizontes dos “Estudantes”. Com a luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa a apontar à luta pela subida de escalão, Rui Campos, caracterizado pela graciosidade e pela técnica apurada dos seus desempenhos, mutar-se-ia num dos pilares do esquema táctico montado por Vítor Oliveira e viria, como peça fulcral desse ambicioso rumo, a fixar-se como figura central da tão almejada promoção.
Resultado da subida de degrau, a campanha de 1997/98 significaria para o jogador o encetar de actividades no convívio com os “grandes”. No entanto, apesar da inegável felicidade que tal estreia traria ao trajecto competitivo do médio, a verdade é que Rui Campos, como viria a recordar Mickey, seu grande amigo e colega de balneário, ver-se-ia envolvido numa acesa polémica a envolver o treinador e alguns dirigentes – “A certa altura, defendi o meu colega Rui Campos num desentendimento que ele teve com o José Romão, por uma questão de justiça. Penso que fiquei marcado desde aí, sobretudo pelo senhor António Augusto, chefe do departamento de futebol”*.
À custa de tal controvérsia, Rui Campos, que vinha a ser utilizado com alguma regularidade, deixaria de entrar nas contas da “Briosa”. O médio, na época seguinte, ainda voltaria a envergar as cores da Naval 1º de Maio. Porém, o regresso à divisão de Honra transformar-se-ia no capítulo final de uma carreira que terminaria, abruptamente, aos 26 anos de idade. Seguir-se-iam as actividades empresariais, onde chegaria a ter em Mickey um sócio de negócios e ainda o regresso à Académica de Coimbra, onde, entre 2017 e 2020, desempenharia as funções de Director Geral da Formação.

*retirado do artigo de Vítor Hugo Alvarenga, publicado a 21/01/2021, em https://maisfutebol.iol.pt

1653 - SÉRGIO NUNES

Seria como mais um “Bebé do Mar” que Sérgio Nunes, depois de terminar o percurso formativo nas “escolas” do Leixões, entraria em cena no contexto competitivo sénior. Sem deixar a colectividade sediada em Matosinhos, a primeira época passada na equipa principal levá-lo-ia a disputar a divisão de Honra de 1992/93. Ao afirmar-se como uma das boas surpresas do plantel, logo nesse final de época, o defesa-central ganharia um prémio pelos seus desempenhos. Convocado aos trabalhos dos colectivos à guarda da Federação Portuguesa de Futebol, o jovem atleta, integrado nos sub-21, acabaria convocado a disputar o famoso Torneio de Toulon. Em França, chamado a jogo por Nelo Vingada, o atleta participaria em 3 partidas e ajudaria, ao lado de nomes como Costinha, Tuilpa ou Litos, a levar Portugal até às meias-finais do certame gaulês.
Também com o listado vermelho e branco do Leixões, Sérgio Nunes continuaria a dar sinais de uma evolução a prometer-lhe outros voos. Todavia, a despromoção da equipa matosinhense na época seguinte à da sua estreia como sénior, fá-lo-ia mudar de rumo e rubricar uma nova ligação. Com contrato assinado pelo Desportivo das Aves a partir de 1994/95, o jogador manter-se-ia como um elemento de enorme fiabilidade. Apesar de um arranque algo discreto, as campanhas seguintes voltariam a sublinhá-lo como um intérprete promissor e plenamente orientado para as disputas do colectivo sediado no concelho de Santo Tirso. Ainda assim, ao fim de 3 anos, a preferência do jogador seria dada à União de Leiria e a mudança para a “Cidade do Lis” surgiria com o início da temporada de 1997/98.
A entrada no Estádio Magalhães Pessoa mantê-lo-ia nas contendas da divisão Honra. Contudo, ao contrário do que até aí tinha ocorrido, o final da primeira temporada, onde seria orientado por Vítor Oliveira, traria ao percurso do jogador, não só a vitória no escalão referido no começo deste parágrafo, mas a subida ao patamar maior do futebol luso. No convívio com os “grandes”, já com Mário Reis como “timoneiro”, Sérgio Nunes destacar-se-ia como um dos nomes mais interessantes dessa campanha de 1998/99. Os desempenhos pessoais, como esteio do 6º lugar atingido pelo colectivo beirão no Campeonato Nacional, faria com que outros emblemas olhassem para si como um hipotético reforço. Quem venceria a corrida pelo seu concurso viria a ser o Benfica e logo no dia de assinar o novo contrato, o atleta mostraria uma justa ambição – “Quero impor-me. A minha vida tem sido feita de etapas e esta é mais uma. Tenho de estar preparado para este desafio, pois se as pessoas não confiassem em mim não teria chegado a este ponto da minha carreira”*.
Apesar da aspiração manifestada, a verdade é que Sérgio Nunes revelaria algumas dificuldades em adaptar-se no Benfica. Tapado por Paulo Madeira e pelo brasileiro Ronaldo, o defesa-central nunca conseguiria impor-se como uma primeira escolha para Jupp Heynckes. Ainda assim, a temporada de entrada na Luz não seria má de todo, com o jogador a aparecer em campo com uma boa regularidade. O pior viria com a campanha seguinte, onde, para além do técnico alemão, ainda seria treinado por Toni e por José Mourinho. Praticamente sem jogar, o atleta seria dispensado pelas “Águias”. Seguir-se-iam 3 anos ao serviço do Santa Clara, com os 2 primeiros ainda na disputa do escalão maior. Depois emergiria no seu caminho aquele que, num regresso a uma casa conhecida, surgiria como o emblema mais representativo da sua caminhada sénior. De novo ao serviço do Desportivo das Aves, as 6 épocas consecutivas passadas na agremiação nortenha, dar-lhe-ia ao currículo a última aparição na 1ª divisão. Após essa época de 2006/07, não mais voltaria aos palcos principais do desporto português e com a saída da colectividade do município de Santo Tirso com o termo das provas agendadas para 2009/10, as duas últimas temporadas da sua carreira seriam vividas com as cores do Freamunde.

