1657 - FAIA

Seria no FC Barreirense que João Júlio de Almeida e Silva encetaria a carreira no “jogo da bola”. Após terminar a formação nos “Alvirrubros”, a época de 1947/48, na qual a colectividade sediada na Margem Sul atingiria as meias-finais da Taça de Portugal, dar-lhe-ia a oportunidade de dar, ainda em idade adolescente, os primeiros passos no escalão sénior. Dando início ao percurso na equipa principal na disputa do escalão secundário, o atleta, popularizado pela alcunha Faia, teria de aguardar algumas temporadas para conseguir experimentar as pelejas travadas nos principais palcos do desporto luso. Essa oportunidade surgiria no decorrer da campanha de 1951/52 e daria azo a um dos grandes momentos da sua caminhada competitiva.
Na última temporada referida no parágrafo anterior, orientado por Artur Quaresma e com a chegada às meias-finais da Taça de Portugal como a grande proeza dessa época, Faia, como resultado das suas exibições, seria convidado pelo Sporting para integrar uma digressão agendada para o Brasil. Em “Terras de Vera Cruz”, a participação na Copa Rio daria ao ponta-de-lança o ensejo de entrar em campo frente ao Fluminense e contra os helvéticos do Grasshopers. Já no regresso a Portugal, de volta ao listado branco e vermelho do FC Barreirense, o jogador continuaria a revelar excelsas qualidades para os desempenhos das funções a si atribuídas no sector mais ofensivo da equipa. Tais habilidades, que ajudariam ao 5º posto na tabela classificativa do Campeonato Nacional de 1952/53, seriam suficientes para que de outros emblemas continuasse a surgir o interesse no seu concurso. A transferência viria mesmo a concretizar-se e o avançado, em 1954/55, seria apresentado como reforço da Académica de Coimbra.
Depois de um par de anos na “Cidade dos Estudantes”, a reentrada no Estádio Dom Manuel de Mello entregaria o atleta aos melhores anos da sua carreira. Uma das grandes provas do que acabo de afirmar seria a forma incontestada como assumiria a titularidade. Nesse campo, com o regresso ao FC Barreirense a acontecer em 1956/57, o avançado, na aludida época e nas duas seguintes, conseguiria ser sempre totalista no Campeonato Nacional. Outro aspecto importante emergiria com o interesse dos responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol nos seus préstimos. Com as cores lusas, para além das participações pela selecção militar, Faia exibir-se-ia por duas vezes, com a estreia, frente a um colectivo da região germânica de Sarre, a acontecer a 3 de Junho de 1956. Depois dessa partida, o jogador ainda vestiria mais uma vez a “camisola das quinas” e encerraria as suas participações por Portugal com duas internacionalizações “B”.
Após cumprido mais um triénio ao serviço do FC Barreirense, a despromoção da colectividade por si representadas levaria o atleta a prosseguir a sua carreira noutras paragens. Depois de deixar os “Alvirrubros” não só como um dos nomes com mais presenças no escalão máximo, os 72 golos concretizados, num total de 5 campanhas, transformá-lo-iam, até aos dias de hoje, no goleador máximo da equipa no contexto primodivisionário. Ainda assim, a sua decisão de mudar de cores levá-lo-ia, em 1959/60, a escolher os grandes rivais da CUF como o emblema seguinte na caminhada competitiva. Na colectividade fabril, mesmo não tendo atingido as metas pessoais alcançadas anteriormente, o atacante conseguiria manter-se importante para os objectivos do colectivo e, nesse sentido, seria preponderante na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa, nomeadamente para o 4º posto atingido em 1961/62. Por fim, em 1963/64 e num trajecto quase exclusivamente dedicado a agremiações do Barreiro, viria o seu ingresso no Luso, emblema que representaria até à segunda metade da década de 1960.

1656 - BARNABÉ

Formado no futebol do Sporting, depois de também ter praticado natação e ginástica no clube, João Pedro Barnabé dos Santos, chegaria a sénior na temporada de 1965/66. Porém, apesar da qualidade exibida projectar para si um lugar no plantel principal, a verdade é que uma lesão levá-lo-ia a adiar tal estreia. Inserido nos “reservas”, o defesa-direito, na campanha de 1967/68, finalmente conseguiria ser chamado ao mais importante “onze” leonino. Arrolado por Fernando Caiado à titularidade, o jogador, na 5ª jornada do Campeonato Nacional, teria o arranque de uma caminhada que, em Alvalade, pouco mais tempo duraria. Sem lugar no plantel dos “Verdes e Brancos”, o atleta mudaria de emblema e encontraria no União de Tomar a sua nova divisa.
No emblema do distrito de Santarém a partir da temporada de 1968/69, Barnabé, como um dos atletas a fazer parte do primeiro grupo a disputar, na história dos “Nabantinos”, o escalão máximo, automaticamente entraria para os anais do clube. Obviamente, não seria apenas este facto a pô-lo em destaque na simpatia dos adeptos. Num conjunto orientado por Oscar Tellechea, o defesa desde logo assumiria um papel deveras importante nos esquemas tácticos pensados pelo treinador argentino. É também verdade que, apesar da segurança dada ao último sector dos homens sediados na “Cidade dos Templários”, onde chegaria a ocupar ambas as laterais, nem sempre conseguiria manter-se como um dos titulares. Nesse sentido, a época seguinte à da sua chegada constituiria uma dessas excepções e, curiosamente, o termo da campanha referida ditaria a despromoção do União de Tomar.
Nas 6 temporadas do União de Tomar na 1ª divisão, Barnabé passaria 4 anos entre os “grandes” do futebol luso. Nesse contexto competitivo, o atleta, em 1971/72 e orientado por Fernando Cabrita, teria a época mais produtiva em termos individuais. Infelizmente, a campanha seguinte voltaria a trazer ao seu percurso a malapata das lesões. Com graves mazelas a atrapalhar a sua continuidade como praticante de alta-competição, o defesa pouco jogaria nas temporadas de 1972/73 e 1973/74. Tamanho revés levá-lo-ia a encarar a sua ligação com o desporto de uma forma diferente da relação tida até esse momento. Ao decidir ser a altura certa para, com 27 anos, “pendurar as chuteiras”, o antigo praticante veria no trilho escolar a melhor maneira de regressar à modalidade da sua paixão e o curso de Educação Física passaria a ocupar a maior parte do seu tempo.
 Ao completar o mencionado grau académico, durante o qual ainda jogaria no Campeonato estudantil e também com as cores do CIF, o antigo futebolista profissional ganharia mais valências para operar no universo do futebol. Ele que, em 1972, já tinha feito parte do grupo fundador do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, a partir de 1982/83, passaria a desempenhar, nas “escolas” leoninas, as funções de treinador. Igualmente como técnico, a sua ligação à Federação Portuguesa de Futebol começaria, no conjunto “A”, como adjunto de Juca. Ainda com a “camisola das quinas”, em dois períodos distintos, assumiria o papel de seleccionador nacional de futebol de praia. Também no futebol de rua haveria de ser o principal timoneiro do conjunto luso. Já no que diz respeito ao trajecto no cenário clubístico, cumprido como técnico-principal, como coordenador-técnico ou coordenador da formação, João Barnabé teria passagens pelo União de Coimbra, Torreense, União de Tomar, Sintrense e Atlético. Para juntar a tudo isto, falta ainda fazer referência às várias “escolas” onde haveria de trabalhar ou o labor na Associação de Futebol de Lisboa.