*retirado do artigo de António José Oliveira, publicado a 17/06/1999, em www.record.pt

1562 - EMÍDIO URIA


Até aí com a totalidade da carreira cumprida ao serviço do Estoril Praia, Emídio Simões Uria seria apresentado como reforço do GD CUF para a temporada de 1958/59. Orientado, na referida campanha, por Cândido Tavares, logo o extremo conseguiria fixar-se no plantel da colectividade barreirense como uma das figuras mais sonantes. Ao manter-se como um dos atletas utilizados com maior frequência ao longo dos anos vindouros, o jogador obrigatoriamente viria a participar em diversos episódios de inolvidável importância. Nesse rol e no que diz respeito às provas de índole nacional, o grande destaque emergiria com a brilhante campanha de 1964/65. Numa equipa comandada tecnicamente por Manuel Oliveira e composta por nomes como Mário João, Arnaldo, José Ferreira Pinto ou Abalroado, o emblema “fabril” chegaria ao pódio do Campeonato Nacional e, ao ficar atrás apenas do Benfica e do FC Porto, alcançaria o 3º posto da tabela classificativa.
Consequência do brilharete relatado no final do parágrafo anterior, surgiria a participação na Taça das Cidades com Feira e outro embate de referência histórica. Na prova de cariz continental, à CUF calharia em sorte o AC Milan. Porém, para o todo-poderoso emblema italiano, a eliminatória seria bem mais difícil de resolver do que à partida todos adivinhariam. Na 1ª mão, chamado pelo treinador Anselmo Fernandez à peleja caseira, Emídio Uria, a exibir-se no recém-estreado Estádio Alfredo da Silva, daria um enorme contributo para a vitória por 2-0. Já em Milão, ao conjunto de Trappatoni, Rivera entre outros, não seria suficiente apenas um jogo para recuperar da derrota infligida em Portugal. Com o extremo, mais uma vez a ser chamado à peleja em ambas as partidas, só no “match” de desempate é que o conjunto luso viria a claudicar, permitindo aos “Rossoneri” avançar na competição.
Anos antes, já Emídio Uria tinha sido premiado pelas boas exibições conseguidas ao serviço da CUF. Esse reconhecimento surgiria sob a forma de uma chamada aos compromissos agendados pela Federação Portuguesa de Futebol. Envolvido nos trabalhos da equipa “B”, o extremo, a 8 de Dezembro de 1960, seria incluído num “onze” a compreender também José Rita, Morato, Hilário, Mário Lino, Neto, Vicente, Carlos Duarte, Iaúca, Jorge Humberto e Rocha. No meio de tantas estrelas do desporto luso, a partida frente à França daria a oportunidade ao atacante para envergar a “camisola das quinas”. Participaria então na acção desenrolada no Estádio Nacional do Jamor e ao contribuir para o empate a 2 bolas, o atleta conseguiria adicionar ao currículo pessoal 1 internacionalização com as cores de Portugal.
No que diz respeito à senda cumprida com a CUF, Emídio Uria completaria 9 temporadas no emblema do Barreiro. No somatório de tais campanhas, só na prova de maior expressão no calendário português de futebol, o Campeonato Nacional, entraria no rectângulo de jogo em 176 ocasiões. Tal registo dar-lhe-ia o 10º lugar nos jogadores do emblema fabril com mais jornadas disputadas na 1ª divisão. Porém, a longa ligação ao clube viria a findar com o termo das provas agendadas para a temporada de 1966/67. De seguida, mesmo ao não conseguir descobrir qualquer registo da sua actividade competitiva durante alguns anos, encontrei uma referência à sua participação na edição de 1969 da canadiana National Soccer League, ao serviço do First Portuguese e ao lado de Iaúca e de Matateu.

1561 - GERMANO

Com a aparição na primeira equipa do GD Foz Côa a acontecer na temporada de 1971/72, José Germano Pinto de Carvalho começaria a sua caminhada sénior pelos “distritais” da Associação de Futebol da Guarda, distrito igualmente a dar-lhe a naturalidade. Apesar de bem afastado dos principais escaparates do desporto luso, o médio de pendor ofensivo, à custa do trabalho realizado nesse ano de estreia, mereceria a oportunidade dada pelo Vitória Sport Clube e ingressaria no plantel da colectividade minhota, como reforço para a campanha de 1972/73. A trabalhar sob a alçada de Mário Wilson, o atleta teria o ensejo de estrear-se no escalão máximo português. Porém, nem na época de chegada a Guimarães, nem na seguinte, o jogador conseguiria alcançar o número de jogos suficientes para justificar a sua continuidade e a época de 1974/75 marcaria nova mudança de rumo no seu trajecto competitivo.
As passagens por Famalicão, Penafiel, Feirense e Beira-Mar servir-lhe-iam de interlúdio até nova aparição na 1ª divisão. Aliás, seria no colectivo aveirense, onde despontavam jovens como Veloso e António Sousa, que o regresso ao convívio com os “grandes” viria a acontecer. Nesse sentido, com os anos a darem-lhe mais traquejo, Germano depressa viria a tornar-se num dos favoritos do grupo comandado por Fernando Cabrita. A titularidade conquistada no escalão principal dar-lhe-ia outra visibilidade, como que a prometer-lhe outros voos. Tal horizonte, a exaltar um crescimento bem sustentado, passados 3 campanhas sobre a entrada no Estádio Mário Duarte, surgiria do Sporting de Braga. Novamente no Minho a partir da temporada de 1980/81, o médio-ofensivo manteria a preponderância de anos anteriores e nas épocas subsequentes tornar-se-ia num dos nomes a averbar números dignos nas manobras dos “Guerreiros”, no arranque da década de 1980.
Em abono da verdade, Germano, que na “Cidade dos Arcebispos” viria a trabalhar com os técnicos Mário Lino, Quinito e Juca, nunca viria a sublinhar-se como um dos indiscutíveis no alinhar do “onze” titular. Ainda assim, há a destacar a sua presença no banco de suplentes na final da Taça de Portugal de 1981/82, da qual, com o desafio a decorrer no Estádio Nacional, o Sporting de Braga sairia derrotado pelo Sporting Clube de Portugal. Nisso de momentos relevantes, também não poderei esquecer a sua participação na Supertaça da época seguinte. Contudo, tais episódios seriam insuficientes para justificar a sua continuidade na colectividade minhota e com os últimos desafios pelos “Arsenalistas” a ocorrerem nas provas agendadas para 1982/83, o médio também encerraria a registo a conferir-lhe ao currículo 7 temporadas nas contendas primodivisionárias.
Seguir-se-iam os escalões secundários e, numa caminhada que levaria o atleta a continuar a competir até perto dos 40 anos de idade, uma série de diferentes emblemas. Nesse desenovelar, o regresso ao Beira-Mar precederia a sua passagem pela AD Guarda e as experiências com as cores do Vila Real, do Sporting da Mêda e do GD Foz Côa. Não muito tempo depois da decisão de “pendurar as chuteiras”, concretamente na temporada de 1992/93, Germano assumiria o comando do SC Régua. Como técnico-principal, num trajecto cumprido na sua integridade pelos cenários futebolísticos inferiores, o antigo médio, com especial enfase para os vários anos ao serviço da AD Guarda, ainda treinaria emblemas como o Alcains, o Oliveira do Hospital ou o Seia.

1560 - TARRÍO

Despontaria na formação principal do Doc Sud, na época de 1926. Visto como uma grande promessa, o defesa depressa chamaria a atenção de um dos maiores nomes do futebol do “País das Pampas”. Contratado pelo San Lorenzo na campanha seguinte à da sua estreia como sénior, a entrada do jovem jogador no novo emblema levá-lo-ia primeiramente à equipa secundária. No entanto, o valor sublinhado nas exibições entretanto efectuadas empurrá-lo-ia para o primeiro conjunto da agremiação do bairro de Almagro. Junto às estrelas da colectividade sediada na capital, mesmo tendo sido chamado já com o termo da prova à vista, Óscar Tarrío ainda iria a tempo de dar o seu contributo no Campeonato argentino e desse modo registar-se como um dos vencedores da edição de 1927 da prova.
Ao conseguir manter o seu lugar de destaque no “xadrez” do San Lorenzo, Tarrío acabaria por chegar aos trâmites da selecção do seu país. Nessas conjunturas internacionais, no que a grandes certames diz respeito, o jogador, sob as ordens da dupla Francisco Olazar e Juan José Tramutola, começaria por participar na vitória de 1929 da Copa América, onde viria ser titular em todos as partidas. Voltaria a ser chamado, dessa feita por Manuel Seoane, à edição de 1937 do referido certame. Mais uma vez consagrar-se-ia como um dos pilares do desenho táctico da Argentina e repetiria, com presença no “onze” escolhido para a final frente ao Brasil, a conquista do almejado troféu.
No San Lorenzo continuaria a mostrar a sua assertividade e valentia em momentos defensivos, características que o levariam a afirmar-se como uma das grandes figuras do emblema “azul-grená”. Porém, o estado de graças acabaria logo no encetar da temporada de 1931 quando, juntamente com outros atletas do grupo, tomaria a decisão de fazer frente à direcção vigente no clube. A contenda acabaria com a saída de Óscar Tarrío que, num primeiro passo após a rescisão de contrato, ausentar-se-ia numa digressão pela Europa, integrado na comitiva do Gimnasia de La Plata. No regresso, 3 meses após a partida para o “Velho Continente”, chegaria a vez de rubricar uma nova ligação. Dessa feita, apresentado como reforço para a reminiscente campanha de 1931, surgiria a sua breve passagem pelo Club Sportivo Ferrocarriles del Estado, para na época seguinte ir envergar as cores do Newell’s Old Boys.
No emblema da cidade de Rosário manteria os níveis exibicionais que o haviam levado a ser aferido como um intérprete de qualidade superior, inclusive ajudando às vitórias nas edições de 1933 e de 1934 da Copa Gobernador Luciano Molinas. Porém, 3 anos volvidos sobre a entrada nos “Rojinegros”, pazes feitas com o seu antigo clube na capital, dar-se-ia o regresso de Tarrío ao San Lorenzo. Nessa segunda incursão, iniciada em 1935, o defesa transformar-se-ia numa das figuras da conquista da Copa de Honor de 1936. Mais tarde, já como um nome consagrado do futebol argentino, surgiria a oportunidade do atleta vir a exibir-se na Europa. Primeiro surgiria o plantel de 1938/39 dos gauleses do Red Star e o balneário partilhado com André Simonyi e Alejandro Scopelli. Aliás, seria em parceria com o mencionado compatriota que o jogador daria um novo passo na carreira. Dessa feita, a mudança de colectividade encaminhá-lo-ia até Portugal. No Belenenses de 1939/40, onde também encontraria o argentino Óscar Tellechea, contribuiria para a chegada à final da Taça de Portugal e no Lumiar, apesar da presença no “onze” arrolado à decisiva peleja, o atleta veria o Benfica a sair da contenda como o vencedor.
Depois da curta aventura no “Velho Continente”, o jogador regressaria à Argentina. Com a ideia de tomar as rédeas técnicas, já a meio da temporada de 1940, do San Lorenzo, Tarrío começaria aí a sua experiência como treinador. No entanto, já com a projecção da época seguinte, o defesa retornaria à competição. Voltaria a envergar a camisola da agremiação de Almagro, mas praticamente no início da referida campanha passaria a disputar as pelejas futebolísticas com as divisas do Atlanta. De seguida, tomada a decisão de, em definitivo, “pendurar as chuteiras”, seria no Boca Juniors que retomaria as tarefas como técnico, actividade que ainda o levaria a orientar o Boedo. Curiosa acabaria também por tornar-se o seu entusiasmo por Lisboa, paixão que levaria o antigo futebolista a fixar-se na capital lusa, onde viria a falecer.