1655 - RODRIGUES DIAS

Não havendo grandes dados sobre o assunto, ainda assim, existem algumas fontes a asseverar um trajecto de José Rodrigues Dias enquanto futebolista. Dizem-nos essas informações ter, o futuro treinador, jogado a guarda-redes e que, num percurso modesto, terá ainda representado colectividades como o União Almadense, o Trafaria e o Sintrense.
O que parece ser verdade é que, concluído o curso em Educação Física, Rodrigues Dias, paralelamente às actividades relacionadas com o ensino escolar, também terá dedicado bastante da sua disponibilidade ao futebol. Ao assumir, em diferentes ocasiões, diversas funções, o seu trajecto como treinador-principal terá começado pelo Torres Novas e, posteriormente, no Ginásio Clube do Sul. Em 1964/65 terá representado, como elemento técnico das camadas jovens, o alcantarense Atlético. Seguir-se-ia, não muito tempo depois, a entrada naquele que viria a tornar-se no emblema mais representativo da sua caminhada na modalidade, o Sporting.
Em Alvalade começaria o seu trabalho, nas camadas jovens, a partir da temporada de 1965/66. Igualmente contribuiria para os sucessos da equipa principal nas funções de adjunto e, como aconteceria em 1967, por ocasião do Torneio Ibérico de Badajoz, assumiria, ainda que de forma interina, o papel de técnico-principal dos “Leões”. No entanto, mesmo com desempenhos louváveis, a primeira grande oportunidade conseguida para o seu trajecto profissional viria do Norte de Portugal. Convidado pelo Varzim, agarraria o momento e ficaria como responsável-mor dos “Lobos-do-mar”. Nessa campanha de 1970/71, a disputar a 1ª divisão, a verdade é que o desempenho colectivo ficaria aquém do esperado. Numa equipa a contar com nomes míticos da colectividade, como Sidónio, Fernando Ferreira, Quim ou Salvador, as pobres exibições do grupo a envergar o listado alvinegro fariam com que Rodrigues Dias, após a 21ª jornada, abandonasse o clube, indo para o seu lugar Noé Castro.
Já aquela que viria a tornar-se na época áurea da sua caminhada pelo futebol desenrolar-se-ia entre a última metade da década de 1970 e o início dos anos de 1980. O encetar desse grande capítulo surgiria em 1975/76, durante o qual, Rodrigues Dias emergiria como o preparador-físico da equipa principal do Sporting. Em idênticas tarefas, num grupo de trabalho liderado por José Maria Pedroto, surgiria o período entre 1976 e 1977, onde trabalharia para a Federação Portuguesa de Futebol. Depois assomar-se-ia novamente a Alvalade. Ao aceitar o desafio do Presidente João Rocha, substituiria o brasileiro Paulo Emílio para, a partir de Janeiro, passar a liderar os “Leões”. No que restaria da temporada de 1977/78, seria na Taça de Portugal que conseguiria tirar, do grupo ao seu cargo, os melhores resultados. Com os “Verdes e Brancos” a alcançarem a derradeira ronda da denominada “Prova Rainha”, a resolução da referida competição, após o empate a 1-1, necessitaria de uma sequela. Na finalíssima, o resultado frente ao FC Porto fixar-se-ia nos 2-1 e o tão almejado troféu ficaria a cargo dos escaparates do emblema lisboeta.
Após, em 1978/79, ter voltado às funções de preparador-físico, o começo da época seguinte surgiria com a aposta do seu nome para regressar ao comando técnico do Sporting. Todavia, a primeira metade da temporada resultaria, depois de algumas polémicas com a direcção, na saída do treinador. Com Fernando Mendes a ocupar o seu lugar, a substituição, muito à custa do trabalho iniciado por Rodrigues Dias, resultaria na conquista da prova de maior calibre no calendário luso e, meritoriamente, o nome do técnico também seria incluído no rol de figuras a contribuir para a vitória no Campeonato Nacional.
Ainda nessa temporada de 1978/79, Rodrigues Dias continuaria o seu périplo por emblemas primodivisionários. Depois de orientar o Beira-Mar, seguir-se-iam, nas épocas vindouras, o par de campanhas ao serviço do Vitória Futebol Clube e a campanha de 1981/82 à frente do Belenenses. Por fim, o treinador ainda registaria passagens pelo Quimigal, Sintrense e Lusitano de Vila Real de Santo António.

1654 - SIDÓNIO

Júnior do Benfica, a época de 1958/59 significaria para Sidónio da Silva Bastos a chegada ao universo sénior. Tendo conseguido apenas segurar um lugar no conjunto de “reservas” das “Águias”, o jovem praticante teria de aguardar até 1960/61 para receber de Béla Guttmann a primeira oportunidade na equipa principal. Na referida temporada e na subsequente, campanhas em que os “Encarnados” triunfariam na Taça dos Clubes Campeões Europeus, o jogador somente entraria em campo nas competições de índole interno. Ainda assim, a meia dúzia de partidas por si disputadas, serviriam para inscrever no seu currículo alguns títulos importantes e as vitórias no Campeonato Nacional de 1960/61 e na Taça de Portugal do ano seguinte passariam a fazer parte do palmarés do defesa-esquerdo.
Já como internacional militar, Sidónio, em busca de mais presenças em campo, seria, na temporada de 1962/63, apresentado como reforço do Atlético. Sem deixar as contendas do escalão máximo, o defesa-esquerdo, a exibir-se no Estádio da Tapadinha, conseguiria afirmar-se como um dos elementos habitualmente arrolados ao “onze” inicial. No entanto, a despromoção da colectividade nascida no lisboeta bairro de Alcântara, faria com que procurasse prosseguir a sua senda competitiva noutras paragens. Nesse sentido, seria o plantel de 1963/64 do Varzim, colectividade a estrear-se na 1ª divisão, a receber o atleta nascido em Moçambique. A trabalhar sob a intendência de Artur Quaresma, o esquerdino voltaria a afirmar-se como uma dos bons elementos a passar pelas provas de maior calibre no calendário futebolístico português. Tal estatuto saberia mantê-lo nas campanhas seguintes e com o acumular de partidas cumpridas pelos “Lobos-do-mar”, o jogador encaminhar-se-ia para o estrito rol de nomes históricos a envergar a camisola da colectividade nortenha.
Tendo passado pelas mãos de diferentes treinadores, como são exemplo, para além do nome referido no parágrafo anterior, José Maria Pedroto, José Valle, Ricardo Perez, Monteiro da Costa, Joaquim Meirim, Rodrigues Dias ou Noé Castro, Sidónio raras vezes perderia a importância no seio do plantel do Varzim. A preponderância apresentada durante 8 temporadas consecutivas, todas elas na disputa da 1ª divisão, faria com que também fosse um dos responsáveis pelas diferentes metas alcançadas pelo clube. Entre os sucessos conseguidos, o maior destaque ira para o 6º posto atingido, na tabela classificativa do Campeonato Nacional, com o termo da campanha de 1969/70. Curiosamente, a época imediatamente a seguir terminaria com a despromoção do colectivo a trajar o listado alvinegro. O desaire marcaria também a separação do emblema e do defesa-esquerdo, o qual, em 1971/72, viria a prosseguir a carreira ao serviço da AD Fafe.
Sem ter conseguido confirmar a veracidade da informação fornecida por algumas fontes, depois da passagem de um ano pela agremiação minhota, Sidónio, hipoteticamente, ainda terá regressado ao Varzim. Infelizmente faltaram-me encontrar outras evidências para que possa considerar tal afirmação como correcta. Todavia, achei relevante torná-la aqui disponível.

1653 - MONTEIRO DA COSTA

António Henrique Monteiro da Costa encetaria a sua caminhada desportiva ao serviço do Sporting de Espinho. Tendo chegado à equipa principal dos “Tigres da Costa Verde” na temporada de 1946/47, não demoraria muito até ver reconhecidos os excelentes predicados como jogador. Aguerrido, resistente, com boa velocidade, excelente leitura de jogo, passe certeiro e ainda com “faro” para o golo, o jovem praticante depressa revelaria capacidades para ocupar um lugar em colectividades com ambições maiores. Seria, no entanto, já como membro do plantel de 1948/49 da UD Oliveirense que a cobiça de outras agremiações começaria a acicatar-se. Já cotado como uma excelente promessa, Benfica, Sporting e Académica de Coimbra viriam no seu encalço. Ainda assim, a sua preferência recairia sobre o emblema favorito da família e a camisola do FC Porto, a partir da campanha de 1949/50, passaria a fazer parte da sua senda competitiva.
Depois de uma enorme confusão com “fichas” rubricadas pelos “Dragões” e pela UD Oliveirense e com o Sporting de Espinho a reclamar igualmente os direitos de uma transferência, Monteiro da Costa, a troco de aproximadamente cem contos e 4 partidas disputadas, total distribuído pelas duas instituições a reclamar as compensações, lá chegaria à Constituição. Estrear-se-ia na 1ª divisão, sob as ordens de Augusto Silva, como avançado. No entanto, ao longo dos anos, dando justiça às suas habilidades de elemento polivalente, passaria por todas as posições de campo. Com tantos atributos, o jogador depressa viria a constituir-se como um dos elementos principais do plantel portista. Daí em diante, raras seriam as ocasiões em que o seu nome não marcaria presença no “onze”. Tal regularidade dar-lhe-ia o direito de figurar nos momentos mais faustosos, cumpridos durante a década de 1950, pelo FC Porto. Destacar-se-iam os títulos conquistados e, nesse campo, sobressairiam as vitórias nos Campeonatos Nacionais de 1955/56 e de 1958/59 e nas edições de 1955/56 e de 1957/58 da Taça de Portugal.
Tamanho sucesso levá-lo-ia, com alguma naturalidade, a ocupar um lugar nas convocatórias da selecção nacional. A 23 de Novembro de 1952, num grupo a contar também com Barrigana e com Carvalho, seus colegas no FC Porto, o atleta seria chamado a um jogo de preparação. Esse desafio, jogado sob a intendência de Cândido de Oliveira, serviria de arranque a uma caminhada a levá-lo a outras partidas disputadas com a “camisola das quinas”. Após a referida peleja frente à Áustria, seguir-se-iam, ainda que espaçadas, outras 3 aparições pelo conjunto “A” português, às quais, num total de 6 internacionalizações, o jogador juntaria um par de presenças feitas ao serviço da equipa “B” lusa.
Apesar da passagem pela selecção de Portugal, os maiores destaques da sua carreira surgiriam com as cores do FC Porto. Num cômputo de 328 partidas disputadas e 92 golos concretizados ao longo de 13 épocas de jogos oficiais, Monteiro da Costa transformar-se-ia numa figura mais do que merecedora de um lugar na lista dos nomes mais notáveis da história dos “Dragões”. Muito para além dos números faustosos a compor a sua longa passagem pelo emblema da “Cidade Invicta”, premiados pela íntegra utilização da braçadeira de capitão, o atleta também alcançaria feitos e faria parte de momentos de indubitável importância para a agremiação nortenha. A inauguração do Estádio das Antas, a 28 de Maio de 1952, transfigurar-se-ia num desses capítulos. Outro seria a estreia dos “Azuis e Brancos” nas competições de índole continental, onde, frente aos bascos do Athletic Bilbao, disputaria a edição de 1956/57 da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Mesmo tendo em conta a fiel ligação entre o jogador e o clube, a caminhada de Monteiro da Costa enquanto futebolista conheceria, na temporada de 1961/62, o seu termo. Afastado temporariamente do FC Porto, Monteiro da Costa daria início à carreira como treinador. O Salgueiros, a promoção à 1ª divisão conseguida ao serviço da Sanjoanense, o Varzim ou o Paços de Ferreira só seriam ultrapassados, no plano meramente pessoal, pela importância das suas passagens pelos “Dragões” onde, para além de orientar as camadas jovens, também chegaria à equipa principal, embora de forma interina, nas campanhas de 1974/75 e 1975/76.

1652 - OSVALDO CAMBALACHO

Familiar de Octávio Cambalacho e de Manuel Cambalacho*, outros dois nomes com forte passagem pelo futebol português, Osvaldo Marques Santos Cambalacho, com uma carreira notável, não deixaria o nome do clã envergonhado. Tal como a parentela referida, seria o Seixal a conferir-lhe a naturalidade. Também na Margem Sul, o defesa-esquerdo, naquele que é o emblema mais representativo da mencionada localidade, daria os primeiros passos na modalidade. Com a estreia sénior a acontecer na temporada de 1942/43, os primeiros anos do atleta seriam cumpridos nas disputas dos patamares secundários. Ainda assim, as suas qualidades não passariam despercebidas a emblemas de outra monta e na campanha de 1948/49 seria apresentado como reforço do “O Elvas”.
Com o emblema alentejano a militar na 1ª divisão, Osvaldo Cambalacho, com outros colegas a merecerem a preferência de Severiano Correia, teria uma primeira época algo discreta. Já a chegada ao comando técnico dos “Azul e Oiro” de Mariano Amaro mudaria o seu cenário competitivo, tornando-se o defesa-esquerdo num dos elementos mais utilizados no plantel da colectividade raiana. Por outro lado, essa campanha de 1949/50 ditaria a despromoção do “O Elvas” ao 2º escalão. Ainda assim, a descida de divisão em pouco beliscaria a cotação do jogador. Nesse sentido, passados 4 anos sobre a chegada ao Rossio da Fonte Nova, o atleta receberia um novo convite e a viagem até ao Norte do país levá-lo-ia a abraçar a época mais faustosa da sua carreira.
Contratado pelo FC Porto para a temporada de 1952/53, o atleta começaria a trabalhar sob as instruções do argentino Lino Taioli. No entanto, mesmo reconhecidas as suas qualidades, a presença no plantel de Virgílio e de Carvalho impediria que o jogador conseguisse agarrar um lugar na equipa. Aliás, seria necessária a introdução, por parte de Dorival Yustrich, de um sistema táctico com três defesas, para que o esquerdino tomasse lugar, de forma inequívoca, no “onze” dos “Azuis e Brancos”. Já consigo cimentado como titular, essa temporada de 1955/56 significaria também a estreia do jogador nas conquistas de cariz nacional. Nesse contexto vencedor, primeiro emergiria o triunfo no Campeonato Nacional para, de seguida, numa final com a presença de Osvaldo Cambalacho, surgir a vitória na Taça de Portugal.
Outro momento de inolvidável importância na sua carreira surgiria na temporada a seguir à conquista da “dobradinha”. Com o FC Porto, pela primeira vez na história, a participar numa prova de âmbito continental, o sorteio da Taça dos Clubes Campeões Europeus ditaria ao destino o embate entre os “Dragões” e o Athletic Bilbao e apesar da dupla derrota do conjunto português, Osvaldo Cambalacho surgiria, numa eleição do brasileiro Flávio Costa, como um dos atletas arrolados ao embate ibérico.
Numa última temporada em que Barbosa ultrapassaria Osvaldo Cambalacho na luta por um lugar na equipa, o defesa-esquerdo teria na campanha de 1957/58 a derradeira aparição ao serviço do FC Porto. Daí em diante, numa caminhada a aproximar-se do fim, tempo ainda para o atleta representar o Vila Real, o Freamunde e o Leverense. Mesmo “penduradas as chuteiras”, o antigo jogador voltaria a ligar-se ao futebol e, no papel de treinador, orientaria emblemas como o Boavista, o Juventude de Évora, o Vizela ou a UD Oliveirense.

*Cheguei a ler que Osvaldo seria irmão de Octávio e tio de Manuel. Recentemente, noutra versão, em que só era feita referência à relação dos dois futebolistas mais velhos, dizia-se que Osvaldo seria sobrinho de Octávio. Nunca consegui confirmar a correcção de qualquer uma das afirmações.

1651 - SALVADO

Formado no Benfica, seria ainda como membro das “escolas” benfiquistas que Joaquim António Santos Salvado acabaria chamado às jovens selecções de Portugal. Inserido nos trabalhos das equipas juniores, o atacante surgiria pela primeira vez com a “camisola das quinas” a 20 de Fevereiro de 1975. Nessa partida forasteira frente à Itália, o jogador apresentar-se-ia ao lado de nomes que ficariam bem conhecidos no desporto luso, casos de Chalana, Formosinho, Veloso, Manuel Amaral ou até de Orlando Duarte, famoso pela sua brilhante contribuição, como treinador, no futsal luso. O referido desafio encetaria uma caminhada a levá-lo a um total de 4 internacionalizações e a dar-lhe o direito de ainda integrar, apesar de nunca ter entrado em campo, o conjunto de “esperanças”.
No que diz respeito à carreira sénior, sem lugar no conjunto principal do Benfica, Salvado deixaria a Luz para, a poucos quilómetros da “casa” onde tinha completado a formação, encontrar a oportunidade para prosseguir a sua caminhada competitiva. No Estoril Praia, num plantel de 1977/78 a digladiar-se na 1ª divisão, o atacante, orientado inicialmente por José Torres, apesar da inexperiência, valer-se-ia da qualidade do seu jogo para, desde a entrada no Estádio António Coimbra da Mota, conseguir impor-se como um dos titulares do colectivo sediado na Linha de Cascais. Nos anos seguintes, o mesmo registo e o sublinhar de uma importância cevada pelos números apresentados no final de cada campanha. Porém, o cenário mudaria. Após o revés colectivo da passagem pela 2ª divisão de 1980/81, o regresso dos “Canarinhos”, logo na época seguinte, ao convívio com os “grandes”, mostraria um atleta distante de registos anteriores e, tal contexto, fá-lo-ia mudar de rumo.
No Sporting de Espinho de 1982/83, com o clube igualmente a militar no patamar máximo, Salvado, orientado por Álvaro Carolino, conseguiria recuperar algum do brilho perdido em anos anteriores. Ainda assim, na vivência de duas temporadas com os “Tigres da Costa Verde”, o atacante, que também possuía predicados para jogar mais recuado no terreno de jogo, nunca haveria de agarrar a titularidade como um hábito transversal às diferentes rondas e desafios agendados para as provas do calendário futebolístico luso. Compreendendo o desaire, o jogador voltaria a procurar, numa nova mudança de rumo, a solução para relançar a sua carreira. No entanto, a entrada no Estrela da Amadora, apresentado como reforço para a campanha de 1984/85, afastá-lo-ia, em definitivo, dos principais palcos portugueses. Paralelamente, numa carreira que, até pela idade do atleta, parecia ainda ter muito para dar, o fim da sua caminhada desportiva viria a afigurar-se num horizonte não muito longínquo e após 3 épocas cumpridas na Reboleira, a passagem pelo Cova da Piedade de 1987/88 significaria, para o avançado de 31 anos de idade, o “pendurar das chuteiras”.

1650 - ISIDRO BEATO

Seria ainda como elemento das “escolas” do Belenenses que Isidro Miguel Palmela da Silva Beato viria a juntar-se aos trabalhos das equipas de formação a cargo da Federação Portuguesa de Futebol. Com os actualmente denominados sub-18, o jovem praticante, chamado por José Maria Pedroto, encetaria a caminhada internacional numa partida a contar para a Fase de Apuramento do Torneio Internacional de Juniores da UEFA. Tal desafio, disputado a 27 de Março de 1974, frente à Suíça, daria início a um trajecto que, ainda nesse ano, levaria o jogador à Fase Final do referido certame. Na Suécia, num grupo a contar com as presenças de Eurico, de Gomes ou de Lito, o centrocampista conseguiria assumir-se como um dos titulares do conjunto luso. Apesar dos resultados colectivos bem aquém do esperado, a competição organizada na Escandinávia, serviria para que o atleta continuasse a merecer a confiança dos responsáveis federativos e, daí para a frente, entre o já mencionado escalão e os “olímpicos”, o médio somaria um total de 12 partidas com as cores de Portugal.
No que diz respeito à sua carreira futebolística, impulsionado pelos jogos feitos com a “camisola das quinas”, Isidro Beato, na temporada de 1974/75, passaria a incorporar o plantel sénior dos “Azuis”. A trabalhar com Peres Bandeira, o médio rapidamente assumiria um papel de relevo no sector intermediário do Belenenses. Como um dos habituais titulares, o médio daria um enorme contributo para que a agremiação lisboeta fosse declarada como um das vencedoras da edição de 1975/76 da Taça Intertoto. Nisso de competições de índole continental é impossível olvidar a eliminatória da Taça UEFA disputada, em 1976/77, frente ao FC Barcelona. Como um dos elementos chamados ao “onze” por Carlos Silva, o jogador participaria, no Estádio do Restelo, no empate a 2 bolas. Já em Camp Nou ajudaria à espantosa exibição do agremiado luso, o qual, só bem perto do final do jogo, sofreria o golo a ditar a passagem dos “Culés”.
Também no plano interno, Isidro Beato contribuiria para os bons resultados que, amiúde, o Belenenses viria a registar. Porém, nas duas derradeiras temporadas no Restelo, a verdade é que a sua preponderância, nos esquemas tácticos idealizados para equipa, diminuiria substancialmente. Talvez à procura de um desafio capaz de relançar a sua carreira, o centrocampista aceitaria o repto lançado pelo Farense e acabaria por abraçar os desafios do 2º escalão. No Algarve, onde voltaria a trabalhar com António Medeiros, o atleta cumpriria apenas uma temporada. Finda essa campanha no sul do país, o jogador regressaria à Grande Lisboa, onde passaria a envergar as cores do Estoril Praia. A entrada no Estádio António Coimbra da Mota em 1982/83 devolvê-lo-ia aos principais palcos do futebol luso. Infelizmente para si, os “Canarinhos”, no final da sua segunda época no clube, claudicaria na luta pela manutenção. A partir daí, a sua caminhada ficaria definitivamente arredada dos cenários primodivisionários e mantendo-se fiel à agremiação da Linha de Cascais, o termo da sua carreira surgiria com o encerrar das provas agendadas para 1986/87.
Apesar de “penduradas as chuteiras”, Isidro Beato manter-se-ia ligado ao futebol. Numa carreira cumprida, na sua totalidade, nas pelejas dos degraus secundários, o antigo médio teria experiências, como treinador-principal, à frente de emblemas como o “O Elvas”, o Fanhões ou o Estoril Praia. No entanto, a sua carreira ficaria estreitamente ligada ao desporto açoriano e para além do Praiense, Marítimo da Graciosa, e Boavista de São Mateus, seria no União Micaelense que encontraria a colectividade mais representativa da sua caminhada enquanto técnico.