1559 - JÚLIO CÉSAR

Produto das “escolas” do Flamengo, Júlio César desde muito cedo viria a demonstrar grande aptidão para a posição de guarda-redes. Nesse sentido, poucos ficariam admirados com as chamadas do jogador às jovens equipas sob a alçada da Confederação Brasileira de Futebol. No âmbito dos patamares formativos, o jogador seria convocado a disputar torneios de grande monta. Nesse rol, surgiriam a edição de 1995 do Sudamericano sub-17, ganha pelo Brasil, a participação, ainda no mesmo ano e na referida categoria, no Campeonato do Mundo e a chamada para a discussão do Mundial sub-20 de 1999.
Quanto ao percurso clubístico, Júlio César, apesar do potencial revelado, ainda demoraria algum tempo até ganhar o seu espaço no seio do plantel principal. Após a estreia sénior pelo “Mengão” na temporada de 1997, tapado por colegas mais experientes, só na campanha de 2000 é que começaria a aparecer com maior regularidade no “onze” do “rubro-negro”. Durante esses anos e já no decorrer das épocas como titular, o guarda-redes, com o brilho do colectivo a não permitir grandes feitos, ainda assim passaria a contar no seu palmarés com as vitórias em 4 “estaduais cariocas”, 3 Taças Guanabara, 1 Taça Rio, 1 Copa Mercosul e 1 Copa dos Campeões. No entanto, mesmo com o Flamengo longe de grandes conquistas, o jogador, ao longo dos 8 anos a envergar as divisas da colectividade sediada no Rio de Janeiro, conseguiria, à custa de exibições de grande qualidade, despertar a atenção de outros “mercados”. Já as aparições com a mais importante camisola do “Escrete”, muito mais do que sublinharem a sua habilidade, fariam com que as portas do “calcio” viessem a abrir-se.
Seria após a chamada à Taça das Confederações de 2003 e da titularidade e vitória na Copa América do ano seguinte que Júlio César chegaria a Itália. Contratado pelo Internazionale, Júlio César, antes de integrar, em definitivo, o grupo de trabalho do emblema milanês, ainda passaria a temporada de 2004/05 com as cores do Chievo Verona. Com a estreia pelos “Nerazzurri”, em 2005/06, a acontecer pela mão de Roberto Mancini, o guardião “canarinho”, num balneário onde marcava presença Luís Figo, rapidamente asseguraria um lugar à baliza. Daí em diante, a confirmar todos os predicados que tinham levado os responsáveis do clube a contratá-lo, o guardião, ao assegurar um lugar como titular, passaria a ser um dos rostos de várias conquistas de renome. Nesse sentido, logo à cabeça da lista surgiriam os 5 “Scudettos” consecutivos, 3 Coppas Italia e as 4 Supercoppas. Claro, nisso de troféus seria impossível esquecer os títulos de índole continental e o guardião, já sob as ordens de José Mourinho e com Ricardo Quaresma como colega, ajudaria a vencer a Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes da FIFA, ambos disputados em 2009/10.
Depois da experiência italiana e das passagens por Queens Park Rangers e Toronto FC, Júlio César, com o currículo recheado pelas presenças em 3 Mundiais, outra Copa América e pelos troféus ganhos nas edições de 2009 e 2013 da Taça das Confederações, veria o Benfica a chegar-se ao seu caminho. Com a entrada na Luz a ocorrer em 2014/15, o jogador apanharia as “Águias” num das melhores fases da sua história moderna. Tal conjuntura, num plantel onde voltaria a cruzar-se com Luisão e Jonas, seus colegas de selecção, o guardião assumir-se-ia como um dos titulares do conjunto inicialmente às ordens de Jorge Jesus e nos anos seguintes treinado por Rui Vitória. Mais uma vez, o atleta tornar-se-ia num dos esteios de diversas glórias, com as conquistas de 3 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal, 1 Taça da Liga e 1 Supertaça a colorirem-lhe, ainda mais, o trajecto profissional. O pior emergiria já durante a 3ª temporada passada em Lisboa, onde as mazelas sofridas nas costas fariam com perdesse a preponderância nos sucessos colectivos. Essas lesões levá-lo-iam, já no decorrer da campanha de 2017/18, a deixar os “Encarnados”, a regressar ao Flamengo e a anunciar, alguns meses após voltar ao Brasil, o final da carreira como futebolista.