1649 - DIOGO JOTA


Pouco tempo depois de, pela mão de Paulo Fonseca, ter feito a estreia na equipa principal do Paços de Ferreira, Diogo José Teixeira da Silva, popularizado no mundo do futebol por Diogo Jota, teria nos sub-19 a cargo da Federação Portuguesa de Futebol, a oportunidade de envergar, pela primeira vez, a “camisola das quinas”. Chamado à partida frente ao País de Gales por Edgar Borges, disputada aludida peleja a 12 de Novembro de 2014, o avançado iniciaria aí uma caminhada a levá-lo a vários escalões e, mais importante, aos maiores certames dedicados a selecções. No seu percurso internacional, o maior destaque acabaria por ir para os jogos disputados pelo conjunto “A” luso. Tal contexto seria pródigo para o jogador que, para além das presenças no Euro 2020 e no Euro 2024, participaria nas caminhadas vitoriosas de Portugal nas fases finais das edições de 2019 e de 2025 da Liga das Nações da UEFA.
Voltando um pouco atrás na cronologia da sua carreira, nomeadamente ao percurso clubístico, Diogo Jota, como dono de um entendimento brutal do jogo, depressa começaria a criar a cobiça em emblemas de maior monta. Após ter participado na campanha de 2015/16 dos “Castores”, seria o Atlético de Madrid a chegar-se à frente na aquisição do seu passe. No entanto, a estadia na capital espanhola não chegaria a concretizar-se. Seguir-se-ia o empréstimo ao plantel de 2016/17 do FC Porto, grupo orientado por Nuno Espírito Santo. Já no ano seguinte, com a passagem do referido treinador português para o Wolverhampton, o atacante passaria a exibir-se em Inglaterra. Com o emblema sediado no condado de West Midlands a disputar o segundo escalão inglês, o avançado, com a promoção alcançada no termo da época da sua chegada a “Terras de Sua Majestade”, passaria a frequentar os principais palcos do futebol e britânico e bastariam outros dois anos para que um novo evento viesse a catapultar o seu destino.
A transferência para o Liverpool em 2020/21 encaminhá-lo-ia para uma das agremiações com maior tradição no cenário futebolístico mundial. Nos “Reds”, Diogo Jota, sem muito titubear perante a presença, só no sector mais ofensivo, de nomes como Roberto Firmino, Sadio Mané, Mohamed Salah ou Xherdan Shaqiri ajudaria, ao confirmar-se como um dos principais elementos do grupo de trabalho, aos sucessos colectivos do emblema de Merseyside. No que diz respeito a troféus, o jogador indubitavelmente enriqueceria o seu palmarés pessoal. Mesmo com certas lesões, algumas de severa gravidade, a porem em causa a sua plena afirmação, a passagem do avançado por Anfield Road contribuiria para as vitórias em 1 Premier League, 2 League Cups e 1 FA Cup.

1648 - JOÃO GOUVEIA

Com a formação terminada ao serviço do FC Porto, João Ribeiro Gouveia, pela primeira vez, apareceria nas actividades do conjunto sénior dos “Dragões” na temporada de 1978/79. No entanto, numa equipa comandada por José Maria Pedroto, o jovem defesa-esquerdo, tapado por Alfredo Murça, não teria, por parte do mencionado treinador, qualquer oportunidade para entrar em campo. Ainda assim, nessa época, ao ver reconhecidas as suas qualidades, viriam as chamadas à selecção. Integrado nos sub-20, o lateral canhoto, numa estreia absoluta, surgiria com a “camisola das quinas” a 17 de Maio de 1979. Esse “particular” frente a Espanha serviria de preparação para o Mundial da categoria e integrado na comitiva a viajar para o certame realizado no Japão, o jogador mereceria, de Peres Bandeira, a confiança para disputar 3 partidas.
Já com 4 internacionalizações por Portugal, às quais ainda juntaria, a 30 de Outubro de 1983, uma presença no banco de suplentes da selecção olímpica, João Gouveia teria na temporada de 1979/80 uma passagem pelo Famalicão. As boas prestações ao serviço do emblema minhoto serviriam de salvo-conduto para um regresso às Antas. Todavia, como na experiência anterior, o lateral-esquerdo, em ocasião alguma, conseguiria qualquer chance para disputar uma partida oficial. Com mais um ocaso a perturbar a sua evolução, surgiria então a transferência para o Vitória Sport Clube. Na “Cidade Berço” a partir de 1981/82, outra vez a trabalhar sob a alçada de José Maria Pedroto, o atleta, curiosamente, voltaria a enfrentar a concorrência de Alfredo Murça. Para além do referido colega, o defesa ainda teria em Laureta e em Gregório Freixo outros competidores de peso a um lugar no sector mais recuado e, nesse contexto, o jogador, no par de anos cumpridos em Guimarães, poucas vezes apareceria em campo.
Sem nunca deixar o escalão máximo, a passagem pelo Portimonense de 1983/84 e, principalmente, a experiência vivida, na época seguinte, com as cores do Salgueiros, revelariam um praticante a assumir-se como titular. Contrariando todos os indicadores, João Gouveia, na temporada de 1985/86, apresentar-se-ia a disputar a 2ª divisão. Essa primeira passagem pelo Beira-Mar serviria de interlúdio para a sua integração no plantel de 1986/87 do Sporting da Covilhã. Ainda a militar no escalão secundário, a entrada nos “Leões da Serra” tornaria o defesa-esquerdo, orientado por Vieira Nunes, num dos pilares do regresso da agremiação beirã ao convívio com os “grandes”. Com a subida, também o lateral voltaria aos principais palcos do futebol português. Contudo, o listado verde e branco claudicaria na luta pela manutenção e a carreira do atleta voltaria a sofrer uma nova mudança.
Ao agarrar a oportunidade para manter a sua caminhada nos trilhos primodivisionários, João Gouveia, em 1988/89, aceitaria o convite remetido desde o Estádio Mário Duarte. Novamente em Aveiro, mesmo com alguma concorrência de respeito, como é exemplo a presença, em 1989/90, do búlgaro Petrov, o defesa-esquerdo, em maior parte das ocasiões, surgiria nas fichas de jogo como titular do Beira-Mar. Seguir-se-ia a passagem, curta e discreta, pelo plantel de 1990/91 do Marítimo e o ano vivido na Madeira significaria, para a sua carreira, a última vivência na 1ª divisão. Daí em diante, num trajecto a acercar-se do fim, apareceriam as colectividades dos escalões mais baixos e seriam as divisas do Ponte da Barca, d’ “Os Sandinenses”,do Santa Marta de Penaguião e do Miramar a colorirem a derradeira fase da sua senda enquanto futebolista.

1647 - CERQUEIRA


Com o Penafiel a militar nos desafios do 2º escalão, Gustavo Pinto Cerqueira, depois da integração no plantel sénior de 1976/77, ainda demoraria alguns anos até atingir os principais palcos do futebol luso. Aliás, essa campanha de 1980/81 não seria só de estreia para o jovem guarda-redes. Também o clube, na referida época, encetaria o seu trajecto entre os “grandes”. Curiosamente, numa temporada em que o treinador Luís Miguel, o grande obreiro dessa subida, seria, logo após a 5ª jornada, substituído por António Oliveira, os “Durienses” atingiriam a melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional da 1ª divisão, o 10º posto da tabela classificativa. Quanto ao guardião, mesmo na condição de suplente de António Luz, daria o seu contributo para a manutenção e numa dezena de jornadas mostraria as qualidades que haveriam de fazer de si um dos ícones da colectividade.
Contrariamente à evolução até aí revelada, Cerqueira, na temporada de 1981/82, acabaria ofuscado pela concorrência a um lugar à baliza. Pior cenário surgiria no final da época, no qual, o Penafiel, envolvido nas pelejas da Liguilha, não conseguiria escapar à indesejada despromoção. Ainda assim, o afastamento do escalão primodivisionário não seria longo… Bem, em abono da verdade, o regresso do guardião à 1ª divisão ainda demoraria um pouco mais. Com o empréstimo ao Valonguense a obrigá-lo a manter-se no escalão secundário, a campanha de 1983/84 serviria, na sua essência, para que o jogador acrescesse traquejo ao seu caminho. Já de regresso ao Estádio Municipal 25 de Abril, o guarda-redes, embora na disputa do patamar máximo de 1984/85, ainda não revelaria capacidades suficientes para ultrapassar Trindade na luta por um lugar no “onze”. Ainda assim, a mudança de paradigma estava para próximo e a opção técnica a levá-lo à titularidade, começaria a revelar-se logo na campanha seguinte.
A excepção à possível hegemonia, aludida no final do parágrafo anterior, emergiria, após mais uma curta passagem pelo 2º escalão, na temporada de 1987/88. Com Amaral, como totalista do Penafiel, a ocupar um papel deveras importante no plantel, Cerqueira voltaria à condição de suplente. Tal não duraria para sempre e ainda com José Romão à frente dos “Durienses”, a temporada subsequente inverteria os papéis dos dois guarda-redes mencionados. No entanto, o atleta, apesar de manter o estatuto de preferido durante mais uma campanha, não deixaria de enfrentar, de seguida, uma forte concorrência pelo lugar. Naquele que viria a ser o maior período, ininterrupto, passado pelo clube na 1ª divisão, o guardião ainda teria de lidar com a presença de Quim ou do checoslovaco Jan Musil. Mesmo assim, a visão dos adeptos em relação à sua entrega não mudaria e as épocas a encaminhá-lo para o fim de uma senda dedicada, quase em exclusivo, à agremiação penafidelense, serviram para cimentar o guardião como um dos nomes históricos dos “Rubro-negros”.
Com duas dezenas de campanhas dedicadas aos seniores do clube, depois das provas agendadas para 1991/92 resultarem no adeus do atleta à conjuntura primodivisionária, a época de 1996/97 traduzir-se-ia pela despedida de Cerqueira, enquanto praticante, do Penafiel. Após uma derradeira temporada com as cores do Rebordosa, o antigo desportista passaria a dedicar-se às actividades de técnico. Já no papel de treinador de guarda-redes voltaria aos “Durienses” e, ao vincar uma fidelidade fora do vulgar, manter-se-ia pelo Estádio Municipal 25 de Abril por mais 24 temporadas consecutivas.

1646 - JOSEPH SZABO

Nascido no seio de uma família operária húngara, seria no Györ que Joseph Szabo viria a dar corpo à paixão pelo futebol. Com a caminhada sénior a começar em 1915, o médio-centro não demoraria muito tempo até chamar a atenção de outros emblemas. Transferido para o Ferencváros na temporada de 1919/20, a sua carreira, como elemento da colectividade sediada em Budapest, ganharia outro significado. Nesse sentido, também chegaria ao seu caminho o triunfo na Magyar Kupa de 1921/22 e, mais tarde, no Campeonato de 1925/26. Porém, seriam as chamadas à selecção do país a dar-lhe grande notoriedade e com o estatuto engrandecido pelas internacionalizações acabaria convidado pelo Szombately para, em 1926, participar numa digressão a passar por Portugal.
No Funchal seria convidado para ingressar no Nacional da Madeira. Ao aceitar o desafio, o centrocampista, na campanha de 1926/27, encetaria um trajecto a levá-lo, no ano seguinte, a envergar a camisola do Marítimo. Seria já com o listado dos “Leões do Almirante Reis” que, ao integrar uma selecção do arquipélago, ajudaria a derrotar o FC Porto. Por essa altura, nos “Dragões” exibia-se Mihaly Siska, que, impressionado com o desempenho do conterrâneo, lançaria ao médio o repto para uma mudança de ares. Na “Cidade Invicta” a partir de 1928/29, onde chegaria na condição de treinador-jogador, Szabo daria início a uma verdadeira revolução. Os resultados não tardariam a chegar e também seria da sua responsabilidade, para além dos títulos conquistados, a vinda para os “Azuis e Brancos” de um dos futuros mitos da colectividade nortenha, o atacante Artur Pinga.
Para além das 8 vitórias no Campeonato do Porto, as 8 campanhas com o cunho de Joseph Szabo nos “Dragões” também traduziriam, para a agremiação, as conquistas do Campeonato de Portugal de 1931/32 e do Campeonato da I Liga de 1934/35. Tal sucesso, numa altura em que começaria a ser especulado o interesse dos emblemas da capital na sua contratação, levaria a que os responsáveis dos “Azuis e Brancos” começassem a “proibir” a sua saída da cidade. O pior viria com o temperamento irascível do técnico húngaro que, a meio da temporada de 1935/36, após uma acesa discussão onde esmurraria um dirigente do clube, sairia da colectividade portuense para, pouco tempo depois, assumir o comando técnico do Sporting de Braga. A passagem pelo Minho serviria de interlúdio para o ingresso noutro conjunto e a campanha de 1936/37 marcaria o arranque da mais prolífera relação que o treinador viria a conhecer na carreira.
A entrada no Sporting, com a última campanha referida no parágrafo anterior já a meio, encetaria um processo a sublinhar Joseph Szabo como um dos maiores nomes do futebol português de todos os tempos. Em Lisboa, os títulos continuariam a surgir em catadupa e a primeira passagem do técnico magiar pelos “ Leões” traduzir-se-ia na conquista de 6 Campeonatos de Lisboa, 1 Taça Império, 1 Campeonato e Portugal, 1 Taça de Portugal e 2 Campeonatos Nacionais. Tal sucesso impediria que as relações azedas com os jogadores e com os dirigentes dessem jus a um despedimento mais precoce. Porém, tal separação viria mesmo a suceder e com a época de 1944/45 em andamento, o treinador, afastado do conjunto a trabalhar no Lumiar, arrancaria num périplo a levá-lo a diferentes emblemas lusos.
O regresso ao FC Porto, Sanjoanense, Olhanense, Portimonense, Oriental, Sporting de Braga e o Atlético, entre os dois principais escalões do futebol português, dariam corpo a pouco menos de uma década na carreira de Joseph Szabo. Voltaria ao Sporting a meio da temporada de 1953/54 e, logo na campanha seguinte, brindaria os adeptos leoninos com a conquista da “dobradinha”. Ainda assim, essa passagem pelos “Verde e Brancos” terminaria mais depressa que a anterior e, em 1955/56, o treinador daria início a outra senda a levá-lo ao Caldas, Sporting de Braga, Torreense, Leixões, Portimonense, Barreirense e Vila Real. Já no final da carreira, onde também passaria pelo comando de uma selecção de Angola ainda em eras coloniais, tempo ainda para outra presença, em 1964/65, à frente dos “Leões”.
Já no fim da vida, como um verdadeiro apaixonado pelo clube, entregou o seu destino aos cuidados da colectividade mais representativa da sua vida futebolística e as palavras de Octávio Barrosa traduziriam essa inquestionável dedicação – “Foi sempre tão Sporting que quis morrer em… Alvalade. Passou os seus últimos dias no centro de estágio. E foi aí que morreu. Como um leão. Dos mais verdadeiros da nossa história. E dos mais fascinantes. Era um trabalhador insano. Treinava, de manhã, todas as categorias e, à tarde, ia para a sede do clube dar massagens. Jamais o Sporting terá um treinador assim, tão honesto, tão empolgado”*.

*retirado de *retirado de “100 figuras do futebol português”, de António Simões e Homero Serpa; A Bola (1996)

1645 - MONIZ

Seria ainda como membro do Lusitânia dos Açores que João Manuel Soares Moniz receberia o convite do Sporting. A mudança da ilha Terceira para o continente levá-lo-ia, em 1970/71, a integrar os juniores leoninos. A passagem pelas camadas jovens dos “Verde e Brancos” seria curta e a época seguinte empurrá-lo-ia até ao universo sénior. No entanto, o jovem praticante ver-se-ia preterido tanto nas escolhas de Fernando Vaz, como, com a saída deste, nas selecções de Mário Lino. As opções dos aludidos técnicos levá-lo-iam, nessa campanha de 1971/72, a entrar em campo apenas ao serviço dos “reservas”. Já o desenrolar da temporada subsequente, ainda que pouco utilizado, faria com que Ronnie Allen desse ao atleta a oportunidade de fazer a estreia na equipa principal. Sem nunca conseguir libertar-se do estatuto de elemento secundário, o avançado, que também podia jogar mais recuado no esquema táctico, ainda integraria o plantel de 1972/73 e, mesmo com poucas inscrições nas fichas de jogo ao longo dos anos em Alvalade, o jogador amealharia para o currículo pessoal as conquistas de 1 Campeonato Nacional e de 1 Taça de Portugal.
Com a pouca utilização verificada no Sporting, Moniz acabaria por ver na mudança para o Atlético uma nova chance para potenciar a carreira profissional. Novamente a trabalhar sob a alçada de Fernando Vaz, o atacante, mesmo com a presença de Guerreiro e de Arcanjo no sector mais avançado do conjunto alcantarense, teria na temporada de 1974/75, comparativamente às campanhas anteriores, um acréscimo considerável de presenças em campo. Ainda assim, essa evolução em termos numéricos acabaria por não garantir o seu lugar na Tapadinha. Seguir-se-ia, no começo de 1975/76, o Sporting de Pombal. Todavia, a experiência no 3º escalão português serviria apenas como prelúdio para uma grande mudança na caminhada competitiva do jogador e o Canadá passaria a fazer parte da sua vida desportiva.
Após a travessia do oceano Atlântico, a época de 1976 marcaria a estreia de Moniz na Canadian National Soccer League. Ao serviço do First Portuguese, onde, ao longo dos anos, chegaria a partilhar o balneário com nomes como Bolota, Tito, Narciso ou Marinho, o avançado, logo na temporada de chegada, transformar-se-ia, numa prova a terminar em “play-offs”, numa das principais figuras da conquista do Campeonato discutido no referido país norte-americano. Já a disputar a competição numa configuração mais parecida com os formatos europeus, o avançado, em 1979, ajudaria à repetição do triunfo. Não muito anos depois, de forma um pouco surpreendentemente, o atleta, cimentado como um dos ícones do emblema fundado por emigrantes lusos, seria apresentado como reforço do grande rival da colectividade “portuguesa” e passaria a representar, em 1981 e sem sair da mesma cidade, o Toronto Italia.
Nos 3 anos cumpridos pela colectividade “transalpina”, Moniz também arrecadaria 2 Campeonato e 1 Taça. Curiosamente, sem que tenha conseguido aferir as campanhas de 1984, 1985 e 1986 como épocas de actividade desportiva para o avançado, a temporada de 1987 representaria o regresso do jogador ao First Portuguese e o fim da sua carreira.
Já em 2022, o antigo atacante, ao abraçar as funções de director-técnico, passaria a colaborar com o Grand Bank Gee Bees.