1558 - BARROS

Seria no Sporting Clube de Fafe, colectividade que, juntamente com o FC Fafe, daria origem à Associação Desportiva de Fafe, que Armando Coelho Barros encetaria a caminhada no futebol. Ao lado de 6 irmãos, o atleta, a posicionar-se como interior, depressa começaria a destacar-se entre os demais colegas de equipa. Nesse sentido, estrear-se-ia como sénior no decorrer da campanha de 1946/47 e a terceira temporada ao serviço do conjunto principal traria ao jogador uma grande oportunidade.
Com o agendamento da Taça de Portugal de 1948/49 a ditar uma eliminatória entre o Tirsense e o Sporting, a partida marcada a norte daria também azo a um encontro entre a filial minhota dos “Leões” e os “Verde e Brancos” da capital. Nessa peleja “amigável” destacar-se-ia, do lado dos visitados, o jovem Armando Barros. Admirados pela qualidade do seu jogo, os responsáveis pelo emblema lisboeta convidariam o atleta a juntar-se à comitiva a dirigir-se para sul. Ainda assim, mesmo aferido como dono de um enorme potencial, a campanha de 1949/50, após não ter participado em qualquer jornada na época correspondente à mudança para o Lumiar, ainda seria cumprida, na sua totalidade, nas disputas calendarizadas para o conjunto de “reservas”. Já estreia na equipa principal leonina dar-se-ia pela mão do inglês Randolph Galloway e daria ao palmarés ao atleta a conquista do Campeonato Nacional de 1950/51.
Nisso de títulos, a sua caminhada de “Leão” ao peito seria deveras pródiga. Após a vitória aludia no final do parágrafo anterior, seguir-se-iam outros 3 triunfos no Campeonato Nacional (os quais completariam o primeiro “tetra” do futebol luso) e a vitória na Taça de Portugal de 1953/54. Já no que diz respeito à titularidade, a verdade é que seriam poucos os períodos em que o atleta, entretanto a posicionar-se preferencialmente a meio-campo, surgiria como um dos nomes habituais no “onze” do Sporting. Ainda assim, viveria a temporada de 1952/53 como um dos mais utlizados no plantel. Claro, há mais momentos a mereceram enorme destaque na sua passagem por Lisboa. Um deles ficaria associado ao primeiro jogo de sempre da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Nessa edição de 1955/56, numa partida disputada no Jamor, aos “Verde e Branco” calharia em sorte defrontar o Partizan Belgrado e nesse encontro, pela mão Alejandro Scopelli, o centrocampista entraria em campo no empate 3-3 frente ao conjunto jugoslavo. Por fim, falta ainda referir as chamadas à selecção principal e ao conjunto “B” a envergar a “camisola das quinas”. Porém, na sequência das ditas convocatórias, as lesões impossibilitariam Barros de participar nas correspondentes contendas e a infelicidade de tais mazelas impedi-lo-iam de juntar à caminhada desportiva as tão almejadas internacionalizações.
Após deixar o Sporting, Barros seria apresentado como reforço do plantel de 1956/57 do Vitória Sport Clube. De início a trabalhar sob alçada de Óscar Tellechea e a competir na 2ª divisão, o médio passaria a ser um dos esteios do grupo de trabalho e, nesse contexto, já às ordens de Fernando Vaz, assumir-se-ia como um dos símbolos do regresso do emblema sediado na cidade de Guimarães ao escalão máximo. No entanto, essa temporada de 1958/59 transformar-se-ia no penúltimo trecho da sua caminhada competitiva, a qual, num total de 8 anos entre os “grandes”, ainda teria lugar para mais uma campanha primodivisionária.

1557 - CARLOS MANUEL

Natural de São Miguel das Aves, localidade actualmente denominada por Vila das Aves, Carlos Manuel Gomes Dias nasceria para o futebol no emblema da sua terra natal. Porém, apesar dos primeiros passos dados nos juniores do Desportivo das Aves, seria na sede de concelho que o esquerdino conseguiria estrear-se como sénior. Com o Tirsense a disputar a 2ª divisão de 1958/59, o atleta que, na banda canhota, podia posicionar-se na defesa ou no sector intermediário, depressa começaria a assumir-se como um membro de grande valor. Pior viria com as épocas seguintes, com os “Jesuítas” a serem despromovidos e a passarem a disputar o 3º degrau do futebol luso e até os “regionais” da Associação de Futebol do Porto. Ainda assim, o jogador não deixaria de mostrar uma boa habilidade e a prova disso mesmo, com um hiato de 2 campanhas em que desconheço o seu trajecto desportivo*, sublinhar-se-ia pela caminhada competitiva a culminar no interesse e contratação de um dos emblemas de maior monta no contexto português.
Com a entrada no Estádio das Antas a acontecer em 1964/65, Carlos Manuel voltaria a encontrar-se com Nóbrega, Festa e, um ano depois, com Manuel António, todos eles antigos atletas do Tirsense. Inicialmente orientado pelo brasileiro Otto Glória, o jogador, mesmo com um registo positivo no que às chamadas a jogo diz respeito, nunca conseguiria cimentar-se como uma figura indiscutível. Tal estatuto manter-se-ia inalterado nas épocas seguintes. Ainda assim, para além da estreia na 1ª divisão, o atleta, nas campanhas cumpridas na “Cidade Invicta”, teria ainda a honra de participar nas edições de 1965/66 e de 1966/67 da Taça das Cidades com Feira. Porém, os números arrecadados a defender os “Dragões” seriam insuficientes para manterem o esquerdino por muito tempo no plantel do FC Porto e conservá-lo-iam, como elemento dos “Azuis e Brancos”, apenas até ao termo da última temporada aludida.
A saída dos “Dragões”, muito mais do que dar azo ao regresso de Carlos Manuel à colectividade que o tinha lançado no futebol, fá-lo-ia assinar um contrato com um Tirsense a cumprir a primeira aparição no escalão máximo. Todavia, não seria somente a época de 1967/68 a inscrevê-lo nos anais do emblema. Ao serviço dos “Jesuítas”, o atleta manter-se-ia activo por mais uns bons anos e mesmo com a despromoção do clube no final da campanha de estreia na divisão maior, o jogador manter-se-ia fiel camisola negra. Nesse cenário, contribuiria para o retorno do colectivo nortenho ao convívio com os “grandes” e as temporadas de 1970/71 e de 1971/72 somar-se-iam ao seu currículo primodivisionário.
Finalmente surgiria a época de 1972/73, a mesma que, com o atleta de volta ao patamar secundário, emergiria como a derradeira ao serviço do Tirsense. De seguida, numa altura em que já tinha nascido o seu filho Rui Alberto, Carlos Manuel daria entrada no plantel de 1973/74 do Desportivo das Aves.

*desconheço a existência de qualquer registo nas campanhas de 1961/62 e 1962/63. Aliás, as informações encontradas indicam que Carlos Manuel não terá competido durante as referidas épocas.

1556 - JOSÉ AUGUSTO

José Augusto Pereira Leite é mais um dos atletas, talvez pela similaridade com o nome do conhecido “magriço”, a preencher o meu imaginário infantil. Por tal razão, tomei a decisão de investigar um pouco mais a sua carreira que, para além de algumas aparições primodivisionárias, desconhecia em grande parte. No entanto, como em tantas ocasiões aqui relatadas, as parcas informações encontradas na pesquisa prévia à redacção deste texto, logo destaparam as dificuldades com que haveria de deparar-me na elaboração deste pequeno trecho biográfico. Todavia, achei que merecia a pena arriscar alguns erros e outras tantas omissões. Assim sendo, aqui vai…
Segundo as informações retiradas da página electrónica da Federação Portuguesa de Futebol, José Augusto ou “somente” Leite, segundo o “baptismo” do “site” da maior instituição lusa da referida modalidade, terá sido chamado aos trabalhos do conjunto agora designado como sub-14. Sem ter conseguido apurar mais dados sobre esta chamada, sou forçado a deduzir que tal convocatória, que não resultaria numa internacionalização, terá ainda ocorrido no desenovelar do período formativo do jovem atleta. Tal percurso, ainda segundo a mesma fonte, terá findado em 1979/80 e ao serviço dos juniores do Pedrouços. Já a transição para o patamar sénior terá ocorrido, na época seguinte à ainda agora mencionada, com as cores de uma agremiação sediada no Concelho de Gondomar, ou seja, o Clube Recreativo Ataense.
Tendo iniciado a sua caminhada sénior pelas pelejas “distritais”, José Augusto, antes de chegar ao convívio com os “grandes”, teria ainda de enfrentar mais alguns anos cumpridos nas divisões inferiores. Ainda assim, as duas passagens pelo Lixa e outra pelo Valonguense sublinhariam um crescimento bem vincado. Essa acentuada evolução, já na temporada de 1984/85, abrir-lhe-ia as portas do escalão maior do futebol português. Ao fazer parte da equipa do Vizela que, de forma inédita na existência do clube, haveria de marcar a estreia na 1ª divisão, o atacante entraria para a história da colectividade minhota. Contudo, a trabalhar sob a alçada de José Romão, as oportunidades conquistadas seriam poucas e só após a despromoção da equipa é que sua preponderância viria a mudar radicalmente.
A campanha de 1985/86, ainda com as cores do Vizela, serviriam, mesmo no segundo escalão, para promover o atacante. Tal seriam os indícios deixados durante a referida época que o jogador acabaria como alvo da cobiça de uma dos emblemas de maior monta no cenário luso. Apresentado como reforço do plantel de 1986/87 do Boavista, José Augusto seria uma das agradáveis surpresas no grupo de trabalho inicialmente às ordens de João Alves, para, com a saída deste, passar a trabalhar na intendência de José Torres. Porém, apesar de ser um dos atletas utilizados com uma boa frequência e de ter, com a presença das “Panteras” na Taça UEFA, ajudado à eliminação dos italianos da Fiorentina, o avançado não conseguiria cimentar-se como uma das figuras dos “Axadrezados”.
Pouco utilizado na época seguinte à da sua chegada ao Estádio do Bessa, José Augusto, na temporada de 1988/89 encetaria um périplo de “empréstimos” a levá-lo ao primodivisionário Leixões e, na campanha seguinte, afastado de vez do convívio com os “grandes”, ao Rio Ave. De seguida, segundo as informações mais uma vez retiradas do “site” da Federação Portuguesa de Futebol, surgiriam as provas agendadas para 1990/91, repartidas entre o Régua e o Oliveira do Douro, e o fim da carreira do atacante, antes ainda de completar 30 anos de idade.