1644 - MALÓ

Concluída a formação pelo Benfica, João Luís Maló de Abreu, ajudado por alguma casmurrice de Otto Glória, treinador que tinha vaticinado no jogador qualidades insuficientes para os “Encarnados”, deixaria as “Águias” para passar a defender as balizas da Académica de Coimbra. A viver nas margens do Rio Mondego, muito mais do que o futebol, o jovem guardião encontraria nas actividades escolares outro sentido para a vida pessoal. Ainda assim, com a Licenciatura em Medicina a ocupar, obviamente, as suas prioridades, o atleta não descuraria as obrigações futebolísticas e na época de entrada na “Briosa”, ultrapassando os outros colegas de posição nas opções inicialmente idealizadas por Óscar Montez, rapidamente ocuparia um lugar de destaque no plantel dos “Estudantes”.
À frente de Gomes da Silva, também ele com um passado ligado às “escolas” do Benfica, Maló assumir-se-ia, logo na campanha de 1959/60, como um dos titulares da Académica de Coimbra. Mesmo com a saída do treinador argentino e a entrada do luso-magiar János Biri, o seu estatuto manter-se-ia inalterado. No entanto, o guarda-redes, muitas vezes prejudicado por algumas lesões, nem sempre conseguiria manter-se como um dos elementos habituais do “onze” do conjunto beirão. Essas excepções, ainda assim, não prejudicariam em demasia a sua evolução. A prova viria alguns anos depois quando, por altura de uma partida agendada para os “esperanças” lusos, o guardião veria os responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol a incluir o seu nome numa peleja com a oposição da Grécia. Nesse “particular” frente ao conjunto helénico, disputado a 14 de Abril de 1963, o jogador iniciaria um trajecto a levá-lo, já em 1967, a nova chamada e numa partida pela equipa “B”, dessa feita contra a Bélgica, o atleta atingiria as 2 internacionalizações com a “camisola das quinas”.
No que diz respeito ao percurso clubístico, com a Académica a manter-se nas disputas do escalão maior, Maló, com o decorrer dos anos, muito mais do que ver reforçado o estatuto primodivisionário, ver-se-ia sublinhado como um dos melhores, da sua posição, a actuar em Portugal. Aferido como um dos símbolos da “Briosa”, reforçada essa visão pela situação de “estudante-atleta”, o guardião, a trabalhar sob as instruções de Mário Wilson, participaria numa das épocas mais faustosas do conjunto conimbricense. Nessa época de 1966/67, campanha na qual viria a ser totalista no Campeonato Nacional, o guardião contribuiria para o 2º posto, a melhor classificação de sempre do clube, alcançado na prova de maior monta no calendário futebolístico português. Também na Taça de Portugal, com a chegada à final, o colectivo sediado na Beira Litoral conseguiria brilhar. No Jamor, o guarda-redes seria escolhido para “onze”, mas numa partida a estender-se para além do prolongamento, a sorte calharia ao Vitória Futebol Clube e o troféu sairia do Estádio Nacional em direcção a Setúbal.
Curiosamente, daí em diante e com as presenças de Brassard, de Viegas e de Cardoso a atrapalharem as contas da titularidade, Maló perderia a preponderância de épocas anteriores. Ainda assim, numa carreira que terminaria com o fim das provas agendadas para 1969/70, o guardião, ao fazer parte de grupos de trabalho de inolvidável importância na história da agremiação, não deixaria de viver outros grandes feitos da Académica de Coimbra. O primeiro desses sucessos seria, com a entrada na Taça das Cidades com Feira, a estreia nas provas de índole continental. Ainda nessa temporada, surgiria a famosa final da Taça de Portugal de 1968/69 e os protestos estudantis. Finalmente, o brilhante percurso na edição de 1969/70 da Taça dos Vencedores das Taças, com a “Briosa” a atingir os quartos-de-final.

1643 - AMÂNDIO

Apesar do início de carreira no modesto Torre de Moncorvo de 1969/70, Amândio Ramiro Barreiras depressa subiria uma boa quantidade de degraus no futebol português. Primeiro, um ano após o ingresso no emblema da sua terra natal, surgiria o interesse do Desportivo de Chaves. No entanto, com os “Flavienses” na disputa do 3º escalão, ainda faltavam ao defesa-central galgar mais alguns patamares para que conseguisse chegar ao topo. A oportunidade para dar tal salto surgiria na época de 1971/72 e o jogador, ao deixar Trás-os-Montes, passaria a fazer parte do plantel do Boavista.
Com a entrada no Bessa a ocorrer num altura em que os “Axadrezados” eram comandados por Joaquim Meirim, o jovem praticante, numa temporada com várias trocas de treinador, ainda conseguiria conquistar um número aceitável de chamadas a campo. Mesmo tendo em conta a sua inexperiência competitiva, a verdade é que não tardaria muito para que Amândio viesse a confirmar todo o potencial como futebolista e passasse, ao lado de Mário João ou de Bernardo da Velha, a tomar uma posição de destaque no sector mais recuado dos boavisteiros. Tal preponderância, sob a intendência do brasileiro Aimoré Moreira, levá-lo-ia a ser convocado aos trabalhos das equipas na alçada da Federação Portuguesa de Futebol. A estreia, incluída nas obrigações calendarizadas para os “esperanças”, aconteceria a 13 de Outubro de 1973. Após essa partida frente à Bulgária, sempre ao serviço do aludido escalão, o atleta ainda teria outras oportunidades para envergar a “camisola das quinas” e somaria, após cumprir mais um par de partidas, um total de 3 internacionalizações por Portugal.
Apesar da franca ascensão, a campanha verdadeiramente a catapultá-lo seria a época correspondente às provas agendadas para 1974/75. A trabalhar sob as instruções de José Maria Pedroto, o defesa-central assumir-se-ia de fulcral importância para as metas colectivas das “Panteras”. Nesse sentido, para além do 4º posto alcançado com o termo do Campeonato Nacional, a época referida no início deste parágrafo, destacar-se-ia pela chegada do Boavista ao derradeiro jogo da Taça de Portugal. Numa final disputada no Estádio de Alvalade, Amândio, apesar de começar o importante desafio sentado no banco de suplentes, teria a oportunidade, ao substituir o “amarelado” Mané, de contribuir para o triunfo frente ao Benfica e, dessa maneira, dar uma preciosa ajuda para levar, até cidade do Porto, o tão almejado troféu.
A conquista da “Prova Rainha”, mesmo que não tenha sido o principal motivo, daria ao Sporting outra razão para apostar na sua contratação. Como um elemento possante, com um bom jogo de cabeça e rijo na marcação, Amândio chegaria a Alvalade para integrar o plantel de 1975/76. Porém, com Juca como treinador-principal dos “Verde e Brancos”, a sua primeira temporada em Lisboa, ao ser ultrapassado nas preferências tácticas por José Mendes, Laranjeira e Zezinho, não correria de feição. Também na campanha seguinte, já com Jimmy Hagan como timoneiro, o atleta não conseguiria impor-se como um dos titulares. Sem grande espaço no “onze”, o jogador, em 1977/78, decidiria voltar ao Boavista, onde, após ter começado a trabalhar com Fernando Caiado, terminaria a época orientado pelo já mencionado técnico inglês. Aliás, seria com o britânico, depois de a época ter começado sob a alçada de José Carlos, que o defesa-central arrecadaria o segundo grande troféu da carreira. Com os “Axadrezados” a repetir a presença na mais importante ronda da Taça de Portugal, seria do banco que, na final e na finalíssima de 1978/79, sairia a sua ajuda para o triunfo frente aos “Leões”.
De forma um pouco surpreendente, Amândio, na temporada de 1979/80, seria apresentado como reforço do Sporting de Espinho. Logo nessa campanha de entrada no Estádio Comendador Manuel Violas, o jogador faria parte do grupo de trabalho que, comandado por Manuel José, atingiria o 7º lugar no Campeonato Nacional. Após ajudar, à altura, à melhor classificação dos “Tigres” naquela que é a prova de maior calibre no calendário luso de futebol, o defesa-central ainda viria a manter-se, por mais um ano, com o listado alvinegro. Seguir-se-ia, sem deixar a 1ª divisão, a contratação pela União de Leiria e a transferência para o plantel de 1982/83 do Vitória Sport Clube. A passagem por Guimarães antecederia um novo momento histórico na sua caminhada competitiva, com o regresso ao Desportivo de Chaves, em 1984/85, a permitir a sua participação na promoção e, sempre com Raul Águas à frente da agremiação transmontana, na posterior estreia dos “Flavienses” no patamar máximo português.
Já com o fim da carreira no horizonte, Amândio ainda voltaria a envergar a camisola do Sporting de Espinho. Nessa segunda experiência na colectividade sediada na Costa Verde, encetada na temporada de 1986/87, o defesa-central, num conjunto liderado por Quinito, muito mais do que contribuir para o regresso do clube ao convívio com os “grandes”, participaria no quebrar de outro recorde, ou seja, o 6º lugar alcançado na 1ª divisão de 1987/88. Curiosamente, numa soma de dezena e meia de campanhas no escalão máximo, a meta ultrapassada no emblema da Beira Litoral transformar-se-ia no último grande marco da sua senda enquanto futebolista.
Seguir-se-iam as funções de técnico. Ao assumir-se, ainda no Sporting de Espinho, como treinador, o trabalho empurrá-lo-ia para uma longa caminhada. Num trajecto mormente feito com as divisas, a si entregues, a disputar os escalões secundários, Amândio Barreiras passaria pelo comando de equipas como Leixões, União de Leiria, Feirense, Vila Real, União de Montemor, União de Lamas, Esposende, Torres Novas, Estrela de Portalegre, Paredes, Pampilhosa, Santana, Eléctrico de Ponte de Sor, Anadia e Boavista.