1555 - RUI ESTEVES

Com os pais e irmãos ligados ao basquetebol, onde a irmã Carla Sofia viria a tornar-se numa das atletas das mais consagradas em Portugal, Rui Esteves também escolheria as actividades de cariz físico como um dos entreténs favoritos. Começaria no atletismo do Benfica e abraçaria igualmente a modalidade mais popularizada entre a família. Só depois chegaria o “jogo da bola”.
Seria já como praticante do “desporto rei” que um episódio viria a modificar a sua vida. Aquando da ida do seu pai, Manuel Esteves, para Moçambique, com o intuito de treinar o “basket” do Maxaquene, umas férias passadas no referido país africano levá-lo-ia a conviver com duas figuras do desporto português, ambas a orientar o futebol da aludida agremiação. Se o primeiro tratar-se-ia do mítico Joaquim Meirim, o segundo viria a mudar-lhe o rumo – “(…) há um dia em que faltavam jogadores para fazer um treino qualquer e o Rui Caçador pediu-me para ir treinar com a malta, para fazer número. Fui e ele pegou logo em mim «Tu não vais jogar mais basquetebol, tu vais jogar é futebol» (…).O Rui Caçador ligou para o prof. José Lemos que era treinador do Torreense e disse-lhe: «Vou-te mandar um puto daqui». Quando cheguei a Portugal fui ao Torreense, assinei contrato, fiquei lá e assim começou a minha carreira”*.
Com a estreia sénior pelo emblema do Oeste a acontecer no contexto da 2ª divisão de 1985/86, a falta de oportunidades conseguidas sob a égide de Pedro Gomes levá-lo-ia a procurar outro destino para a sua, ainda recente, caminhada no futebol, com a ocasião a surgir vinda do plantel de 1986/87 do Olhanense. Orientado por Manuel Cajuda, ainda no escalão secundário, o médio começaria a sublinhar as suas qualidades como um intérprete de cariz técnico apurado e com um entendimento do jogo bem acima da média. Daí para um Louletano a apostar fortemente numa possível subida ao patamar máximo, treinado inicialmente por Manuel Oliveira e na campanha subsequente por Manuel Cajuda, passar-se-iam dois anos. Ao manter-se no Algarve, os seus desempenhos chamariam a atenção do Farense. Porém, a mudança para a equipa comandada pelo catalão Paco Fortes não traria os frutos desejados e a passagem pelo panorama primodivisionário de 1990/91, com poucos jogos disputados, transformar-se-ia num período bem discreto.
Depois de outra época no Louletano e de um regresso ao Torreense, onde voltaria a encontrar-se com Manuel Cajuda, Rui Esteves veria as portas da 1ª divisão a abrirem-se novamente. Dessa feita, a aposta surgiria do Vitória Futebol Clube de 1993/94, onde uma brilhante época, a trabalhar sob as instruções de Raul Águas, fá-lo-ia dar o maior salto da carreira. Já com a época seguinte à da chegada a Setúbal em andamento, a proposta entregue pelo Benfica aos responsáveis pelo “Sadinos” levá-lo-ia de volta a Lisboa e, por empréstimo, ao Benfica. Porém, ao serviço daquele que é o clube do seu coração, a experiência no conjunto às ordens de Artur Jorge correria muito aquém das expectativas, com o jogador curiosamente a recusar um contrato de 3 anos com as “Águias” e ainda a experimentar um terceiro emblema na temporada de 1994/95, ou seja, o Birmingham de Pedro Paulo e José Dominguez.
Após a curta e discreta passagem por Inglaterra, Rui Esteves ainda rubricaria um contrato com o Vitória Futebol Clube, rapidamente rescindido por uma alegada entrevista dada pelo jogador. Afastado do emblema de Setúbal, seguir-se-iam o famoso Belenenses de João Alves, as duas temporadas pelos “Azuis” na 1ª divisão, a recusa à proposta do Sporting de Braga de Manuel Cajuda e a aventura no Oriente. Na Coreia do Sul assinaria pelo Daewoo Royals, onde viria a sagrar-se campeão nacional. Já na China passaria a representar o Beijing Guoan, onde haveria de lesionar-se gravemente num joelho. De seguida, no regresso a Portugal, ainda receberia o convite do Felgueiras orientado por Jorge Jesus, mas recusaria. Anos mais tarde voltaria a ligar-se futebol, como treinador. Nas funções de técnico, cumpriria a totalidade do seu percurso nos patamares inferiores. Ainda assim, teria experiências em emblemas de grande história no desporto luso, casos do Torreense, Farense ou a antiga CUF, agora Fabril.

*adaptado da entrevista de Ana Brígida, publicada a 21/10/2018, em https://tribuna.expresso.pt