1642 - PÁL CSERNAI

Pál Csernai começaria por ser futebolista. Segundo algumas fontes, principiaria a senda sénior, na temporada de 1948/49, ao serviço do Szentlörinci AC para, na época de 1950/51, passar a representar o Budapesti Postás. No emblema ligado aos correios húngaros, o médio-centro viria a ser orientado por Lajos Baroti, técnico com passagem pelo futebol luso, ao serviço do Benfica. No entanto, seria com as cores do Csepeli Vasas que o jogador, na sua experiência magiar, viveria um dos momentos altos da carreira. Tal episódio a surgiria com a primeira chamada à principal selecção do seu país natal. Na estreia a 8 de Maio de 1955, chamado por Gusztáv Sebes a uma peleja frente à Noruega, o centrocampista entraria em campo ao lado de nomes como Puskás ou Kocsis. Seguir-se-ia, alguns dias depois, outra partida forasteira, dessa feita em oposição à Finlândia, e o somar de uma segunda internacionalização “A”ao currículo pessoal.
Seria após representar a equipa nacional da Hungria que Pál Csernai veria o Karlsruher a interessar-se pela sua contratação. Depois de ter iniciado o percurso pelo estrangeiro já com a época de 1956/57 em andamento, o médio ainda permaneceria mais uma temporada nas provas germânicas. De seguida, numa espécie de interlúdio, transferir-se-ia para o plantel de 1958/59 do Chaux-de-Fonds. À passagem pela Suíça suceder-se-ia o regresso à Republica Federal da Alemanha, para envergar as cores do emblema mais representativo do seu trajecto competitivo. No Stuttgarter Kickers desde 1959/60, o atleta cumpriria meia dúzia de temporadas nas pelejas organizadas inicialmente para a Oberliga Süd, para, com a criação da Bundesliga, passar a disputar a Regionalliga Süd. Por fim, emergiria uma nova experiência no desporto helvético, concretamente no Blau-Weiss Zürich, e o termo da carreira no grupo de trabalho de1966/67 dos malteses do FC Valletta.
“Penduradas as chuteiras” não demoraria muito até que o antigo internacional magiar não viesse a assumir-se como treinador. Encetado um novo ciclo na Alemanha, Pál Csernai iniciaria as funções de técnico, em 1967, ao serviço do TuS Lindlar. Nos anos seguintes, preencheriam o seu percurso colectividades como o Wacker 04 Berlin, o SSV Reutligen, os belgas do Royal Antwerp, o regresso ao Chaux-de-Fonds e, novamente no cenário germânico, o Baden-Württemberg. O referido período, com capítulos mais ou menos modestos, daria azo a que o húngaro entrasse, em definitivo, na alta-roda do futebol alemão. Inicialmente como adjunto no Eintracht Frankfurt para, sempre na alçada de Gyula Lorant, ainda assumir idêntico papel no Bayern München, Pál Csernai tornar-se-ia no principal timoneiro do emblema bávaro a partir da campanha de 1978/79. Nos “Die Roten”, em grupos, ao longo dos anos, composto por Sepp Maier, Augenthaler, Hoeness, Paul Breitner, Gerd Müller ou Rummenigge, viveria os anos mais prolíferos da carreira e acabaria por vencer  2 Bundesligas e 1 DFB Pokal.
Em 1984/85, após uma curta passagem pelo PAOK, Pál Csernai seria apresentado como treinador do Benfica. Com o Presidente Fernando Martins à procura de um sucessor para Sven-Göran Eriksson, o rigor e a disciplina do treinador magiar surgiriam ao dirigente máximo das “Águias” como a solução certa para a direcção técnica da agremiação “alfacinha”. No entanto, a relação do técnico com os jogadores não seria a melhor e os constantes conflitos no balneário viriam, amiúde, à baila. Ainda assim, os “Encarnados”, depois de não vencerem o Campeonato Nacional e de perderem a Supertaça para o FC Porto, teriam no Jamor, mais uma vez frente aos “Dragões”, a oportunidade de conquistar um troféu e a vitória por 3-1 entregaria a Taça de Portugal aos escaparates da Luz.
Dando continuidade a uma fase do seu percurso caracterizada por alguma errância, Pál Csernai, após deixar Lisboa, assinaria pelo Borussia Dortmund. Seguir-se-iam, quase sempre em colectividades de grande tradição no futebol europeu, Fenerbahçe, Eintracht Frankfurt, Young Boys, Herta Berlin, a selecção da Coreia do Norte e, para finalizar uma grande caminhada no futebol, o regresso à Hungria para, em 1994/95, para orientar FC Sopron.

1641 - VAZ

Já como guardião principal do Penalva do Castelo, António Lopes Vaz veria o Serviço Militar Obrigatório a levá-lo para Viseu. Já na capital do distrito de onde era natural, o guarda-redes, com a fama em alta, receberia de Vieirinha, antigo internacional português e, na temporada de 1965/66, treinador do Académico de Viseu, um convite para participar, pelos “Viriatos”, num “particular” frente ao Sporting. Segundo relatariam as crónicas da altura, o atleta acabaria o desafio como o melhor homem em campo e a grande exibição, conseguida nessa partida frente aos “Leões”, viria a catapultar a sua carreira desportiva.
Com os “Dragões” à procura de reforçar o plantel, nomeadamente a posição de guarda-redes, Vieirinha, entretanto eleito, no FC Porto, como adjunto de José Maria Pedroto, aconselharia a contratação de Vaz. Apresentado como atleta dos “Azuis e Brancos” a partir da temporada de 1967/68, o guardião passaria a enfrentar a concorrência de Américo e de Rui. Tamanha qualidade, na disputa por um lugar à baliza, faria com que o jogador poucas vezes aparecesse em campo. Tal ocaso atenuar-se-ia apenas na terceira campanha do atleta nas Antas. No entanto, o acréscimo de jornadas disputadas ficaria também ligado à tremenda balbúrdia vivida pelo emblema nortenho e o 9º lugar, com que os portistas viriam a concluir o Campeonato Nacional de 1969/70, precipitaria enormes mudanças no grupo de trabalho.
Com o José Maria Pedroto à frente do Vitória Futebol Clube, a sua mudança para a cidade de Setúbal ficaria ligada à presença do referido treinador no comando técnico dos “Sadinos”. Com a entrada no Bonfim a acontecer na campanha de 1970/71, integrado em planteis que, ao longo dos anos, apresentariam Torres como um forte candidato ao “onze”, o guarda-redes nem sempre conseguiria assegurar um lugar como titular. Ainda assim, as 8 épocas vividas na defesa da camisola verde e branca, traduzir-se-iam no melhor período da sua caminhada competitiva. A prová-lo surgiriam as suas contribuições para o 2º lugar no Campeonato Nacional de 1971/72 ou para os quartos-de-final atingidos na edição de 1972/73 da Taça UEFA. Porém, mesmo tido como um dos grandes nomes do período mais áureo da história da agremiação setubalense, o termo da ligação, entre o guardião e o emblema, aconteceria em 1977/78 e, a entrar na fase final da carreira, Vaz ainda revelaria vitalidade para continuar a exibir-se ao mais alto nível.
A época de 1978/79, depois de, em 1966/67, ter estado bem próximo de rubricar um contrato com o clube, serviria para Vaz ingressar num primodivisionário Académico de Viseu. Mesmo com o colectivo beirão a claudicar no objectivo da manutenção, o guardião, com boas exibições, asseguraria nova transferência para um dos emblemas de maior monta no cenário luso. No Sporting, integrado no plantel de 1979/80, o atleta continuaria a sublinhar-se como um elemento capaz de prestações sóbrias e de uma entrega inquestionável. Tais qualidades, logo na temporada de entrada em Alvalade, contribuiriam para a conquista do Campeonato Nacional. Mesmo ao conseguir ultrapassar Fidalgo no segundo ano com os “Verde e Brancos”, a verdade é que a sua ligação aos “Leões” terminaria e o guarda-redes, em 1981/82, num Amora conduzido por José Moniz, seu antigo treinador no Fontelo, conheceria a derradeira presença no patamar máximo português. Por fim, surgiria o regresso à cidade de Setúbal e a conclusão da senda como futebolista, associado ao Comércio e Indústria de 1982/83.

1640 - BARROSO

Com o percurso feito nas “escolas” do Sporting de Braga, passagens pelo “satélite” Arsenal de Braga e a época de 1989/90 cumprida ao serviço do Maximinense, José Alberto da Mota Barroso estrear-se-ia na equipa principal dos “Guerreiros” na temporada de 1990/91. Chamado por Carlos Garcia a um encontro caseiro frente ao Benfica, essa 12ª ronda do Campeonato Nacional da 1ª divisão, marcaria o arranque de uma caminhada a transformá-lo num dos nomes maiores da história da agremiação sediada na “Cidade dos Arcebispos”. No entanto, tal estatuto ainda demoraria algum tempo a fazer parte do seu trajecto e mesmo a condição de titular só ficaria bem vincada após uma nova passagem por outro emblema.
O empréstimo ao Rio Ave, com a mudança no âmbito da contratação de Toni pelo Sporting de Braga, faria com que Barroso, na campanha de 1992/93, passasse a disputar a divisão de Honra. Contudo, mesmo afastado dos principais holofotes do futebol luso, o “trinco” não deixaria de demonstrar a sua qualidade. Assegurado o regresso ao Estádio 1º de Maio, a temporada de 1993/94, numa campanha em que o clube seria orientado inicialmente por António Oliveira para terminar sob as ordens do Professor Neca, revelaria o médio-defensivo como um dos esteios do “onze”. Essa posição, sublinhada nos anos seguintes, levá-lo-ia a ser cobiçado por outras divisas, mas antes da mudança para uns dos “grandes”, o atleta veria a Federação Portuguesa de Futebol a interessar-se pelas suas habilidades.
Tendo Barroso sido chamado, durante o percurso formativo, aos trabalhos das jovens equipas de Portugal, a verdade é que essa convocatória, feita por Carlos Queiroz, não daria ao seu percurso qualquer jogo com a “camisola das quinas”. Já a tão almejada internacionalização surgiria a 26 de Janeiro, ao serviço da equipa “A”, numa partida frente ao Canadá. O desafio, orientado por António Oliveira e a contar para a participação lusa no Torneio Skydome, daria azo a outras chamadas. Todavia, o médio-defensivo não mais entraria em campo pelo seu país e o percurso na selecção terminaria, em Janeiro de 1997, após uma “amigável” frente a França e envolto em alguma polémica – “(…) era o meu regresso ao 1º de Maio. Nessa semana, na televisão, só via gente a que ia ao estádio para ver o Barroso e eu tinha a certeza que ia a entrar. Pois chega o jogo, aquilo corre muito mal, o Artur Jorge começa a receber lenços brancos e quem é que ele não põe a jogar? O Barroso, que era de Braga, e o Rui Correia, que era guarda-redes do Sp. Braga (…). Depois falei com um jornalista e contei-lhe que estava triste por não ter jogado em Braga. No dia seguinte o título era «Barroso revoltado com Artur Jorge», que não tinha nada a ver com o que tinha dito. Nunca mais fui à Seleção”*.
Por altura da partida frente à congénere gaulesa, já Barroso envergava a camisola do FC Porto. Antes da mudança, a cobiça de outros emblemas, como o Benfica treinado por um Artur Jorge adjuvado pelo Professor Neca ou o Sporting orientado por Carlos Queiroz, em nada resultaria. Seria a proposta dos “Dragões” a convencer o atleta a mudar-se. Com a entrada nas Antas a acontecer na temporada de 1996/97, o “trinco” voltaria a ser orientado por António Oliveira e, acima de tudo, participaria numa das melhores fases da história dos “Azuis e Brancos”. Com a colectividade portuense a acumular as vitórias que culminariam no inolvidável “Penta”, o jogador arrecadaria para o seu palmarés pessoal as vitórias em 2 Campeonatos Nacionais, em 1 Taça de Portugal e em 1 Supertaça. Para além dos aludidos triunfos, também a participação na “Champions” viria a tornar-se num marco importante da sua carreira. Ainda assim, a passagem do centrocampista pela “Cidade Invicta” não terminaria sem outra controvérsia e a metade final da segunda época, sem que alguma vez fosse compreendida a razão, seria cumprida com o jogador a treinar à parte do restante plantel.
Após ter representado, por empréstimo, a Académica de Coimbra de 1998/99, o regresso ao Sporting de Braga, depois de recusada a transferência para o Oviedo, concretizar-se-ia. Com Manuel Cajuda ao comando dos “Arsenalistas”, treinador que, anos antes, tinha feito do jogador o capitão de equipa, Barroso voltaria a tornar-se num dos pilares, não só táctica idealizada pelo mencionado técnico, mas igualmente num dos símbolos da mística “braguista”. A prova dessa entrega surgiria no final da temporada de 1999/00, quando, com o conjunto “B” dos “Guerreiros” aflito na luta pela manutenção, o médio-defensivo, acompanhado por José Nuno Azevedo, disputaria, no grupo às ordens de Toni Conceição, as últimas jornadas da 2ª divisão “B”.
Por fim, numa caminhada competitiva a prolongar-se por mais algumas campanhas, Barroso ainda teria a oportunidade de disputar várias rondas no Estádio da “Pedreira” e seria já na nova casa do Sporting de Braga que, com o termo da temporada de 2004/05, o médio-defensivo decidiria “pendurar as chuteiras”. Final com uma pequena mágoa a manchar-lhe o trajecto, ou seja, o facto de nunca ter representado os “Guerreiros” nas provas de índole continental.

*retirado do entrevista conduzida por Lídia Peralta Gomes, publicada a 3/12/2016, em https://tribuna.expresso.pt

1639 - SEBASTIÃO

Sebastião Loureiro da Silva ingressaria no Estoril Praia na temporada de 1943/44. No entanto, seria apenas na campanha de 1946/47 que o guardião, nascido em Carcavelos, conseguiria estrear-se na categoria principal dos “Canarinhos”. Essa época de arranque, orientada a equipa pelo técnico Lippo Hertzka, levaria o jogador a ultrapassar a concorrência por um lugar à baliza e a assumir-se como um dos titulares no “onze” idealizado pelo treinador magiar. Na época seguinte, facto para o qual não consegui encontrar qualquer explicação, o guarda-redes, ao ver Laranjeira a substituí-lo no posto mais recuado do campo, acabaria o ano sem qualquer partida disputada. Ainda assim, essa curiosidade não viria a afectar o futuro da sua carreira e, daí em diante, o jogador voltaria a sublinhar-se como um dos pilares do conjunto da Linha de Cascais.
A provar a sua relevância, não só nos resultados colectivos do Estoril Praia, mas também no contexto do futebol luso, surgiria a temporada de 1948/49. Recuperada a titularidade, o guarda-redes passaria também a estar na ideia dos responsáveis pelas equipas a cargo da Federação Portuguesa de Futebol. Nesse sentido, a chamada à selecção “B”, ao lado de outros elementos estorilistas, casos de Alberto de Jesus, Vieira, António Nunes, Mota e Miguel Lourenço, a levá-lo-ia estrear-se a 20 de Março de 1949. Apesar da importância da partida frente a Espanha, disputada no Estádio Riazor, aquele que viria a tornar-se no momento mais alto do atleta com a “camisola das quinas” ocorreria a 14 de Dezembro de 1952. Arrolado por Cândido de Oliveira para um “particular” frente à Argentina, Sebastião, à internacionalização obtida na aludida peleja desenrolada na Galiza, juntaria outro desafio, dessa feita agendado para o Estádio Nacional do Jamor.
Naquela que viria a ser a primeira passagem de Sebastião pelo Estoril Praia, num total de 9 anos, as temporadas de maior destaque, em termos de desempenho individual, seriam, possivelmente, as de 1949/50 e de 1952/53. Em ambas as ocasiões, o guardião conseguiria afirmar-se como um dos totalistas da prova de maior monta no calendário luso, ou seja, o Campeonato Nacional da 1ª divisão. Todavia, na última campanha mencionada, o desaire da despromoção acabaria por alterar o trajecto do jogador. Desafiado pelo Benfica, o atleta trocaria os “Canarinhos” pelas “Águias”. Apresentado como reforço dos “Encarnados” em 1953/54, o guardião, apesar da qualidade mais do que comprovada, não conseguiria sair da sombra de Bastos. Tal contratempo fá-lo-ia, passado apenas 1 ano, regressar ao Estádio António Coimbra da Mota. De volta à Amoreira, seria o escalão secundário a acolher as suas exibições e, por um par de épocas, esse seria o seu cenário competitivo.
À procura de novos desafios, Sebastião, em 1956/57, aceitaria o repto lançado pelo Atlético e, com o propósito de disputar, de novo, o escalão máximo, transferir-se-ia para a colectividade nascida no “alfacinha” bairro de Alcântara. Na Tapadinha, sob a orientação de Severiano Correia, o guardião não iria para além da condição de segunda escolha. Para contrariar tal estatuto, nova mudança sucederia na caminhada desportiva do guarda-redes. Depois de concluída a transferência para o Minho, o atleta passaria a defender as divisas do Vitória Sport Clube. Em Guimarães recuperaria a titularidade de anos anteriores. Já a trabalhar com Fernando Vaz, ajudaria os “Conquistadores”, na época a encetar as suas actividades na “Cidade Berço”, a voltar às contendas primodivisionárias e seria esse regresso ao patamar maior a confirmar, com o termo da temporada de 1958/59, a sua decisão de “pendurar as luvas”.