1554 - DANIEL BARRETO

Desde cedo demonstraria fortes qualidades para o futebol. Como tal, começaria a ser cobiçado por emblemas de topo e por razão da paixão clubística do pai, numa altura em que o Sporting de Braga já andava no seu encalço, Daniel Barreto sairia de Ponte da Barca para prestar provas no Vitória Sport Clube. Agradados os responsáveis pela colectividade de Guimarães com as características reveladas, o jovem praticante seria integrado nos juniores de 1953/54, tendo, ainda no decorrer dessa temporada, passado a treinar-se com o plantel sénior. Já a estreia no conjunto principal ficaria reservada para a campanha seguinte. Pela mão do inglês Randolph Galloway, subiria a campo na 2ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª divisão e nessa partida caseira frente ao Benfica, onde também concretizaria um dos golos da vitória por 2-1, o atleta tornar-se-ia no mais novo de sempre a marcar, no patamar máximo, pela agremiação minhota.
Infelizmente para si e para os seus pares, a época de 1954/55 terminaria com a descida do clube ao 2º escalão. A separação dos principais palcos do futebol português ainda duraria alguns anos, com o regresso ao convívio com os “grandes” a acontecer em 1958/59. Curiosamente, depois da promoção ter em Fernando Vaz o principal obreiro, seria Mariano Amaro, na referida campanha de volta ao escalão maior, a pegar na equipa. Daniel, tendo aproveitado o afastamento dos principais palcos para afirmar o seu nome como um dos titulares do conjunto vimaranense, manter-se-ia como uma das principais figuras do clube. Inicialmente a posicionar-se como interior-direito ou interior-esquerdo para, mais tarde, começar a notabilizar-se, nos mesmos lados, mas a defesa, o atleta depressa chegaria ao estatuto de “estrela da companhia”. Como tal, mesmo ao partilhar o balneário com craques como Edmur, Silveira, Romeu, Mendes, Caiçara, Azevedo, Rola, Bártolo, entre tantos outros, o jogador tornar-se-ia numa das pedras basilares dos sucessos colectivos e a chegada à final da Taça de Portugal de 1962/63, onde marcaria presença no Jamor, o 3º lugar conquistado na 1ª divisão de 1968/69 e o consequente e inédito apuramento para as provas continentais seriam disso bons exemplos.
Em abono da verdade, a última temporada aludida no parágrafo anterior viria a tornar-se na primeira em que Daniel perderia a preponderância de anos anteriores. Independentemente disso, o jogador marcaria presença em momentos decisivos na história do Vitória Sport Clube, como, para além do já mencionado, posso juntar a passagem do Campo da Amorosa para o Estádio Municipal de Guimarães, em 1964/65. Pelo todo registado, ao atleta seria entregue a braçadeira de capitão. No entanto, apesar da sua importância, a campanha de 1969/70 marcaria o fim da ligação de 17 anos ao emblema minhoto. Seguir-se-iam, como treinador/jogador as passagens pela AD Fafe, a primeira promoção à 2ª divisão do Desportivo das Aves no termo da provas agendadas para 1972/73 e o título de campeão nacional da 3ª divisão de 1973/74, com as cores do Paços de Ferreira.
Já em exclusivo a desempenhar as funções de técnico, Daniel Barreto voltaria, em 1974/75, ao Desportivo das Aves. Depois viria o regresso a Guimarães para, em 1975/76, passar a ser adjunto de Fernando Caiado e para, de 1976/77 a 1978/79, adjuvar Mário Wilson. Nessa última temporada, após o despedimento do “Velho Capitão”, ainda assumiria o cargo de treinador-principal. Papel que pouco durou, pois um desentendimento com o Presidente Gil Mesquita resultaria na sua dispensa. Em 1979/80, ainda no papel  de “timoneiro” retornaria à “Capital do Móvel”.

1553 - CARLOS ALBERTO SILVA


Formado em Educação Física, seria no início dos anos de 1970 que Carlos Alberto Silva encetaria a carreira como treinador-principal no futebol sénior. Ainda na mesma década, a mudança para o Guarani, onde viria a orientar os ainda jovens Careca e Renato, traria ao seu palmarés o primeiro grande título. Com a entrada no emblema de Campinas a acontecer na temporada de 1978, o treinador dirigiria o clube até ao derradeiro jogo do “Brasileirão”. Na final encontrar-se-ia com o Palmeiras e, com vitórias em ambas as mãos, daria aos escaparates do “Bugre” o mais importante título do calendário futebolístico brasileiro.
Também nos “estaduais” conseguiria títulos meritórios. Pelo São Paulo venceria o “Paulistão” em 1980, 1989 e ainda participaria na campanha vitoriosa de 1981. No Campeonato Pernambucano, ao serviço do Santa Cruz, ergueria o troféu em 1983. Já na disputa do “Mineirão”, sagrar-se-ia campeão em 1981 pelo Atlético Mineiro e teria, mais uma vez, a sua cota parte de responsabilidade no triunfo conseguido pelo Cruzeiro, na época de 1987. Aliás, seria no emblema de Belo Horizonte que viria a selar outro momento importante na sua caminhada profissional, quando, numa digressão em Portugal, tomaria a decisão de lançar na equipa principal um jovem de nome Ronaldo Luís Nazário de Lima.
Outro emblema que defenderia, com enorme galhardia e sucesso, seria o da Confederação Brasileira de Futebol. Pela “Canarinha” venceria a edição de 1987 dos Jogos Pan-Americanos e qualificaria o Brasil para os Jogos Olímpicos de 1988. No torneio com sede em Seul, para onde levaria inúmeros nomes bem conhecidos do futebol português, como José Carlos, Batista, Ricardo Gomes, André Cruz, Aloísio, Careca e Valdo, o técnico conduziria o “Escrete” até à Medalha de Prata.
No estrangeiro, já como um treinador de créditos firmados no seu país natal, começaria pelo Japão, onde, ao serviço do Yomiuri FC (actual Tokyo Verdy) viria a sagrar-se campeão em 1991. Seguir-se-ia, pouco tempo depois, a sua experiência em Portugal. Contratado por Jorge Nuno Pinto da Costa para orientar o plantel de 1991/92 do FC Porto, o sucesso do técnico brasileiro seria imediato. À frente dos “Dragões”, onde voltaria a encontrar-se com Aloísio, venceria, por duas vezes consecutivas, o Campeonato Nacional da 1ª divisão. Também conquistaria a Supertaça de 1991/92, após uma finalíssima curiosamente disputada já no decorrer da época seguinte. No entanto, a memória do aludido Presidente dos “Dragões” sublinhá-lo-ia como uma pessoa distinta – “Tinha aquele jeito introvertido, mas era um excelente conversador e enquanto foi nosso treinador mostrou ser sempre um trabalhador incansável, com os bons resultados que conhecemos (…), mas nesta altura o que mais recordo é a relação de amizade que mantivemos todos estes anos”*.
No resto da carreira, cumprida na sua grande percentagem na defesa de emblemas brasileiros, as excepções emergiriam dos desafios lançados por emblemas europeus. Nesses regressos ao “Velho Continente”, o maior destaque iria para os seus desempenhos na La Liga, com as cores do Deportivo La Coruña. Obviamente, seria impossível esquecer a sua passagem pelos Açores, onde, à frente de um primodivisionário Santa Clara, orientaria o conjunto micaelense no decorrer da campanha de 2002/03.

*retirado do artigo de Joana Quintas, publicado a 13/11/2017, em https://bolanarede.pt